Tentação e Arrependimento

Um conto erótico de Alberto Sousa
Categoria: Heterossexual
Contém 509 palavras
Data: 19/12/2024 18:45:13

O semestre avançava e a rotina de Clara e Gabriel parecia se consolidar. Eles se encontravam quase todos os dias entre aulas e nos fins de semana dividiam momentos no bar ou na praia. Mas, como toda relação nova, os desafios começaram a surgir.

Numa noite em que Gabriel viajou para visitar a família em Feira de Santana, Clara saiu com Brenda para uma festa universitária. “Vai ser só diversão”, Brenda garantiu, puxando-a para o evento. Clara hesitou, mas a música alta e o ambiente pulsante acabaram a envolvendo.

Foi lá que Clara reencontrou Lucas, um ex-colega de turma que sempre demonstrou um interesse velado por ela. Ele era descontraído, com um charme impulsivo que contrastava com a serenidade de Gabriel. Durante a noite, as conversas entre Clara e Lucas se tornaram mais próximas, e quando ela percebeu, estavam dançando, os corpos muito próximos.

A música mudou para um sucesso de Leo Santana, e a pista de dança pareceu se transformar. Lucas, aproveitando a atmosfera, puxou Clara para um canto mais reservado, onde a luz era mais baixa e os sons abafados. Os toques começaram sutis, mas logo ganharam intensidade. Ele a segurou pela cintura, deixando os movimentos sugerirem o que palavras não diziam.

Sem que Clara esperasse, Lucas deslizou suas mãos em carícias ousadas, explorando seus limites. O calor do momento e o efeito do álcool a fizeram ceder, e ela se viu entregue ao prazer que ele provocava. Enquanto a música pulsava e as pessoas ao redor permaneciam distraídas na dança, Clara sentiu o corpo reagir de forma incontrolável, culminando em um momento que a deixou trêmula e sem fôlego.

Assim que a música mudou e o frenesi do instante passou, Clara sentiu o peso do que havia ocorrido. O arrependimento veio como uma onda fria, trazendo uma culpa que a acompanharia pelo resto da noite. Ela se afastou rapidamente, evitando o olhar de Lucas e buscando Brenda para sair dali.

Na manhã seguinte, Gabriel voltou. Clara carregava o peso da noite anterior, mas não sabia como abordar o assunto. Ela tentou agir naturalmente, mas Gabriel, perceptivo como sempre, notou algo de errado.

“Clara, o que houve? Você está distante”, ele perguntou, segurando sua mão. Incapaz de mentir, ela contou tudo. As palavras saíram aos tropeços, acompanhadas de lágrimas.

Gabriel ouviu em silêncio, o maxilar tenso. Quando ela terminou, ele se levantou e caminhou até a janela. Clara não sabia o que esperar, mas seu coração parecia prestes a explodir.

Após alguns minutos, ele se virou. “Clara, eu não vou dizer que não dói. Mas também sei que ninguém é perfeito. Eu gosto de você, e quero que a gente siga em frente. Isso só funciona se aprendermos juntos.”

Clara soluçou, sentindo um misto de alívio e remorso. “Eu não mereço você.”

“Talvez não seja sobre merecer,” ele respondeu, aproximando-se e envolvendo-a em um abraço apertado. “É sobre escolher ficar. E eu estou escolhendo.”

Naquele momento, Clara percebeu que o perdão de Gabriel era mais do que um gesto de amor. Era um convite para um recomeço.

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