Eu amo meu marido #5 (Priscila)

Um conto erótico de Priscila
Categoria: Gay
Contém 5536 palavras
Data: 08/12/2024 21:31:42
Última revisão: 12/03/2025 08:39:26

5

Eu amo meu marido.

Acordei abraçada a meu marido e com outro homem abraçado a mim. Era a terceira noite assim. Eles se davam bem, isso estava fundindo a cabeça dos dois, meu marido não achava normal os beijos que dava em Jarbas, estava numa crise de identidade, estava mal, mas o portuga aparecia e ele se acalmava, passava a mão na nuca do malandro e o trazia para um beijo, o outro resistia como um touro e depois do beijo ficava facinho, eu adora ver isso, meu marido domando outro macho, impondo sua vontade, mas depois o drama, o medo de decepcionar sem macheza o pai que havia sido um estrupício, um verme, um merda, que desmontou toda a família, ainda assim meu marido tentava agradar esse pai.

Por outro lado Cassia estava estarrecida, a enfermeira que estava tão próxima dela e do marido dela simplesmente não voltou do plantão, pedia para mandarmos um carro de aplicativo enviar suas coisas para a casa de sua ex, agradecia pela hospitalidade, Cássia tava fazendo meia nove e esfregando xoxota com xoxota dia sim e outro não, no dia não não era ausência de sexo era ménage à trois, como isso não ia afetar o núcleo de seu casamento; como aquele homem peludo esfregando um pau quase duro na minha bunda antes de acordar não ia afetar o núcleo de meu casamento, eu não sei, mas que afete, é o fogo quem depura o ouro, eu estava feliz e não era por medo de sofrer que eu ia deixar de viver, ainda estava de olhos fechados sem me mover, eu estava curtindo estar mergulhada no meio de dois homens que me desejavam intensamente a ponto de modificarem parte de seu funcionamento, mudar suas visões sobre sua sexualidade para conviverem e realizarem meus desejos, dois homens para me comer, alternada ou simultaneamente.

Conrado acorda e beija minha mão, se move, diz que sabe que estou acordada, ele mija com a porta do nosso banheiro aberta e o som do jato grosso contra a água é uma espécie de música para mim, meu portuga se estica, está desambientado em minha cama, talvez nossa não sei, não era falta de espaço físico que o impedia de ficar, cama enorme, preparada para suruba, a do terceiro quarto não, colocamos uma televisão lá, ainda não instalamos, temos medo e avidez por termos notícias do mundo de fora, eu não trabalho mais, foi difícil pra mim pedir demissão, mas a proximidade das aulas... Agora sinto um alívio grato por não estar na primeira turma de enfrentamento, sei dos voluntários que vão para onde estão acontecendo mais coisas, mas perdi meu pai não havia tanto tempo.

Liguei para minha mãe, ela ouviu o ruído de um leão bocejando, era o portuga, ela diz que sabe que não era meu marido, pergunta se ainda estou fazendo coisas que ela desaprova, eu digo que não, estou com meu marido fazendo coisas que ela desaprova, ele e eu juntos, ela ri, não dá mais jeito, digo que sinto muito ser uma vergonha para ela e ter seguido os passos de minha mãe de barriga, eu deveria ser mais honesta como minha mãe de verdade, ela fica seria, diz que me ama, que eu faço uma misturinha das duas, respeito meu marido e caio na vida com ele, diz que é da idade, depois passa essa sanha, nos faltava recurso e oportunidade, a gente um dia sossega, ainda que ela não estivesse mais para ver isso, entra outro no banheiro, meu marido no chuveiro, quero o banheiro vazio só pra mim. Falo que amo minha mãe, ela diz que me ama e sente orgulho de mim, bastante, me chama de doutora e me abençoa antes de desligar.

Foi tão bom mas fiquei triste, fui ao banheiro e fiquei na cama a manhã inteira, Cássia chegou e entrou embaixo do edredom, ficou dentro de meu abraço, ela chorou, disse que odeia todas as mulheres, só gosta de mim, digo que é mentira, ela diz que não é, estava decepcionada, mas estava ferida porque o marido fazia planos a três e nunca foi isso éramos quatro e a outra chegou para fazer de nós dois casais. Eu a prendo em meus braços, era um mundo sem referências, conhecíamos tudo às cegas, sem saber colocando as mãos em cercas eletrificadas, pontas de faca. Mas amadurecemos rápido também, os quatro. Ela coloca um pagode para ouvirmos, eu não sabia que ela gostava, não gostava, mas estava com a música na cabeça sem saber porque, era um álbum de um show, no final uma música de agradecimento/homenagem às mães, à do cantor principalmente, choro, estava com saudade da minha, fazia semana e meia que a gente estava nessa mesma cama abraçada. Dormi, acordei e liguei para ela, ela nunca mais iria atender nenhuma ligação, minha irmã diz que depois que falou comigo ela se sentou numa cadeira de balanço e disse que estava cansada, minha irmã resmungou de que ela ia reclamar de dor depois, mandou ela ir para o sofá, ou pra cama que era melhor, reclamou que ela estava deixando ela falar sozinha, ela havia partido depois de falar comigo – foi o pior dia de minha vida, eu chorei sem parar, indo e voltando de cochilos breves que se interrompam para eu chorar, meu marido revoltado com esse absurdo de não haver velório onde não havia nem doença. Uma dor.

Entretanto a partir disso éramos cinco, meu portuga limpava a casa, fazia o mercado, a padaria, cozinhava no almoço, era um gostoso, fomos nos entendendo aos poucos; meu namorado ia ao hospital todas as tardes, nos primeiros quinze dias, depois deixou de ir, os casos aumentaram exponencialmente e de repente era difícil alguém que trabalhasse lá não estar exposto, quem pudesse ficar em casa ficaria, ordem dos dois todo poderosos, o dono e Felipe. Ele passava a manhã estudando, a tarde e parte da noite lendo todos os prontuários pelo programa do hospital; meu esposo trabalhava dez horas por dia, era batalha, eu me sentia uma inútil esperando o início das aulas, até maio chegar foi uma rotina de leitura de romances, orações, sexo com minha namorada e aulas para ela tentar o Enem; ela estava com todo o meu material, estudava pelo mesmo canal de aulas para concurso que eu, via meus resumos, fazia exercícios e chorava com o que ela achava baixo desempenho, eu olhava para ela e repetia o que ouvia de Conrado meses antes.

Uma vez saímos da cozinha e encontramos os três na cama do quarto de hóspedes “assistindo” o noticiário, meu marido no meio com a cabeça tombada para trás, o portuga apoiado no lado direito com a cabeça em seu peito e o meu namorado com o corpo tombado por cima do quadril do meu marido, os três estavam exaustos, de trabalho, do confinamento, do estresse, desliguei a televisão, coloquei cada um debaixo do chuveiro e deixei cada um em um quarto diferente, precisavam de descanso, de verdade, estava horrível demais, minha namorada e eu fizemos o oposto, uma senhora faxina, limpamos um monte de coisas, compramos outras coisas pela internet, fizemos um baita de um café da manhã e depois fomos tomar banho juntas, deixei ela buscar meu marido e levar ele para o meu quarto onde estava o portuga, ela ia ficar com eles eu ia ser a mulher do marido dela.

Acordei Jarbas com um beijo entre minha orelha e o cabelo, ele é um porco pornográfico e um crapulazinho manipulador, tanto quanto meu marido, e agradeço muito por isso, muito; me acorda beijando e pergunta onde vou levar a leitada da manhã, faço cara de quem quer, mas olho o relógio dele e já são sete da manhã, ele pode não ter hora para trabalhar, eu tenho hora para logar no computador e ter aula. Saem todos para o trabalho, o português para o dentista e fico só durante o dia. A segunda aula termina mais cedo, tomo meu banho e arrumo a mesa para dois, o portuga chega com cara de aborrecido e me mostra seu saldo negativo, estava triste, eu não queria falar nada sem Conrado.

Mando o meu ursinho para o banho enquanto esquento a comida para nós dois, preparo a mesa lá da varanda, ele estava triste, e eu me sentia responsável por tirar ele daquele estado, fui direto como uma bala, perguntei o que ele faria se fosse possível pegar um avião, estava ficando perto, para onde ele iria, ele me olhou sem responder, eu disse que queria que ele fosse para qualquer lugar, mas queria que ele voltasse antes do jantar, preciso de meu marido para dormir, mas quero precisar dele esfregando o pau dele em minha bunda antes de pegar no sono, deliro vendo a porra de meu marido escorrendo da boca dele e dos beijos que eles dão, eu amo o corpo dele, as risadas dele, o tempero dele na cozinha, na casa, na minha cama e da forma como ele está se tornando importante pra gente, mas aquele era a minha opinião, ele devia consultar as outras pessoas com quem ele tem fodido semanalmente há meses e dome nas mesmas camas.

O portuga ficou parado por um tempo, perguntou se eu estava certa do que falava, perguntei o que ele havia entendido... Ele baixa os olhos, diz que achava que eu estava dizendo que ele estava em casa, era quase isso, ele era parte da família, era minha opinião, era meu sentimento, mas eu nunca havia falado sobre isso com mais ninguém.

Levantei para logar na aula, tesão da porra, vontade de foder, vontade de ter um homem, uma loucura, tinha de ser esse, bioquímica que não entendi nem sobre o que era a aula. Depois eu nem quis aula peguei ele pelo braço e empurrei no sofá baixei a roupa dele, homem gostoso do caralho, chupei seu pau, delicioso, ele me deixa ir em meu ritmo, não empurra no fundo de minha boca, chupei seus ovos e beijei seu cu, chupei dedando, fazendo ele gemer peguei pelo cabelo e o trouxe para minha cama, caramba... Eu podia gozar só de encostar no meu grelo.

Empurro o puto em minha cama, pernas para fora e barriga no colchão, dou a senhora mamada naqueles ovos e cu, porra, ele gemia com a voz grossa, nem sei se eu queria isso antes, mas eu precisava disso daquele instante para sempre, ele rebolava em meus dedos, como meu marido não ficava maluco com isso, eu tinha de saber, eu queria que ele ficasse ou que me dissesse como não ficar... Peguei a cinta que eu uso com Cássia, ela tem uma também, a minha é rosa clarinha, a dela é pink, lembrei história da mulher com uma coisa rosa.

Coloquei por cima da calcinha mesmo, nem liguei o vibro, fui colocando devagar, ele abrindo a bunda sem receio, na verdade com um puta desejo, comendo o cara que me fode, puxando o cabelo dele, dando tapas naquela bunda, dizendo que ele era um gostoso, pedindo pra comer ele uma vez ou outra.

Mandei ele ficar de quatro, frango assado, sentar sobre mim e de ladinho, ele gozou em minha cara e me chupou, ou quase, foi só encostar a língua e eu esguichei na cara dele, ele riu, disse que meu marido disse que eu ia gostar quando isso acontecesse.

Jarbas me flagra gozando, ele se anima, ele me fodia indo e vindo, me beijando e mordendo meus lábios, me chamava de amor, de vida, tesão, cachorra e pretinha, pedi para ele comer meu cuzinho e ele colocou meus joelhos no colchão e me fez encostar a cabeça no lençol, meu cuzinho para cima ele lambeu e beijou um tanto, pegou lubrificante e foi empurrando o pau em mim, de pé, eu quis me erguer e ele colocou o pé no meu rosto, nem em dez mil anos o portuga ia ser esse tipo de homem, ele me comia e mandava eu ficar caladinha, dizia estar cansado e me chamava de benzinho, love, putinha e piranha. Depois pegou meus pés e puxou de vez e meu corpo esticou, ele colocou o pau em meu cu que de tão bem fodido ofereceu vaga resistência, sentou em mim e puxou meus cabelos, ele me deu uns tapinhas como se colocasse selos no meu rosto, disse que eu não podia deixar ele com uma bocetinha só, era culpa minha e ia me castigar, sentou-se e me puxou por meus cabelos, me obrigou a um boquete sinistro, seu pau entrava no fundo de minha garganta e eu sofria. Que sofrimento delicioso!

Me puxava e chupava meus peitinhos, me dava na cara e dizia que não sabia qual dos dois teve mais sorte se ele com a piranha com quem casou ou Conrado com essa biscate que sou, me prendeu o rosto com as duas mãos e disse que não sabiam o destino do portuga quando esse inferno acabasse, mas mulher alguma entraria em nossa família, ele olha pra mim e diz que decidiu com a esposa, sem filhos, sem risco de ter de mudar quem somos pela formação de uma família, somos outro tipo de família, me beija e eu queria terminar o boquete, ele não deixa, me segura, pelo pescoço e diz que decidiu com a esposa, não querem ter o que eu não posso ter também, meu coração quebrou e eu não sabia haver uma represa em meu peito, chorei como não sabia que precisava, ele disse que levou a sério quando disse que casamos a quatro, ele também era meu homem, meu macho, meu marido e me amava.

Porra, eu amo meu outro marido.

Conrado me perguntou se tinha diferença entre comer uma putinha e um veado. Tinha, ô, se tinha, ele me comia contra a parede no box no banheiro, ele comia o meu cu, eu queria dar a bunda depois de comer uma, mas não gostei de ouvir meu marido falar isso sobre o portuga, ele segura meu cabelo e puxa, nossos corpos molhados, suando claro, adoro foder suando, ele me pergunta se eu sou sapatão, se chupar boceta fazia isso comigo, se ele sentir prazer em enfiar rola no português e beijar o doutor fazia dele um veado, não tinha pensado nisso, ele me pergunta se isso importava.

Talvez, na boca alheia sim, do modo como pudessem falar sobre nosso amor, sim, mas eu não queria outra coisa, era meu marido, e o portuga... Conrado gostou de ouvir minha resposta e me perguntou, disse que a minha resposta era inegociável o que eu quisesse era lei, sem negociação e sem questão depois... Eu sabia o que ele ia me perguntar, e ele perguntou.

Ele me fodeu mais um tempinho, bateu em minha bunda, me virou e chupou meus peitos mordendo o biquinho deles, fodeu minha xoxota com dois dedos, me virou novamente, me chamando de piranha mandou eu abrir a bunda, segurei cada banda para um lado, pisquei o furico, empurrei em direção à piroca que ele mal colocou a pontinha lá dentro, eu nem podia, eu implorava por pica, eu sabia o que ele queria.

Foi entrando devagar, eu gemia como a cadela sem pedigree que sou, sou a putinha dele, a rainha dele, ele vai empurrando segurando minha crina com uma mão e fazendo carinho em minha barriga, nos meus peitinhos e eu gemendo baixinho, implorando para que ele fosse rápido, eu não ia falar. Ele encosta os pentelhos na minha bunda lisa e pergunta se eu estava gostando, estava, eu o amo, e amo mais quando ele me come, e mais ainda quando ele usa uma trepada como essa para me “obrigar” a fazer o que ele quer.

Digo que estou quase gozando, ele fica instigado, eu não estava nem perto, mas queria virar a mesa. Sentindo o meu macho achando que estava me dominando, ele manda eu gozar, eu digo que quero que ele goze me chamando pelo nome de Daniel. Ele fica sem palavras, sinto a primeira jatada de porra dentro de mim, forte e abundante, outras três se seguiram, diminuindo a intensidade, ele estava sem saber como se portar, não lhe dei a chance de me fazer pedir por Daniel, a gozada dele me dava certeza e escorria pelas pernas, e eu o segurei pelos pulsos antes de meu corpo o expulsar de dentro de mim, senti seu pau amolecer e ser rejeitado, ele estava tenso, com medo, pedi para que me beijasse a nuca e me pedisse, ele diz que não queria pedir nada, coloco seu polegar na boca e imito um boquetinho, peço para que ele peça.

Meu marido estava se sentindo péssimo, humilhado, eu me viro e ele não quer me olhar, diz que gosta de Daniel, não consegue me olhar nos olhos, diz que está se sentindo péssimo como homem confessar isso à sua mulher.

Eu o beijo, agora me sinto livre pra gozar, encosto seu corpo no meu, seu cheiro, digo que eu desejo tudo o que ele desejar, ele começa a chorar enquanto a gente se beija, sinto seu pau escorrendo os restos de porra que faz um fio finíssimo entre meu cu e a frente de minha boceta, digo que eu quero que ele tenha um homem na vida dele se quiser, se precisar de alguém que se ajoelhe na frente do portuga em seu lugar podia ser eu, mas eu preferia que fossemos nós dois, eu queria ser comida por um enquanto faço boquete no outro, agora e sempre dormir abraçada a meu marido tendo o outro em minhas costas ou agarrado a meu marido. Ele me pergunta qual seria o nome que eu daria ao portuga. Eu entendi ele tinha medo de perder sua exclusividade de marido, respondo que noivo seria um termo apropriado. Pau dele torna à vida, estava quase, mando ele esperar, abro a porta do banheiro e saio nua, ele deve ter ficado revirando os olhos, demoro um pouco e chego com Daniel, mando o ex-corretor falar sobre a consulta no dentista, ele fala de duas restaurações marcadas, que fez uma e um raio X, estava preocupado, nunca precisou fazer nada exceto uma limpeza e... Meu marido o observa, e eu observava o dois, essa cena foi descrita antes pelo doutor, havia me dito isso pela manhã (dito novamente), minha namorada falava diferente, ficava insuflando para que eu pressionasse para a gente não perder o melhor cozinheiro e dono de casa que nós podíamos sonhar, eu revirava os olhos.

A verdade é que meus motivos eram outros, meu marido gostava do portuga tanto quanto eu, nós nos incomodávamos tanto quando ele ia dormir sozinho quanto quando ia dormir com nossos namorados, a gente gostava dele. Então eu pude ver que falavam sobre os dentes dele, mas os olhos diziam de outra conversa, ambos com uma mão em cada lado de minha bunda, mas as palavras não viriam deles. Por que homens são assim? Beijei o portuga e lhe disse que a gente sente medo de perder ele, ele tira a camisa e fala que não precisamos falar nada, eu sentia que a gente precisava falar.

Eles não acharam, estava feito... Sem dizer nada, estava decidido, o que, como, de que forma eram coisas irrelevantes. Meu marido me beija, o portuga me beija logo em seguida e esse beijo se torna um beijo a três, parece que sempre deveria ter sido assim, eu me abaixo e imediatamente o portuga vem chupar o pau de meu marido comigo, delícia, delícia, a gente ama isso, depois sou eu a ficar com um caralho em cada mão e tentando dar conta de fazer dois boquetes ao mesmo tempo, não dá, mas eu queria muito poder.

Gozam em minha cara eu sabia que o portuga iria limpar meu rosto e juntos iríamos sorver todo o esperma. Nunca que eu contaria com meu marido descer e limpar o pau do portuga, isso me fez delirar, tesão do caralho, ele sobe e diz que isso nunca mais iria se repetir, era apenas para deixar claro: o nosso ursinho português é muito importante pra nós, dou um murro no ombro de meu marido, deve ter doído zero, ele revira os olhos e diz que temos sentimentos, não dava pra exigir mais que isso, seria mentira, sentimentos, apenas isso, nada além disso, temos sentimentos, não sabíamos quais.

Tomamos banho, não éramos três, nem dois também, talvez dois mais um, não sei se hoje somos três, sei...

Eu estava bem, ou quase. Os três meninos estavam cada vez mais próximos, eu e Cássia também, eu tinha boceta na proporção que achava necessária, achava que os meninos também. Mas já quase no fim do ano peguei uma sirigaita de roupa de academia cor de rosa de conversinha com Daniel, sirigaita, odeio ter de chamar uma mulher assim, meu homem, ainda que não seja meu marido, mas cheguei abusada, antes de abrir a boca pensei no que ele era meu, o que eu diria a ela, perguntei se a namorada dele conhecia a moça, a cachorra disse que na verdade estava de olho no loiro de cabelo curtinho, falei sobre o olho verdinho e os braços largos, ela sorriu e disse que era esse mesmo, perguntei a Daniel se ele podia apresentar os dois.

O desgraçado diz que estava justamente querendo montar essa situação, apresentar os dois e ver o que acontecia, juro que não vi aquele palhaço. A moça logo vê que eu estava pegando impulso para voar no pescoço dela, ela diz que estaria deixando a cidade em alguns dias, queria aprontar uma resenha e desaparecer. O safado passa a mão na bunda da gostosa e diz que ela estava procurando uma rola e podia levar cinco, fiquei interessada, minto mal, disse que putaria só serve grande ia ensinar a ela como chupar xoxota.

O ano depois de dois mil e vinte foi melhor. Meu terceiro semestre foi com algumas aulas presenciais com turmas reduzidas e outras ainda online, já não estávamos confinados, entretanto nada estava como antes ainda, nós éramos outros, Aluízio vinha nos visitar uma vez por mês dois meses seguidos, no terceiro a gente ia vê-lo. Conhecemos um cara numa dessas viagens. Antes é necessário um parêntese, a menina de rosa que fodemos a cinco foi um marco importante, depois dela passamos a incluir uma ou duas pessoas ocasionalmente, desde que acontecesse com os cinco, às vezes Cássia e eu ficávamos de lado com um carinha que cedia a putinha, para os três. Era uma vidinha comum fora da cama, nós cinco com noites de filmes, noites de correr na praça, de jogar com tabuleiro ou cartas na mesa, noites de sexo com carinho. Era uma vidinha boa, deliciosa, perfeita.

Entretanto faltava uma coisa, ou não faltava nada até conhecermos o francês, musculoso não é bem a palavra, mas o corpo dele tinha definição como um skatista ou um surfista profissional, castanho ou ruivo eu não sei, olhos azuis profundos, o mesmo rosto de filha da puta cafajeste de meu marido, o francês havia trabalhado na empresa de Aluízio, mas era um bon vivant, era desenhista, como ele foi trabalhar numa empresa de TI, também não sei.

Sei como nós nos encontramos, fomos visitar meu cunhado, churrasco, aniversário do marido dele. Eram doze pessoas conosco, dois outros casais e o francês que falava com um sotaque suave, pegou uma caneta e fez um desenho do tipo cartoon, no de Cássia ela estava consertando um foguete que ela montava, mas ela estava de jeans e camiseta, lindo, eu estava de biquíni nadando entre lulas, polvos e tubarões, adoramos, tiramos foto com ele, ficou tarde, todo mundo indo embora menos ele.

Aluízio chama seu irmão e eu, diz que é monogâmico, fiel e feliz. Diz que queria falar umas coisas sobre o francês, mas gostaria de saber nossa opinião sobre esse amigo. Bem... educado, engraçado, uma simpatia. Meu cunhado pergunta se estaria tudo bem se mentíssemos na polícia federal pelo francês. Péssimo jeito de começar uma conversa.

Detalhamos o pedido do irmão do doutor aos outros três, as caras foram péssimas. Ajudar ao estrangeiro a ficar no país é uma coisa, mentir para isso é outra coisa. Mas meu marido disse que se era amigo de Aluízio gente ia dar um jeito.

Porra, eu amo meu marido.

A história era arrumar um namoro antigo para o francês, mas ele tinha menos de um ano para apresentar um relacionamento de uns dois anos, ele mesmo teve a ideia de fingir um relacionamento gay, a ausência de provas do relacionamento deveria ser o tempo que ele se precisou pra se aceitar e sair do armário.

A ideia de meu marido era de dizer sim, cobrar uma grana (que depois foi devolvida) para disfarçar o esquema que estávamos montando: Um veado para Jarbas.

Ele tinha duas razões para isso, uma, dar uma companhia pública para meu portuga, para ele não ficar como candelabro segurando vela, a outra razão era meramente sexual, a gente estava excitado com essa história de pessoas vindo pra nossa cama, casais ou meninas, essa era a primeira vez de um homem e de um homem hétero e confessadamente homofóbico. Seria um prazer enorme torturar ele. A razão real é que eu fiquei comovida, comovida talvez não seja a palavra, eu fiquei interessada em ajudar, para minha defesa esse parece ser o interesse inicial de Jarbas, do irmão dele e do seu marido. Conrado disse chega, sem pessoas novas, e eu achei correto, mas eu não tinha interesse algum no francês, não no início.

O interesse do francês era não voltar para a França nunca mais, havia perdido quatro parentes e isso era tudo o que ele menos queria, sair do Brasil onde nenhum de seus amigos e conhecidos havia adoecido gravemente, entretanto foi aqui um dos lugares em que mais houve mortes evitáveis.

A vida seguia uma rotina muito próxima à normal, a gente andava obrigatoriamente vestido em casa, o terceiro quarto não era o da tevê, era o do hóspede, vivíamos interrogados sobre as nossas escolhas, gostos, rotinas, ele falava muito de si, preparado para todo tipo de questão que pudesse ser suscitada no seu interrogatório, de repente ele chega com uma data para casar no cartório com o portuga, nesse momento devo confessar que havia duas de mim, uma que desejava que ele ficasse e outra (bem pequena) que queria voltar ao começo e sermos quatro novamente, dois e dois. Sobre isso falei apenas com meu marido, ele falou que quase dois anos depois do portuga, levaria anos até o espaço deixado em nossa cama desaparecer.

O francês falou que sua imagem de homofóbico devia ser plantada pra convencer do drama que o impediu de ter uma relação mais íntima com Daniel a mais tempo, Cássia disse que deveria ter beijos entre os dois, rotineiros a ponto de transparecer que havia intimidade e sentimentos. A desenvoltura e o charme de Noah (nome do francês) caíram por terra, estávamos pondo a mesa para o jantar,

Muito embora de uns tempos pra cá tudo esteja misturado, a gente é meio como um ímã, nossos olhos se procuram, quando estamos num sexo a cinco, quando uma notícia na tevê nós deprime, quando ele chega com um café fresquinho durante uma aula longa e cansativa, é sempre motivo para ajoelhar orar e agradecer, ele responde quando falo assim que se eu ajoelhar que seja para o boquete, não para agradecer, palhaço.

Estamos fazendo caminhadas pela manhã ao redor da praça, os cinco, acordamos cedo, hábito novo, antes das cinco, às cinco descemos depois de um suco de qualquer coisa, garrafinhas de água e disposição, sempre é frio, voltamos suados, dispostos, uns na cozinha outros no banheiro, revezamos e sentamos limpinhos para o café da manhã, Daniel fica na cozinha, limpando tudo e preparando um lanchinho para depois e o almoço, rapaz prendado, vivemos de repetir que esperamos que as fronteiras nunca mais abram, mas a mãe dele é uma senhora idosa na casa de uma irmã também idosa, não tem quem cuide delas, talvez dê pra ir a nado; eu penso em minha mãe, minha conexão com ele vem de ele ser esse filho incrível que telefona e passa horas falando com ela, ele cheio de dedos falou que estava namorando, me conheceu, disse que eu era casada, ela ficou em choque, quase infartou a velhinha, depois disse que o meu marido sabia e apoiava o nosso namoro, mais tarde apresentou meu marido e por fim disse que meu marido o pediu em namoro também e ele disse sim, a velha disse que se o vírus não a matasse sem pulmão, o filho sem juízo lhe arrancaria o coração do peito, apresentou o “cunhado” e a esposa. Mostrou o apartamento aos poucos, eu disse que gostaria que ela morasse perto para ele nunca sair de perto de nós, entre nós e a mãe ele preferia a mamãezinha, ela ficou bruta, disse que seu filho era bastante independente, daria conta de mim e de meu marido, eu ri, perguntei se ela era um apoio à nossa história, ela disse que não era apoio, mas uma aceitação.

Foi em junho e chovia aqui, lá num sol terrível, dizia ela, ela estava com um vestido florido e tossia. Quatro dias sem notícias e liga do hospital, logo sairia, ele quase morre, ela também, mas saiu. Em agosto ela não acreditou na seriedade do mal e foi internada novamente, dessa vez morreu. Fiquei noventa e nove por cento arrasada com o sofrimento daquele homem, ele mal levantava da cama, só chorava e ficava sem ação, sem comer, quase não bebia, foi um transtorno trocar os lençóis. Época de prova, um carnaval, ele melhorou quando começou a contar da infância pobre em Portugal, periferia de Lisboa, vindo do interior molecote, cresceu sem as três refeições, mas queria vencer, todos falavam da sua boa aparência, sua mãe havia sido prostituta e da metade para o fim da vida, cartomante. Chegou apenas ele no Brasil, foi tantas coisas, faxineiro, zelador, camelô, radialista (não durou uma semana) e por fim corretor de imóveis, mandava dinheiro para a mãe, menos nos últimos tempos, estava numa maré ruim. Desistiu do Brasil meses sem uma venda, e nós surgimos.

Eu o vejo sair do banheiro depois de meu marido, estou com um caderno nas mãos, repassando os rascunhos para um resumo, acho que vou ter de usar óculos como Jarbas. O portuga se senta de costas pra mim e eu demoro um pouco para me desfazer de minha colcha de papéis de estudo em cima de minhas pernas, meu marido o abraça põe o braço sobre seu ombros, fico sem saber se os posso tocar. Meu marido e eu estamos passando por uma crise, ele está irado comigo, muito raivoso, guardando um grande rancor, me culpa por ter ampliado sua sexualidade, ele diz que eu o transformei em um homem menos macho, duvido, mais macho que ele só os crocodilos e os tubarões, na raça humana ele é o mais... O que lhe metia medo era que ele estava desenvolvendo sentimentos por Daniel, e esse era o medo dele que eu não o visse mais como um homem viril, macho, o que eu não conseguia ver era ele ou eu como pessoas hétero, ele odiava que a conversa que tivemos foi feita por palavras que arranquei dele, por opiniões minhas que ele confirmava ou negava, ele não estava completamente no controle da situação e isso matava ele de insegurança e raiva, da situação, dele mesmo e de mim.

Daniel diz que recebeu uma proposta de emprego como corretor, e que estava enviando um milhão de currículos, que estava com uma entrevista para porteiro em uma escola, era pouco mas era algo, era o suficiente para se despedir de nós em breve, isso foi como se ele estivesse apontando uma arma para nós dois, meu marido queria dizer algo mas Daniel, disse que precisava desabafar, disse que ele também era homofóbico, que também estava surpreso, frustrado, com raiva e com medo em relação a tudo, mas estava apaixonado por meu marido e eu, que não teria se apaixonado por nós se nós dois não fôssemos tão um do outro, tão perdidos de amor. Conrado tentou beijar o pescoço dele e o portuga se levantou, disse que eu ao menos não me excluo, ponho meus pensamentos, sentimentos e meu corpo no jogo, Conrado não.

Fala que ia passar a noite na cama com o francês, vai que eles se toquem, vai que o francês até para simular proximidade quisesse tocar sua pica como se não estivesse com um fungo letal, como se pudesse fazer sexo sem ser penetrado, mas que não fizesse do corpo de Daniel uma coisa com buracos convenientes. Se desculpou e saiu.

Eu nunca vi tanta vulnerabilidade em uma pessoa, e quem estava assim tão frágil e indefeso era o homem que mais amo no mundo, era meu marido, e... Conrado se ajoelhou na unha frente e disse que não pode viver sem mim, nem sem Daniel e pede minha ajuda para ter outra chance com o ursinho.

Porra, eu amo meu marido.

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 0 estrelas.
Incentive Gui Real a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Foto de perfil genérica

Se ele estiver de Geralt De Rivia, eu fantasio sempre sem problemas hahahaha, amo o Henry

0 0