Cláudia chegou para morar contigo e com Sofia numa noite de outono.
A mudança foi repentina; ela precisava de um lugar para ficar enquanto reorganizava sua vida após um término. De início, foste compreensivo, afinal, era família.
Cláudia era uma mulher de aparência arrebatadora, com olhos escuros e enigmáticos que pareciam ler teus pensamentos mais secretos. Ela tinha cabelos castanhos e lisos, que caíam até os ombros, e uma pele clara que contrastava com seu visual quase sempre elegante, ainda que carregasse um ar de desapego. Sua presença dominava os espaços, uma aura de autoridade inegável emanava dela. Mas havia algo mais, algo que parecia se intensificar a cada instante que ela estava por perto.
Não demorou muito para que o ambiente da casa começasse a mudar. Cláudia trazia consigo um misto de perfumes e aromas que pareciam se entranhar nos móveis, nas cortinas e, de forma peculiar, no teu próprio ser.
Era difícil de explicar, mas algo nela despertava em ti um desconforto familiar e, ao mesmo tempo, irresistível. E logo, notaste que o cheiro dos seus sapatos, dos seus pés e das collants que ela deixava estrategicamente espalhados pela casa era quase... hipnotizante.
Cláudia usava o perfume agridoce do seu próprio corpo como uma espécie de ímã. Com o tempo, percebeste que aquele cheiro não era um descuido dela, mas sim parte de um jogo, uma ferramenta de controle. Ela sabia que isso te afetava, e como te afetava! Ela podia até sentir teu desconforto e tua confusão quando encontravas algum dos seus sapatos ou collants deixados casualmente, exalando aquele aroma embriagador.
A partir de então, Cláudia começou a exercer um domínio sutil, quase invisível, sobre ti. No início, eram apenas pequenos pedidos. "Nuno, será que podes levar essas malas para o meu quarto?" ou "Nuno, podias preparar o jantar hoje, estou tão exausta..." Mas havia algo na forma como ela falava, um tom que não admitia negativas, um olhar que te desarmava. O aroma dela parecia pairar no ar, e quanto mais obedecias, mais percebias que estavas caindo num tipo de armadilha.
Com o tempo, as pequenas ordens se tornaram exigências. Cláudia não hesitava em te observar com um sorriso enigmático enquanto removia os sapatos, colocando os pés relaxadamente sobre a mesa de centro, deixando aquele odor encher a sala. Tu notavas que o ambiente ficava carregado com uma aura de submissão e autoridade. Sofia, sem perceber o poder que Cláudia exercia, parecia simplesmente confortável com a presença da irmã, enquanto tu te tornavas cada vez mais vulnerável e exposto.
Cláudia passou a te manipular de forma mais aberta e cruel, sugerindo, quase como quem brinca, que a casa ficaria melhor se tu tomasses conta das tarefas. Tu obedecias sem questionar, não porque querias, mas porque o cheiro, a presença dela, parecia estar sempre a controlar tua mente, nublando teu julgamento.
Certo dia, Sofia saiu para uma viagem de trabalho, deixando-te sozinho com Cláudia pela primeira vez.
A casa parecia se transformar em território dela. Ela se apropriou da sala de estar, espalhando suas coisas como se fosse a dona do lugar.
Seus sapatos de salto, as collants penduradas pela casa, as peças de roupa jogadas pelos cantos. Era impossível ignorar a presença dela.
Naquela noite, Cláudia apareceu na sala com um robe curto de seda, que deixava à mostra suas pernas esguias, cobertas por um par de collants escuras. Ela se aproximou de ti, cruzando as pernas de forma casual, mas tu percebias que aquilo era mais um jogo de poder, uma provocação.
Ela estendeu uma das pernas em tua direção e comentou, com um sorriso irônico:
"Sabes, Nuno, tenho percebido o quanto tens sido prestativo comigo. É como se ficasse feliz em me servir. Eu gosto disso. Gosto de te ver assim, obediente."
...continua...