Trancado numa gaiola de castidade pela ex

Da série A Chave
Um conto erótico de Domy
Categoria: Heterossexual
Contém 2156 palavras
Data: 01/12/2024 11:09:08
Última revisão: 15/12/2024 13:54:56

A Chave - Parte 1

O quarto estava mergulhado em penumbra quando Amanda se levantou da cama, um sorriso quase maligno nos lábios. A luz difusa que entrava pela janela realçava sua silhueta esbelta enquanto ela se movia pelo ambiente com a graciosidade de uma dançarina. Seus cabelos dourados refletiam o brilho tênue do luar, criando um halo etéreo ao seu redor. O perfume dela pairava no ar como uma lembrança sensual do que acontecera minutos antes, quando ela o seduziu com beijos e carícias friamente calculadas, fazendo-o baixar todas as suas defesas.

Ricardo tentou se mover, mas as cordas em seus pulsos o mantinham firmemente preso à cabeceira da cama antiga de mogno. Deixara Amanda, sua ex, amarrá-lo ali com promessas de prazer, mas o que aconteceu em seguida foi que ela trancou o pênis dele numa gaiola de castidade. Ela disse que era um anel peniano, um brinquedo erótico para apimentar a transa. Quando ele deu por si, o 'clique' do cadeado ecoou pelo quarto como um tiro de canhão. O metal frio da gaiola de castidade contra sua pele o fez estremecer, tanto pelo desconforto físico quanto pela terrível realização do que acabara de acontecer. As cordas de seda vermelha, que momentos antes haviam parecido tão eróticas quando ela as mostrou com um sorriso malicioso, agora o aprisionavam com uma finalidade muito menos prazerosa. Ele ainda podia sentir o toque suave dos dedos dela deslizando pelo seu corpo enquanto o amarrava, sussurrando promessas sensuais em seu ouvido, cada palavra agora revelando-se parte de uma elaborada armadilha.

"Que porra é essa, Amanda?" sua voz saiu rouca, uma mistura de raiva e incredulidade. O suor escorria por sua testa, pingando nos lençóis de cetim preto, os mesmos lençóis onde, minutos antes, seus corpos se entrelaçavam em uma dança antiga como o tempo. A realização de sua vulnerabilidade o atingiu como um soco no estômago.

Ela se virou lentamente, seus olhos azuis cintilando com uma intensidade predatória que o fez engolir em seco. Um sorriso cruel brincava em seus lábios carnudos, o batom borrado pelos beijos trocados, enquanto ela girava a pequena chave prateada entre os dedos longos e bem-cuidados. A chave captava e refletia a luz como uma joia maldita.

"Seis meses, Ricardo. Seis meses desde que você decidiu que não era mais 'conveniente' continuar nosso relacionamento." Sua voz era suave, quase musical, mas carregava um tom gélido que fez os pelos da nuca dele se eriçarem. "Seis meses pensando em cada detalhe desta noite. Seis meses lembrando do jeito que você terminou comigo por mensagem." Cada palavra pingava veneno, cada sílaba carregada de ressentimento acumulado.

"Você tá louca? Vou chamar a polícia!" Ele puxou as cordas com força, fazendo a cama de mogno ranger em protesto. O movimento brusco fez a gaiola de castidade pressionar sua carne de forma dolorosa, arrancando-lhe um gemido abafado. Parecia zombar de sua impotência atual.

Amanda inclinou a cabeça, seu riso cristalino ecoando pelo quarto. "Vai mesmo? Imagine só: você explicando na delegacia como foi parar amarrado na minha cama e com o pintinho trancado numa gaiola de castidade." Ela se aproximou com passos felinos, seus dedos traçando um caminho pelo peito dele, arranhando levemente a pele e deixando finas linhas vermelhas em seu rastro. "O que seus sócios do escritório diriam? O que seus clientes importantes pensariam? E seus amigos? Sua família?"

O rosto dele queimava de humilhação. Gotas de suor desciam por seu pescoço, misturando-se com as marcas dos beijos que ela deixara ali, agora parecendo mais marcas de propriedade do que de afeto. Seu orgulho, sempre sua maior força e maior fraqueza, estava em frangalhos. "O que você quer?"

Ela se inclinou, seus lábios roçando a orelha dele, o hálito quente e perfumado fazendo-o estremecer involuntariamente. Seus seios roçaram o peito dele quando ela sussurrou, cada palavra deliberadamente pronunciada: "Quero ver você chupar um pau." O sussurro dela o fez congelar, as palavras penetrando em sua mente como adagas geladas. "Faça isso, e você terá sua chave de volta. Simples assim. Considere um pequeno castigo pela forma como terminou comigo."

Ricardo sentiu o sangue drenar de seu rosto, sua garganta ficando seca como papel. O quarto pareceu girar ao seu redor, as sombras dançando nas paredes como espectadores de sua humilhação. "Você... Você não pode estar falando sério..." sua voz saiu fraca, quase um sussurro, evidenciando seu medo e sua incredulidade.

Com movimentos deliberadamente lentos, Amanda soltou uma das mãos dele. "Para você poder se soltar." Ela caminhou até a porta, seus quadris se movendo num ritmo hipnótico, o tecido justo da calça jeans abraçando suas curvas de forma provocante. Na soleira, virou-se uma última vez, erguendo a chave na altura dos olhos antes de deslizá-la para dentro do bolso traseiro. A luz do corredor a iluminava por trás, transformando-a numa silhueta dourada e diabólica, uma deusa vingativa em toda sua glória terrível.

"Você sabe onde me encontrar quando mudar de ideia. E vai mudar, Ricardo. Seu orgulho não vale tanto assim." E com isso, ela desapareceu pela porta, o eco de seus saltos no corredor diminuindo gradualmente até ser engolido pelo silêncio da noite, deixando apenas um homem destroçado para trás, preso não apenas pelas cordas, mas pela própria vergonha e orgulho ferido. No silêncio do quarto, apenas sua respiração pesada e o tique-taque do relógio na parede.

Os dias se arrastavam com uma lentidão torturante. A gaiola de castidade, que no início parecia apenas um incômodo temporário, transformou-se em uma prisão cada vez mais insuportável. O metal pressionava sua carne a cada movimento, lembrando-o constantemente de sua situação humilhante. Acordar todas as manhãs com uma ereção matinal tornara-se um exercício de pura agonia. As noites eram ainda piores - os sonhos eróticos, antes bem-vindos, agora eram pesadelos que o faziam despertar suado e dolorido, o dispositivo cruel mordendo sua carne sensível, enquanto imagens de Amanda dançavam em sua mente, provocantes e inalcançáveis.

No escritório, concentrar-se tornou-se quase impossível. Cada movimento na cadeira, cada caminhada até a sala de reuniões, cada gesto cotidiano transformava-se em um lembrete de sua prisão particular. A gaiola entre suas pernas parecia pesar uma tonelada durante as longas reuniões com clientes, onde precisava manter uma fachada de normalidade. Começou a evitar os colegas, até mesmo sua amiga Penélope, temendo que pudessem notar algo diferente em seu comportamento. As desculpas para não participar dos happy hours após o expediente se multiplicavam, assim como os olhares curiosos dos colegas sobre seu comportamento cada vez mais recluso.

Ricardo tentou de tudo. Visitou três chaveiros diferentes, inventando histórias cada vez mais elaboradas sobre ter perdido a chave de um cadeado antigo. Todos disseram a mesma coisa: sem a chave original ou um modelo dela, seria impossível fazer uma cópia. O último chegou a examinar uma foto que Ricardo mostrou "de um cadeado similar" e declarou que aquele modelo específico era virtualmente impossível de ser violado sem a chave correta - era um dispositivo de segurança alemão, feito especificamente para esse tipo de... situação. Cogitou procurar um serralheiro, mas após pesquisar na internet sobre acidentes com dispositivos similares, o risco de machucar-se era grande demais. As histórias de horror que encontrou em fóruns especializados fizeram seu estômago revirar. Até mesmo considerou ir à polícia, chegando a dirigir até a delegacia duas vezes, mas a vergonha e o medo do escândalo o fizeram desistir antes mesmo de sair do carro. A ideia de explicar sua situação para um policial fazia seu rosto queimar de humilhação antecipada.

As mensagens de Amanda eram uma tortura à parte, cada notificação fazendo seu coração saltar e seu corpo reagir involuntariamente, apenas para ser dolorosamente contido pelo dispositivo. Todo dia ela enviava algo novo: fotos da chave em diferentes lugares - na mesa de trabalho dela, pendurada no pescoço como um colar provocante, ao lado da xícara de café da manhã, entre seus seios em um decote revelador. Os vídeos dela girando o objeto entre os dedos eram especialmente cruéis, a câmera focando nas unhas vermelhas brincando com a pequena chave prateada que representava sua liberdade. Os áudios provocantes chegavam nos momentos mais inoportunos do dia, sua voz sedutora sussurrando promessas e ameaças que o deixavam em um estado constante de excitação frustrada. "Como está se sentindo hoje, meu brinquedinho castrado?" ou "Já decidiu aceitar minha proposta?" eram algumas de suas provocações favoritas. Às vezes, enviava fotos dela mesma em poses sensuais, usando as mesmas lingeries que ele costumava tirar com tanto prazer, sabendo exatamente o tipo de tortura que isso representava para ele em sua atual condição.

Na noite de sexta, após um dia especialmente difícil onde teve que cancelar uma importante reunião com clientes devido ao desconforto constante, Amanda enviou uma mensagem diferente: "Pensando em você". Ricardo, como vinha fazendo nos últimos dias, tentou ignorar, mas algo na simplicidade da mensagem o perturbou profundamente. Seu celular começou a tocar minutos depois. O nome dela piscando na tela fez seu estômago revirar, mas algo - talvez masoquismo, talvez esperança de que ela tivesse desistido, ou talvez apenas a necessidade desesperada de ouvir sua voz - o compeliu a atender.

"Ah, resolveu atender?" A voz dela estava ofegante, com aquele tom rouco que ele conhecia tão bem, que costumava ser reservado apenas para seus momentos mais íntimos. "Coloca no viva-voz. Agora." O tom não admitia discussão, e havia algo naquela voz que o fez obedecer instantaneamente, como se seu corpo ainda respondesse a seus comandos por puro reflexo.

Assim que ativou o viva-voz, os sons preencheram seu quarto: gemidos suaves e sensuais, respirações pesadas, o inconfundível ruído de corpos se chocando, o sussurro dos lençóis de seda - talvez os mesmos onde ele estivera preso há uma semana, onde sua liberdade fora roubada com um clique metálico. O som de beijos molhados e sussurros apaixonados fez seu sangue gelar nas veias, enquanto seu corpo traiçoeiro tentava reagir, apenas para ser cruelmente contido.

"Se você desligar," Amanda disse entre gemidos que ele conhecia tão bem, "a chave vai direto pra privada. E você sabe que eu sou capaz disso." Sua voz tinha aquele tom de comando que sempre o excitara, mas que agora era apenas mais uma forma de tortura em sua atual condição.

Ricardo permaneceu em silêncio, sua respiração ficando cada vez mais pesada, irregular. Podia ouvir claramente os gemidos de prazer dela, aqueles mesmos sons que costumava provocar durante suas noites juntos, agora sendo arrancados por outro. O homem com ela tinha uma voz grave e máscula, e ocasionalmente soltava grunhidos de satisfação que faziam Ricardo se contorcer de humilhação. O som molhado dos beijos e das línguas se encontrando era perfeitamente audível, cada detalhe sonoro uma punhalada em seu orgulho.

"O pau dele é tão maior que o seu," Amanda provocou, sua voz entrecortada pelo prazer, cada palavra escolhida com esmero para machucar, para humilhar. "E sabe exatamente como me foder... ah... do jeito que eu gosto. Mais forte... assim..." Os gemidos dela aumentaram de intensidade, aquele crescendo familiar que sempre precedia seus orgasmos mais intensos, aquele som que ele conhecia tão bem de suas próprias experiências com ela.

A gaiola de castidade parecia apertar ainda mais enquanto seu corpo tentava, inutilmente, responder aos estímulos auditivos. A dor física misturava-se com a angústia emocional, criando um turbilhão de sensações que o deixava tonto, nauseado. Suas unhas cravaram-se nos próprios braços enquanto ele tentava se controlar, deixando marcas profundas em forma de meia-lua em sua pele. O suor escorria por seu rosto, e sua respiração estava irregular, entrecortada por pequenos gemidos de frustração.

Os sons foram ficando mais intensos, mais urgentes. Amanda não mais falava, apenas gemia e ofegava, ocasionalmente deixando escapar palavras de incentivo ao seu parceiro. "Assim... mais... não para... mais fundo..." O rangido da cama marcava um ritmo constante e implacável, era quase um metrônomo.

Quando ela finalmente chegou ao clímax, seu grito de prazer ecoou pelo quarto de Ricardo como uma sentença de morte para seu orgulho. Ele conhecia aquele som íntimo, aquela forma particular dela se expressar no momento do orgasmo, o jeito como sua voz ficava mais aguda antes de se transformar em um gemido profundo e gutural, o modo como seu corpo inteiro se arqueava naquele momento. Agora, era forçado a ouvi-lo sabendo que outro homem o havia provocado, enquanto ele permanecia preso em sua gaiola.

"Ainda está aí, querido?" A voz dela voltou, satisfeita e zombeteira, ainda ofegante do orgasmo recém-experimentado. "A oferta continua de pé. É só fazer o que eu pedi. Até lá..." ela riu, aquele riso musical que agora soava como uma tortura refinada, "continue aproveitando sua... abstinência forçada." E desligou, deixando Ricardo sozinho com sua humilhação e desejo frustrado, a prisão entre suas pernas cada vez mais insuportável. No silêncio que se seguiu, apenas sua respiração pesada e o zumbido distante da cidade noturna eram testemunhas de sua degradação, enquanto a realidade de sua situação e a escolha impossível que tinha pela frente pesavam sobre ele. E era apenas sua primeira semana trancafiado naquela gaiola.

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Comentários

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Outra dica: Um autor que não segue nenhum outro dá um sinal de que não quer nada mais do que ser o centro das atenções. Os melhores autores do site, tem seus outros autores por seguir. Isso pode ser o sinal de um perfil paralelo de um outro autor, escrevendo neste, apenas suas histórias de dominação. Ler nas entrelinhas é um desafio que eu também gosto de ter. Fiquei intrigado com isso.

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Ah, mas nesse site eu sou muito mais escritora do que leitora. E aqui não vai nenhuma crítica à qualidade das histórias ou autores, eu apenas gosto mais de escrever do que ler (na temática erótica). Reconheço que poderia ser mais 'ativa' na comunidade, deixando comentários além de estrelas nos contos que leio e gosto.

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Desafio a botar a cara no sol. Se não comentar, tudo bem, mas quando você segue um autor, passa o recado de que o tem em conta, e quer acompanhar quando esse autor publica. Eu procuro entender os sinais. Os comportamentos. Os autores, nos dizem muito, não apenas com suas histórias. Como eles se colocam no site e como eles interagem com seus iguais também. Mas, respeito se não é a sua vibe. Eu escrevo contos eróticos por prazer, com prazer e para o prazer. Sou um escritor a tempo integral, vivo disso, e os contos eróticos são para me divertir. E a interação com autores e leitores é muito gratificante.

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Desculpe, Beladona, mas por mais bem escrita que pareça, a fantasia se tornou insustentável. Ou você não conhece bem um cinto de castidade, ou não sabe nada sobre o uso dele. Primeiro, se ela mostrou a imagem da chave muitas vezes, a imagem poderia ser ampliada e reproduzida, e o Ricardo teria como mandar fazer outra. Para um chaveiro especialista, reconheceria o modelo em segundos. Segundo, na situação dele, expor o cadeado no cinto de castidade e contar que estava sendo chantageado pela ex-mulher seria o menos pior. Basta fazer isso e o chaveiro teria como retirar o cadeado. Duvido que ele não fizesse. Então, a história desmoronou no instante que li isso, e eu perdi o interesse. Sou rigoroso com os detalhes, e quando a história fica inverossímil, perco totalmente o encanto, por mais bem escrita que esteja. Não leve a mal. Darei as estrelas, pelo cuidado em escrever, mas não dá para continuar. Fica patente que é apenas a sua fantasia de criar uma situação dessa. Aí, me bateu uma outra sensação: Uma mulher que tem esse fetiche de dominação e redução do homem a uma condição de submisso e humilhado, me permite imaginar uma pessoa com alguns sérios problemas de traumas por resolver. Ou talvez, um homem, que se passando por mulher, expõe a nu seu fetiche de submissão e dominação. Não importa, é um autor de qualidade, merece respeito. Fique atenta nesses detalhes, pesquise mais quando for escrever sobre algo.

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Ah, mas é aquela coisa, "nossa, como é que eles vão entrar nessa casa dilapidada bem na região onde o assassino da motosserra foi visto pela última vez?". Se não o fizessem, não haveria filme. Tenho alguma familiaridade com uma gaiola de castidade, mas muito longe de ser uma especialista. Tive que bolar algumas formas de fazer a história seguir, e o medo de exposição de Ricardo (e, quem sabe, algum sentimento que ainda tivesse por Amanda) foi uma delas. E, como professou não ter intenção de terminar a história, permita-me fazer apenas uma correção ao seu entendimento da mesma. Ela não é sobre a 'redução do homem a uma condição de submisso e humilhado', e sim sobre como, com a ajuda de uma mulher forte e que realmente gosta dele (Penélope), ele consegue livrar-se de vez da toxicidade de Amanda. A história ficou um pouco bagunçada pois, embora a mensagem central, que citei há pouco, já estivesse definida desde o começo, a narrativa sofreu uma mudança de curso. A ideia original era fazer algo mais fetichizado, mas depois acabei tornando-a quase um thriller (como até um comentário apontou). Enfim, é uma história com algumas boas situações, mas que não me enche de orgulho. Já até pensei em apagá-la, mas acabei me decidindo contra essa ideia, pois vi que houve quem gostasse dela. É justo que possam revisitá-la sempre que quiserem. E também porque gostei muito de Penélope.

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Beladona:. Agradeço que tenha me respondido. Verifico que tem argumentos para sustentar sua história. Deixa eu me explicar. Quando eu vejo, inclusive nos filmes de grande sucesso, uma "roteirada" que joga por terra a possível verossimilhança da história, eu perco muito do interesse. Talvez, o defeito seja meu. Eu que sou neurótico com essas coisas. Não consigo me deixar levar por uma trama na qual não me sinta acreditar possível. Claro, isso me faz ver 90% dos filmes e séries atuais com bastante relutância, pois os autores precisam lançar mão de situações fora do comum, para surpreender. E extrapolam. Sim, eu tenho uma boa dose de tolerância, e neste caso, quando vi o tamanho da história, isso também pesou. Não é crime, perder o entusiasmo por uma história, foi o que me aconteceu. Pode ser que eu lá na frente, se continuar a ler volte a gostar. O que eu quero é que entenda a minha atitude honesta. Acho mais importante, para o autor, que o leitor seja sincero, e exponha o que não gosta ou que não viu bem resolvido, como foi meu caso. Como verifiquei que é uma autora (ou autor) com muito boa narrativa, estrutura e texto, e isso me encanta, dado o baixo nível de escrita da maioria, achei que falar o que eu senti e que me incomodou, seja de alguma forma útil. Entendo que se não fosse alguma licença surreal ou irreal, não haveriam muitos filmes. Por isso, eu disse "detalhes" são importantes. Um comportamento bizarro e inacreditável de um personagem, mesmo que pareça inexplicável, passa perfeitamente para desencadear uma trama. Mas um detalhe pequeno, mas insustentável, como fazer percorrer 60 KM de uma estrada em um fusca, em 15 minutos, é absolutamente destruidor para um bom roteirista. Por favor, não me leve a mal. Concordo que não deve apagar os contos. Eu uma vez apaguei mais de 20 contos do site. E nunca mais voltei a publicá-los. Sou cobrado até hoje por isso.

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