Ah, eu lembro bem desse churrasco. Era no prédio ao lado do meu, que sempre fazia essas festas grandes no play. O lugar era incrível, sabe? Bem estruturado. Tinha de tudo: uma quadra de futebol que era disputadíssima, uma piscina que era o ponto de encontro da galera no fim do dia, uma sauna meio escondida que ninguém usava muito, e, claro, a área da churrasqueira. Era lá que a mágica acontecia. A churrasqueira era enorme, junto de um salão de festas que dava conta de toda aquela gente. Só que, separando o salão da piscina, tinha uma grade baixinha, tipo uma divisa simpática, sabe? Dava pra ver todo mundo, mas sem misturar muito os ambientes.
A festa tava começando, e ainda eram só 13h. Eu olhava ao redor e via aquela mistura de gente: amigos que cresci junto, outros que chegaram de carona com alguém e até umas caras novas que sempre apareciam nesses rolês. Uns 40, fácil. O clima tava animado, o som já rolando, e o cheiro de carne assando no carvão dava aquela fome que ninguém consegue ignorar.
Eu tava de boa, com um look bem confortável. Calça legging cinza com uns detalhes rosa que deixavam ela bem moderninha, uma blusa branca básica, e, claro, meu chinelo branco de borracha. Isso aí é quase minha marca registrada, né? Ainda mais porque naquela manhã eu tinha feito as unhas do pé. Passei aquele esmalte preto que eu amo. Ficou perfeito, contrastando com a minha pele branquinha. Aquele tipo de detalhe que só a gente nota, mas que faz toda a diferença pra eu me sentir bem.
Eu andava pela festa cumprimentando a galera, mas não vou mentir: minha cabeça ainda tava meio longe. Tinha uma história me incomodando, mas, por enquanto, tentei deixar pra lá. Afinal, a festa só tava começando, e eu não queria estragar o clima.
Naquela tarde do churrasco, eu tava bolada. Tipo, muito mesmo. Sabe quando você tá em um lugar cheio de gente se divertindo, mas a sua cabeça tá presa em outra coisa? Pois é. Todo mundo rindo, brincando, cerveja gelada rolando, música alta, e eu ali, tentando engolir o nó na garganta. O motivo? O Douglas.
A gente tinha brigado na noite anterior. E não foi qualquer briguinha, foi daquelas que deixam a gente remoendo tudo no dia seguinte. Eu e o Douglas namorávamos desde os 16 anos, três anos juntos. Ele morava na mesma rua que eu, a gente cresceu praticamente no mesmo círculo de amigos, todo mundo conhecia todo mundo. Parecia aquela relação perfeita, sabe? Mas, nos últimos tempos, as coisas estavam diferentes. Eu tinha começado a faculdade, trabalhava o dia todo, estudava à noite... Minha rotina mudou completamente. Eu já não ficava mais tanto tempo grudada nele como antes, e isso começou a pesar no nosso namoro.
Aí, na noite anterior, aconteceu. Tudo por causa de uma brincadeira idiota das minhas amigas da faculdade, Ana e Fabíola. A gente anda juntas o tempo todo, rindo de besteiras, criando apelidos absurdos uma pra outra... Era a nossa piada interna. Só que, naquela noite, eu tava na casa do Douglas, e, no meio de uma ligação no WhatsApp com as meninas, a Fabíola soltou o apelido que ela tinha inventado pra mim: “Bafo de Rola”.
Gelei na hora. Sabe aquele segundo em que você sente o mundo inteiro parar? Foi isso. Fabíola riu como se nada tivesse acontecido, e eu desliguei rápido, tentando disfarçar. Só que o Douglas, que tava sentado ali do meu lado, não deixou passar.
— Como assim “Bafo de Rola”, Mylena? Que porra é essa?
Eu tentei explicar. Sério, tentei mesmo. Contei toda a história idiota: uma vez eu me engasguei com salgadinho na faculdade, a Fabíola fez uma piada absurda, e o apelido nasceu daí. Não fazia o menor sentido, mas, pra ela, quanto mais sem noção, melhor.
Só que o Douglas não queria ouvir. Ele já tinha tirado a própria conclusão e, na cabeça dele, aquilo era mais do que uma piada.
— Você acha normal sua amiga te chamar assim? Se tem alguma coisa que eu preciso saber, fala logo.
E, olha, não tinha nada pra contar. Eu nunca tinha traído ele, nunca fiz nada que justificasse aquele apelido. Mas ele não queria entender. O tom dele ficou cada vez mais pesado, e eu fui perdendo a paciência. Terminei a noite indo embora, furiosa, e com ele me olhando como se eu fosse a culpada de tudo.
Então, agora, aqui no churrasco, minha cabeça tava a mil. Eu tava puta. Muito puta. Era só uma brincadeira idiota, sabe? Mas ele não quis ouvir. A gente se amava — ou achava que se amava —, mas, naquele momento, eu não conseguia nem olhar pra cara dele sem sentir raiva. Eu tava ali no meio da galera, mas, por dentro, ainda tava remoendo cada palavra daquela briga.
Cara, sabe o que me deixou mais puta naquela briga? Ele olhou bem na minha cara e soltou:
— Porra, tô namorando uma boqueteira e não sei?
Aquilo foi como levar um tapa. Sério, soou tão ofensivo, tão fora de tudo o que a gente tinha vivido até ali. Porra, eu sabia que não era nada disso, e ouvir isso dele — logo dele, que vivia dizendo que confiava em mim — foi um baque. Como assim? Chamar a própria namorada de três anos de boqueteira por causa de uma piada idiota? Eu fiquei sem chão.
Não consegui responder, só virei as costas e saí. Se eu tentasse ficar ali, ia piorar ainda mais. E agora eu tava no churrasco, sem saber se ele ia aparecer ou não. Alguns amigos dele já estavam lá — a maioria era amigo em comum, gente que cresceu com a gente, que conhecia toda a história. Eu tentava ficar na minha, sabe? Fingir que tava tudo bem, que a briga da noite anterior não tava me consumindo por dentro.
O churrasco tava maravilhoso, pra ser sincera. A carne bem feita, cerveja gelada, a galera rindo alto e jogando conversa fora. Mas eu? Eu tava tentando curtir como dava, enquanto aquela sensação de incômodo ficava me cutucando.
As meninas da faculdade, Ana e Fabíola, nem estavam ali. Elas não tinham nenhuma ligação com essa galera, o que era até um alívio. Porque, sério, se a Fabíola aparecesse e soltasse alguma merda, eu ia perder a cabeça de vez.
Mas, mesmo sem elas por perto, a lembrança da briga me seguia como uma sombra. Eu tava ali, no meio de todo mundo, tentando me divertir... mas, ao mesmo tempo, sentindo aquela tensão no ar, aquele pensamento latejando: "Será que o Douglas vai aparecer?"
E, se ele aparecesse, como seria?
Então, lá estava eu, tentando segurar a onda no churrasco, quando o Rafael chegou com a namorada dele, a Camila. Rafael, pra quem não sabe, era o melhor amigo do Douglas. Eles eram praticamente inseparáveis desde sempre, do tipo que sabem tudo da vida um do outro. E, naquele dia, isso só piorou a minha sensação de que Douglas tinha feito a minha caveira.
Eles foram cumprimentando a galera, como sempre faziam, mas, quando Rafael chegou até mim, ele me tratou estranho. Não sei explicar, foi meio frio, sabe? Aquele "oi" que não combina com o jeito que ele sempre teve comigo. A gente sempre se deu bem, brincava, trocava ideia numa boa, e, de repente, aquilo. Na hora, um pensamento me atravessou: "Puta merda, o Douglas fez a minha caveira pra ele."
E a Camila, então? Nem olhou na minha cara. Tá, ela nunca foi muito de conversar comigo, mas aquele gelo foi pior que o normal. Cara, eu fiquei sem saber o que fazer. Ficar ali no meio daquela situação? Nem ferrando.
Me levantei e fui até a churrasqueira. Rogério, que tava lá cuidando da carne com a maior tranquilidade, me salvou sem nem saber. Perguntei se tinha algo pra beber que não fosse cerveja. Não que eu não goste, mas, naquele momento, precisava de algo mais forte. Ele deu aquela risada dele, sempre animado, e respondeu:
— Opa! Pelo visto, vou ter companhia no Jack Honey hoje.
Do nada, ele já puxou uma garrafa de Jack Honey, novinha, lacrada, do freezer ao lado da bancada. Pegou dois copos, encheu os dois, e me entregou um.
Foi naquele momento que eu senti um alívio. Sabe quando você tá se sentindo meio deslocada e, de repente, encontra um canto onde as coisas parecem mais leves? Pois é, ali, na bancada do churrasco com o Rogério, foi isso.
Rogério não era exatamente um grande amigo, mas era gente boa. Sempre tranquilo, animado, aquele tipo de cara que todo mundo gosta. Ele era o mais velho da galera — eu tinha 19, o pessoal ali regulava entre 18 e 25, mas o Rogério já tinha 31. Só que, mesmo assim, nunca fazia aquele papel de "tiozão chato". Ele tava sempre na vibe da galera.
Sentei na bancada, peguei meu copo e brindei com ele. Rogério levantou o copo e soltou:
— A gente merece, hein! Saúde!
Eu ri, meio sem jeito, mas já me sentindo um pouco mais relaxada. Peguei o isqueiro no bolso, acendi um cigarro e dei o primeiro gole no Jack Honey. Era doce, quente, aquele tipo de bebida que desce como um abraço. Naquele momento, foi como se o resto da festa tivesse ficado em segundo plano. Eu tava ali, na minha, dividindo um momento tranquilo com alguém que, sem saber, tinha salvado o meu dia.
A tarde foi avançando, e o churrasco continuava animado. Já eram umas cinco da tarde, e o Douglas realmente não apareceu. Eu já tava meio que aceitando que ele não viria, mas não podia negar que, lá no fundo, ainda esperava que ele surgisse do nada. Mesmo assim, me mantive ali, do lado do balcão, conversando com o Rogério e com quem mais passava pra pegar um pedaço de carne ou dar uma risada.
O Rogério, sempre na boa, tava lá comigo esse tempo todo, sem pressão, só trocando ideia e mantendo o clima leve. Mas aí, do nada, ele virou pra mim, deu uma olhada mais séria, e falou mais baixo:
— Ô, Mylena, cadê o Douglas? Tô te achando meio estranha. Tá tudo bem com vocês?
Naquele momento, talvez porque eu realmente precisava desabafar, acabei soltando pra ele, mesmo sem ter aquela intimidade toda:
— Ah, Rogério... Ontem a gente brigou, mas deixa isso pra lá!
Ele fez uma cara de quem não tava comprando o meu "deixa isso pra lá" e respondeu:
— Fala sério, porra... Mas tu é uma garota tão gente boa. Por que ele brigaria contigo?
Eu só dei de ombros, sem saber muito bem o que falar. Não queria entrar em detalhes. Até porque, o que eu ia dizer? Que a briga foi por causa de um apelido idiota que minha amiga inventou? Isso só ia parecer ainda mais absurdo.
Foi aí que decidi levantar pra ir ao banheiro. Quando me levantei, senti que o Jack Honey tinha me pegado bem, sabe? Não que eu estivesse bêbada — eu tava comendo direitinho, então tava tranquila nesse sentido. Mas tava aérea, leve, com aquela sensação boa que o álcool dá quando ele te acalma sem te derrubar.
Atravessei pelo meio da galera, me divertindo com o movimento. Brinquei com alguns no caminho, soltei risadas, e fui seguindo. Passei pelo Rafael e pela Camila, e nem dei bola. Ignorei eles completamente, mas fiz questão de mostrar que tava bem, que eu não tava nem aí pro climão deles.
Me sentia diferente. Depois de tantas horas remoendo o que tinha acontecido, era como se, naquele momento, eu finalmente estivesse me soltando. A brisa leve da tarde misturada com a música e as conversas me fizeram relaxar de verdade. Eu tava ali pra me divertir, e era exatamente o que eu tava começando a fazer.
Fiz aquele xixi que renova a alma e voltei pro meu lugar na bancada. Peguei meu copo, mais um Jack Honey pra relaxar, e lá estava o Rogério, ainda no mesmo pique, cuidando da churrasqueira como se fosse um chef.
Ele me olhou enquanto me servia e falou, meio sério, mas com aquele tom tranquilo de sempre:
— Mylena, se não quiser falar, tudo bem, mas qualquer coisa, tô aqui, tá? Sei que não somos amigos inseparáveis, mas, pô, te conheço faz anos. Se quiser conversar, tô aqui.
E já virou de costas, tirando outra carne da churrasqueira pra cortar.
Fiquei ali olhando ele por um momento e, não sei por quê, resolvi abrir o jogo, pelo menos um pouco.
— Ah, cara, foi uma briga por causa de uma besteira, mas a briga foi séria.
Ele me olhou daquele jeito que parecia esperar que eu falasse mais... ou simplesmente que eu parasse. Depois de uma pausa, continuei:
— Uma amiga me chamou de um apelido escroto que ela criou enquanto a gente tava em chamada, e o Douglas escutou. Ele ficou puto.
Rogério franziu a testa, com uma cara de curioso que me fez rir por dentro. Eu não falei mais nada, e ele acabou quebrando o silêncio:
— Porra, não vai me dizer que apelido foi esse?
A gente riu juntos, e eu balancei a cabeça, meio envergonhada.
— Ah, cara, dá até vergonha de falar. E, pô, não tem o menor sentido. Se você conhecesse a Fabíola, que fez essa merda, você entenderia o apelido e a falta de nexo.
Ele riu de leve, ainda curioso:
— Tá, mas que porra de apelido ela te deu que fez o Douglas brigar com você?
Eu respirei fundo, ainda rindo, me aproximei dele e soltei:
— "Bafo de rola".
Ele arregalou os olhos, claramente em choque, e eu comecei a rir de novo.
— De quê? De rola? — ele perguntou, com uma cara que misturava espanto e graça.
Foi ainda mais engraçado ouvir ele falando aquilo. Não consegui segurar e ri mais ainda.
— Pois é... olha que viagem.
Ele balançou a cabeça, rindo junto.
— Mas da onde essa amiga tirou isso, caralho?
Eu dei de ombros, ainda me divertindo:
— Então, você precisa conhecer a Fabíola pra entender da onde vêm essas coisas sem nexo.
Rogério deu uma risada alta e mandou:
— Eu não! Quero conhecer ela não. De que ela vai me chamar?
Aí foi impossível segurar. A gente caiu na gargalhada ali mesmo, eu com a bebida na mão, ele cortando a carne. Por um momento, parecia que todo aquele peso da briga tinha sumido. E eu tava agradecendo por ele estar ali, porque, sem nem perceber, ele tinha transformado meu dia.
Já era noite quando percebi que a festa começava a se esvaziar. Algumas pessoas já estavam indo embora, levando suas bolsas e coolers, e o barulho tinha diminuído bastante. Eu ainda tava ali, no mesmo lugar, agora só observando o movimento enquanto segurava meu copo já vazio.
Foi aí que resolvi pegar o celular pra ver se tinha alguma mensagem do Douglas. Nada. Só que, enquanto eu olhava pra tela, vi que ele tava "digitando". Ficou assim por um tempo, o nome dele aparecendo com aquele "digitando", mas sem enviar nada. Aquilo me deu uma ansiedade que eu não sabia explicar. Depois de um tempo, resolvi mandar um "Oi".
Ele respondeu depois de uns bons minutos, e com aquele joguinho irritante:
— O que foi?
Respirei fundo e tentei manter a calma. Perguntei se tava tudo bem e comentei que achei que ele fosse no churrasco.
A resposta dele veio seca, daquele jeito que só aumenta a raiva:
— Não vou, não tem clima.
Eu tava prestes a responder, mas, antes que pudesse, ouvi o Rogério me chamar. Ele já tava sem avental, entregando a churrasqueira pra outro amigo nosso.
— Vai lá, segura pra mim um pouco. Preciso pegar uma sauninha.
Antes que eu dissesse qualquer coisa, ele me cutucou e perguntou, com aquele tom animado de sempre:
— Partiu? Sauninha?
Eu fiquei meio tentada. Adoro uma sauna, sempre gostei, mas olhei pra minha roupa e falei, apontando pra calça de academia que eu tava usando:
— Vou pra sauna de calça de academia? Tá de sacanagem.
Ele riu, já tirando a bermuda e ficando só de sunga.
— E o que é que tem? Fala sério, pô. Se estivesse de calça jeans, tudo bem, mas isso aí tá de boa. E mais, tu tá do lado do seu prédio.
Fiquei parada olhando pra ele, meio sem saber se aceitava ou não. Ele já tava pegando a garrafa quase vazia e o copo, se preparando pra ir.
— Bora, deve tá maravilhoso lá — disse ele, antes de sair tranquilo, sumindo em direção à sauna.
Eu fechei o WhatsApp, já sem paciência pro Douglas e pra aqueles joguinhos dele, e decidi ir logo depois do Rogério.
Quando passei pelo grupo pequeno que ainda tava no churrasco — a maioria já tinha ido embora —, ouvi a voz do Rafael me chamando por trás. Parei, me virei, com um cigarro aceso numa mão e o copo vazio na outra.
— Não vai fazer nenhuma besteira, hein — disse ele, com aquela cara de quem tá querendo bancar o moralista.
Na hora, me deu um misto de raiva e desprezo. O cara tinha ouvido a versão do Douglas, claramente tinha acreditado em tudo, e agora tava ali, me soltando essa? Sem nem saber o que realmente aconteceu?
Respondi curta e grossa, minha voz já carregada de irritação:
— Tu tá de sacanagem, né? Simplesmente acreditou na história que ouviu e pronto.
Antes que ele pudesse responder, virei as costas, dei um trago no cigarro e fui direto pra sauna. Quando cheguei, apaguei o cigarro no cinzeiro que tinha na entrada e entrei. Não ia perder mais nenhum segundo com aquele papo furado.
A sauna era incrível, toda de madeira clara, com uma iluminação amarelada que dava aquele clima acolhedor. O cheiro de eucalipto era forte, mas de um jeito gostoso, sabe? Aquele aroma que parece que limpa tudo por dentro só de respirar fundo. Eu amo sauna. Sempre foi um dos meus lugares favoritos pra relaxar.
Assim que entrei, vi o Rogério deitado no degrau mais alto, com o copo na mão, parecendo completamente à vontade. Ele me olhou e soltou, com aquele jeito dele:
— Você veeeeeio! Porra, essa sauna tá maravilhosa.
Eu ri e balancei a cabeça, sentindo o calor já começar a abraçar meu corpo.
— Tô vendo que tá mesmo — respondi, enquanto me sentava no degrau de baixo, bem ao lado dele.
Ele se levantou um pouco, pegou a garrafa quase no fim, e, com um sorriso, dividiu o restinho do Jack Honey. Deu dois dedinhos pra cada um.
— Última dose, hein. Vamos aproveitar.
Peguei o copo, e a gente brindou ali, naquele ambiente quente e perfumado, onde o mundo lá fora parecia distante. Dei um gole pequeno, sentindo o sabor doce misturado ao calor da sauna. Era como se tudo ali, naquele momento, tivesse uma vibração diferente, mais tranquila, mais leve.
Eu já tava bem altinha, sabe? Aquele tipo de leveza que vem depois de umas doses, uma boa conversa e o calor da sauna envolvendo tudo. Tava curtindo o momento, mas não podia negar que tava engraçado eu ali, suando pra caramba de calça legging. Meio desconfortável, confesso.
Pra aliviar, levantei um pouco a blusa e dei um nó logo abaixo dos peitos, deixando o calor escapar pelo menos um pouco. E foi aí que o Rogério, sem aviso, soltou:
— Cara, que viagem essa parada que aconteceu contigo, hein. Porra, que apelido essa tua “amiga” te colocou, hein.
Eu ri, não tinha como não rir. Expliquei pra ele direitinho o motivo do apelido, contando sobre o dia do engasgo com salgadinho e as besteiras da Fabíola, que não tem freio na língua.
Ele me olhou, fez uma cara de incredulidade, e depois caiu na risada:
— Porra, pior que nem foi por conta de chupar rola, então. Ou seja, levou a fama sem ter.
A gente riu ainda mais. O clima tava solto, como se aquela sauna tivesse tirado o peso de qualquer tensão. O calor, o cheiro de eucalipto e o álcool pareciam criar uma bolha onde nada mais importava.
Eu dei um gole no resto do Jack Honey no meu copo e encarei ele rindo:
— Pois é, cara! Fabíola é uma doida. Quem não conhece até acredita.
Ele deu uma gargalhada e balançou a cabeça.
— Tá vendo? Por isso que eu não quero conhecer ela. Vai que ela resolve inventar um apelido pra mim também.
Rimos ainda mais, e por um momento, era só isso: a leveza do momento, sem preocupações, sem climão. Parecia que eu tinha finalmente desligado da briga com o Douglas e do comentário idiota do Rafael. Ali, naquele espaço apertado e quente, era só eu e o Rogério, dividindo um momento de descontração que parecia ter vindo na hora certa.
O pior de tudo é que, do nada, eu fui ficando com tesão. Não sei se era o calor, o Jack Honey, ou se era só a forma como o Rogério tava ali, todo relaxado, só de sunga azul, com aquele jeito descontraído que ele sempre teve.
Levantei e fui me sentar ao lado dele no degrau de cima, onde era mais quente. Comentei casualmente:
— Vou sentar aqui em cima pra sentir mais o calor.
Ele, claro, não perdeu a chance de zoar:
— Hum, quer sentir mais calor e senta do meu lado?
A gente caiu na risada.
— Ahahaha, pois é, pegou mal, mas quis dizer da parte mais alta da sauna. — respondi, tentando me justificar enquanto ainda ria.
O clima tava leve, e a gente continuava rindo, mas, na hora que eu fui me ajeitar no degrau, acabei dando uma desequilibrada. O reflexo foi me apoiar na coxa dele, sem nem pensar muito.
Ele me olhou, meio de surpresa, mas com aquele jeito brincalhão que parecia ser natural dele:
— Opa, opa, cuidado pra não acordar o meninão.
Eu não sabia se ria ou se ficava sem graça. Acabei fazendo as duas coisas. Rimos juntos, mas, por dentro, eu tava me sentindo meio exposta. Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, ele se ajeitou e falou, dessa vez com um tom mais sério:
— Porra, foi mal, Mylena. Falei brincando.
Eu olhei pra ele e ri de novo, tentando aliviar o clima.
— Fala sério, Rogério. Não fiquei bolada não, foi engraçado.
Ele me deu aquele sorriso de alívio, e o momento meio esquisito passou tão rápido quanto tinha chegado. O calor da sauna, o som abafado do lado de fora, tudo parecia fazer a gente relaxar de novo, como se nada pudesse realmente quebrar aquele clima descontraído.
Peguei o celular e abri a conversa com o Douglas no WhatsApp, e o que eu li me fez rir de nervoso, mas, ao mesmo tempo, me deixou com um nó na garganta:
"Tu não presta mesmo, foi pra sauna com o Rogério, sua fdp!!! Sério que tu vai mamar o cara mais escroto do prédio... Tu não presta mesmo, ainda bem que não tenho mais nada com você!"
Li aquilo e, sério, não sabia se ria ou se jogava o celular na parede. Era inacreditável. Aquele surto dele parecia uma coisa de outro mundo. Só pra constar: o Rogério era um cara mais velho, mulherengo, isso é verdade. Tinha fama com a galera por isso, mas dizer que ele era "escroto" já era exagero. Eu confesso que sempre tive essa visão dele, igual a maioria do prédio, mas, depois de trocar ideia com ele naquele churrasco, dava pra ver que não era nada disso. E, sinceramente, o que ele fazia ou deixava de fazer não era da minha conta.
Quando o Rogério me viu dando uma risada meio puta enquanto lia a mensagem, ele percebeu que tinha algo acontecendo.
— O que foi? — ele perguntou, com aquele tom meio curioso.
Fiquei parada por um segundo, olhando pra tela, e resolvi mostrar pra ele.
— Olha isso aqui que o filho da puta do Douglas escreveu pra mim.
Passei o celular pra ele, que pegou meio embaçado, provavelmente já sentindo o calor da sauna junto com o álcool. Ele leu e começou a rir.
— Pô, sério? Ele me acha o mais escroto do prédio? — disse ele, rindo mais ainda, e eu acabei rindo junto.
Depois ele continuou, já mais sério:
— Porra, então vocês terminaram, Mylena?
Olhei pra ele, ainda processando tudo, e soltei:
— Tá parecendo que sim, né?
Ele me devolveu o celular e fez uma pausa, como se quisesse dizer algo, mas acabou segurando. Eu percebi.
— Pode falar, Rogério.
Ele deu uma risadinha e disse:
— Melhor não, ia zoar, mas percebi que a situação é séria.
Revirei os olhos e retruquei:
— Fala sério, não vou ficar bolada com isso não. É injusto o que ele tá fazendo comigo, e porra, aquele amigo dele, o Rafael, é um escroto também.
Rogério concordou com um aceno de cabeça e, depois de um gole no copo, soltou:
— Pois é, porra. Sugerir que tu tá aqui na sauna pra me fazer um boquete, acho que ele foi longe demais.
Não consegui segurar a risada. Só balancei a cabeça e respondi:
— Cara, na boa, eu não fiz nada, e ele termina comigo por conta de um apelido idiota de uma coisa que eu nem fiz, e ainda age como se fosse algo que eu fizesse sempre. Meu namorado de três anos, sabe?
Falei isso com aquele tom de desprezo misturado com surpresa. Douglas sempre me tratou como uma princesinha, e, de repente, ele me mandava essas mensagens nojentas. E o pior? Era assim que todos ali no prédio me viam: aquela menina bonitinha, magrinha, dengosa. Agora eu era chamada de boqueteira pelo meu próprio namorado. Ops, ex-namorado.
Olhei pro Rogério, ainda rindo, e soltei:
— Sério, dá vontade de... deixa pra lá.
Ele me olhou, curioso:
— Pode falar, Mylena.
Fitei ele por um segundo e, num tom divertido, falei:
— Se pelo menos eu saísse chupando os outros, aí sim teria motivo, né?
A gente caiu na risada. Era um misto de ironia e alívio, como se rir fosse a única forma de lidar com o absurdo daquela situação.
Ele ainda rindo soltou:
— Porra, Mylena, tu acordou o meninão, caralho.
A gente riu ainda mais, aquela gargalhada que vem do fundo, meio sem controle. Só que aí eu olhei, meio sem querer, e percebi. Ele tava com um volume grande na sunga. Não consegui evitar, foi automático. Ele percebeu e se virou de lado, tentando esconder.
Continuei rindo, mas falei, num tom brincalhão:
— Ah, para de besteira. O que eu fiz pra você ficar assim, Rogério?
Ele, ainda de lado, tentando disfarçar, respondeu:
— Porra, tu toda linda aí, me fala que queria sair chupando todo mundo...
Antes que ele terminasse, interrompi, rindo ainda mais:
— Opa, calma aí! Não falei que queria sair chupando todo mundo, não. Não coloca palavra na minha boca!
Ele virou o rosto pra mim, mas continuava de lado, como se ainda quisesse esconder o volume. Me olhou com aquele sorriso malandro e disse:
— Para de falar essas coisas, o efeito que faz eu não consigo segurar.
Eu arqueei a sobrancelha, fingindo não entender, e perguntei, com aquele tom de quem provoca só pra ver a reação:
— Falar o que?
Ele deu um sorriso de canto e respondeu, direto:
— Colocar coisa na sua boca.
Dessa vez a gente riu muito, aquela risada tão absurda que foi impossível segurar. Eu ri tanto que me apoiei nele, e foi aí que reparei. Mesmo com ele tentando esconder, dava pra sentir. Ele tava realmente de pau duro. Aquilo mexeu comigo de um jeito que eu não tava esperando. Meu corpo reagiu antes mesmo de eu processar o que tava acontecendo, e eu senti minha boceta dar uma leve meladinha.
O clima mudou de uma maneira que, mesmo com toda a risada, parecia ter algo mais ali, algo no ar que nenhum de nós tinha coragem de nomear.
A tensão na sauna estava pesada, mas ao mesmo tempo tinha aquele clima descontraído, onde a gente ria das próprias besteiras pra disfarçar o que realmente tava acontecendo.
Rogério se levantou de repente, dizendo:
— Porra, vou tomar uma choveirada gelada.
Quando ele ficou de pé, não teve como disfarçar. O pau dele tava reto, esticando a sunga pra frente de um jeito impossível de não notar. Ele até tentou tampar com a mão, mas não conseguiu. Acabou andando meio curvado até a porta e saiu, enquanto eu ria, tentando quebrar o clima.
Logo depois, ouvi o barulho do chuveiro lá fora. Fiquei ali sozinha, e, sem perceber, minha mente começou a viajar. A curiosidade tomou conta, e eu me peguei conferindo o que tava acontecendo comigo. Deslizei o dedo na minha boceta e ele entrou fácil, como se estivesse esperando. Eu tava bem molhadinha. Aquilo me deixou preocupada, mas, ao mesmo tempo, aumentou meu tesão. Era uma mistura louca de sensações.
Uns dois minutos depois, Rogério voltou, ainda molhado, dizendo:
— Caralho, não tem mais ninguém lá fora, só uns malucos jogando bola.
Ele se sentou no degrau de baixo, do meu lado direito, e eu brinquei, tentando manter o clima leve:
— E aí, funcionou a choveirada? Fez o meninão dormir?
A gente riu, mas ele respondeu:
— É... mais ou menos.
Sem pensar muito, soltei:
— Relaxa, Rogério. A "menininha" aqui também ficou animada.
Ele parou na hora, me olhando com uma cara de espanto. Eu ri sem graça e tentei me justificar:
— Ai, meu Deus, eu não devia ter feito esse comentário.
Ele engoliu seco e me encarou, claramente nervoso, mas apontou pra sunga e disse:
— Fala sério, Mylena. Mas olha o que você tá fazendo comigo de novo.
Olhei junto com ele, e o pau dele começava a crescer debaixo da sunga, latejando visivelmente. Dessa vez, a gente não riu. Ficamos os dois encarando aquilo, sem saber o que dizer.
Ele quebrou o silêncio, meio sem jeito:
— Foi mal, não dá pra controlar isso.
Tentei aliviar a situação, mas minha voz saiu mais baixa do que eu esperava:
— Relaxa, cara. Isso é coisa de sauna também, esse calor deixa a gente mais relaxado.
Ele colocou a mão em cima da sunga, tentando esconder o volume, mas eu disse:
— Para de besteira, Rogério. Não precisa ficar escondendo, não.
Ele bufou, claramente incomodado, e respondeu:
— Porra, tá me incomodando já. A sunga aperta e incomoda pra caralho.
Foi aí que, meio sem pensar, soltei:
— Quer que eu saia pra você relaxar aí?
Ele me olhou com seriedade, mas disse:
— Não, pô. Não vou tirar você da sauna. Vou lá fora e resolvo isso.
Enquanto ele começava a se ajustar pra se levantar, falei, mais por impulso do que por lógica:
— Porra, Rogério... fala sério, aqui tá gostosão e lá fora mó friaca. Toca uma aí, eu saio e deixo você de boa.
Ele me olhou com um misto de surpresa e nervosismo.
— Não, porra. Não vou tocar uma punheta aqui e nem te fazer sair da sauna por isso.
Eu ri, mas continuei:
— Então tá. Se alivia aí que eu fico aqui dentro.
A gente riu de nervoso. Ele sacudiu a cabeça e brincou:
— Tu vai contar pra geral e eu vou virar o punheteiro da galera.
Rimos juntos, e eu respondi:
— Acha mesmo que vou contar que te assisti tocando punheta na sauna? Logo eu, a nova "boqueteira" do prédio?
Ele gargalhou junto e balançou a cabeça.
— É, faz sentido que você não vai contar.
Sorri e finalizei:
— Claro que não, pô. Toca sua punheta aí.
O silêncio que veio depois foi intenso, mas tinha algo nele que não era desconfortável. Era como se, naquele momento, a gente estivesse numa espécie de acordo silencioso.
Eu já tava me soltando demais, muito além do que eu imaginava que fosse capaz. O clima, o álcool, o calor da sauna... tudo parecia empurrar para um lado que eu nunca tinha explorado. E, olhando pro Rogério, mesmo com toda a fama de mulherengo, dava pra ver que ele tava travado, talvez mais do que eu.
Então, com aquele impulso que surge do nada, aproveitei que tava no degrau de cima e ele no de baixo, e decidi brincar. Usei uma das partes do meu corpo que todo mundo sempre elogia: meus pés. Passei suavemente na coxa dele, num movimento lento, como quem não quer nada, e soltei, com um tom provocador:
— Humm, eu te ajudo.
A gente riu, mas era aquele riso nervoso, cheio de tensão. Ele se mexeu, claramente desconfortável, e disse, quase como se estivesse se confessando:
— Porra, Mylena, sacanagem fazer isso, mas preciso te confessar uma coisa.
Fiquei curiosa, mas tentei manter o tom leve:
— O que foi?
Ele olhou pra mim, meio sem jeito, mas decidiu falar:
— Já toquei punheta pensando nesses seus pés.
Eu ri, surpresa, mas também intrigada:
— Sério? Mas como assim?
Ele deu de ombros, parecendo aliviado por finalmente ter dito aquilo:
— Coisa de homem, Mylena. Seus pés são lindos. Sinceramente, acredito que não seja o único a ter feito isso.
Aquilo mexeu comigo de um jeito que eu não tava preparada. Pela primeira vez, senti que tinha algo em mim que despertava um desejo que eu nem sabia que podia provocar. E foi ali que encarnei um lado meu que eu ainda não conhecia, um lado safado que, até aquele momento, tinha ficado guardado.
Olhei pra ele com um sorriso malicioso e, num tom que até me surpreendeu, disse:
— Então, aproveita. Eles estão bem na sua frente hoje.
Foi nessa hora que ele simplesmente tirou o pau pra fora, sem aviso, sem hesitação.
Puta que pariu. Eu gelei. Não esperava aquilo, mesmo com tudo que já tinha rolado até ali. O pau dele não era enorme, era normal, mas, de alguma forma, era lindo. Limpo, reto, bem cuidado.
E, olha, eu não era nenhuma especialista. Além do Douglas, ex-namorado —, eu só tinha visto mais dois paus na vida. Meu histórico sexual era bem tradicional: papai e mamãe, um sexo oral aqui e ali como preliminar, nada muito ousado. Mas, naquele momento, olhando pra ele, algo mudou. Tinha uma curiosidade, uma excitação que eu não sabia explicar, como se eu tivesse cruzando uma linha que nunca imaginei chegar perto
Ele me olhou, com um tom decidido, e disse:
— Mylena, já que não tem problema, vou sim tocar uma punheta aqui na sua frente.
Eu dei um pequeno sorriso e respondi:
— Pode deixar, nosso segredo!
Ele começou a se mover lentamente, de forma concentrada. Fiquei ali, observando de onde estava, quieta, mas curiosa. O ambiente estava carregado de um clima diferente, quase magnético. Ficamos em silêncio por um tempo, e eu não conseguia negar que aquilo tinha algo de interessante, algo novo e fora do comum.
Depois de um tempo, me levantei e fui até a porta da sauna.
— Vou ficar de olho pra ver se alguém chega — comentei, tentando me manter no controle da situação.
Abri a porta levemente, deixando-a entreaberta, e olhei para fora. Não tinha ninguém no play, além de um grupinho distante jogando bola na quadra. De vez em quando, olhava para trás, observando ele enquanto continuava na punheta. A fumaça da sauna e a luz amarelada deixavam os detalhes difusos, mas o momento era intenso.
Rogério, então, se levantou, respirando fundo, ainda visivelmente concentrado. Ele murmurou:
— Vou ficar de pé senão acabo me sujando todo.
Ele veio até meu lado, posicionando-se com cuidado, como se quisesse evitar qualquer descontrole. Agora ele estava bem próximo, e o contraste da luz amarelada com o brilho de seu corpo mostrava que o calor estava tomando conta.
Fechei a porta novamente e encostei nela, com uma expressão curiosa.
— Vai gozar? — perguntei, com um tom provocador e leve.
Ele olhou para mim e disse, hesitante:
— Não consigo parar de olhar para os seus pés. Eles estão me deixando maluco.
Dei uma risada discreta e, meio de brincadeira, respondi:
— Quer usar eles pra gozar mais gostoso?
Ele ficou sem jeito, gaguejou um pouco antes de perguntar:
— Posso?
Eu sorri, inclinando levemente a cabeça, e disse:
— Nosso segredo, po. Como você quer que eu ajude?
Com a voz baixa, mas ainda com um toque de nervosismo, ele respondeu:
— Quero ver a sola deles... só isso.
Sem pensar muito, me virei de costas pra ele, me apoiando na porta da sauna. Dobrei a perna direita e segurei meu pé, levantando-o até a altura da minha bunda. Ele soltou um suspiro pesado e murmurou:
— Puta que pariu, Mylena. Assim eu vou querer encostar meu pau nele. Posso?
Assenti com um sorriso, deixando que ele tomasse as rédeas. Ele se aproximou devagar, posicionando-se atrás de mim, e colocou-se de forma que a cabeça do seu pau se conectasse à curva suave da sola do meu pé suadinho. Ele começou a se movimentar com cuidado, enquanto eu sentia e mexia levemente os dedos, apenas seguindo o ritmo que ele guiava.
O ambiente ficou tomado por uma energia diferente. O calor da sauna parecia pulsar ao redor de nós, e eu percebia a respiração dele ficando mais ofegante a cada segundo. O que eu sentia era completamente novo, algo que nunca tinha imaginado experimentar, mas que, naquele momento, parecia natural e até instintivo.
Confesso: eu estava sentindo algo muito intenso. Era diferente em todos os sentidos, e, acima de tudo, era muito gostoso. Eu estava sentindo prazer com os pés pela primeira vez.
Então, de repente, senti um jato quente e forte. Tomei um pequeno susto, mas me mantive parada, segurando o pé no ar. O primeiro jato acertou minha sola em cheio e respingou na minha bunda, na calça, e logo vieram outros. Foram uns quatro, um após o outro, quentes e intensos. Minha calça ficou marcada, e meu pé, completamente lambuzado.
Enquanto ele se recomponha, ofegante e claramente tentando retomar o controle, eu permaneci ali, meio estática, processando o que tinha acabado de acontecer. Aquilo mexeu demais comigo. Foi algo que eu nunca tinha imaginado fazer, mas, ao mesmo tempo, foi inesperadamente intenso e... gostoso.
Quando ele terminou, apenas guardou o pau na sunga e se sentou no degrau, tentando normalizar a respiração. Eu, por outro lado, abaixei a perna devagar, observando meu pé melado antes de colocá-lo de volta no chinelo. O barulhinho do pé escorregando contra o borracha chamou minha atenção de um jeito estranho — não sei explicar, mas aquilo foi... satisfatório.
Olhei para ele, que ainda respirava fundo, e comentei, quase rindo:
— Nossa, Rogério, que coisa gostosa.
Ele levantou os olhos pra mim, um pouco ainda zonzo, mas sorriu e respondeu:
— Mylena, foi maravilhoso. Nunca gozei assim antes.
Eu passei a mão na calça, tirando o excesso do que tinha ficado por lá, e sem pensar muito, limpei na parede da sauna, ainda tentando segurar o riso nervoso da situação. O clima parecia uma mistura de surpresa e alívio, como se ambos estivéssemos tentando entender o que, exatamente, tínhamos acabado de viver.
O cheiro na sauna mudou completamente. Era forte agora, um aroma marcante de pau e gozo, misturado com o calor e o eucalipto que já estavam ali desde o início.Fui até o chuveiro lá fora para lavar meu pé. A água fria correndo pela minha pele ajudou a me recompor um pouco.
Voltei pra sauna com o pé limpo, e assim que entrei, Rogério olhou pra mim e disse, com um tom tranquilo e sério:
— Mylena, relaxa. Nunca ninguém vai saber disso, tá?
Eu sorri, aliviada com o que ele disse, e agradeci:
— Também ficarei na minha. Até porque, sendo segredo... pode até acontecer de novo, né?
Ele deu uma risada curta, como quem entende a brincadeira, mas não disse mais nada. Foi quando eu comentei:
— Bom, preciso ir embora.
Ele me olhou e ofereceu:
— Se quiser, te ajudo a gozar também.
Pensei por um momento, mas balancei a cabeça, rindo um pouco:
— Melhor não. Do jeito que foi, tá perfeito. E, sinceramente, eu sei que vou chegar em casa e resolver isso sozinha.
Soltei um risinho sem graça, mas ele entendeu e também riu. No final, me despedi dele com um soquinho de leve, como quem diz: "Toca aqui, parceiro."
— Foi bem legal, Rogério. Valeu.
A gente riu juntos, e eu saí da sauna meio tonta, mas satisfeita. Era uma mistura de alívio e excitação. Enquanto caminhava em direção ao meu prédio, sabia que aquela experiência ia ficar na minha memória por muito tempo. E, de alguma forma, aquele momento que eu nunca teria planejado acabou sendo... perfeito.