Sempre que passava por uns marmanjos, eles diziam:
- Moleque, sua mãe tem um sabor, viu.
Mal sabia eu a que estavam se referindo.
Minha mãe vendia sucos (gourmets, já para aquele tempo) e à sua tenda acorriam vários homens. Não compreendia o porquê eles ficavam o tempo todo lá, mesmo após tomarem seus sucos.
Minha costumava trabalhar de shortinho e blusinha preta. Shortinho que aumentava o tamanho da sua bunda, enquanto, na frente, seu avental cobria toda aquela carne. Uma barriguinha que, no máximo, formava uma espécie de pochetezinha. E uma buceta de dar água na boca a todos aqueles que passassem e conseguissem flagrar algo.
Todos os dias, após terminar as vendas, conversava longamente com vários marmanjos, que competiam para desmontar a sua tenda. A uns dava um suquinho, a outros...
Digo que demorava longamente porque, para mim, chegando da escola cansado, doido pra ir pra casa, aquilo era uma eternidade. Seu sorrisinho indicando que, talvez, a conversa estava ficando boa, ao ponto de se distrair e deixar o forno ligado das coxinhas ligado.
- Mãe, o forno!
Ela foi tocar.
- Ui! Tá bem quente, João -- disse para o cara.
- Tá quente, é? Ele revidou, se aproximando dela.
- Tá. E não vai esfriar tão cedo...
Estranhei aquilo mas, depois, fomos para casa e me lembro apenas de acordar cerca de 9 horas da noite, sob o meu beliche. Uma vontade louca de beber água e, de repente, ouvi alguns estalos. Aquilo poderia ser o som de minha mãe chupando algum picolé (pois nós gostávamos de fazer alguns com suquinho que sobrava, com várias espécies de frutas).
Uma luz fraquinha entrecortava a porta do meu quarto e pensei: com certeza é minha mãe chupando picolé na porta da geladeira. Mas quando abri a porta, andei um pouquinho o corredor e cruzei a cabeça na quina da parede, tomei um choque que me petrificou:
Um louco estava ajoelhado chupando a buceta da minha mãe, enquanto ela afastava a cabeça para trás, desesperada, impotente.
Gemendo, mas abria a portinha da sua buceta para ele chupar ainda mais.
Minha primeira reação não foi a de uma ereção, mas de uma nulidade emocional, de uma fraqueza, depois, inconscientemente, indesejadamente, a ereção veio forte.
Como se fosse uma pontada da base do meu pau, até o meu coração ela subiu.
Aquele cara, com o mesmo short que estava na feira, chupava a boceta da minha mãe e parecia lhe dizer algo, ao que ela respondeu:
- Ele não sabe.
E ele continuou as lambidas.
Minha mãe, segurando a xavasca com uma mão, parecia que estava dando um danoninho para ele.
Os barulhos passaram a serem mais fortes e tive coragem de olhar novamente mais fixadamente. Agora, ela parecia se desesperar mais ainda, lançando a cabeça para trás, como se fosse um problema a que não conseguisse achar solução.
Na pouca luz que emanava da geladeira, pude ver que ele tentava afastar os pelinhos da sua buceta, que se derretia feito um empadão cremoso, enquanto ela mais gemia. Devia ter gozado? Sim, gozou. Muito líquido...
- Ai, seu puto! Tá bom, não aguento...
Levantando-se, o cara começou a bobinar a porta daquela buceta gigante com todo o gás, agarrando-se nela, ao ponto de a porta da geladeira começar a tremer e fazer muito barulho.
Barulho ao que os dois não se importavam mais.
Ela levantou sua perna esquerda, e vi e ouvi os sons que aquela buceta empapada fazia. "Cronc, cronc, cronc..." E os dois abraçados, virados os rostos um contra o outro, como dois inimigos se degladiando, mas mesmo assim querendo o mesmo fim.
Os dois pararam, olharam um para o outro e eu vi naquele palavras não ditas um vai: Vai, agora no cuzinho, vai. Ela se virou, se agarrou na geladeira como pôde e ele meteu no seu cuzinho sem cuspe.
Aos sons dos seus gemidos, fui me afastando, e entrei no meu quarto. No beliche, me sentia absolutamente humilhado enquanto ouvia os sonos da minha mãe gemendo. E meus pensamentos eram: como ele pode não ser respeitoso à minha mãe? Não já tinha acabado? Ela não estava ensopada? Ela não estava cansada e dizendo que não?
De certa forma, tudo isso eram pensamentos contraditórios em minha mente porque me lembrava de que, depois desse "Não", ela tinha abraçado seus ombros e para segurar as pombadas.
A porta da geladeira tremia, eu ouvia aqueles gritos e, de repente, ela se perguntou:
- Será que ele tá ouvindo? Peraí, que vou no quarto para ver.
Passos no corredor. Ela batendo na mão dele e dizendo "Pera!".
Cochichando:
- A porta do quarto tá aberta.
E virei-me para o outro lado, escondendo meu pau contra a parede.
- Vou fechar e...
Não ouvi mais nada após a porta sendo fechada. Na verdade, ouvi, mas não me lembro. Talvez eles tenham feito muito mais coisas naquela noite, mas estava com muito sono e rápido adormeci.
No outro dia na feira, depois de uma saudação distante e um sorriso, soube que o nome do cara era Fábio.