(Mauro)
Aquelas duas semanas em Floripa foram as melhores da minha vida até aquele momento. Ao lado daquela mulher, vivi uma felicidade que não sentia há anos.
Infelizmente, eu não podia adiar meu retorno. Estava apenas começando na empresa e no emprego dos meus sonhos. Por mais que estivesse fascinado por aquela liberdade e aquela vida simples de pura libertinagem, eu sabia que a vida real não era assim. A verdade é que eu não sou do tipo que abandona tudo para viver sem propósito, num mundo sem rumo.
Sandra me mostrou que eu ainda era o homem que sempre fui, talvez um pouco “domesticado” pelo meu último relacionamento. Na nossa última noite juntos, fiz questão de proporcionar a ela o máximo de prazer, e consegui. Aquela mulher teve tantos orgasmos que eu me senti num filme pornô. Ainda guardo um vídeo que fizemos, onde divido o protagonismo com aquela beldade. Não parecia eu ali, mas eu estava.
Nossa despedida, no entanto, foi um pouco fria para o tanto de carinho e intensidade que havíamos compartilhado. Ambos estávamos tristes, mas Sandra demonstrou uma maturidade infinitamente maior que a minha. Lembrando agora, acho que ela já sabia que, uma hora ou outra, eu teria que voltar para a minha antiga vida. Ela se armou emocionalmente para isso, enquanto eu ainda tentava digerir o que tínhamos vivido.
Ela insistiu em me levar até o aeroporto e, quando estacionou o jipe, me lançou aquele olhar direto e sem rodeios que só ela sabia dar, antes de começar a acariciar meu pau, sem pressa. - Hoje, você vai ficar quietinho e deixar eu matar a saudade. Chegamos com bastante antecedência, fica tranquilo, sussurrou.
Não tive nem tempo de responder; ela já estava abrindo o zíper da minha calça e se entregando com uma fome fora do comum. Normalmente, eu tentaria assumir o controle, mas, naquele momento, só deixei ela se esbaldar, como se nossa despedida dependesse disso. Ela fez um boquete babado, apaixonado, como se quisesse gravar cada detalhe daquele momento na memória.
Quando cheguei ao meu limite, liberei toda minha porra em sua boca. Sandra teve dificuldade para manter tudo, com um pouco escorrendo pelos lábios. Logo depois, ela me olhou sorrindo, limpando a boca e o rosto com os dedos.
— Nossa, nem parece que esvaziamos seus "depósitos" nas últimas duas semanas — ela falou rindo e subindo pelo meu tronco até alcançar minha boca.
Demos um beijo intenso, como adolescentes apaixonados. Depois de um tempo, ela rompeu o silêncio.
— Mauro, você promete voltar para me visitar? — A pergunta me pegou desprevenido, e hesitei em responder.
Percebendo que meu silêncio poderia deixá-la desconfortável, a puxei para meu colo e a beijei, segurando-a com firmeza.
Então, afastei nossos rostos e finalmente respondi:
— Nunca escondi minha vida em São Paulo, o que deixei lá para vir pra cá. Por favor, não fique triste e não me faça sentir culpado! Nós não merecemos isso.
Eu queria ser o mais honesto possível. Não sou o tipo que mente ou engana. Às vezes dizem que pequenas mentiras são necessárias, mas, nesse caso, mentir seria brincar com os sentimentos dela, e isso eu nunca faria.
Ela voltou a sorrir, acariciando-me com uma expressão de quem não desistiria fácil, e disse:
— Não se preocupe. Não sou criança, sabia que seria difícil fazer você ficar. Mas exijo uma compensação.
Então ela ajustou a saia, afastou a calcinha e se ajeitou sobre mim, mesmo eu não estando completamente pronto para a ação.
— Quero sentir você crescer dentro de mim. Aqui, agora, quem manda sou eu. Você me deve isso.
Eu apenas assenti, deixando que ela guiasse. Aos poucos, fui me rendendo e ela começou a se mover, variando os ritmos conforme minha reação. Às vezes, os movimentos eram intensos, buscando me envolver por completo; em outras, quando percebia que eu estava chegando ao limite, ela parava quase por completo, usando a força para me apertar devagar.
Algumas vezes eu levava as mãos até a cintura dela, tentando ajudar na cadência. Quando fazia isso, ela interrompia, fingindo irritação.
— Nada disso. Você mandou por duas semanas; agora, é a minha vez.
E só continuava quando eu voltava as mãos para o encosto do banco, em sinal de rendição.
Sandra me guiou como quis, e eu confesso que adorei. Depois de cerca de dez minutos, ela soltou um suspiro profundo, pressionando os lábios nos meus, e senti o corpo dela relaxar de vez. O calor do momento tomou conta, e senti uma espécie de êxtase. Senti então sua buceta umedecer e seu líquido molhar minhas coxas e parte de baixo de minha camiseta.
Após aquele instante, ela sussurrou ao meu ouvido:
— Vamos chegar gozar juntos... vamos? Uma última vez! Por favor!
Sem hesitar e me ajeitei no banco do carro e, pela primeira vez desde que chegamos ao estacionamento, eu pude guiar o ritmo e nos conduzir para o clímax máximo que tanto queríamos. Comecei a movimentá-la com mais força e coordenei nossos movimentos, até que ambos atingimos o orgasmo quase ao mesmo tempo.
Ficamos ali no jipe pelo tempo que podíamos, conversando e relembrando tudo que vivemos nas últimas semanas.
Infelizmente, o tempo foi nosso vilão, e tive que me despedir de Sandra, que preferiu ficar no carro ao invés de se despedir no saguão do aeroporto.
Antes de sair do carro, ela me chamou, puxou-me para mais um beijo e me presenteou com sua calcinha completamente encharcada.
— Um presente para você se lembrar de mim.
Logo depois, soltou-me, fechou a porta do carro e partiu sem nem abaixar o vidro.
……
(Karol)
Essas duas semanas foram as mais dolorosas da minha vida. Tentei me distrair com Carlão, saí com ele duas vezes, mas, honestamente, seu desempenho nem se compara ao de Mauro. Não importa o quanto tentasse me envolver, eu não conseguia tirar Mauro da cabeça.
Era como se algo dentro de mim estivesse vazio, e eu não conseguia preenchê-lo, não importava o quanto me esforçasse. Na faculdade, a falta de interesse era evidente. As notas caíram drasticamente, algo que nunca tinha acontecido antes, e a sensação de fracasso me corroía.
Eu não me importava com os eventos sociais ou com as conversas com as amigas. Não fazia mais sentido para mim. Aquelas horas no campus, as conversas no corredor, tudo parecia tão distante, como se eu estivesse assistindo a minha vida de longe, sem realmente fazer parte dela.
Naquela sexta-feira, Beth e minha prima entraram no meu quarto sem nem bater. Elas me encontraram deitada na cama, olhando para o teto, perdida em meus próprios pensamentos.
— Nossa, Karol, você está péssima — minha prima disse, se aproximando e se sentando ao meu lado. Sua voz era cheia de preocupação, mas também havia um tom de crítica.
Beth, de pé, perto da porta, não perdeu a chance de fazer uma piada.
— Essa aí nem parece da família. Gosta de sofrer por causa de um homem.
Eu senti o sangue ferver, e o impulso de gritar para ela sair foi quase imediato. Mas me controlei. Respirei fundo e fiquei em silêncio, tentando não deixar a raiva transparecer.
— Karol, eu falei com a Beth... Você vai usar esse tal de boy para fazer ciúmes no Mauro? — minha prima perguntou com uma sinceridade que me pegou de surpresa. Eu não soube o que responder. Sua pergunta foi direta demais, como se ela já soubesse o que eu estava sentindo.
Ela me encarava, aguardando uma resposta, como se me avaliasse, tentando entender o que havia acontecido comigo.
Depois de um tempo, ela continuou.
— Vou fazer uma festa lá em casa. E um amigo do Mauro, Henrique, está fazendo aniversário essa semana. Ele já chamou o Mauro para ir também.
As palavras dela causaram algo em mim. Um sorriso, tímido, apareceu em meu rosto. A animação que senti foi uma surpresa para mim mesma. Fazia dias que não sentia nada além da angústia desde aquele confronto com Mauro no carro.
— Pode levar o Carlão, fica tranquila. Ele não falou nada, mas eu fico de olho no celular dos meus homens… você deveria saber disso — Beth disse, com um sorriso provocador.
Eu estava eufórica, minha mente acelerando com a ideia de estar novamente no mesmo espaço que Mauro. A chance de vê-lo, de sentir sua presença, foi o suficiente para me empolgar, mesmo sabendo que levar Carlão era uma escolha que não fazia muito sentido, mas, naquele momento, perdi totalmente o controle. O desejo de vê-lo, de estar perto dele, me fez esquecer qualquer racionalidade.
……
(Mauro)
Cheguei a São Paulo exausto, e mal entrei em casa, caí na cama e simplesmente apaguei de cansaço. Não lembro exatamente quantas horas dormi, mas acordei no meio da madrugada, já na quinta-feira.
Ainda atordoado, decidi finalmente dar uma olhada nas minhas mensagens no WhatsApp. Mas antes de me perder nelas, liguei para Paola. Ela sempre foi compreensiva, mas pude perceber um leve tom de magoada em sua voz, por eu ter viajado sem ela. Ela mesma me disse que não poderia ir, devido ao trabalho.
Eu confesso que, ao ouvir sua voz do outro lado da tela, uma sensação de alívio me tomou. A conversa era como um refúgio, uma pausa do turbilhão que minha cabeça ainda estava tentando processar. Paola sempre soube como me provocar, como fazer minha mente se perder nos detalhes. Ela se mostrava um pouco provocante, exibindo partes de seu corpo com uma lentidão que fazia meu coração bater mais rápido. Eu a olhava na tela, sem conseguir evitar o sorriso bobo que se formava no meu rosto, como um adolescente.
Durante nossa conversa descontraída, acabei mencionando Sandra e como foi nossa interação durante a viagem. Paola, com uma maturidade impressionante, me respondeu de maneira tranquila, dizendo que não sentia ciúmes, mas que, com o tempo, esperava algo semelhante de mim, um tratamento recíproco. Sua resposta me surpreendeu, e eu ri, de verdade, aliviado por não haver qualquer confronto ali. Era como se, no meio de toda a confusão, ela fosse a minha ancoragem.
O clima ficou mais leve por um tempo, mas então, Paola fez um pedido inesperado.
— Mauro, lembra do Henrique, nosso antigo amigo do condomínio? Ele vai fazer aniversário, e eu quero que você vá comigo — disse, com uma empolgação contida, como se estivesse segurando uma surpresa que ainda não se podia revelar completamente.
Naquele instante, uma onda de ciúmes me invadiu. E eu sabia que era irracional, dado tudo o que havia acontecido antes. Porém, quando ela continuou a falar, meu corpo estremeceu, e eu fiquei paralisado por um segundo.
— Tem só um problema... Ele é amigo da prima da sua... namoradinha, e a festa vai ser lá, na casa dela.
Fiquei em silêncio por um longo tempo, o conflito interno correndo como um turbilhão. Pensamentos e sentimentos contraditórios me bombardearam. Eu sabia que não poderia continuar me prendendo àquela "Japinha".
Sabia que tinha que deixar esse ciclo para trás, mas a ideia de ver Paola ao lado de outro homem me incomodava mais do que eu queria admitir.
Depois de um bom tempo em silêncio, respirei fundo e respondi:
— Sem problemas... Vou, mas apenas se, durante a festa, você for minha namoradinha.
Paola riu com a minha resposta, e a sensação de leveza voltou a invadir meu peito.
— Já te avisei para pensar bem... Depois que te conquistar, não quero reclamação — ela disparou, a voz cheia de um tom de desafio que me fez sorrir.
Continua….
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