Estávamos na piscina, eu e Luana só de cueca e calcinha. A água estava morna, o reflexo da lua iluminava tudo, e aquele clima meio proibido, meio descontraído, deixava o momento surreal. Luana estava o tempo todo ao meu lado, visivelmente incomodada com os movimentos de Raquel. Aquela mulher era direta, sem rodeios. Ela mergulhava, se aproximava da gente por baixo da água, e eu percebia como aquilo estava deixando Luana insegura. Eu tentava manter uma postura tranquila, mas a tensão era bem clara.
Depois de um tempo, Diego voltou com o vinho, um "Château Margaux" (coisa fina!), e se acomodou na beira da piscina. Raquel foi direto para ele, ficando entre as pernas dele, e eu resolvi sair da água também, me sentando na beira da piscina. Luana veio logo atrás e se acomodou entre as minhas pernas, como se estivesse marcando território.
Enquanto a gente relaxava e tomava o vinho, a conversa começou a fluir. Eu perguntei, curioso:
— E aí, Diego, como foi que vocês conheceram o pessoal da mansão?
Ele deu um gole no vinho e respondeu, tranquilo:
— Na real, a gente nem conhecia ninguém. Nem eu, nem Raquel. Recebemos um convite pra um evento lá e resolvemos ir. Foi lá que conhecemos vocês dois, além daquele casal jovem do Rio Grande do Sul.
Raquel, como sempre direta, se meteu na conversa:
— Vocês conheciam eles?
Luana balançou a cabeça e respondeu antes de mim:
— Também não. Recebemos o convite e resolvemos ir.
A conversa foi desenrolando, e quanto mais falávamos, mais ficava claro que tudo aquilo tinha sido arquitetado por alguém, talvez o anfitrião da mansão e seus amigos. Aquele evento tinha sido uma espécie de jogo, e nós éramos as peças.
Enquanto isso, o vinho já estava no fim. Diego se levantou, dizendo que ia buscar mais, e logo voltou com outra garrafa e uns tira-gostos. Continuamos a conversa, e então ele soltou a pergunta que eu sabia que vinha, mas preferia evitar:
— Jonas, por que você saiu tão irritado aquele dia da mansão? Eu e a Raquel ficamos sem entender, porque, no fim das contas, você aproveitou o evento da mesma forma que todo mundo ali. Foi uma experiência única pra todos nós, não?
As palavras dele me atingiram em cheio. Eu me lembrei do meu momento de raiva e do ciúme que senti naquela noite. Mas, conforme Diego continuava falando, as coisas começaram a fazer mais sentido. Sim, Luana tinha se entregado para dois homens naquela noite, mas eu também tinha me entregado para duas mulheres. E assim como ela tinha explorado o novo, eu também tinha feito coisas que não eram habituais, coisas que não combinavam com quem eu achava que era.
Diego era persuasivo. Ele dizia que o evento tinha sido justo, oferecendo a mesma liberdade para todos ali. A cada palavra, eu comecei a perceber que estava segurando um peso que talvez nem precisasse carregar.
Raquel resolveu entrar na conversa também:
— Olha, Jonas, vou ser sincera. Eu fiquei com ciúmes e raiva naquele dia quando vi o Diego escolhendo a Luana. Foi uma droga vê-lo levando ela pro quarto enquanto você só ficou sentado, observando tudo. Por um momento, achei que você fosse atrás dela, mas não foi.
Ela fez uma pausa, olhando para mim com um sorriso irônico.
— Aí, quando eu tentei te seduzir, pra gente aproveitar a noite, você preferiu dar atenção ao tablet e ficar assistindo o que tava rolando no quarto. Foi nesse momento que pensei: “Será que ele curte voyeur?”
Todos rimos, mas eu me senti um pouco desconfortável. Raquel continuou:
— Mas, depois, você caiu na real. Naquele segundo momento da noite, se entregou a mim e à gaúcha, e foi... intenso.
Luana, que estava quieta até então, se mexeu um pouco nas minhas pernas, mas ficou em silêncio. Raquel finalizou com um comentário que me fez congelar por um momento:
— E você, Luana, naquele dia usava o codinome “Luiza”, né? Igual ao nome da amiga de vocês que veio nessa viagem. Aliás, onde estão eles? O casal de amigos de vocês?
O clima ficou mais denso. O que antes era uma conversa descontraída agora parecia carregar um mistério. Olhei para Luana, e ela olhou para mim, sem saber exatamente como responder.
Olhei para Raquel, que parecia ter um jeito único de dominar a situação, mas me concentrei na pergunta dela sobre o casal de amigos. Resolvi explicar de forma direta, tentando manter um tom leve:
— Então, Raquel, foi o seguinte. Quando a gente recebeu o convite pra vir pra cá, achamos melhor vir só nós dois. Não sabíamos até onde o encontro com vocês ia chegar, e sinceramente, eu e a Luana não ficaríamos à vontade com eles numa noite assim. Mas amanhã eles estarão na praia pra um passeio pelo litoral. Pretendemos alugar uma lancha pra dar uma volta.
Raquel abriu um sorriso daqueles que a gente nunca sabe bem o que esperar e comentou, animada:
— Ótimo! Temos um pequeno iate. Poderíamos sair os três casais pra conhecer o litoral sul baiano.
Luana deu um sorriso meio amarelo, tentando disfarçar a tensão.
— Seria ótimo, sim — ela respondeu, sem muita convicção, mas educada como sempre.
Diego aproveitou o momento para servir mais vinho, levantando a garrafa com um sorriso:
— Desse jeito vamos acabar secando outro litro.
Todo mundo riu, e aquele clima descontraído voltou por um instante. Raquel, como sempre, tomou a dianteira da situação, olhando pra lua e soltando um elogio:
— Que lua linda, né? Vem cá, Luana, quero te dar algo.
Luana me olhou, meio sem graça, como se pedisse permissão. Acenei com a cabeça, tentando parecer tranquilo, mas por dentro, eu já sabia que Raquel tinha algo a mais em mente. Luana se aproximou, e Raquel a pegou pelo braço, puxando-a suavemente. Primeiro, deu um beijo leve nela, que foi retribuído, e depois, com uma naturalidade impressionante, pegou a mão da Luana e colocou sobre as coxas de Diego.
Fiquei observando tudo, tentando entender até onde aquilo ia, quando, de repente, Raquel mergulhou e surgiu bem entre as minhas pernas. Senti os lábios dela perto das minhas virilhas, e o arrepio que veio foi instantâneo. Ela começou a me beijar ali, tirando suspiros que eu nem tentei segurar.
Olhei pra Luana, e ela estava ali, entre as pernas de Diego, apenas observando enquanto ele acariciava seus seios. A expressão dela era um misto de curiosidade e tensão, mas não parecia incomodada, talvez só tentando processar tudo.
Raquel, por sua vez, parecia totalmente no controle. Sem pressa, começou a me fazer um boquete com uma habilidade que parecia ensaiada. Antes de me entregar completamente, ainda tive um momento de lucidez pra olhar pra Luana novamente. Ela assistia à cena enquanto Diego a tocava, e por um instante, nossos olhares se cruzaram. Era como se estivéssemos compartilhando algo estranho e íntimo ao mesmo tempo, um momento que desafiava qualquer lógica ou barreira que ainda restasse.
Depois que gozei, olhei para Raquel que ainda tinha aquele olhar de quem sabia exatamente o que estava fazendo. Enquanto ela limpava a boca com um sorriso malicioso, voltei minha atenção para Luana. Lá estava ela, como se o mundo ao redor tivesse parado, sentada sobre Diego. Ele estava deitado às margens da piscina, e ela se movia sobre ele com uma intensidade que me deixou hipnotizado por um instante. Parecia completamente entregue, sem se importar se alguém observava.
O movimento de vai e vem dela era tão natural, tão cheio de vontade, que eu mal conseguia desviar o olhar. Diego, por sua vez, parecia completamente rendido ao momento. Mas antes que os dois pudessem alcançar o clímax, Raquel, sempre dona da situação, interrompeu com um tom de voz provocador:
— Ei, vocês dois! Que tal terminarmos isso lá no nosso bangalô?
Luana, meio sem graça, parou de se mover. Com uma calma quase ensaiada, ajeitou a calcinha para cobrir sua bucetinha Depois, olhou pra mim, como quem buscava aprovação, e perguntou baixinho:
— Tudo bem irmos pro bangalô deles?
Eu pensei por um momento, olhando de Raquel para Diego, e depois para Luana. Aquele sorriso conquistador de Raquel não deixava dúvidas de que ela tinha tudo planejado. Finalmente, respirei fundo e respondi:
— Vamos. Mas não podemos esquecer que prometemos ao Pedro sairmos cedo pra aquele passeio de lancha pelo litoral.
Todos riram de leve, e Diego comentou enquanto se levantava:
— Promessa feita é promessa cumprida. Mas até lá, ainda temos tempo.
Com isso, nos levantamos e seguimos juntos em direção ao bangalô.