Antes de iniciar essa novela, peço sua atenção para algo importante: quem me acompanha sabe que eu não escrevo textos apenas sensuais ou eróticos - eu escrevo literatura pornô, e dessa vez não será diferente. Porém, o ritmo aqui será um pouco mais lento, isto é, levarei alguns capítulos mais para chegar ao sexo. Por esse motivo, vou liberar quatro episódios por dia, para não prolongar muito sua espera. Mas não deixem de ler, porque essa novela é central para o que pretendo. Boa leitura!
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1. O Algo
Dia 20 de fevereiro de 2022. Exatamente 00h no Brasil e 12h no Japão. Algo acontece no mundo, no planeta, no cosmos, sabe-se lá o quê. Alguma coisa houve, mas não pôde ser visto, sentido ou notado. Mas aconteceu. De fato aconteceu. Ninguém sequer soube. Mas aconteceu. É difícil dizer o quê, talvez seja mais fácil mostrar.
Em uma cabana no interior de Minas Gerais, estava há três dias Denise. Ela sabia que perderia o prazo da editora se não tomasse essa atitude radical, de se isolar do mundo e ficar ali até terminar seu livro. E assim fez...
Exatos vinte dias após seu isolamento, Denise podia voltar para São Paulo, enviar aquele texto para a editora e ficar livre de pressões por, no mínimo, uns seis meses! Era um grande peso que saia de suas costas. Então Denise tomou o último banho ali, organizou tudo e... Pé na estrada! Entrou no carro feliz e realizada. O “algo” já tinha acontecido havia dezessete dias - três dias após sua chegada na cabana -, mas ela não sabia. E na verdade, ninguém no mundo sabia.
Depois de quase uma hora na rua de terra, ela chegava a estrada, e quase sete horas mais tarde, enfim, em sua casa em São Paulo. Denise toma um banho, pede um lanche, come e, por fim, dorme profundamente.
Os primeiros dias passam rápido e Denise vai a casa dos pais, os quais não via há um tempo considerável. Lá eles conversaram bastante, falaram sobre tudo, almoçaram e mataram a saudade.
Mais tarde, porém, o "algo” começou a mostrar-se.
Aconchegados na sala, a família reunida assistia à TV, onde passava um programa sensacionalista com a seguinte pauta: “Meu Pai Não Aceita Meu Namoro Com Minha Mãe”. Basicamente, um rapaz que devia ter uns dezenove anos estava ao lado da mãe e do pai, conversando com a apresentadora do programa, e recebendo aplausos da plateia conforme a família debatia aquele assunto estranho.
Denise simplesmente não podia acreditar:
- Mas olha que loucura! Eu não acredito numa coisa dessas!
- O que, filha? - pergunta dona Vilma
- Ué, mãe, você não entendeu? Esse moço aí tá querendo ficar com a própria mãe! E ainda acha que o pai dele está errado em não permitir!!! Gente, que mundo é esse? Kkk
- Ah, sim… E o pai dele não está permitindo? - Dona Vilma pergunta, ainda um pouco confusa.
- Ué, lógico que não, né? Óbvio! Que bizarrice, rs.
- Hum, entendi. Bem, talvez o pai não esteja permitindo porque sabe que o filho não quer nada sério e…
- Hã? Isso é o de menos, mãe! A questão é que se trata de um filho querendo namorar a própria mãe! Que loucura!
- Sim... Mas filha, o que tem de mais? Desde que eles se gostem, eu acho q...
- O QUÊ??? Kkk. Mãe, você tá louca??? Acho que a senhora ainda não entendeu, rs. Eu estou falando que esse rapaz aí - ela aponta para a TV -, quer namorar com a própria mãe!!! Essa mulher aí, essa que tá no palco, essa de cabelo preto… é mãe dele! Entendeu?
- Sim, filha, lógico que entendi. Só que ela é adulta, ué. Ela sabe o que é melhor pra ela, poxa.
- Ãhn!!!? - Denise estava totalmente confusa, sua mãe jamais diria algo assim. E tudo ficava ainda mais estranho à medida que, na TV, o auditório estava claramente torcendo pelo casal de mãe e filho.
Dona Vilma continuava:
- ... Não entendi por que você acha isso tão ruim
“Mas que loucura é essa, minha mãe tá doida, só pode!” - pensa Denise.
Em seguida, o Sr. Julio senta ao lado de Denise, que agora ficava entre os pais.
- O que vocês estão discutindo? - ele pergunta.
- Pai, sua mulher tá doida, só isso, rs
Dona Vilma já ia responder, mas Denise toma a frente:
- Aff, agora entrou o comercial! Mas enfim, tinha uma mulher aí, no programa, pai, que estava namorando o próprio filho!
- Sei… - a expressão dele não mostrava nada demais.
- E sua mulher achou que “tudo bem”!
- Não entendi, tudo bem o quê, filha? - ele pergunta confuso.
- A mulher, pai!!! - diz Denise já estava irritada - A mulher querendo namorar o filho!!!
Sr. Julio coça a cabeça:
- …Deixa eu ver se entendi. O rapaz já tem namorada e mesmo assim está dando em cima da mãe, é isso?
- Eu não sei se ele já namora, pai!!! O que isso tem a ver? A questão é que ele está querend...
- Calma, Denise, ô loko! Kkk - diz o pai, sem entender por que a filha estava estressada.
- Eu tô calma!!! - ela respira - A questão é que se trata de um filho tendo um relacionamento com a própria mãe, caramba! Vocês não estão entendendo isso???
- Nós já entendemos isso, mas o que tem demais??? Eu não vejo tanto problema. Claro, tem a questão da idade, né? Ela tem o dobro da idade dele, isso pode ser um pouco ruim, mas… Nem todo mundo liga pra essa questão de idade e…
- Não é essa a questão! A idade é o de menos! Ok!!! ESQUECE!!! Esquece esse assunto!!! - diz Denise, surtada - Vocês com certeza não entenderam até agora o que se passa! Não vou desenhar mais!
Os pais se entreolham, sem entender por que a filha tinha implicado tanto com aquele casal de mãe e filho. Depois, esquecendo desse assunto, eles tiveram um ótimo café com bolo e passaram boa parte da tarde juntos antes de se despedirem.
Aproveitando que estava na cidade de seus pais, Denise resolveu passar na casa onde moravam duas amigas, as irmãs Sabrina e Érica. Conversa vai e conversa vem, Denise desabafa:
- Ai, gente… Aí eu explico pra minha mãe… e você acredita que ela nem ligou???
- É, amiga - diz Sabrina -, tem gente que não se comove por um romancezinho, rs
- Hã, como assim? - pergunta Denise sem entender.
- Seus pais, eles não torceram pelo casal, né? Eles foram indiferentes… Não é isso o que está nos contando?
- Sabrina, você não entendeu, não estou falando sobre eles terem torcido ou não pelo casal, o que estou dizendo é que se tratava de uma mãe e um filho querendo namorar! Onde já se viu isso? E minha mãe achou que "tudo bem". Olha que loucura! rs
- Hum... Mas qual o problema, Denise? Não entendi - pergunta honestamente Érica.
- HAHAHA, palhaças! Vocês estão de brincadeira, né? Suas sem graças! rs - diz Denise, convicta que era uma pegadinha.
- …Bom, gente, vamos jantar? - Sabrina tenta encerrar o assunto.
- Vamos, sim... - responde Denise, ainda incomodada - Mas vocês estão falando sério? Olha, eu não quero que brinquem com isso agora…
- Amiga, eu não sei por que de repente você achou isso tão estranho. Tipo, eu é que não entendi sua reação, rs. São apenas mãe e filho, isso acontece, ué, é normal - diz Érica
- Normal??? - a cabeça de Denise explode de vez
- Denise, eu também não vejo nada demais - concorda SabrinaOk, gente, deixe pra lá - já esgotada intelectualmente.
- Você tá bem, querida? - pergunta uma delas.
- Estou, estou sim. Vamos jantar! - termina Denise, se levantando, querendo acabar com aquele assunto de vez.
O jantar estava delicioso, e depois de um tempo conversando, Denise tem que ir embora. Sabrina toma a palavra:
- Denise, você nem falou do Beto, ele ainda está com o pai dele? - pergunta Érica.
- Sim. Ele sempre passa as férias com o pai… Mas depois de amanhã ele volta pra casa.
- Ele tá lindo, viu? Que rapazinho lindo, seu filho ficou!
- Obrigada… Bom gente, eu já vou indo. Até a próxima, meninas.
Denise entra no carro com a cabeça doendo.