Quando ouvi os passos arrastados vindo do corredor, tentei parecer o mais relaxado possível. Estava largado no sofá, só de cueca, pernas bem abertas, como se aquele fosse meu estado natural — e não o ato cuidadosamente calculado que era. Até fingi ajustar o volume da TV para não parecer tão... óbvio.
Os passos pararam na entrada da sala, e, quando levantei os olhos, lá estava ela. Marta, minha mãe, meu pesadelo, minha... Bem, acho que você já entendeu.
Camiseta larga, desbotada, quase escondendo as curvas. Quase. E aquele short de malha, cavado e ridiculamente curto, que ela usava sempre para faxinar. Só que, por alguma razão, hoje parecia diferente. Mais... revelador. O tipo de roupa que parecia inofensiva até você prestar atenção.
E eu prestei.
— Miguel, o que é isso? — Ela me encarou, os olhos indo direto para minhas pernas. Ou melhor, para o que minhas pernas não escondiam. — Por que você tá só de cueca?
A voz dela tinha uma mistura de surpresa e irritação, mas eu detectei algo mais. Talvez fosse só a minha imaginação.
— Tá calor. — Dei de ombros, casual, como se minha cueca fosse tão aceitável quanto um moletom. — Mas já vou colocar um short.
Eu não tinha a menor intenção de me mexer, claro. Permaneci no sofá, fingindo prestar atenção na série. Era um teste, afinal. Um experimento.
Ela balançou a cabeça e soltou um suspiro, aquele típico suspiro maternal que parece carregar o peso do mundo. Sem me dar mais atenção, ela foi até a prateleira e começou a limpar.
E foi aí que a coisa toda ficou interessante.
Cada movimento dela era uma coreografia sem esforço. O espanador subia e descia, os braços se estendiam, e o short — ah, aquele short — parecia feito sob medida para acompanhar cada curva. Não sei como nunca tinha reparado antes. Talvez porque eu nunca tivesse permitido que minha mente fosse por esse caminho.
Mas hoje, ela estava lá. Bem na minha frente.
Quando Marta se abaixou para limpar a mesa de centro, eu perdi o fôlego. Literalmente. O short de malha, que já parecia uma afronta às leis da decência, decidiu enfiar-se ainda mais entre as bandas da bunda dela. E eu, claro, estava sentado no ângulo perfeito para testemunhar o evento.
Foi uma reação automática, um aperto no peito e uma pressão incômoda — ou não tão incômoda — dentro da boxer.
A curva das costas dela, a forma como o tecido marcava cada detalhe... Era surreal. Uma provocação silenciosa.
Cada curva, cada gesto dela parecia carregar um peso novo agora. Era uma Marta que eu nunca tinha visto antes. Ou talvez fosse a mesma Marta de sempre, mas eu finalmente estava prestando atenção.
A série na TV continuava rolando, mas eu não ouvia nada. Minha atenção estava completamente capturada pela mulher à minha frente, pelos movimentos dela, pela forma como a luz da tarde destacava os contornos do corpo dela.
Ela caminhou até o sofá onde eu estava, o espanador na mão e um olhar de determinação calma, como se a missão dela fosse eliminar cada partícula de poeira da casa — e talvez da minha alma, se ela pudesse. Ela se aproximou da mesinha de canto, do lado onde eu estava sentado, e começou a limpá-la com movimentos meticulosos. Cada gesto parecia lento demais, e eu tive a impressão de que ela sabia exatamente o efeito que aquilo teria em mim.
Quando ela se inclinou para alcançar o canto mais distante, o decote da camiseta larga se abriu, revelando um vislumbre dos seios. Não foi algo escancarado — não era preciso. Apenas o suficiente para provocar, para acender minha imaginação. E, ah, como ela acendeu.
Meus olhos deslizaram para aquela visão sem pressa, absorvendo cada detalhe. A curva suave da pele, o movimento quase imperceptível a cada respiração.
Minha ereção ficou ainda mais evidente sob a cueca. O tecido fino não ajudava em nada a esconder, e a ideia de que ela poderia notar não me incomodava nem um pouco. Na verdade, era exatamente o que eu queria.
— Miguel.
A voz dela soou firme, mas havia algo diferente. Algo que não estava ali antes. Levantei os olhos e encontrei os dela. Ela me encarava, o espanador parado no ar, como se tivesse esquecido por um momento o que estava fazendo.
Mas então, como se atraída por uma força maior, ela desviou o olhar. E eu sabia exatamente para onde ele foi parar. Os olhos dela desceram, devagar, hesitantes, até encontrar o volume óbvio em minha cueca.
O rosto dela mudou. Não era choque, nem raiva, mas algo mais sutil, mais profundo. O tipo de reação que alguém tem quando vê algo que sabe que não deveria desejar, mas não consegue evitar. Um rubor começou a se formar nas maçãs do rosto dela, e o movimento nervoso da língua molhando os lábios só confirmou o que eu já suspeitava.
Ela ficou ali, imóvel, por alguns segundos que pareceram uma eternidade. O espanador tremia levemente na mão dela, como se a tensão fosse grande demais para segurar. Então, ela respirou fundo, recuperando um pouco de compostura, e falou:
— Miguel... vai colocar um short.
A voz saiu mais baixa do que o normal, quase como se estivesse tentando esconder algo. Não havia a firmeza de antes, apenas uma mistura de hesitação e desejo mal disfarçado.
— Já vou. — Respondi sem me mover, deixando claro que a pressa não era minha prioridade.
Ela me lançou mais um olhar, mas havia algo de diferente agora. Ela parecia... dividida. Como se estivesse tentando decidir se deveria insistir ou simplesmente fugir da sala. Por fim, virou-se e começou a limpar outro móvel, mas os movimentos estavam mais apressados, mais desconexos.
Me levantei lentamente, ajeitando a cueca de forma casual, como se não estivesse me divertindo com tudo aquilo. Caminhei para fora da sala em direção ao meu quarto, sentindo os olhos dela nas minhas costas — ou talvez fosse só imaginação.
Fechei a porta do quarto atrás de mim, deixando escapar um sorriso vitorioso. Ela tinha notado, claro, e sua reação foi tudo o que eu esperava. O plano estava funcionando melhor do que eu poderia imaginar. Ela não era tão imune quanto parecia, e agora eu tinha certeza disso.
Enquanto colocava o short, já pensando nos próximos passos, uma única frase ecoava na minha mente: Ela olhou. E não foi só olhar.
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