Caroa leitores, mais uma vez quero agradecer a todos pelos comentários. Sem mais delongas, a segunda parte de escorpião. Abraços a todos.
Personagem do Signo:
OLGA (https://postimg.cc/Hr1s1857)
Outro Personagem:
MARISOL (https://postimg.cc/SjNV88kL)
Características Signo: Intuitivo, Teimoso, Intenso, Misterioso, Carismático, Gostaria de Mudança e Transformação (visual, aparência, lugar, rotina, etc)
Elemento: Água (Emocional)
Continuando ...
[DIANA (POV)]
Diana – É realmente muito grande. Estranho que ainda está sem os pratos, talheres, copos ... A nossa já estava montada, quando chegamos.
Ariano – Às vezes, não vai receber ninguém ... Se você quiser, a gente poderia comer nela ... Você quer?
Diana – Não ... Aqui está bom.
Ariano – Também acho! É que eu pensei numa coisa, mas não é nada ...
Diana – Estou com uma fome ... Aqueles aperitivos na viagem só serviram pra aumentar o meu apetite.
Em seguida, o vinho chegou e o Diego veio trazer pessoalmente, dizendo que era um ótimo vinho e que combinaria muito bem com a pizza.
Estranhamente, Ariano conduziu a conversa para o Pecado Mortal, querendo saber das minhas ideias e da minha abordagem. Falei tudo que eu tinha imaginado até então e ele pareceu ficar satisfeito. Fui ficando mais relaxada, mas meu algo me dizia, que isso era intencional e que dali a pouco, ele começaria o ataque.
Talvez estivesse esperando o vinho fazer efeito, até porque eu já tinha tomado 3 taças de champanhe e foi quando ele se levantou e me chamou pra irmos a varanda.
Sabia ... Era agora que ele faria o movimento e eu diria um sonoro “não” na cara dele. Mas, novamente, ele ficou admirando a vista e me perguntou se eu já conhecia Nápoles.
Diana – Só conheci Roma e o Vaticano. Eu quis ir à Sicília, conhecer a minha “Nonna”, mas acabou não dando tempo. Adolfo tinha compromissos de trabalho e eu o acompanhei.
Ariano – É uma pena ... Vejo que a família significa muito pra você. Prometo que um dia, iremos viajar e quem sabe, encontrar seus parentes italianos.
Diana – Seria muito bom.
Ariano – Viajarmos juntos?
Diana – Conhecer meus parentes ... Eu só vi a “Nona” umas duas vezes, mas eu era muito pequena. Minha mãe queria que ela morasse conosco, mas ela quis voltar pra Itália.
Notamos que a pizza estava chegando e voltamos para a mesa. Nem preciso dizer que eu paguei a minha língua. A pizza era deliciosa e, provavelmente, a melhor pizza que eu já havia comido. Eu poderia fazer uma redação sobre a pizza e mesmo assim não seria capaz de fazer justiça.
Pouco tempo depois, começaram a preparar a mesa gigante e logo em seguida, algumas pessoas foram chegando e se sentando à mesa. Um casal com dois filhos, que me fizeram lembrar de uma época não tão distante, quando eu saía com o Ariano, quer dizer, com o Adolfo e meus filhos.
Mais pessoas foram chegando e a mesa foi se enchendo. Era aquele falatório. Eles falavam muito rápido, mas eu conseguia entender quase tudo. Por fim, chegaram as últimas pessoas e notei que vinham mais devagar, porque acompanhavam uma senhora mais idosa, que caminhava com um pouco de dificuldade.
O ambiente estava à meia luz ainda, mas de repente ficou mais iluminado, provavelmente pra ajudar a senhora e quando olhei novamente pra ela, eu dei um grito, deixando a taça de vinho cair no chão e se quebrar.
Diana – “Nonna”!!!
Fui correndo até ela e dei-lhe um abraço apertado. Era muita emoção em meu peito e eu me derreti em lágrimas. Na hora eu tive um estalo e me lembrei da conversa do Ariano ao celular.
Filho da puta!!! Olhei pra ele e o safado estava sorrindo, com o celular filmando todo aquele momento memorável. Falei com a minha “Nonna” e o próprio Diego, organizou para que eu e o Ariano ficássemos na mesma mesa que meus parentes.
Fui apresentada a todos e ele também. No início, ficou um clima estranho, porque alguns pensaram que ele era o meu esposo, mas tratei logo de consertar as coisas.
Eu e ele éramos a sensação da noite. Algumas mulheres, mesmo as casadas, olhavam pro Ariano discretamente, sem que os respectivos maridos percebessem. Eu também percebi umas olhadas meio safadas de uns dois primos, inclusive um deles era casado e sempre que a esposa dava atenção ao filho, ele me olhava.
Ariano era bom de papo, e parecia que ele fazia parte da família e foi então que ele teve uma ideia e sacou o celular. Ele tinha o número da Suzy e ligou pra ela em uma chamada de vídeo. Ele sabia que eles estavam com os meus pais e passou o celular pra mim. Minha filha atendeu e me perguntou:
Suzy – Mãe, o que houve? Por que está chorando? Aconteceu alguma coisa?
Diana – Chama a sua avó, rápido!
Minha mãe apareceu na tela e foi então que o mundo desabou em choro, mas de alegria, quando ela viu que eu estava ao lado da mãe dela. No início, ela ficou sem entender.
Só então, quando a ficha caiu, é que ela começou a chorar e a minha avó também. Muitas pessoas chorando na mesa e eu mostrei rapidamente todo mundo e fiquei ao lado da minha “Nonna”, dando beijos nela e conversando com a minha mãe, que falava um pouco e depois voltava a chorar.
Ficamos conversando e comendo durante um tempo. Pizzas e mais pizzas foram chegando, junto com várias bebidas. Aquilo virou uma festa e depois de uma hora de videochamada, achei melhor desligar.
Ficamos ali por mais 3 horas e meia, conversando, até que o Diego chegou e disse que teria que fechar o estabelecimento. Ficamos um pouco tristes e só então fiquei sabendo que Ariano contratou um jatinho pra trazer todos eles da Sicília até Nápoles. Foi um dos primos, Giuseppe, que me contou isso.
Ele estava me contando sobre como aquilo aconteceu e como tiveram que fazer tudo rápido, porque foi em cima da hora. Ninguém estava acreditando no Ariano, mas quando o dinheiro caiu na conta, começaram os preparativos.
Ele pagou tudo. Além do transporte, deu dinheiro pra todos comprarem roupas novas e quando olhei pro Ariano, ele estava pagando a conta e agradecendo o Diego, com um aperto de mãos, que logo se transformou num abraço.
Acho que foi a primeira vez que olhei pra ele de outra forma.
Giuseppe – Ele parece ser um homem bom, prima e é muito bonito também.
Diana – É ...
Giuseppe – Tome cuidado! Esses são os mais perigosos ...
Olhei pra ele de forma séria, quase a ponto de repreendê-lo, mas ele continuou:
Giuseppe – ... Que deixam qualquer mulher aos seus pés, totalmente apaixonadas e submissas.
Rapidamente fui trazida à realidade e quando Ariano sorriu pra mim, eu fiquei meio perdida, sem saber o que fazer. Acenei discretamente e comecei a me despedir das pessoas, trocando e-mails e telefones, pra não perdermos contato.
Ariano disse que voltaríamos com mais calma pra passar uma semana na Sicília e todos ficaram satisfeitos com ele. Ainda notei que uma das primas colocou um papelzinho em seu bolso na hora de despedir, e uma outra mulher, casada com um primo, deu um jeito de puxar ele num canto e falou alguma coisa pra ele, provavelmente passando seu contato, pois os dois estavam com celular na mão.
Após mais despedidas, vi minha “Nonna” entrar num carro de luxo com alguns parentes e os outros fizeram a mesma coisa. Ariano pensou em tudo e eu fiquei com a consciência culpada, ao pensar que ele estava com segundas e terceiras intenções, depois de ouvi-lo falando com alguém, que hoje seria uma noite memorável e que ele iria me pegar de jeito.
O carro ainda estava nos esperando e voltamos pro aeroporto de Nápoles. Caíque e Mascarenhas estavam de prontidão nos aguardando e logo embarcamos e decolamos. A tal comissária perguntou se queríamos alguma coisa e eu disse que não. Ariano nada respondeu, somente encarando-a e disse que mais tarde a chamaria.
Já era mais de meia noite e pelos meus cálculos, chegaríamos ao Brasil um pouco antes do meio-dia.
Ariano – Como você está? Se sente melhor?
Diana – Mil vezes melhor. Foi tudo incrível e eu tenho que te agradecer e muito por isso.
Ariano – Não foi nada ... Só estou cuidando do meu investimento.
Diana – Preciso trocar de roupa e tentar dormir. Estou bem cansada.
Ariano – O assento é totalmente reclinável. Temos lençol e cobertor se você quiser.
Diana – O que eu quero mesmo é te pedir desculpas.
Ariano – Não estou entendendo.
Diana – Eu fiz mal juízo de você em determinado momento e pensei que você estava planejando me seduzir de alguma forma.
Ariano – Eu disse que hoje seria apenas negócios ... Just business.
Diana – Obrigada. Obrigada mesmo pelo que você fez. Prometo que vou me dedicar ao máximo pra transformar o Pecado Mortal num sucesso.
Ariano – Eu sei disso!
Diana – Preciso trocar a roupa.
Ariano – Por que você não troca aqui mesmo?
Estava demorando.
Diana – Pra que eu fui elogiar? Tava demorando pra você fazer alguma coisa.
Ariano – Eu disse que hoje, ou melhor ontem, seria só negócios e cumpri a minha palavra. Já passamos de meia noite, já estamos em um novo dia.
Diana – Muito esperto você.
Ariano – Nada mais justo ... Você já me viu pelado. Agora é a minha vez. – Disse Ariano me encarando, enquanto tirava o seu blazer e o acomodava num dos assentos.
Diana – Você ...
De repente ele começou a rir e ficou fazendo graça, dizendo que era brincadeira e que eu tinha que ver a minha cara toda vermelha e muito brava. Olhei pra baixo e coloquei a mão na cabeça, não acreditando naquilo ... Comecei a rir também e peguei as minhas roupas que estavam dobradas num canto.
Ariano – Nada disso ... Vai amarrotar toda a sua roupa. Tem um pijama ali naquele armário. Acho que serve em você.
Fui até o armário e peguei o pijama, que era daqueles de calça e manga comprida, mas com um tecido bem molinho e fino. Dei três passos em direção ao banheiro e parei. Olhei pra trás e vi que ele olhava pra mim, mas precisamente pra minha bunda. Ele sorriu pra mim e não sei o que deu em mim, que eu resolvi fazer uma loucura.
Dei mais dois passos e tirei meu vestido ali mesmo, soltando o fecho no pescoço e na lateral, deixando a gravidade se encarregar do resto, até que ele caiu no chão. Olhei novamente pra trás, virando só o pescoço e tomando cuidado pra que ele não visse os meus seios.
Ele até se ajeitou melhor no assento pra ver melhor a única peça de roupa que eu usava. Uma calcinha preta de renda, bem sensual, e ainda por cima enfiada na minha bunda.
Deixei o vestido no chão e continuei o trajeto até o banheiro, ouvindo as palmas que ele dava. Por que eu fiz isso? Acho que bebi um pouco além da conta. Me olhei no espelho e a minha imagem me chamou de piranha e riu de mim.
Diana – Você que é piranha! Eu sou uma mulher ainda casada e de respeito.
Ela nada mais me respondeu e eu botei o tal pijama, que serviu perfeitamente. Só que agora eu estava com um problema. Eu estava morrendo de vergonha de voltar até lá e encará-lo.
Diana – Sua burra! Ele pode achar que aquele showzinho foi um convite pra uma noite de sexo.
Imagem da Diana – Piranha!!! Ele vai te agarrar assim que te ver ... Tomara que ele te pegue de jeito pra valer.
Comecei a rir ... Eu devia estar de pilequinho mesmo. Conversar com o espelho era muita doideira.
Respirei fundo e abri a porta do banheiro. As luzes estavam quase todas apagadas, mesmo assim, eu consegui ver Ariano mudando de roupa. Ele usava uma cueca Boxer e seu pauzão estava meia bomba, saindo pra fora da cueca por baixo, junto à coxa, como se fosse uma terceira perna.
Ele percebeu a minha presença e me pediu desculpas, mas se explicou que estava daquele jeito, por minha causa e que eu o havia provocado. Ele então vestiu um pijama e se deitou num dos assentos e eu me deitei do outro lado e me cobri, com um lençol que já estava ali.
Diana – Boa noite, Sr. Flores ...
Ariano – Boa noite, Srta. Di Capri ... Sonha comigo!
Tive que rir de forma contida e o xinguei mentalmente. Ele deve ter percebido que eu ri e riu também.
Peguei no sono rápido e realmente eu sonhei com ele, porém um sonho nada agradável. A única coisa que me lembro, era que ele estava bebendo o seu próprio perfume e isso lhe dava um poder acima do normal, fazendo com que ele ficasse maior e mais musculoso. Maior em todos os sentidos, pois agora sim, aquele negócio no meio das pernas era um tripé.
Além disso, ele tinha um poder especial, que ao olhar pra qualquer pessoa, fazia com que ela se submetesse a tudo que ele pedia. Estranhamente, seu poder não funcionava em mim e eu corria dele, gritando pelo Adolfo de forma desesperada, mas ele não me ouvia, ou fingia não me ouvir.
Ele estava ocupado demais, flertando com a Babi e com a Valeska, enquanto eu fugia do Ariano, mas logo fui capturada. Eu juro que podia sentir sua respiração bem próxima a mim, até que ele me roubou um beijo.
Acordei um pouco assustada e percebi que Ariano não estava no assento dele. Me levantei e fui até o banheiro, só pra comprovar que ele estava lá dentro do banheiro com a comissária adúltera.
Eles novamente estavam transando e o que me assustou dessa vez, foi que ele chamava a moça de Diana. Ela não parecia em nada comigo, mas na fantasia dele, era eu que estava lá dando a buceta pra ele, enquanto ele falava várias safadezas pra mim, digo pra ela.
Quando eu percebi que estavam acabando, retornei pra meu assento e me deitei. Fechei meus olhos e me cobri. Alguns instantes depois, escuto passos e sinto que alguém se aproxima de mim. Sinto que ele está a poucos passos de mim, pois consigo escutar a sua respiração pesada, como se estivesse ainda se recuperando da transa que tivera.
Parece que sua respiração está cada vez mais próxima e eu fico até com um pouco de receio, pensando que a qualquer momento ele vai pular em cima de mim e me comer. Sinto sua respiração colada no meu ouvido. Posso até sentir o calor da respiração dele, até que ele me dá um beijo na bochecha.
Ariano – É uma pena que eu não te conheci antes dele ... Sei que está acordada e eu não irei lhe fazer mal algum. Eu te amo, Diana.
Senti um estranho arrepio e percebi ele voltar para o seu assento. Custei a dormir novamente, com medo do que poderia acontecer, mas acabei me entregando a Morfeu, que me recebeu com carinho, e só me largou quando já era de manhã e já estávamos próximos da chegada ao Brasil.
Ariano já estava de pé e arrumado, falando ao celular, mas interrompeu a ligação pra me desejar um bom dia. Devolvi o bom dia de forma bem séria e fui ao banheiro me arrumar. Quando voltei, encarei ele e disse que não gostei do que ele fez.
Ariano – Mas eu não fiz nada ...
Diana – Você é muito cínico! Você me beijou, enquanto eu dormia.
Ariano – Acho que você sonhou ... – Disse o safado, debochadamente.
Diana – Eu não estava sonhando. Você me beijou e isso foi muito desrespeitoso.
Ariano – Mas se eu te beijei, enquanto você dormia, então era sonho.
Diana – Nada disso! Eu senti!
Ariano – Então você não estava dormindo.
Diana – Não tente mudar o foco!
Ariano – Eu te beijei, sim. Na boca, mas foi antes e com o seu consentimento. Tudo bem, foi só um selinho.
Diana – Ariano, você me beijou há poucas horas, enquanto eu estava deitada ali e ainda disse que me ama.
Ariano – Hahahaha, é verdade. Me desculpa, mas foi mais forte do que eu.
Diana – Mas ... Eu não te amo. Nos conhecemos há pouquíssimo tempo e eu não me vejo num relacionamento contigo num futuro. Entendeu?
Ariano – Essa doeu.
Diana – Eu gosto de ser bem direta ... Me perdoe, mas não vai rolar ... Mesmo assim, estou muito grata pelo que está fazendo. Posso ver uma boa amizade surgindo, mas não mais que isso.
Ariano – Diana, você acabou de sair de um relacionamento e está desenganada. No momento, é lógico que você não vê relacionamento com ninguém ... Normal isso.
Continuamos a debater e filosofar sobre o amor, até que chegamos. Me despedi da tripulação e novamente o Caíque me alertou sobre o Ariano e disse que qualquer dia vai visitar o Adolfo. Peguei o contato dele, que me passou discretamente, num desses cartões de empresa.
A Limusine estava nos esperando e me deixou na empresa. Tudo pareceu um conto de fadas. Era difícil acreditar, que há algumas horas, eu estava com a minha “Nona”. Fiquei emocionada e quase chorei na entrada da empresa.
Assim que cheguei, Tati veio falar comigo e me perguntou se estava tudo bem, porque eu sumi no dia anterior. Falei que a história era longa e que mais tarde eu falava. Ela ficou me perturbando tanto, que combinamos almoçar juntas e eu falaria durante a refeição e assim aconteceu.
Tati – Estou chocada!!! Isso parece coisa de conto de fadas ...
Diana – Loucura, menina!
Tati – Mas eu estou mais chocada por você não ter dado pra ele ... Se fosse comigo, tinha dado um chá nele, que ele perderia até o rumo. Eu só iria largá-lo quando ele falasse “te amo”, hahahahaha.
Diana – Nada a ver, Tati!
Tati – Nada a ver foi você ter escolhido a minha irmã mais velha pra ser sua advogada. – Disse minha amiga, num tom sarcástico e debochado, quando disse a palavra “irmã”.
Diana – Nem eu sei ... Eu estava tão puta com o Adolfo, que eu acho que foi uma maneira de me vingar dele.
Tati – Nem parece você falando.
Diana – Além disso, eu pesquisei a doutora Ana Lúcia e vi que ela é uma das melhores advogadas na área da família. Ela me passou tanta segurança e foi me convencendo de que seria uma boa ideia.
Tati – É muita informação pra minha cabeça, mas e os vídeos?
Diana – Eu falei pro Adolfo apagar, mas ele foi me enrolando e eu fui esquecendo disso. Agora, estou torcendo pra que esses vídeos não vazem por aí ... Seria um terremoto na minha vida.
Depois das fofocas em dia, ou quase todas ... pois eu não contei a ela sobre os beijos e nem sobre ter visto ele quase pelado. As transas com a comissária eu contei, menos a parte dele chamar meu nome. Decidi guardar isso só pra mim.
Voltamos ao trabalho e a traçar algumas metas. Idealizamos um comercial de divulgação, contratamos atores e pensamos também numa festa de lançamento e a Tati se lembrou da mulher que fez a decoração no workshop.
Eu queria evitar, mas Olga era muito boa e seria mais um corte de gastos. Além do mais, tenho certeza de que Ariano iria gostar. Seria uma forma de retribuir a gentileza da viagem.
Mandei uma mensagem pra ele, que me respondeu na mesma hora. Eu expliquei a minha ideia e ele adorou e imediatamente me passou o contato da Olga.
Marquei uma reunião com ela na empresa para dali há dois dias, mas antes disso, Adolfo mandou mensagem pra mim, dizendo que eu deveria ir ao banco com ele, pra que pudéssemos resolver o problema da conta conjunta.
No dia seguinte, fui me encontrar com ele e tomei um susto. Adolfo estava mais magro e muito abatido e eu acabei ficando com muita pena, mas tentei ao máximo me manter distante, pra ele não achar que eu estava dando brechas pra ele ter uma outra chance.
Adolfo – Eu já mudei as senhas nas outras duas contas e só falta resolvermos essa. Tem certeza de que quer encerrá-la?
Diana – Acredito que seja melhor.
Adolfo – Eu ainda não assinei o divórcio, Diana. Acho que devemos conversar com calma e ver se não há alguma possibilidade ...
Diana – Desculpa, Adolfo, mas eu já me decidi. Por que você não entende isso? Quanto mais cedo resolvermos isso, melhor vai ser pra nós dois.
Adolfo – Só se for pra você, que já tem pretendente aguardando na fila.
Diana – Assim não dá ... Eu vou embora.
Adolfo – Desculpa ... É que está sendo muito difícil pra mim.
Ele baixou a cabeça e percebi que iria começar a chorar. Na mesma hora, a minha mão teve o impulso de lhe dar um conforto e fazer um cafuné, pra lhe dar um abraço, mas consegui me conter.
Diana – Não fique assim ... Está sendo difícil pra mim também, mas eu me joguei no trabalho e estou conseguindo superar.
Adolfo – César me deu férias forçadas. Disse que consegue tocar as coisas sozinho por um tempo.
Diana – Por que então você não viaja? Chama os seus pais pra irem contigo.
Adolfo – Nada a ver. Se fosse contigo, eu faria as malas agora. Sem pensar duas vezes.
Diana – Estou no meio de um contrato muito importante. Aliás, tenho que voltar pra empresa.
Enquanto a gente conversava, o gerente do banco finalizou a nossa conta e eu me despedi do Adolfo, com apenas um aperto de mãos, embora eu o quisesse abraçar, mas achei melhor manter distância por enquanto.
Passado mais um dia, recebi a visita de Olga na empresa e foi um verdadeiro alvoroço. Ela chamava a atenção por onde passava e todos os homens queriam saber quem era.
Olga é tão feminina, que somente com um olhar mais atento é que a gente nota alguns traços masculinos, mas que podem ser confundidos com uma mulher que usa substâncias pra acelerar o ganho de massa muscular.
Sua voz nem é tão grossa e seus movimentos são sutis. Eu e Tati, conversamos bastante com ela, sobre como queríamos a festa de lançamento do Pecado Mortal e tivemos a ideia de fazer o lançamento em alguns pontos da cidade, de forma simultânea.
Olga – Adorei as suas ideias, Diana. Tenho certeza de que o Ariano também irá gostar.
Diana – Assim espero ... Quero deixá-lo de queixo caído.
Olga – Ele já está de queixo caído por você, queridinha.
Tati – Diana, melhor não misturar as coisas ... Você mal se divorciou e não é bom ficar com um cliente.
Diana – Eu nem me divorciei ainda, amiga. Falta só assinar a papelada, mas ainda não tive coragem.
Olga – Eu nem precisava falar isso, mas o Ariano é um cara muito generoso e gentil. Atrás daquela aparência meio esnobe, ele é um doce de pessoa, que poucos conhecem.
Tati – Ele é um gostoso, isso sim. Fico até passando mal, quando me lembro daquele dia no Centro de Convenções.
Diana – Deixa de assanhamento, safada! Estamos numa reunião de negócios.
Olga – Ah, deixa disso, bobinha ... Adoro misturar negócios com prazer. Fica tudo mais gostoso e o resultado fica melhor ... Aliás, eu tive uma ideia. Eu já entendi o que você está esperando pra festa de lançamento nos pontos de venda e vou fazer alguns desenhos e preparar uma apresentação.
Diana – Ótimo! Pra quando? Você tem esta apresentação?
Olga – Em 3 dias terei bastante material pra apresentar. Por que vocês duas não aparecem na minha casa?
Tati – Onde você mora?
Olga – Eu moro com o Ariano, numa mansão maravilhosa. Meu estúdio de criação fica lá.
Diana – Não sei se é uma boa ideia.
Olga – Ariano está viajando e só volta na semana que vem, se é isso que está te preocupando.
Diana – Não ... É que ...
Olga – Então está decidido. Vocês duas, lá em casa daqui há 3 dias. Vou pedir ao Caíque que leve vocês lá.
Diana – Achei que o Ariano estivesse viajando.
Olga – E está. É que ele viajou com a Babi e achou melhor não levar o Caíque, entende?
Respondi acenando com a cabeça e ela continuou:
Olga – E tragam seus biquínis ... Afinal, serão negócios com prazer. – Disse Olga, piscando pra mim e mordendo os lábios de forma sensual.
Fiquei meio envergonhada e Tati percebendo que eu fiquei desconcertada, tentou mudar o clima.
Tati – Eu não estou entendendo nada, mas já topei.
Olga – Me desculpem, pela brincadeira ... É que sou escorpiana e às vezes o prazer fala mais alto que os negócios, mas não tenham medo de mim. Eu não mordo, mas o meu ferrão, pica.
Ela deu uma sonora risada e se levantou da cadeira.
Encerramos a reunião e ao se despedir de mim, Olga sussurrou ao meu ouvido que mal podia esperar pra me mostrar o prazer e o “negócio” dela. Fiquei corada e Tati percebeu, rindo da minha cara sem saber o que ela havia falado, mas imaginado ser algo bem provocativo, pois durante toda a reunião ela trocou olhares comigo.
Assim que voltamos pra minha sala, ela me perguntou se a Olga era travesti e eu confirmei.
Diana – Acho que vou inventar uma dor de barriga e você vai lá sozinha.
Tati – Para de bobeira ... Ela disse que o Ariano está viajando.
Diana – E você acreditou?
Tati – Não tenho motivos pra duvidar dela.
No fundo eu queria acreditar, mas algo me dizia para eu não ir.
Tati – Qual o problema? Não é a primeira vez que visitamos a residência de um cliente.
Diana – O problema é que esse cliente quer me comer.
Tati – Pode até ser, mas volto a dizer, que não é a primeira vez que isso acontece. Vários clientes já tentaram ...
Diana – Isso é, mas antes eu estava casada e agora ... Eu usava o meu casamento como escudo, mas agora tudo mudou.
Me sentei na minha cadeira e comecei a chorar, enquanto Tati se aproximou e fez um carinho na minha cabeça.
Tati – Eu estarei ao seu lado e não deixarei aquele homem gostoso e maravilhoso relar um dedo em você.
Diana – Eu sou uma boba mesmo. Eu deveria era curtir agora que estou livre e desimpedida, mas não consigo.
Tati – Olha pra sua mão, Diana! Você não consegue nem tirar esse bambolê do seu dedo. Tem certeza de que você quer se separar do Adolfo?
Diana – Traição não tem perdão!
Tati – Não tem perdão …
Tati falou junto comigo e eu ri do jeito que ela falou, me imitando e fazendo gestos. Joguei uns papéis na cara dela, que riu mais ainda e eu me levantei da cadeira, olhei pra minha mão esquerda e tirei a minha aliança. Olhei pra ela, por mais alguns segundos e a coloquei dentro de uma gaveta.
Diana – Quando acabar o expediente, que tal sairmos pra tomar um chopp?
Foi muito bom sair com a Tati pra um happy hour. Bebemos alguns copos de chopp e alguns drinks. Foi muito leve e divertido, pois ainda bebemos, de graça, um drink, que dois homens nos ofereceram. Tati rapidamente se insinuou e trocou contato com um dos caras. Eu resolvi ficar na defensiva, mas não vou mentir, dizendo que não gostei de ser cortejada.
No dia seguinte, mais trabalho e novamente outra happy hour, dessa vez com Jéssica e Soninha, além de Tati, e mais uma integrante da equipe, que se chamava Paula.
Nós 5 estávamos um arraso e assim que chegamos num bar, estilo pub irlandês, com música ao vivo, paramos o lugar. Tati havia feito uma reserva e logo nos sentamos numa área do segundo andar, um pouco mais tranquila, onde havia uma mesa de sinuca e outra de pebolim.
Foi inevitável, não lembrar de Adolfo, que adorava pebolim quando era mais novo. Eu chamava de totó e ele de pebolim. Aquela lembrança me deixou um pouco introspectiva, mas Tati percebeu e tratou de animar as coisas.
Tati – Primeira rodada de chopp é por conta da patroa! Pra dar boas-vindas pra mais nova integrante do grupo.
Diana – Ei ... Que abusada!
Logo tivemos a péssima ideia de jogar sinuca e foi um desastre. Por sorte, não rasgamos o pano da mesa, mas dois homens que ficaram interessados no nosso grupo, tentaram ensinar a gente a jogar, e aí já viu.
Tati se apossou de um e o outro ficou com Sônia. Eu e Jéssica ficamos conversando sobre o projeto e Paula ficou acompanhando a gente, tentando se enturmar, principalmente comigo, que era a sua chefe. O que não sabíamos era que Sônia havia falado com seu noivo aonde iria e ela jamais poderia imaginar que ele fosse aparecer no local.
A Lei de Murphy surgiu com força naquela noite e se uma merda tem probabilidade de acontecer, ela vai acontecer.
Quando o noivo dela chegou, viu justamente o que não deveria ver. Um homem atrás de sua noiva, ensinando a jogar sinuca. As virilha dele colada no traseiro dela e Sônia feliz por estar segurando um taco e acertando uma bola no buraco. Sua felicidade acabou na mesma hora, quando ouviu seu nome saindo da boca de seu amado.
Noivo – Achei que o happy hour seria com suas amigas!
Sônia – Elas estão ali ...
Noivo – Você acha que eu tenho cara de palhaço?
Sônia – Não é o que você está pensando! Ele só estava me ensinando a ...
Noivo – Colado desse jeito em você? Com o taco dele, enfiado no seu buraco!
Tati – Não tem nada demais rolando aqui ... Pelo menos não da parte dela.
Nisso, os dois caras já tinham descido e o noivo de Sônia continuava inconformado. Ela por sua vez, tentava abraçá-lo e dizia que não tinha feito nada demais, mas ele não queria saber de conversas, nem de abraços.
Noivo – Toma isso aqui! – Disse o noivo, entregando a aliança pra Sônia ... – Dá ela pro seu novo amigo, ou pra quem você quiser.
Sonia chorava desesperada, enquanto seu noivo dava as costas e descia as escadas. Todas ficaram consolando Sônia, mas eu fui atrás de seu noivo. Desci as escadas quase correndo e o alcancei na parte debaixo do pub.
Diana – Raul, né? Então, meu querido, você deve dar uma chance pra Sônia. Ela não fez nada ...
Raul – Porque eu cheguei a tempo! Se eu não tivesse chegado, ela iria terminar a noite no motel com aquele cara.
Diana – Não vou mentir pra você e dizer que não tava rolando uma investida daquele cara. Você é homem e sabe como as coisas funcionam, mas a Sônia não estava dando bola pra ele. Aquela cena que você viu lá ...
Raul – Do cara encoxando a minha noiva.
Diana – Do cara ensinando a sua noiva ... Foi a primeira vez, justamente porque ela não estava jogando direito.
Raul – Acha que eu vou acreditar nisso?
Diana – Ela ficou tão feliz que nem se deu conta do que estava rolando e porque nós já bebemos um pouco também. Tenho certeza de que aquilo não significou nada pra ela ... Ela te ama e está toda feliz porque a data do casamento está chegando.
Raul – Eu sei o que eu vi. Ele estava colado na bunda dela.
Diana – Porque o cara é um abusado e se aproveitou da situação.
Raul – E ela se colocou na situação ...
Diana – Caralho, você é teimoso!
Raul – Traição não tem perdão!
Eu olhei pra ele assustada com o que ele disse e acho que ele pensou que a minha atitude estava revelando o que de fato havia acontecido. Na verdade, o que ele não sabia era que eu estava na mesma situação que ele, e não havia dado, ao Adolfo, o benefício da dúvida. Acabei me sentindo uma hipócrita.
Raul – Eu vou embora ... Não adianta querer acobertar o que ela fez.
Diana – Escuta aqui, garoto! Ela não fez nada! Por que você não dá a ela o benéfico da dúvida? Se você não acredita em mim e nem nela, a gente pode ir agora ver as filmagens desse lugar. Tenho certeza de que tem câmeras aqui.
Vi que ele ficou meio balançado e continuei:
Diana – Eu te entendo e sei pelo que está passando. Sei o que você viu, mas eu juro pelos meus filhos, que a sua noiva não fez nada demais.
Raul – Ela deveria ter dado uma cotovelada no cara.
Diana – Foi tudo muito rápido e o rapaz no início estava sendo gentil e respeitoso. Estávamos empurrando a Jéssica pra ele, mas acho que a situação fez com que ele não resistisse ... Sua noiva é linda e hoje ela está maravilhosa.
Raul – Eu não sei ... Eu sei o que eu vi.
Diana – Por que você não sobe comigo e se acerta com ela? Vocês se amam e você vai deixar uma bobagem dessa acabar com uma linda história?
Raul – Eu a amo demais e isso me machucou muito.
Diana – Vamos, eu pago uma bebida pra você e a gente conversa mais um pouco.
Ele me mostrou o celular e havia 3 ligações de Sônia.
Raul – Eu vou embora, mas, por favor, volte lá e diga a ela que depois a gente se acerta.
Diana – Jura?
Raul – Juro! Pede a ela pra usar a minha aliança enquanto isso e que eu a quero de volta no meu dedo.
Diana – Você está sendo muito sensato. Tenho certeza de que não irá se arrepender!
Raul – Assim espero! Eu não sei o que está acontecendo com ela. Parece que ela é uma outra pessoa ... De, mais ou menos, um mês e meio pra cá, ela mudou muito ...
Fiquei pensando sobre isso, mas não notei nada de diferente no trabalho.
Raul – Vou indo.
Diana – Fica com a gente! Pra nos proteger dos homens abusados.
Raul – Hahaha, melhor eu ir ... Cuida da minha noiva.
Continua ...