Personagens do Signo:
ANA LÚCIA (https://postimg.cc/jLf2nD9x)
Outros Personagens:
CÉSAR (https://postimg.cc/c626JRFk)
Características Signo: Justo, Indeciso, Empático, Harmônico, Equilibrado
Elemento: Ar (Mental)
Continuando ...
[ADOLFO (POV)]
Eu não podia crer no que os meus olhos estavam vendo. Só podia ser um outro pesadelo.
Diana – Como você pôde? – Falou Diana com lágrimas nos olhos.
Eu tentava me levantar, mas Agatha estava em cima de mim e pra piorar, estava nua ... Ela acordou assustada e rapidamente puxou o lençol, cobrindo a sua nudez. E tudo só piorava ... cada vez mais, pois ela estava com o rosto virado pra parede e ao fazer esse movimento para se cobrir, ficou visível que havia porra em seu seio e pescoço e que, provavelmente, era minha.
Diana – ADOOOOLFOOO!!! NÃO TÔ ACREDITANDO QUE VOCÊ ME TRAIU DE NOVO!!! – Esbravejou Diana, que chegou a pegar um porta retrato pra arremessar na minha cabeça, eu acho.
Eu estava com uma puta de uma ressaca e minha cabeça doía ... O que está acontecendo? Eu bebi tanto que não estava conseguindo me lembrar direito de como eu cheguei naquele ponto. Com aquela gritaria, minha filha Suzy apareceu na porta do quarto, segurando o braço da mãe a tempo de segurar o porta retrato, fazendo com que ele caísse no chão e se quebrasse.
Quando ela percebeu o que estava acontecendo, foi pra cima da Agatha com tanta raiva, que eu nem reconheci minha filha. Nem nos torneios em que ela participava, eu a vi com tanta raiva. Ela subiu em cima da minha cama e pegou Agatha pelos cabelos, dando um soco em seu peito, fazendo-a cair no chão.
Diana – MINHA FILHA!!! – Gritou Diana, segurando Suzy, pra que ela não batesse novamente em Agatha.
Suzy – Eu sabia que essa putinha estava aprontando! Eu devia ter vindo dormir com o meu pai.
Agatha – Eu não tive culpa! Ele estava caído no chão da cozinha e eu tentei ajudá-lo ...
Diana – Estou vendo a ajuda que você deu ... estou vendo, no seu seio e no seu pescoço!
Suzy – EU VOU TE MATAR!!! SUA PIRANHA!!! – Gritou minha filha, querendo ir pra cima da outra.
Eu ainda estava tentando me recompor e consegui me levantar pra tentar impedir que alguma coisa pior acontecesse. Assim que eu dei dois passos pra fora da cama, vomitei no chão.
Diana, apesar de tudo, veio me ajudar. Deve ter sido puro instinto, mas ao fazer isso, soltou Suzy que aproveitou a oportunidade e pegou Agatha pelos cabelos novamente e saiu puxando-a para fora do quarto.
Diana me largou e foi ajudar a garota. Para nossa sorte e pra dela também, Giulia apareceu no quarto meio assustada e vendo a confusão que estava acontecendo, tratou logo de separar as duas.
Suzy – Me solta, mãe! Me solta! Eu vou acabar com essa patricinha piriguete.
Eu só escutava os gritos, porque ainda estava caído no chão, de quatro, tentando me levantar e entender todo esse caos.
Agatha – Eu não tive culpa! Foi ele que me agarrou ... – Vociferou a namorada de Ariano.
Nessa hora, Diana, Giulia e Suzy olharam pra mim e a cara de decepção da minha esposa e da minha filha estavam estampadas. Eu tentei falar alguma coisa, mas acabei gaguejando, complicando ainda mais a minha situação.
Diana – Eu não tô acreditando nisso! – Resmungou minha esposa, saindo do quarto e batendo a porta com força.
Suzy – O que você fez, pai? O que você fez? – Disse minha filha chorando, caindo ao chão sem forças e totalmente devastada pelo que Agatha falou.
Adolfo – Eu não sei, filha! Eu não sei ...
Giulia – Vem, Agatha! Vamos sair daqui! Eu vou ligar pra minha mãe e chamar um Uber pra gente.
Agatha – Tá bem ... – Disse Agatha, quase choramingando.
Eu me levantei novamente, me escorando na parede pra conseguir ficar em pé. Eu estava muito mal e fui em direção ao banheiro da suíte.
Agatha – Sr. Adolfo ... Eu te perdoo ... Sei que você estava bêbado e triste. Eu devia ter gritado ou pedido ajuda. – Disse Agatha, tentando explicar o inexplicável.
Suzy – SAI DAQUI!!! – Gritou minha filha expulsando as duas pra fora do quarto, fechando a porta em seguida.
Eu nada respondi e fui pro banheiro tomar um banho. Minha filha ainda tentou entrar pra me ajudar, pois ela viu que eu ainda não estava bem, mas eu disse que não queria falar com ninguém no momento.
Que merda foi essa? Eu vi aquela fedelha na cozinha e voltei pro meu quarto sozinho. Com certeza ela está mentindo e eu aposto que isso também era um plano do Ariano.
Eu tentava me recordar de como as coisas aconteceram e me lembrei que minha esposa tinha voltado ... ou será que ela não voltou? Acho que talvez aquilo tenha sido um sonho.
Suzy – Pai, tudo bem aí?
Adolfo – Tudo bem ...
Suzy – Está melhor?
Adolfo – Um pouco.
Suzy – Já que está melhor, então se prepara, porque você vai ter que me explicar exatamente o que aconteceu.
Fiquei calado, pois eu não tinha que dar satisfação pra minha filha. Era uma conversa de adultos e eu precisava muito conversar com Diana.
Suzy – Pai? Você me ouviu?
Adolfo – Ouvi.
Em seguida ouvi que a minha filha estava conversando com alguém. Na certa, era com a mãe ou com Giulia, mas não consegui identificar pois estavam falando baixinho.
Diana – Adolfo, estou indo embora ... Eu não quero nem olhar na sua cara. Agora acabou, de vez.
Saí correndo do banho e me enrolei na toalha, quase caindo novamente.
Adolfo – Espera, Diana! Eu já estou saindo ...
Abri a porta do banheiro e vi minha esposa abraçada com a minha filha e eu enrolado na toalha. Pedi um minuto pra tentar me explicar, mas naquele momento, definitivamente, não era o “meu dia”.
Diana – Isso no seu peito é uma marca de chupão? – Falou minha esposa, apontando o dedo pro meu peito.
Adolfo – O que? Onde?
Suzy – Pai, me diz que isso não é verdade. Você realmente comeu aquela putinha?
Diana – Suzy!!! – Ralhou a mãe dela.
Suzy – Que se foda, mãe! Putinha, sim!!!
Diana – Filha, eu não quero ouvir você falando essas coisas.
Suzy – Desculpa, mãe, mas ela ... ela ...
Diana – Basta, filha!!! Adolfo, estou esperando ... Já que você quer falar, eu vou te dar essa oportunidade. Vai ser a última vez que eu vou escutar a sua voz ... Pelo menos durante um bom tempo ...
Adolfo – Eu preciso de um café bem forte. Está tudo rodando ainda, mas eu vou tentar.
Me sentei na cama e peguei meu celular.
Adolfo – Diana, a culpa disso tudo é sua, que ...
Diana – Vai tomar no seu cu! Vai ... tomar ... no ... seu ... cu! Você comendo uma ninfeta e a culpa é minha? Pra mim, já chega – Falou minha esposa, indo na direção da porta, mas eu segurei-a pelo braço.
Adolfo – Fica aí! Você vai me escutar.
Ela tentou se soltar e minha filha se pôs a acalmar os ânimos.
Adolfo – Eu posso até estar errado, porque eu não me lembro de nada do que aconteceu aqui no quarto, mas eu lembro de ter visto você, santinha do pau oco, levando vara no cu daquele bilionário filho da puta!
Diana – Como é? Você está maluco?
Adolfo – Eu te vi sim, sua safada ... Eu te vi naquele lugar de luxuria ... Vi aquela suruba que você foi ...
Suzy – Mãe!!!
Diana – Você enlouqueceu, Adolfo.
Adolfo – Você mesmo me disse que iria fazer isso ... que iria pra farra e dar muito, pra se vingar na mesma moeda e que depois voltaria pra mim, pra eu sentir na pele o que tinha feito pra você.
Suzy – Isso é verdade, mãe?
Diana – Lógico que não.
Adolfo – Para de ser sonsa ... Eu vou te mostrar... Você mandou várias mensagens e áudios pra mim. Mandou até vídeos. Tenho tudo aqui na conversa ...
Dei meu celular pra ela ver e as duas foram verificar as mensagens no WhatsApp e olharam pra mim com uma cara enigmática.
Adolfo – Tá vendo? Tá tudo aí.
Diana – Não tem nada aqui, Adolfo. Nossa última conversa foi antes de eu ir pra festa.
Adolfo – O que? Impossível! Foram essas mensagens e áudios e vídeos, que me fizeram ficar com raiva e beber até esquecer. Me deixa eu ver isso aqui.
Suzy – Pai, o senhor já estava bebendo desde cedo ...
Ignorei a minha filha e peguei o celular das mãos da mãe dela e não tinha nada. Fui à galeria procurar os áudios e vídeos e não tinha nada. Fui à lixeira, e nada.
Adolfo – Não pode ser ... Aquela fedelha deve ter apagado tudo, a mando daquele desgraçado. Me deixa eu ver o seu celular.
Diana – Eu não mandei nada pra você ... Eu nem fiquei com meu celular na festa. Todos os convidados deixaram os celulares na entrada.
Adolfo – ME DÁ O SEU CELULAR, PORRA! – Gritei, fora de controle com ela, que me olhou assustada.
Diana – Filha, pega a minha bolsa, fazendo um favor. – Falou Diana, calmamente, num tom baixo, tentando mostrar segurança, talvez...
Minha filha parecia estar em choque, provavelmente porque eu gritei com a mãe dela e eu não sou de fazer isso.
Adolfo – Vai, Suzy! Pegue a bolsa da sua mãe.
Ela saiu do quarto em disparada.
Diana – Que papelão, Adolfo! Você está errado e ainda fica gritando comigo! Quem é você?
Eu baixei a cabeça e senti uma pequena vertigem, mas consegui me controlar, no mesmo instante que Suzy voltava com o celular.
Ela entregou pra mãe, mas eu tomei da mão dela...
Adolfo – Muito esperta, mas eu não vou deixar você mexer antes que eu verifique.
Ela estava visivelmente contrariada e eu comecei a fuçar tudo, mas pro meu azar não encontrei nada. Será que foi um sonho? Será que eu bebi demais e fantasiei tudo? Será que ela apagou antes de chegar aqui?
Diana – Adolfo, eu vou me embora ... Vou procurar um advogado pra tratar do nosso divórcio. Você pode ficar com essa casa, que no momento, eu só tenho péssimas recordações.
Adolfo – Diana, você não vê que isso tudo foi armado? Aquele filho da puta está por trás de tudo! Ele pegou seu celular e me mandou as coisas.
Diana – Você precisa se tratar, Adolfo! Já falei diversas vezes pra você maneirar na bebida.
Adolfo – Ele apagou tudo do seu celular e a putinha mirim apagou tudo do meu. Só pode ser isso!
Diana – Pra mim chega ... Você está inventando uma história maluca, em vez de enxergar o óbvio. Você bebeu e fez merda de novo.
Adolfo – Diana, eu ... Eu não sei o que houve, mas eu vi as mensagens ... Eu ouvi o áudio, Diana ... Eu não estou louco! Eu não estava bêbado.
Diana – E pensar que eu iria te dar mais uma chance – Falou Diana chorando.
Minha filha abraçou a mãe e as duas foram em direção da porta e eu fiquei ali sentado na cama tentando entender a confusão que eu tinha feito.
Adolfo – Eu sei o que eu ouvi ... Era uma voz de mulher falando pra botar tudo na boca e em seguida você falava que não dava, porque era muito grande ... – Disse resmungando e falando pra mim mesmo. – E tinha um corredor cheio de pintos também ... Não pode ter sido um sonho ... Eu sei que aconteceu ... Não é invenção ... Eu sei que aconteceu ... Tenho certeza.
Percebi que Diana deu uma parada na porta e olhou pra mim com lágrimas nos olhos, mas eu não estava mais em condições de fazer nada. Acabei me deitando e cochilei durante meia hora e quando acordei, achei que tudo tinha sido só mais um pesadelo, mas notei que eu ainda estava de toalha e conclui que, infelizmente, tudo tinha sido real.
Coloquei uma roupa qualquer e fui procurar algo pra comer. Fui até a cozinha e estava tudo muito silencioso. Chamei minha filha e depois meu filho, mas ninguém respondeu. Eu estava sozinho.
Peguei um biscoito pra comer e fui fazer café. Voltei pro quarto e peguei meu celular pra ver se tinha algum contato dos meus filhos, mas não havia nada. Sei que Diana não iria me responder se eu mandasse qualquer mensagem, então mandei pros meus filhos, mas não obtive sucesso.
Bateu um desespero e eu precisava falar com alguém, mas não sabia quem. Me lembrei que eu tinha anotado no celular os números de Babi e da Giulia e resolvi mandar uma mensagem a elas:
“Babi, aqui é o Adolfo. Provavelmente você já deve estar sabendo o que aconteceu. Eu até agora não entendi o que houve, mas agora nada mais importa. Avise ao Ariano, que isso não vai ficar assim. Ele pode ter conseguido me separar da Diana, mas ele nunca a terá”.
Mandei uma mensagem pra Giulia:
“Giulia, não sei como posso explicar, mas eu não tive nada com aquela garota. De alguma forma, armaram pra mim ... Sei que é difícil acreditar, mas é a verdade. Me avise se você tiver alguma notícia da minha família. Estou sozinho aqui”.
Voltei pra cozinha pra tomar o café, mas não desceu bem. Eu já estava pensando em ligar pra minha filha, quando meu celular apitou com notificação de mensagens de voz.
Giulia – Oi, tio. Não sei de muita coisa, mas a sua esposa ficou esperando a minha mãe me buscar de Uber. Eu e Agatha viemos embora e ela veio chorando durante todo o trajeto. Antes de entrar no carro, acho que ouvi a Suzy dizer que iria passar alguns dias com a mãe, mas posso estar enganada.
Enquanto eu ouvia, outra mensagem chegou.
Babi – Porra, Adolfo! O que você fez? O Ariano está puto contigo! Disse que quer ir à Delegacia de Mulheres levar a Agatha e fazer um BO contra você. Puta que o pariu! Depois eu falo contigo, quando der. Ariano está muito nervoso e está dando esporro em todo mundo. Bjs.
Caralho! O que foi que eu fiz? Não pode ser ... Eu jamais faria isso com uma garota que tem idade pra ser a minha filha ... Me recuso a acreditar nisso.
O que eu faço?
Fiquei andando de um lado pro outro, pensando no que fazer, mas era difícil raciocinar direito. Eu poderia ir até o prédio onde Diana está morando, mas só iria piorar as coisas, ainda mais. Olhei pro armário e vi uma garrafa de Ballantine’s que eu havia ganho de um cliente e resolvi tomar apenas uma dose.
Eu precisava criar coragem pra tomar uma atitude e bebi outra dose, mas não foi suficiente e decidi tomar mais uma. Foi quando recebi uma outra notificação de mensagem e vi que era de um número desconhecido. Coloquei o vídeo pra carregar e não acreditei quando vi que era o Ariano.
Ariano – A minha vontade era de ir à sua casa e te dar uma surra. Essa semana vou levar Agatha no ginecologista, pra ver se ela ainda é virgem. Se ela não for ... Nem sei o que eu faço contigo. Você perdeu, cara! Aceita, que dói menos! Não adianta querer descontar sua frustração em minhas outras mulheres. Isso eu não vou permitir!
Após o vídeo, recebi mais duas imagens. Eram duas fotos de Agatha com o olho meio roxo. E depois mais uma mensagem, só que de áudio.
Ariano – É o seguinte ... Já que você quer bancar o valentão, terei que tomar uma atitude mais drástica contigo. Está vendo essas fotos? Então ... Já estou sabendo que a Diana vai pedir o divórcio e se você dificultar o lado dela, eu irei na Delegacia de Mulheres fazer um BO contra você e a sua filha. Vai ter acusação de assédio, estupro, lesão corporal e favorecimento de uso de drogas lícitas para uma menor. Estamos entendidos?
E pra finalizar mais um áudio:
Ariano – Daqui há alguns dias, você vai receber uma visita. Eu espero que você trate muito bem a minha esposa e enquanto isso eu terei o prazer de consolar a Diana. Adeus, perdedor.
A minha vontade era de tacar esse celular na cabeça dele, mas alguns segundos depois, acabei descontando a raiva na garrafa de Ballantine’s. Bebi mais duas doses e me sentei no sofá da sala.
Liguei a TV, só pra ter algum barulho na casa e não me sentir tão sozinho e fiquei pensando no que eu poderia fazer. Eu queria tanto falar com minha filha, que o universo resolveu realizar o meu desejo, porque cinco minutos depois o meu celular tocou. Era ela, numa chamada de vídeo.
Suzy – Pai, tudo bem aí?
Adolfo – Tudo sim. Filha, você tem que acreditar em mim ... Eu não fiz nada, mas eu não sei como explicar porque não me lembro de nada.
Suzy – Pai, seria melhor se você admitisse o que fez, mas entendo que não queira falar. Eu estou com muita raiva de tudo. Estou com raiva de você, da puta-mirim e até de mim por ter feito o que eu fiz. Eu vou ficar uns dias aqui com a mamãe e o Jonathan também vai ficar.
Adolfo – Filha, isso não é justo ...
Suzy – Pode até não ser, mas eu estou com muita raiva e não quero ficar contigo no momento. A mamãe não para de chorar e eu quero ficar com ela. Quando a minha raiva passar, eu volto pra casa.
Adolfo – Eu quero falar com a sua mãe.
Suzy – Nem ela e nem o Jonathan querem falar contigo.
Adolfo – É só com você mesmo que eu posso contar.
Suzy – Na verdade ... eu também não queria, mas eu perdi naquele jogo do palitinho.
Adolfo – Entendi. Se vocês querem assim, tudo bem.
Nos despedimos e aí sim eu me senti muito mal. Me senti sozinho e a minha única companhia era a garrafa de Ballantine’s que depois de algumas horas, resolveu me abandonar também, ficando vazia.
Passei o resto do dia tentando me lembrar, mas nada me vinha na cabeça. A única coisa que me lembrei, foi dar print na mensagem do Ariano, salvar as fotos e o vídeo e armazenar na nuvem e num pendrive.
No dia seguinte, não fui trabalhar. Avisei meu amigo César e resumi a situação, mais ou menos:
César – Caralho, Adolfo! Que loucura!
Adolfo – Não sei o que eu faço ... Estou sem saída, meu amigo.
César – Vamos sair pra conversar. Não acho legal você ficar sozinho nesse momento.
Adolfo – Valeu ... Hoje vou ficar por aqui, mas agradeço a companhia. Se quiser passar aqui ...
César – Vou passar. Só vou dar uma adiantada em alguns projetos e passo aí pra gente conversar.
Falamos mais uns dez minutos e nos despedimos. Fui até o escritório rever algumas pendências de projetos, mas eu estava sem cabeça pra fazer qualquer coisa. Eu bem que tentei, mas não deu.
Fiquei enrolando e pensando na Diana. Por várias vezes peguei o celular pra mandar uma mensagem, mas eu acabava desistindo. As horas foram se arrastando, até que o interfone tocou e o porteiro anunciou que era o meu amigo César. Ele me conhecia tão bem que me trouxe uns saquinhos de amendoim, dois vidros de azeitona e um salame. Eu achei que faltou algo.
Adolfo – César, faltou só o combustível! A gente vai ficar beliscando isso aqui com o que?
César – Tu tá é doido, né? Acabou de se meter em confusão porque encheu a cara e quer beber mais?
Adolfo – Que eu saiba, só tenho um pai e ele não se chama: César. Qual é? Vai ficar me tratando como criança?
César – Não! Sou teu amigo e estou aqui pra te ajudar a melhorar e não pra te ajudar a encher a cara.
Adolfo – Mas saiba que no momento, eu estou precisando é encher a cara mesmo ...
César – Tem algum refrigerante aí, pra gente beber?
Adolfo – Além de não trazer bebida, ainda quer me fazer tomar veneno? Que porra de amigo, você é? – Falei sorrindo pra ele, que imediatamente riu do que eu disse.
César – Outro dia a gente sai pra beber ... Hoje a gente vai dar uma descansada e você vai me contar melhor o que aconteceu, porque por telefone não deu pra entender direito.
Além do que ele trouxe, peguei um provolone, refrigerante, suco de uva e então voltamos pra sala e ficamos conversando e petiscando.
Contei toda a história pra ele, dessa vez com detalhes, ou pelo menos os detalhes que eu lembrava e ele ficou indignado, me falando um monte, dizendo que eu fui muito irresponsável.
César era um amigo de longa data e eu o considerava muito, tanto que abrimos uma empresa em parceria. Diana também o conhecia e gostava dele. Ele estava divorciado há uns 3 anos e tinha um filho pequeno, que morava com a ex. O motivo da separação foi infidelidade também, mas quem tomou os chifres foi ele.
A ex, era extremamente ambiciosa e acabou tendo um caso com o próprio chefe. Foi um escândalo. Quem descobriu foi um outro amigo nosso, que não era tão amigo assim.
O Antônio, ou Tony, como a gente o chamava, arrumou o emprego pra Danielle, ex do César. O que a gente não sabia, é que o Tony era um talarico, porque já estava de olho nela, fazia tempo, e um dos motivos pra arrumar o emprego era pra transar com ela.
Eles trabalhavam num telemarketing e Tony era supervisor dela, e ficou fazendo promessas de que ela iria subir rápido na empresa se ficasse com ele. O problema é que outro, mais graúdo que ele, passou a perna e pegou a Dani. Tony ficou sabendo e como não conseguiu transar com ela, dedurou os amantes, se dizendo muito preocupado com o amigo e que não admitia que um amigo fosse feito de otário, sendo corno.
Num primeiro momento, ele foi o herói, mas depois que a merda foi pro ventilador, Dani contou o que o nosso “amigo” fez e o César quase matou o safado. Ele teve que mudar de filial e a Dani meio que assumiu a posição dele e oficializou o namoro com o chefe, que acabou se separando da esposa.
César, desde então, não quis saber mais de relacionamentos e fica de galinhagem por aí. Será que esse será o meu futuro? Ele até já me convidou pra sair, mas eu disse que não era a hora e que eu não tinha desistido da Diana ainda.
Ficamos a tarde inteira conversando e bebendo. Relembrando de várias coisas que aconteceram. Ele me contou dos vários casos que teve após a sua separação, inclusive com a Tati, amiga da Diana.
Adolfo – Sério mesmo, que você comeu a Tati?
César – Porra, Dodô, pra que eu iria mentir?
Adolfo – Sei lá ... tem gente que acaba aumentando ou inventando historia.
César – Não tenho necessidade disso ... Comi e não foi só uma vez! Fiz serviço completo ... Barba, cabelo e bigode. – Disse o meu amigo rindo, cheio de orgulho.
Eu fiquei calado na minha, bebericando e César vendo que eu não falei nada, continuou:
César – Cara, a gente já é amigo há tanto tempo ... Mais de 20 anos, né?
Adolfo – Uns 23 eu acho ...
César – Antes da Diana, pelo que eu me lembro, você teve só uma namorada.
Adolfo – A Nina!
César – Isso ... Nina ... E teve umas ficantes também ...
Adolfo – Algumas, mas não transei com todas. Sendo sincero contigo, eu não consegui comer a Nina, mas eu comi a Roberta.
César – A Roberta era muito gostosa. Como será que ela deve estar hoje?
Adolfo – Não faço ideia ...
César – Mas o que eu queria falar era sobre a Tati ... Mermão, tu nunca pegaste uma mulata ... Vai por mim ... É a cor do pecado. Mulata mete pra caralho. Já saí com duas, além da Tati.
Adolfo – Caralho, César! Vê como fala. Se alguém te ouve falando estas besteiras, vão te chamar de racista.
César – Cara, tô te falando ... Mulata é quente ... Das três que eu saí, todas me deram canseira ... A Tati então ... – Disse o meu amigo, quase babando na mesa e fazendo caras e bocas ... – Ela é foda! Tu já a viu de biquíni ... e com certeza viu o tamanho daquela raba.
Adolfo – Que isso, César! Nem reparei ... – Falei de um jeito bem sacana, dando a entender que eu vi.
César – Malandrão!!! Deve ter visto várias vezes.
Adolfo – Eu vi, mas olhei com respeito. Ela é a melhor amiga da minha esposa e eu sempre evitei olhar de outra forma, por respeito às duas.
César – Cara, a Tati é muito gostosa, viu ... Peitão bem firme ainda, igual de novinha, rabão empinado e duro de academia, coxas grossas e uma cinturinha que quando a gente segura, da quase pra abraçar.
Adolfo – Caralho, César! Pega leve aí, viado!!! Já falei que ela é a melhor amiga da minha esposa.
César – Tá bom! Vamos encerrar esse assunto e vamos falar sobre essa ninfeta.
Adolfo – O que você quer saber?
César – Ela ficou dando em cima de você, ou você ficou azarando a menina?
Adolfo – Porra, César! Eu já disse que não! Quantas vezes vou ter que falar isso!
César – Mas você não fez, ou não se lembra que fez? Você me disse que já tinha bebido bastante.
Adolfo – Eu não fiz nada, César! Ela estava com a minha filha e com outra menina. Como eu iria fazer alguma coisa?
César – Sei lá ... As vezes ela interpretou alguma coisa diferente. Alguma gentileza que você fez e ela achou que você estava a fim ...
Adolfo – Eu não fiz nada. Eu estava bebendo e fiquei o tempo todo olhando o celular. Deixei as três interagindo entre si e o máximo que eu fiz foi perguntar qual sabor de pizza queriam, pedir pra abaixar o volume do filme que elas estavam vendo, porque tinha hora que o som aumentava pra dar susto. Tomei um, que quase me fez derrubar o copo no chão. Tô te falando, eu não fiz nada.
César – Mas a garota amanheceu com porra no peito e na barriga.
Adolfo – Ela que fez isso a mando daquele safado. Tenho certeza disso!
César – Uma garota da idade da sua filha ia fazer isso?
Adolfo – Você não entende, César. Essas esposas dele, são que nem robôs. Sei lá o que ele dá pra elas, ou o que ele faz com elas ... Só sei que é como se fosse Deus no céu e ele na Terra.
Ele ficou olhando pra mim, analisando tudo o que eu falava e eu fiquei me culpando, que eu não deveria ter aceitado a entrada dessas meninas aqui em casa. Na verdade, eu deveria ter insistido que Diana não fosse nessa festa, mas agora era tarde.
César – Cara, tudo parece muito surreal e ainda tem a parte da Diana despirocada na festa, liberando o ...
Olhei sério pra ele, que na mesma hora parou de falar o que eu imaginava ser cu, toba, furico ou qualquer outro sinônimo.
César – A Diana não faria isso ... Se tem uma pessoa que eu sou capaz de botar a minha mão no fogo é ela.
Adolfo – Eu não sei como ele conseguiu comer a Diana, mas ele fez alguma coisa nela. Algum vudu, macumba ou sei lá o que ...
César – Mas ela negou tudo.
Adolfo – Lógico que negou. A Suzy estava ali com a gente. Você acha que ela iria confessar, ainda mais na frente da filha? Hipócrita! Isso que ela é.
César – E se você por acaso, sonhou com isso tudo? Você mesmo disse que sonhou em algum momento.
Adolfo – Meu amigo, eu sei diferenciar um sonho da realidade. Você por acaso acha que eu sou dodói da cabeça? Porra! Você me conhece há anos!
César – Por isso mesmo! Eu acho essa história surreal, mas alguma coisa tem aí. Parece que tem alguma coisa faltando nessa história.
Adolfo – Eu tô falando, César! Foi tudo armado! Igual quando aconteceu com a Helena e a amiga dela! Eu caí que nem um patinho e parece que eu caí de novo. Que burrice a minha.
César – Eu me lembro muito bem da Helena e da confusão que foi. Saiu até nos jornais e eu nunca poderia imaginar que ela era capaz de fazer as coisas que fez.
Adolfo – Foi muito pesado! Até com agenciamento e prostituição ela estava envolvida.
César – E ela usava drogas também. Me lembro muito bem, que ela usava drogas pra estimular ...
Adolfo – Aí já é demais, César. Isso nunca foi comprovado e mesmo assim ... eu sou como se fosse da família. Ela era prima da Diana e a gente se conhece desde a adolescência, por aí ...
César – Mas pelo que você me disse, você ficou meio abilolado na hora.
Adolfo – Cara, a Helena não precisava usar drogas ... Você a conheceu e cá pra nós ... Ela foi uma das mulheres mais lindas e gostosas que a gente já viu e ainda era sedutora.
César – Nisso, você tem razão! Ela era muito gostosa mesmo.
Adolfo – Ela era perfeita! Tudo bem que foi devido a vários procedimentos estéticos. O silicone, foi ela que indicou o médico pra Diana fazer também.
César – A Diana me contou isso.
Adolfo – A Helena fez um monte de coisa no corpo. Até aquela parada de tirar gordura da barriga e botar na bunda. Me esqueci o nome ...
César – Realmente ela era foda!
Adolfo – Pra que ela iria precisar usar outras coisas pra conquistar um homem? Fui eu que vacilei mesmo ... Bebi um pouco a mais, sem comer nada antes e a minha vida foi ladeira à baixo.
César – E a Keyla?
Adolfo – Essa é outra safada, mas não chega aos pés da Helena.
César – Você sabe dela?
Adolfo – Sei lá ... Vai saber por onde ela anda?
César – Hummm ... Eu estive pensando aqui ...
Adolfo – No que?
César – Deixa pra lá ... Viagem minha ...
Ficamos em silêncio um tempo e acabamos mudando de assunto, falando sobre trabalho e aos poucos o assunto voltou pro tema de relacionamentos.
César – Na semana passada eu saí com uma mulher interessante, mas ela era da polícia. Olha a merda ...
Adolfo – Não entendi.
César – A gente tinha acabado de transar e ela já veio com um papo de que estava querendo constituir família e parar de usar esses aplicativos de relacionamento.
Adolfo – E você meteu o pé?
César – Meti o pé! Essas mulheres estão muito carentes. A gente mal se conheceu e ela já se apegou, querendo um relacionamento. Me desculpa, mas eu não estou a fim disso no momento. Talvez nunca ...
Adolfo – Cara, você tem que esquecer o passado! Aquela safada te traiu, mas nem toda mulher vai fazer isso. Tem que dar uma chance ...
César – Gato escaldado, meu amigo ... Não confio mais ... Melhor continuar assim e em time que tá ganhando de goleada, não se mexe, se não tá arriscado a tomar gol contra de novo.
Adolfo – Sei lá ... Você tem que seguir em frente ...
César – Você vai seguir em frente?
Adolfo – Lógico! Vou seguir em frente junto com a Diana.
César – Mas, e se isso não for mais possível?
Adolfo – Não tem “se”, meu amigo. O “se”, não é uma opção.
César – Meu amigo, a coisa tá braba ... Se ela arrumar outro ...
Adolfo – Porra, César!!! Vai tomar no cu, caralho!
Me levantei da cadeira e o mundo girou diante dos meus olhos.
César – Ôôôôôuuuu, calma aí, cara ... – Disse meu amigo, me segurando e me ajudando a ficar de pé. – Vou te levar para a cama ...
Adolfo – Tá me estranhando? Não mudei de time, não!
Meu amigo riu, mas imediatamente, se mostrando preocupado, me perguntou se estava tudo bem.
Adolfo – Eu tô bem ... Deve ter sido um probleminha de pressão ou labirintite. Se quiser pode ir embora ... Eu estou bem!
César – Nada disso!
Ele acabou me levando para a cama e eu acabei dormindo.
Acordei de madrugada assustado, pois tive um sonho erótico com a Tati e mais uma vez se tornou pesadelo, pois a Diana me flagrava com a amiga, enquanto eu socava o meu pau naquele rabo.
César, você é um filho da puta! Me senti mal e fui pro banheiro com cuidado, pois não estava bem. Acabei vomitando no chão do banheiro e por lá fiquei. Acordei dentro do box assustado, com água na minha cara e fiquei desesperado achando que eu estava me afogando.
Abri os olhos e vi meu pai e César olhando pra mim. O safado do meu amigo estava rindo, mas o meu pai me olhava com um olhar de reprovação, que eu me senti com 17 anos novamente, quando eu tive o meu primeiro porre.
Sr. Bandeira – Porra, moleque! Você quer matar a sua mãe do coração?
Adolfo – O que foi que eu fiz?
Sr. Bandeira – Você ainda pergunta? Toma um banho direito, que depois a gente vai conversar, mas antes você vai limpar essa merda, porque nem eu, nem o César, nem a sua mãe ou a Cleide vamos fazer isso ...
Meu pai saiu puto do banheiro, resmungando e me chamando de idiota, irresponsável e daí pra baixo.
Adolfo – César, o que foi que eu fiz?
César – Cara, nem eu sei te dizer. Eu te deixei na cama e fui embora. Fechei a porta do apartamento e passei a chave por debaixo da porta.
Adolfo – E por que o meu pai tá puto comigo? Será que ele já tá sabendo que eu fiz merda com a Diana?
César – Não sei, mas acho que você fez merda com a Cleide.
Eu estava me ensaboando e até parei pra olhar pra ele.
César – Não adianta me olhar com essa cara, não! Eu não sei de nada ... Seu pai me ligou desesperado, dizendo que você tava caído no banheiro, todo vomitado e parecia até que estava morto.
Adolfo – E a Cleide? Onde ela entra nessa história?
Ele começou a rir, me deixando mais nervoso ainda e eu insisti na pergunta.
Continua ...