A Colega de Quarto da Minha Melhor Amiga
Era o começo do verão, e eu mal podia conter minha empolgação. Minha melhor amiga, Clara, havia me convidado para uma viagem de férias em uma casa de praia que ela dividia com sua colega de quarto da faculdade, Camila. Eu nunca tinha conhecido Camila antes, mas Clara sempre mencionava como ela era divertida, descontraída e "muito gente boa".
Assim que cheguei, fui recebida com abraços calorosos e uma visão deslumbrante do oceano. A casa era aconchegante, com uma varanda de frente para o mar e uma piscina que parecia saída de um comercial de luxo. Clara me apresentou a Camila, que me cumprimentou com um sorriso largo e uma confiança que parecia iluminar o ambiente.
Camila tinha algo que eu não conseguia ignorar: cabelos longos e cacheados que desciam por seus ombros, um bronzeado impecável e um charme natural que me deixou ligeiramente desconcertada. Eu me forcei a manter a compostura, lembrando que ela era apenas a colega de quarto da minha melhor amiga.
Naquela noite, depois de um jantar delicioso e algumas taças de vinho, decidimos relaxar à beira da piscina. Clara estava exausta da viagem e foi dormir cedo, deixando-me sozinha com Camila.
— Então, você gosta de viajar? — ela perguntou, enquanto brincava com os dedos na água da piscina.
— Amo, mas não faço isso com frequência. E você? — respondi, tentando soar casual, mesmo com o coração acelerado pela proximidade dela.
— Eu vivo para explorar novos lugares. Mas, às vezes, as melhores aventuras estão bem na nossa frente, você não acha? — ela disse, olhando diretamente nos meus olhos.
A intensidade do olhar dela me pegou de surpresa. Desviei o olhar para o mar, mas meu coração já estava a mil. Conversamos até tarde, e quanto mais falávamos, mais eu percebia que havia algo irresistível em Camila. Ela era espirituosa, perspicaz e... perigosamente encantadora.
Nos dias seguintes, Clara estava sempre ocupada com mensagens do trabalho ou cochilando à tarde, o que nos deixava muito tempo sozinhas. Entre passeios pela praia, risadas na piscina e conversas longas sobre a vida, comecei a sentir que havia algo mais acontecendo. Era o jeito como Camila às vezes tocava meu braço casualmente ou o modo como seu sorriso parecia prolongar-se quando nossos olhares se cruzavam.
Na terceira noite, depois que Clara novamente foi dormir cedo, Camila sugeriu que fôssemos dar um mergulho na piscina sob a luz da lua. Eu hesitei por um momento, mas a ideia de estar sozinha com ela me parecia irresistível.
Enquanto mergulhávamos na água morna, senti sua presença mais próxima do que nunca. Nossos olhares se encontraram, e o silêncio entre nós era palpável. Então, sem aviso, Camila se aproximou e perguntou:
— Alguma vez você já fez algo que sabia que não deveria, mas simplesmente não conseguiu evitar?
Eu mal conseguia respirar. Antes que pudesse responder, ela estava ainda mais perto, e o toque de seus dedos na minha pele enviou uma onda de calor pelo meu corpo.
— Camila, eu... — comecei, mas as palavras ficaram presas na minha garganta.
— Shh... — ela murmurou, colocando um dedo suavemente nos meus lábios. — Não diga nada.
E então ela me beijou. Foi um beijo intenso, cheio de paixão e desejo contido. Tudo ao nosso redor parecia desaparecer. Quando finalmente nos afastamos, ambas estávamos ofegantes, e o brilho em seus olhos me dizia que nada seria como antes.
Naquela noite, no quarto ao lado do de Clara, compartilhamos mais do que palavras e olhares. Cada toque, cada suspiro e cada instante parecia um segredo entre nós, algo proibido, mas impossível de resistir.
Na manhã seguinte, enquanto Clara preparava o café, Camila e eu trocávamos olhares furtivos e sorrisos discretos. Sabíamos que o que havia acontecido era arriscado, mas não podíamos negar o que sentíamos.
A viagem terminou, mas as memórias daqueles dias ficaram gravadas na minha mente. Camila e eu nunca conversamos abertamente sobre o que aconteceu, mas nossos olhares sempre falavam mais do que as palavras poderiam dizer.
Alguns segredos são assim: intensos, inesquecíveis e destinados a serem guardados no coração.