O Recomeço

Um conto erótico de Alberto Sousa
Categoria: Heterossexual
Contém 913 palavras
Data: 19/12/2024 20:23:11

Marina e Gustavo estavam juntos havia oito anos. O casamento, antes intenso e cheio de paixão, agora era um emaranhado de silêncios e distâncias. O desejo entre eles se tornara uma lembrança vaga, abafada pela rotina e pelas decepções acumuladas. Numa noite qualquer, depois de mais uma tentativa frustrada de intimidade, Marina tomou coragem.

— Gustavo, não dá mais. Assim a gente vai acabar se perdendo de vez.

Ele suspirou, olhando para o teto.

— Eu sei... Mas o que você quer que eu faça? Parece que nada mais funciona.

Foi quando ela propôs algo ousado: visitar uma casa de swing.

— Você enlouqueceu? — Gustavo exclamou, a voz uma mistura de incredulidade e desconforto.

— Talvez... Mas é isso ou a gente se perde de vez. Eu não quero desistir de nós, mas precisamos tentar algo novo.

Após dias de relutância, ele cedeu. Não porque estivesse confortável, mas porque, no fundo, sabia que Marina tinha razão.

Na sexta-feira, eles entraram na casa de swing. O ambiente era luxuoso, sedutor, com luzes baixas e uma música que parecia vibrar sob a pele. Pessoas transitavam com olhares intensos, algumas seminuas, outras completamente entregues a seus próprios prazeres.

Marina segurava a mão de Gustavo com força, mas seus olhos brilhavam de curiosidade. Ele, por sua vez, estava tenso, o maxilar travado, os dedos suando.

Depois de explorarem o local, chegaram a uma sala mais reservada. Ali, Marina viu algo que a deixou intrigada: um pequeno orifício na parede, e do outro lado, um pênis ereto, projetando-se para fora, imóvel, como um convite silencioso.

Ela riu, nervosa.

— Isso é… inesperado.

Gustavo olhou para a esposa, tentando decifrar sua expressão. Ele mesmo sentia um misto de desconforto e excitação.

— Se quiser, vá em frente — disse, surpreendendo a si mesmo com as palavras.

— O quê? Você está falando sério?

— Sim. Acho que você deveria experimentar.

Ela hesitou, olhando para o marido, buscando algum sinal de hesitação ou ciúme. Mas ele estava ali, parado, firme. Marina aproximou-se, estendendo a mão lentamente. Quando tocou o membro, sentiu a pele quente, pulsante. Uma faísca atravessou seu corpo.

Inicialmente tímida, começou a acariciar, testando os movimentos, observando a reação do pênis que pulsava em resposta ao seu toque. Gustavo observava de perto, sua respiração pesada, o coração disparado.

Marina então se inclinou e, com hesitação, tocou a ponta do membro com os lábios. O gosto era novo, diferente, mas algo dentro dela despertou. Aos poucos, ela se deixou levar, envolvendo o pênis com a boca, experimentando, sugando com intensidade crescente.

Do lado de fora, Gustavo sentia o desejo crescer de forma incontrolável. Sua esposa estava tão entregue, tão viva, que ele mal podia acreditar. Quando o homem do outro lado do glory hole gozou, Marina engoliu tudo sem pensar, um reflexo que a surpreendeu. Gustavo, por sua vez, quase alcançou o clímax dentro da própria cueca.

Mas, ao mesmo tempo, um pensamento o invadiu como uma onda de gelo: Por que ela nunca fez isso comigo nos últimos anos?

Confuso, ele deixou a sala sem dizer nada. Marina, ainda extasiada, não percebeu. Sentindo-se mais confiante do que nunca, ela seguiu para outro espaço onde um glory hole feminino era indicado. Ali, sem hesitar, tirou a roupa e entrou na cabine, deixando apenas suas pernas para fora.

Logo, sentiu as mãos de um homem em suas coxas, firmes e decididas. Ele a penetrou sem cerimônia, e Marina arfou ao sentir-se completamente preenchida. Os movimentos eram rápidos, intensos, e ela não conseguiu conter os gemidos que ecoaram abafados pela cabine. Quando o homem gozou dentro dela, um calor a invadiu. Pela primeira vez em anos, ela sentiu-se desejada, como se fosse novamente uma mulher cheia de vida.

Ao sair, ainda desnorteada pelo que acabara de viver, Marina voltou ao salão principal e parou abruptamente. Diante dela, Gustavo estava nu, sentado em uma poltrona, recebendo um boquete de uma mulher loira, voluptuosa. O rosto dele estava tomado de prazer, os olhos semicerrados, a boca entreaberta.

Marina ficou imóvel, chocada. Não via aquela expressão de satisfação no rosto do marido havia pelo menos três anos. Quando os olhos dele encontraram os dela, ele não desviou o olhar. Pela primeira vez naquela noite, Marina sentiu que entendia algo sobre si mesma e sobre Gustavo.

Na volta para casa, o silêncio era denso, quase palpável. Nenhum dos dois sabia o que dizer. Mas, pela manhã, sentaram-se à mesa e finalmente conversaram.

— Eu vi você ontem… — Marina começou, hesitante. — E, por mais estranho que pareça, não senti ciúme. Senti inveja. Você parecia tão… vivo.

Gustavo a encarou, os olhos cheios de uma mistura de culpa e desejo.

— Quando eu te vi lá, Marina, fazendo coisas que não faz comigo há anos… eu senti tudo ao mesmo tempo. Excitação, raiva, insegurança. Mas, acima de tudo, eu percebi que quero te ver feliz. Quero te ver assim sempre.

Marina engoliu seco.

— Talvez a gente tenha se perdido porque parou de se ver, de verdade. Ontem… foi a primeira vez que me senti mulher de novo. E, pela primeira vez em muito tempo, eu te vi homem.

Eles se olharam, e pela primeira vez em anos, sorriram. Um sorriso honesto, sem medo.

— Vamos começar de novo? — Gustavo perguntou, estendendo a mão para ela.

— Sim, mas agora vamos fazer isso juntos.

Naquela manhã, decidiram que a única regra seria o prazer mútuo. O que viveram na casa de swing foi um recomeço, mas o verdadeiro renascimento aconteceria entre os dois, em cada toque, cada olhar e cada entrega.

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