LENDO O DIÁRIO DA PRÓPRIA MÃE

Um conto erótico de Candir
Categoria: Heterossexual
Contém 2164 palavras
Data: 17/12/2024 20:53:15
Última revisão: 30/12/2024 17:27:32

A minha mãe, Luísa, gosta muito de escrever. Eu sempre soube disso e, bem, todos sabem disso na verdade. Nunca foi um segredo. Talvez como um resquício dos tempos que cursou literatura, isso antes de interromper e trocar pelas aulas de administração. Dizia não ter arrependimentos pois foi assim que pôde conhecer o meu pai, formar família e hoje desfrutar de uma vida cálida e agradável, restando tempo para nós e seus familiares enquanto apenas ajuda o meu pai em seus negócios.

Entre mensagens para os amigos, textos para as comunidades onde é engajada, e outras curtas manifestações literárias, há alguns anos eu descobri certos "diários" nos quais minha mãe desdobra os seus sentimentos e visões dos acontecimentos. Sim, são vários.

Há o diário "agenda" no qual ela compartilha sensações e fatos corriqueiros. Neste ela flexiona o seu punho abertamente sobre as folhas, e o faz mesmo diante de mim ou do meu pai. Há o diário "rosa" que fica um tanto escondido - mas nem tanto - e fechado por um cadeadozinho em formato de coração. Custou até eu localizar a chave enfiada ao meio da cobertura aveludada de um porta-brincos. Por lá minha mãe desabafa dores e reflexões mais profundas, os seus medos.

E foi nele que li e soube que ela se sentiu deprimida há alguns anos atrás, mas teve medo de falar sobre isso com o meu pai, pois ele andava muito feliz diante da prosperidade nos negócios. Eu era mais novo e, minha mãe também temia que meu pai não compreendesse o seu momento de tristeza e acabasse a "trocando" por outra. Ou outras. Para o bem de todos, segundo ela foi uma fase que durou alguns meses apenas.

Mas não, os seus diários não terminavam na escala do rosa. Há outro com o qual me deparei só depois e o batizei de diário "escarlate".

Não tinha capa de couro ou mini cadeados, mas um pano de flanela puído e remendos de plástico-bolha o faziam parecer apenas um conjunto de velhos documentos sem-graça. Porém, a minha curiosidade sempre trucou os artifícios e os esconderijos providenciados pela minha mãe, e durante tardes solitárias em casa, eu cuidadosamente pude revelar o caderninho da capa bordô.

E de tudo o que lá encontrei há uma pérola de texto que até hoje, não consegui me decidir se foi de fato a transcrição de uma vivência da minha mãe, ou apenas algum tipo de arroubo literário baseado em fantasias eróticas que ela, já uma mulher casada e mãe, nutria. Uma confissão-história que data de alguns anos já passados, agora. Porém, o que importa é que esta dúvida que vem me martelando há tempos tem trazido uma série de emoções e conflitos. Teria minha mãe vivido, e feito aquilo tudo? A escrita em prosa sugere acima de tudo um conto. Então, teria ela esses desejos um tanto...proibidos? E os teria até hoje?

Vejam bem, pois se foram apenas fantasias, então aqui elas seguirão como um conto. Mas se foram relatos e vivências, elas aqui seguirão como testemunho...e eu, uma testemunha?

>>>>

— O Diário:

(...)"Eu finalmente combinei de me encontrar com ele, após tantos anos! Essa coisa de internet e facebook, confesso que sonhei quietinha torcendo por um contato dele. E um certo dia, chegou. Marcamos em uma lanchonete discreta do shopping mais pacato da cidade. Ideia foi minha. E lá estava eu ansiosa e com o coração a mil, enquanto remexia impacientemente na colher que girava o meu cappuccino. Tive medo, e depois euforia, pensei de um tudo quando vi, finalmente, aquela figura alta e imponente se aproximando.

Diego nunca havia deixado de ser irresistível. Os anos haviam lhe dado mais charme, um olhar mais intenso e o corpo mais maduro. Talvez fosse o cabelo e as pequenas entradas que destacavam o seu topete, um charme na sua meia-idade, ou aquela camisa justa que delineava o peito forte. Meu coração acelerou, e como não?

“Desculpe o atraso, Luísa. O trânsito estava um inferno, mas para te rever vale cada minuto de espera dentro do carro!” — A voz rouca me atingiu como um soco de calor, e ele se inclinou para beijar meu rosto.”

“Tudo bem...” — Respondi, respirando fundo. “Você não mudou nada, hein Diego.”

“Você mudou, Luísa. Sim! Está ainda mais linda.” — Ele me olhou de cima a baixo, sem disfarçar, e um arrepio subiu pela minha espinha.

“Deixa de paparico, Diego! Estou mais velha, sou mãe...”

“Uma mãe de lindo rosto e belo corpão! Eu não queria ser o seu filho, pois o rapaz deve ouvir cada coisa dos colegas, rs!”

Eu sorri, e enrubesci. Mandei ele catar coquinho em tom de brincadeira, também.

Conversamos como dois velhos amigos, relembrando momentos da adolescência, os primeiros beijos escondidos no quarto dos meus pais e os toques tímidos que nos fizeram estremecer no passado. Mas agora havia outra tensão.

Não era a nostalgia que queimava no olhar dele, era um puro desejo. E, para minha surpresa, eu sentia o mesmo. Quando ele tocou de leve a minha mão, o calor migrou direto para minha barriga e desceu mais fundo, num pulsar entre as coxas. Eu sabia o que aconteceria a seguir, e parte de mim ansiava desesperadamente por aquilo.

O calor prosseguiu até que subitamente ficamos em silêncio e Diego pagou a conta, então ofereceu-me sua mão e juntos saímos da cafeteria. A breve caminhada até o carro permaneceu silenciosa, mas carregada de eletricidade. Ele abriu a porta para mim e, ao me acomodar, suas mãos deslizaram, “por acidente”, pela lateral da minha coxa. Minhas pernas tremeram.

Tinha um hotelzinho ali pelas redondezas, nada combinamos sobre isso, mas confesso que antes do encontro eu cheguei a pesquisar sobre essa possibilidade. Aparentemente, Diego fez o mesmo. Quando a porta do quarto se fechou, Diego já me prensava contra ela, suas mãos firmes na minha cintura e seus lábios colados aos meus. Era como se todos aqueles anos de espera fossem descarregados num único beijo, quente, profundo, faminto.

“Eu esperei tanto por isso...” — Murmurou, antes de morder de leve o meu lábio inferior:

"Você é minha, Luísa. Sempre foi!"

Meus dedos desabotoaram rapidamente a camisa dele, e meu peito arfava quando o tecido caiu no chão, revelando aquele tronco rígido que eu mal conseguia resistir. Em segundos, ele me girou, empurrou-me contra a parede e desceu a boca até meu pescoço, mordiscando e chupando com firmeza. Gemeu satisfeito ao sentir meu corpo reagir.

“Você está molhada, Luísa...” — Sussurrou, deslizando a mão entre as minhas pernas. Não precisei responder.

Ele me ergueu com facilidade, e minhas pernas se enroscaram em sua cintura enquanto nossos corpos se encaixavam perfeitamente. A cama parecia distante demais, então ali mesmo contra a parede, ele quase rasgou a minha blusa, até pude ouvir os botões se desprendendo de uma só vez. Então os seus olhos devoraram meus seios ainda cobertos pelo sutiã de renda preta. Com um movimento rápido, ele o desabotoou, libertando-os. O olhar faminto que ele lançou antes de abocanhar um deles quase me fez alcançar o prazer subitamente.

“Olha para você assim...toda gostosona do caralho! Porra!” — Diego ferozmente se apossou dos meus seios nus, firmes e cheios. Ele abocanhou um mamilo com avidez, chupando e mordendo até me fazer arquear as costas e gemer alto. Ele murmurou colado em minha pele, enquanto sua outra mão apertava o seio livre, explorando cada curva com a maestria de quem sabia exatamente o que fazia.

“Diego, eu...” — Tentei lhe falar, mas ele não deixou. Sua boca percorria cada centímetro do meu corpo, descendo com pressa pela minha barriga até alcançar a minha calça. Num movimento hábil, ele a puxou junto com a calcinha, deixando-me completamente exposta.

“Caralho...” — Ele murmurou, encarando-me como um caçador diante de sua presa. — Você é ainda mais gostosa do que eu lembrava.

Senti sua língua abocanhar minha bucetinha, dos lábios até o grelinho, e uma onda de prazer fez minhas pernas fraquejarem. Ele não teve piedade. Me chupou com tanta intensidade que meus gemidos ecoavam pelo quarto. Sua língua deslizou fundo entre meus lábios, provocando e explorando cada pedaço meu. Diego sabia o que fazia.

“Aí, Diego! Nossa! Assim... assim eu não vou aguentar!” — Eu gemia, com os dedos enroscados nos cabelos dele. Quando temi perder toda e qualquer consciência e sem antes demonstrar o quão selvagem ele me fazia sentir por dentro, então reagi e me curvei, grudando em seu ouvido:

"Olha aqui! Preste atenção agora! Pois você vai se lembrar disso pelo resto da sua vida." — Avisei, antes de beijar seu pescoço e morder o lóbulo da sua orelha. Continuei minha jornada pelo peito dele, com as minhas unhas deixando marcas leves, até alcançar o seu pau ereto e pulsante, grosso, salobro, fazendo a minha boca salivar.

Então sem hesitar, o envolvi com a mão e o lambi da base à glande, devagar, saboreando cada centímetro. Ele gemeu alto, os dedos enterrados nos lençóis. Quando o tomei por completo na boca, alternando entre sucções intensas e lambidas provocadoras, ele agarrou os meus cabelos, guiando meus movimentos de encontro à base do seu membro. Ele me chamou de puta. Putona.

"Porra, Luísa, você vai me fazer gozar agora com essa boca!" — Ele avisou, mas eu não parei. Queria vê-lo perder o controle, comecei a chupar mais e mais. Porém, Diego tinha outra ideia. A ideia fixa de tão logo me possuir, e me invadir. Ele se ergueu e me puxou para a cama, me lançando sobre o colchão. Fiquei de quatro, instintivamente, oferecendo minha bunda para ele, que soltou um grunhido animalesco.

“Gostosa...olha só essa raba! Casada tá ainda mais deliciosa e puta!” — Ele murmurou, dando uma palmada estalada que fez meu corpo vibrar. O som ecoou pelo quarto e me deixou ainda mais molhada. Logo senti o pau dele, grosso e quente, encostando em mim. Ele me penetrou devagar, provocando-me com movimentos lentos e calculados.

“Ahhh... Diego!” — Berrei, enquanto ele segurava firme na minha cintura, acelerando os movimentos, entrando e saindo de mim com vigor. A cada estocada, minha mente se perdia em prazer.

"Isso... Isso mesmo, cavalo! Me fode mais forte!" — Eu gritei, incentivando-o. Ele mantinha total controle sobre os meus quadris, investindo com força, o danado ainda dizia que seu pau estava embebido no meu creme de mulher. Ele se pôs a me provocar.

“Eu te fodo gostoso, uhn?”

“Fode...aííí, fodeee sim!”

“Diga...eu te fodo mais forte...mais forte e mais gostoso do que ele? Uhn?”

Eu entendi que ele falava do meu marido, mas eu não queria botar o pai do meu filho no meio daquela pura devassidão da minha alma! — Tentei me fazer de tonta. Tentei, juro.

“Fala pra mim, caralho! Fala porque eu quero muito ouvir de você! Quem é o maior?”

Ele continuou me castigando da maneira mais deliciosa possível, adentrando e me invadindo com seus movimentos pélvicos fortes, circulares dentro de mim toda arreganhada, um grande garanhão! Não pude resistir, eu me corromperia se fosse preciso, mas não me conteria mais:

“É vocêê! É tu, Diego! Gostoso e meu arrombador! Você é maisss!”

Ele ficou alucinado, e eu pude sentir os respingos de suor caindo sobre mim, migrando deliciosamente do seu corpo para o meu. E depois de me foder de quatro até quase me deixar desmontada, ele me virou e subiu sobre mim. Suas mãos seguraram minhas coxas, afastando-as, e ele entrou novamente, fundo, preenchendo cada centímetro do meu corpo. Nossos olhos se encontraram, e eu vi a mesma luxúria nos dele que sentia em mim.

“Luísa... — Ele sussurrou, olhos revirando, a voz rouca e entrecortada. “ Vou gozar bem dentro de você.”

“Então goza...amor...goza...” — Respondi, agarrando-o pela nuca e beijando-o com toda a força do meu desejo.

Ele estocou mais fundo, uma, duas, três vezes, e então explodiu dentro de mim. Senti seu gozo quente se derramando e sorri satisfeita. Meu próprio orgasmo veio logo depois, uma onda intensa que me fez gritar e tremer por completo. Exaustos, caímos lado a lado na cama, respirando como se tivéssemos corrido uma maratona. Ele virou o rosto para mim, os olhos ainda brilhando.

“Isso... isso não foi um reencontro qualquer. — Ele riu, acariciando o meu rosto.

“Não, Diego. Não foi...” — Sorri, maliciosa, e emocionada.

“No que é que está pensando, hein rs?”

“Eu estou pensando que no fundo, sempre fui sua...muito sua..."

>>>>

— Desde então:

Não houve outra menção ao Diego no diário, nem em outros diários. Não houve outro “conto” ou relato escrito por ela desde então.

Eu já senti raiva, eu já ri, e eu já me masturbei. Várias vezes. E o pior é que a lembrança desta “dúvida” vai e vem descontroladamente em minha mente. Pode vir em um dia qualquer, após ter visto minha mãe saindo do banho com a toalha nos cabelos, ou pode ser em uma noite qualquer, quando a vejo se aprontando para sair bem bonita ao lado do meu pai. Oras, já aconteceu até em almoço de domingo.

O que você pensaria, se fosse o diário da sua mãe?

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 67 estrelas.
Incentive Candir a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Foto de perfil genérica

Putz, vc é um safadinho que escreve d++++! Imagine se todas mães escrevessem seus diários e os filhos tivessem acesso a eles. Como aqui narrado de forma fodástica!!! Putz, seria mesmo incrível. Aliás, há pouco descobri sobre a vida liberal da minha mãe com a cumplicidade do meu padrasto. Narrei isso no meu relato recente. Voltarei a ler outros contos teus. Viajei no tesão e virei fã. *-*

1 0
Foto de perfil de Morfeus Negro

Kkk Situação difícil essa. Descobrir na sua mãe uma mulher que também tem desejos, óbvio, e ficar na dúvida se foi uma fantasia ou um encontro com um amante do passado.

Excelente conto. Como sempre Candir suas histórias são ótimas.

1 0
Foto de perfil genérica

Bom conto,ficou mais uma sugestão de que pode ter acontecido ou não,e é exatamente isso: uma dúvida eterna,tipo Capitu traiu ou não...

1 0
Foto de perfil genérica

Muito detalhado para ser um texto criado da própria mente. Ela deve ter vivenciado esse encontro e escrito no livro secreto, que ninguém deveria ter acesso. Se fosse comigo, preferia não ter lido tal situação sobre minha mãe. Mas já que leu, é complicado. Nossos pais são seres humanos que fazem tudo que gostamos de fazer, e erram também. Difícil fazer um julgamento de valores da situação. Mas ficou um conto bem escrito.

1 0

Listas em que este conto está presente