Olá amigos, este conto é baseado na história de um dos maiores bandidos do Rio de Janeiro, claro que precisei mudar nomes e acrescentar cenas a história. Obviamente alguns logo saberão de quem se trata, mas eu não contarei.
Parte 1 – O corno é sempre o último a saber.
Durante a semana nossa filha Larissa fez aniversário e mal comemoramos, então preparei uma surpresa e levei um bolo para casa, achei estranho o silêncio quando abria porta, a essa hora minha esposa e filhas estariam em casa mas eu não vi ninguém.
Caminhando silenciosamente abria a porta do quarto e vi meu irmão em cima da minha esposa, os dois suados com gemidos baixos para minha filha não ouvir, e eu na porta com o bolo na mão.
- Aí merda – gritou meu irmão
- Seu filho de uma puta
- João espera, por favor espera – gritava minha esposa tentando me conter
Parti para cima dela tirando ele de cima e o joguei no chão enquanto o chutava, minha esposa tentava me segurar eu só parei quando linha filha apareceu na porta de olhos arregalados e chorando. Ela disse alguma coisa que não saiu som, mas eu entendi pelo formato dos seus lábios
- Pai, para por favor
Eu parei... Peguei minhas chaves e saí para o meu carro, minha esposa foi atrás de mim pedindo para que eu ficasse, que queria se explicar, implorando para eu não ir, ela tinha os olhos cheios de lágrimas e berrava tanto que os vizinhos começaram a sair.
Entrei no carro e parti para a casa da minha irmã, eu nem me recordo como cheguei lá, ela já me esperava na porta, certamente meu irmão ou minha esposa avisaram o que aconteceu. Eu pensava como eles tinham coragem de contar.
Ela estava de braços abertos e eu me aconcheguei ali e chorei de soluçar na porta da casa dela, seu marido, Rodrigo, me recebeu com um tapa nas costas e café, dizendo que eu podia ficar o tempo que precisasse, o que não seria muito porque eles iriam atrás de mim, e eu não sei do que seria capaz...
Eu me chamo João, tenho 33 anos, professor de história tenho cabelos longos e lisos, barba com alguns cabelos brancos, esbelto e alto, sou casado com a Camila, loira de cabelo curto até o ombro, olhos esverdeados, falsa magra.
Meu irmão é o Jonas, ele é policial, um pouco mais baixo que eu, cabelos curtos por opção e sem barba feita, branco e forte. Jonas e eu entramos para a polícia muito cedo, fizemos parte de batalhões de elite, matamos muita gente inocente. Um dia planejei minha saída daquela vida e passei a estudar, me formei e virei professor.
Jonas não aceitou minha decisão, éramos conhecidos como a Trindade do mal, Eu, Jonas e Rodrigo. Rodrigo é Negro de pele clara, alto e forte, cabelos espichado, não chega a ser black, um deus africano. Baleado em uma das nossas operações, está afastado da polícia.
Ele se casou com a minha irmã, Jacqueline, morena de cabelo encaracolado, na família quem alisa o cabelo sou eu, ela tem uma beleza escultural, latina, eles faziam um casal de novela do mais alto nível.
Com o ferimento do Rodrigo que atravessou seu abdômen e o fez perder parte do estômago, eu pensei comigo. “Por quem eu estou matando? Pra quem?” diante daquilo eu resolvi abandonar tudo e dar aulas de história focado em Direitos Humanos, era a maneira de eu expurgar os pecados de uma vida de um assassino.
Rodrigo me levou para o quarto que eu ficaria, era o quarto da filha deles, falecida por um tiro de um policial, ela estava usando camisa do colégio, depois desse dia Rodrigo mudou completamente e agora tentava entrar na vida pública para mudar a polícia do estado do Rio de Janeiro.
Ele tirou uma arma da gaveta e me deu, era uma Glock, 9mm de uso da polícia, obviamente tínhamos muitos amigos dentro da corporação. Eu olhei pra ela virando de um lado pro outro.
- Sabe o que vai acontecer se você usar ela? – Me perguntou Rodrigo
- Eu sei, faz tempo que eu não pego em armas
- Eu coloquei a arma na sua mão para te lembrar que o peso das suas escolhas daqui pra frente está nas suas mãos, você pode puxar o gatilho contra ela, contra seu irmão ou contra você.
Eu olhava pra ele e nós dois sabíamos que eu era capaz de matar os dois, tanto quando Jonas era capaz de me matar.
- Faz muito tempo que eu fiz minha escolha meu amigo, não se preocupe.
Devolvi a arma pra ele que guardou no mesmo lugar, ao meu alcance.
- Ela vai ficar aí, para você não esquecer da responsabilidade das suas escolhas.
- Antes de você sair, vou te fazer um pedido, não deixe que nenhum deles venha falar comigo, se for a minha filha, diz que eu vou buscar ela em breve para conversarmos.
Ao telefone Jacqueline falava com Jonas.
- Mas que merda você foi fazer? Tanta buceta por aí você foi comer a mulher do seu irmão? Seu filho da puta, eu quero ver quem vai contar uma porra dessas pro papai e pra mãe.
- Mana, eu fiz besteira, não sei o que eu faço, depois você me dá esporro, agora me ajuda por favor.
- Jonas, só some, deixa o João pensar em tudo e se acalmar, eu vou desligar e ficar um pouco com ele.
Alguém bate a porta e era a Camila muito abatida, o rosto vermelho.
- Por favor Jack, eu sei que ele tá aí, eu preciso falar com ele, me deixa falar com o meu marido.
Jack deu dois empurrões nela e já ameaçava bater
- Deu marido? Você lembrou que tem marido agora piranha? Se você não for embora eu vou te quebrar inteira
Camila sentou no gramado e começou a chorar, aquela cena comoveu Jack que mais calma disse que pediria um carro para ela ir embora .
- Dê tempo a ele, meu irmão acabou de descobrir que foi traído, pelo irmão, vocês são duas pessoas que ele mais confiava no mundo, eu estou decepcionada e no lugar dele eu mataria os dois, mas ele é bom demais para isso.
Jaqueline mentiu, ela sabia muito bem que eu era capaz de matar os dois, mas também sabia que eu lutava para ser uma pessoa melhor.
Camila voltou para casa e Larissa com 15 anos, muito parecida com a mãe, se trancou no quarto e não quis falar com ela.
Eu não consegui dormir aquela noite, a imagem do meu irmão metendo na minha esposa não saia da minha cabeça, Jack entrou e dormiu abraçada comigo. Nós não éramos apenas irmãos, mas muito amigos.
Acordei o sol ainda não tinha saído, arrumei tudo e deixei um bilhete agradecendo, fui para a casa da Dona Evandra, a cafetina mais famosa do morro, eramos amigos, eu aliviei muito a barra dela quando era da polícia. Dona Evandra botava qualquer macho pra correr se não respeitasse as meninas dela, nem o chefe do tráfico mexia com as meninas da Dona Evandra. Não por medo, mas por respeito.
- Oi meu menino, o que faz aqui? E tão cedo, o puteiro vai fechar daqui a pouco.
- O minha velha, preciso de um lugar pra ficar, e um ouvido para escutar uma história triste, pode me ajudar?
- Agora! Primeiro o lugar, Lena! Por favor, leva ele pro quarto dos fundos, e o ajude a se acomodar.
Maria Helena, ou só Lena, uma negra feita a pincel, cabelos longos e ondulados, seios que cabiam na palma da mão, curvas que só Deus com muita inspiração poderia ter feito, vestida com uma camisa e um short jeans e havaianas, ela apareceu como um anjo na minha frente. “Mas é que eu vi um anjo, anjo lindo, negro anjo”. Eu não conseguia parar de olhar.
- Vamos?
- Oi, ãh? O que ? – Disse eu perdendo toda compostura.
- O Dona Evandra, que homem estranho é esse – Falou ela rindo
- Me desculpa, eu me chamo João, muito prazer
- Sou Maria Helena ou só Lena, me segue que vou te ajudar a se ajeitar
Fui seguindo ela e olhando para aquela bunda linda que cada passo me deixava maluco, Lena me apresentou o quarto, eu tinha apenas uma mochila porque minhas coisas estavam em casa, fui tirando o pouco que trouxe e lá estava a arma com um bilhete de Rodrigo escrito “Para você não esquecer o peso das suas escolhas”.
Guardei tudo e logo Evandra apareceu para ouvir a história, depois de contar tudo não pude deixar de perguntar.
- E Lena?
- Não é puta – Me respondeu ela antes que eu dissesse qualquer outra coisa.
- E como eu faço ?
- É minha sobrinha, está aqui para estudar, tá fazendo faculdade, menina direita de cidade pequena, não vá querer usar ela para tapar buraco não.
- Nem estou pensando nisso agora, preciso resolver minha vida – Menti, eu queria arregaçar aquela menina.
- Pois bem, fique o quanto quiser e ajude no que puder, pode até me ajudar botar uns pinguços pra fora
- Claro minha velha, ajudo sim e conto com sua descrição sobre quem eu sou.
Aquela noite eu tive um pesadelo, sonhei com meu irmão comendo minha mulher e eu assistia a tudo amarrado.
Ele comia ela de quatro, com força e ela olha pra trás por cima dos ombros.
- Vai, mete na esposa do teu irmão, come a mulher daquele corno, come.
- Fala que eu te como melhor que ele, fala sua vagabunda
- Você come mais gostoso que aquele corno
Meu irmão gozou dentro dela e no susto eu acordei gritando “NÃO !!!”. Ouço batidas na porta
- Moço, moço, o senhor está bem? Eu ouvi gritos
Abri a porta e eu estava suado do pesadelo, era Lena.
- Foi só um pesadelo, eu tenho alguns traumas, me desculpe.
- Tudo bem, se precisa é só gritar, mas pode gritar Lena – disse ela rindo e se despedindo.
Os dias seguintes seriam os piores da minha vida, já pela manhã quando liguei para minha irmã, ela chorando me dá a notícia.
- Irmão, o papai morreu...
Continua...
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