Era um daqueles dias perfeitos de verão, em que o sol parecia pedir para ser admirado. O céu estava limpo, azul como uma tela sem interrupções, e o calor envolvia o ambiente de forma preguiçosa. Larissa, minha esposa, tinha tirado um raro sábado para descansar e, para a minha surpresa, dona Isabel, sua madrasta, decidiu aparecer para passar a tarde conosco. O sogrão estava na estrada viajando, como sempre, e Isabel parecia aproveitar cada oportunidade para se conectar com filha Larissa, como se fossem melhores amigas.
Eu era um advogado que trabalhava home Office no escritório de casa quando ouvi as risadas das duas na sala. Larissa tinha um jeito contagiante de preencher o ambiente, sempre animada, enquanto Isabel era uma mulher que exalava confiança e charme, algo quase impossível de não notar. Quando desci as escadas, elas estavam planejando ir à piscina.
– Vem com a gente, Denis! – Larissa chamou, jogando um sorriso rápido na minha direção.
Eu concordei com um aceno e fui trocar de roupa. Quando voltei, elas já estavam lá fora. Larissa usava um biquíni preto que abraçava perfeitamente seu corpo malhado, enquanto Isabel... bem, Isabel tinha escolhido algo que chamava atenção de qualquer ângulo. Seu biquíni vermelho era pequeno e fino, feito para destacar as curvas generosas que ela parecia ostentar sem muito esforço. As pernas torneadas sem nenhuma marquinha, resultado de anos de dedicação ao corpo com malhação e caminhada, contrastavam com sua pele clara, impecável. O cabelo ruivo avermelhado brilhava sob o sol, balançando levemente com o vento.
Sentei em uma das espreguiçadeiras e peguei uma revista para disfarçar minha presença. O som da água sendo movimentada e as risadas das duas me cercavam. Larissa brincava na água, enquanto Isabel apenas mergulhava as pernas na beirada da piscina. Eu tentava manter minha atenção na leitura, mas naquele dia era impossível não notar como o biquíni vermelho parecia desenhado para ela. A forma como ela se movimentava era natural, mas carregava um toque de provocação, como se ela soubesse exatamente o impacto que causava em min naquele dia.
Em determinado momento, Isabel levantou-se da borda para entrar na piscina, e meus olhos, traidores, acompanharam seus movimentos. Suas costas arqueadas, o modo como o tecido vermelho moldava seu corpo... foi instintivo, quase involuntário. Quando percebi, ela olhava diretamente para mim, um sorriso sutil brincando em seus lábios.
– Tá gostando da vista, Denis? – ela perguntou, em um tom que beirava a provocação.
Senti meu rosto esquentar, mas tentei disfarçar.
– Só observando o quanto vocês se divertem, Isabel – respondi, jogando um sorriso despreocupado.
Ela riu, aquele tipo de riso que parece carregar um segredo, e entrou na piscina. Larissa não percebeu a troca de olhares; estava ocupada mergulhando e flutuando na água, sem se preocupar com o mundo ao redor. Eu, por outro lado, sentia o ambiente ficar mais... carregado, embora fosse sutil o suficiente para parecer normal.
Levantei-me da cadeira e tirei minha camiseta, ficando apenas de sunga. Senti os olhos de Isabel em mim enquanto eu me alongava casualmente antes de entrar na piscina. Ela não fez questão de disfarçar. Quando passei por ela, Isabel riu baixinho, como se achasse graça da minha tentativa de parecer despreocupado.
– Você trabalha advogando em casa ou passa o dia malhando? – ela perguntou, os olhos verdes brilhando com diversão.
– Um pouco dos dois – respondi, jogando-me na água para cortar o assunto.
Lá debaixo, eu tentava afastar a sensação estranha que se instalava em min eu sempre brinquei com minha sogra, mas hoje ela estava bem diferente. Havia algo em Isabel que parecia bem diferente naquele dia. Não era apenas a forma como ela estava vestida, mas o olhar dela... aquele jeito de encarar como se soubesse exatamente o que estava se passando na minha cabeça. Era inquietante e, ao mesmo tempo, instigante.
Quando subi à superfície, Larissa já estava sentada na borda, conversando animadamente com Isabel. Peguei uma bola que flutuava na água e joguei na direção de Larissa, interrompendo a conversa delas. Ela riu e se jogou de volta na piscina para continuar a brincadeira, mas Isabel ficou onde estava, apenas me observando, os braços cruzados sobre o peito, o sorriso ainda presente.
Houve um momento de silêncio entre nós dois, como se um pacto não verbal tivesse sido feito. Ela arqueou uma sobrancelha e desviou o olhar, voltando a conversar com Larissa. Eu sabia que não havia nada de errado acontecendo, mas a intensidade daquele olhar permaneceu comigo pelo resto da tarde. Era algo que não podia ser ignorado.
– Larissa, me empresta aquele protetor solar? – ela pediu, virando-se para minha esposa, mas com os olhos rapidamente se voltando para mim.
Peguei a revista novamente e tentei desviar o olhar, mas Isabel sabia que eu a estava observando. Era impossível não perceber.
Larissa saiu da piscina e passou o protetor para Isabel, que começou a aplicar o produto nas pernas, deslizando as mãos lentamente pela pele clara e impecável. A forma como Isabel fazia isso parecia mais um espetáculo particular, algo que me fazia querer desviar os olhos, mas ao mesmo tempo me prendia. Quando ela chegou até os ombros, parou por um instante e olhou diretamente para mim.
– Quer me ajudar, Denis? É difícil alcançar as costas – disse com um sorriso enigmático.
Fiquei sem reação por alguns segundos, mas Larissa, que estava ao meu lado, riu.
– Ele é péssimo nisso, Isabel. Melhor você tentar sozinha – minha esposa brincou, sem perceber o calor que subia pelo meu rosto.
Isabel apenas riu, mas havia algo no olhar dela que parecia carregar um desafio.
O resto da tarde passou em um misto de conversas leves, risadas e olhares furtivos. Isabel parecia saber exatamente como me desestabilizar, mas fazia isso de forma tão sutil que eu me perguntava se não estava imaginando coisas.
Quando o sol começou a se pôr, Larissa foi preparar algo na cozinha, deixando-me sozinho com Isabel por alguns minutos. Ela se levantou da espreguiçadeira e caminhou em minha direção, parando a poucos passos de mim.
– Você é um homem muito interessante, Denis. Larissa tem sorte – disse, com a voz baixa, quase um sussurro.
Antes que eu pudesse responder, ela piscou e voltou para dentro de casa, deixando-me ali, preso entre o desejo e a culpa, entre a provocação e a racionalidade.
Era apenas o começo de um fim de semana que prometia ser... inesquecível.