Eu me chamo Caio. Hoje tenho 25 anos, altura média de 1,70 m. Nunca fui forte nem musculoso, sou um falso magro, de pele branca e cabelos cacheados pretos.
Uns anos atrás, minha irmã me chamou para ir comer em uma pizzaria que havia aberto recentemente. Acredite, foi verdade! Eu cheguei lá no horário, como sempre, e ela estava atrasada. Sentei na mesa, pedi uma cerveja e comecei a mexer no celular. Quando olhei para a mesa ao lado, vi um homem alto, mais ou menos 1,90 m. Era forte, mas não parecia frequentar academia; tinha o corpo de quem trabalha bastante, sabe? Esse cara não tirava os olhos de mim. Sempre fui bem resolvido com minha sexualidade, mas também muito reservado. Ninguém que não me conhecesse poderia dizer que eu sou gay. Dei um breve sorriso de canto de boca e voltei a beber. Percebi que ele retribuiu.
Minha irmã e o marido chegaram, e, para minha surpresa, cumprimentaram esse homem primeiro. Pediram desculpas pelo atraso e o convidaram para nossa mesa. Sério, eu não sabia onde enfiar a cara! Ele devia ter uns 40 anos, com uma barba cheia e bem feita e um sorriso que, sinceramente, me fazia tremer as pernas. Minha irmã e o marido me cumprimentaram e apresentaram o homem como Carlos, o novo administrador do haras onde eles moravam e trabalhavam. Parece que ele tinha vindo de outro estado. Carlos sentou justamente ao meu lado.
A noite foi passando, e tivemos algumas conversas muito agradáveis. Até que senti uma mão passando levemente na minha perna. Me fiz de desentendido e nem reagi. Mas a situação se repetiu algumas vezes. Estava ficando difícil lidar com aquilo. Ele não era o homem mais bonito do mundo, mas exalava uma aura de masculinidade impressionante. Sempre que falava comigo, olhava diretamente nos meus olhos, o que só aumentava minha curiosidade sobre onde aquilo iria parar.
Depois que comemos, ele insistiu em pagar a conta, mesmo com os meus protestos — não gosto que paguem as coisas para mim. Então, disse que precisava comprar um cigarro. Eu mencionei que havia um bar na esquina, e ele me chamou para ir junto. Avisei minha irmã para nos esperar ali e fomos a pé. Naquele momento, não vi maldade, juro!Fomos andando e conversando. Ele contou sobre o término do casamento, a relação com a ex-esposa e a guarda do filho. Eu pensei comigo mesmo: "Esse cara está carente e com tesão; quer extravasar com um viado."
Compramos o cigarro e paramos para fumar em frente a uma loja fechada — pelo menos foi o que achei. Estava com o cigarro na boca e o isqueiro na mão, distraído, quando senti uma mão na minha cintura me puxando. Levantei o rosto e fui surpreendido por um beijo. No primeiro momento, fiquei assustado, mas não teve jeito: retribuí. Ele era como um guarda-roupa, grande, e eu, pequeno. Suas mãos fortes seguravam minha cintura com tanta determinação que parecia que nada no mundo poderia me tirar dali. O gosto de cerveja, a barba, o perfume amadeirado... Tudo criava uma atmosfera única, que me fez esquecer completamente onde estávamos.
Ele me puxava contra si, e eu podia sentir o volume pulsando em sua calça. Nunca havia sentido tanto desejo por alguém como naquele momento. No entanto, tive que me controlar e disse que minha irmã estava esperando. Concordamos em fumar um cigarro para tentar nos acalmar.
Voltei ao restaurante sem comentar nada sobre o beijo. Minha irmã reclamou da demora, mas inventei que o bar estava lotado. Ela acreditou. Carlos também não disse nada. Antes de irmos embora, marcamos um almoço na casa dela para o próximo fim de semana. Me despedi como se nada tivesse acontecido, entrei no carro e coloquei uma música: "Flor de Tangerina", do Alceu Valença.
Estava voltando para a cidade vizinha, onde moro, quando meu celular vibrou:
-Tá aqui ainda?
-Tô, mas quem é?
-Carlos. Sua irmã me deu seu número. Disse a ela que você pagou o cigarro e queria devolver o dinheiro. Espero que não tenha ficado bravo.
-Ah, de boa.
-Quer conversar mais um pouco? Estou deixando eles em casa e volto aí.
-Tá bom. Sabe onde é a pracinha? Te espero lá. Não demora, hein!
-Ok.
Estacionei na pracinha, acendi um cigarro e fiquei ouvindo "A Flor e o Espinho", do Nelson Cavaquinho. Estava numa vibe MPB, perdido em pensamentos, quando ele chegou.
-Caio?
-Olha ele aí.
-Quer ficar por aqui ou ir para um lugar mais reservado?
-Direto assim? Hahaha! Podemos ir, tem algo em mente?
-Motel? Kkkkk. Brincadeira! Podemos ir para minha casa, beber um pouco e conversar.
Eu não estava me reconhecendo. Nunca iria para a casa de alguém que conheci em uma noite. Mas, naquela hora, pensei que seria só curiosidade, uma aventura sem compromisso. Fui com ele. Pegamos algumas cervejas e fomos para a casa dele. O lugar era bom, mas cheio de caixas e bagunça. Ele justificou: "Não repara, acabei de chegar." Rimos, bebemos e conversamos. Ele era engraçado e me fazia rir com uma facilidade impressionante. Quando me levantei para pegar mais uma cerveja, virei e percebi o olhar dele. Era como se eu fosse uma presa, e ele, o predador. Ele se aproximou, me beijou de forma lenta e intensa, enquanto suas mãos firmes apertavam minha cintura. Naquele momento, eu sabia que estava rendido.