Obsessão. Parte 15.

Um conto erótico de Lukinha
Categoria: Heterossexual
Contém 3990 palavras
Data: 20/02/2025 14:20:43

Miguel:

O tempo dentro da cela parecia se arrastar de um jeito que eu nunca tinha experimentado antes. Os minutos se alongavam, os ruídos se intensificavam, e a sensação de confinamento era sufocante. Eu tentava manter a sanidade, mas a privação da liberdade era um golpe muito mais brutal do que eu poderia imaginar.

Minha cela era especial, já que eu era um preso temporário, e não um condenado em definitivo. Ela oferecia um mínimo de conforto em um espaço menor e mais isolado. Tinha um beliche de metal com um colchão fino e um banheiro precário, separado apenas por uma meia parede. Mas, no fim do dia, continuava sendo uma cela. Um cubículo onde eu era apenas mais um nome na lista de presos.

O barulho do ferro batendo ecoava pelos corredores sempre que as celas se abriam para o banho de sol. Os passos pesados dos agentes penitenciários marcavam o compasso do dia. E à noite, os ruídos de conversas abafadas e até mesmo de choro vinham de diferentes direções. Eu tentava dormir, mas o peso das acusações tornava qualquer descanso impossível.

No segundo dia, fui chamado para a minha primeira visita. Meu advogado entrou com um semblante sério, carregando uma pasta cheia de papéis. Ele se sentou à minha frente sem perder tempo e a abriu.

— Miguel, precisamos conversar. A situação é pior do que imaginávamos.

Meu estômago se revirou.

— O que descobriram?

Ele respirou fundo antes de responder.

— As evidências contra você são extremamente comprometedoras. Sua senha pessoal foi usada para acessar o prédio onde Leandro foi morto. As câmeras foram desligadas usando seu login. O carro registrado em seu nome saiu e voltou ao condomínio no mesmo horário que coincide com o crime. Até as câmeras da sua própria casa estavam desligadas naquele dia. E ainda há uma testemunha que afirma ter visto alguém muito parecido com você deixando o edifício.

O mundo pareceu girar ao meu redor.

— Isso é loucura! Eu não fiz nada disso!

O advogado ergueu a mão, pedindo calma.

— Eu acredito em você, Miguel. Mas precisamos de mais do que sua palavra para provar isso.

Eu estava aflito, sem esperanças, tentando processar.

— E qual é o próximo passo?

— No momento, estamos aguardando os laudos periciais. Mas eu preciso que você mantenha a calma. Qualquer deslize, qualquer palavra errada pode complicar ainda mais as coisas.

Eu assenti, ainda atordoado. O advogado fechou a pasta e se levantou.

— Vou continuar trabalhando no seu caso. Mas, por enquanto, mantenha-se firme.

Ele me deu um último olhar antes de sair, e eu senti o peso daquela conversa afundar em mim como uma pedra.

No dia seguinte, foram meus pais que vieram me visitar. Minha mãe entrou primeiro e a expressão dela me destruiu por dentro. Seus olhos estavam inchados, a pele pálida e as mãos tremiam enquanto segurava meu rosto.

— Meu filho … — A voz dela falhou, e ela me puxou para um abraço. — O que fizeram com você?

— Mãe … — Eu fechei os olhos, sentindo seu cheiro familiar, algo que, por um instante, me fez sentir protegido, ainda que fosse uma ilusão. — Eu não fiz isso.

Ela se afastou apenas para me encarar nos olhos.

— Eu sei. Eu sei, meu amor. Mas eles precisam saber disso também.

Meu pai, ao contrário, entrou sem demonstrar emoção. Ele me analisou de cima a baixo, como se tentasse entender como o próprio filho tinha parado ali. Quando finalmente falou, sua voz era dura, mas carregava uma preocupação silenciosa.

— Você tem noção da gravidade disso tudo, Miguel? — Ele cruzou os braços. — Não é só uma acusação qualquer. Você é o principal suspeito de assassinato.

— Eu sei … — Respondi, abaixando a cabeça envergonhado.

Ele soltou um suspiro pesado, descruzando os braços e vindo me abraçar.

— Você se meteu em uma confusão desgraçada. Mas vamos resolver isso.

Eu aceitei o abraço, sentindo, pela primeira vez desde que fui preso, que talvez, só talvez, ainda houvesse esperança.

Assim que eles saíram, Carolina entrou na sala de visitas com um semblante abatido, o olhar marcado por olheiras profundas. Eu me levantei de imediato, e ela veio até mim, me abraçando forte. Por alguns instantes, ficamos assim, apenas sentindo a presença um do outro, como se aquilo fosse a única coisa que ainda nos ancorasse à realidade.

— Eu falei com Viviane — ela disse, baixinho. — Contei tudo. Ela ficou em choque, disse que ligaria de volta, mas ainda não deu notícias.

Eu fechei os olhos por um momento, respirando fundo.

— E o seu irmão … ele teve um funeral?

Com os olhos marejados, sem me soltar, ela respondeu:

— Ainda não. O corpo não foi liberado. Não faremos nenhuma cerimônia. Será apenas meu pai e eu.

— E o seu pai? Como ele está? — Aproveitei para perguntar.

Carolina me soltou, desviando o olhar.

— Como você imagina … devastado. Mas … ele quer saber a verdade. Não acredita que você tenha feito isso.

Havia uma hesitação na sua voz, um medo que eu conhecia bem. Ela queria acreditar, mas a dúvida a assombrava.

— E você? — perguntei, segurando sua mão. — Você acredita em mim?

Carolina mordeu o lábio, desviando o olhar novamente por um instante antes de voltar a me encarar.

— Eu … eu quero acreditar, Miguel. Meu coração me diz para acreditar em você … Eu não sei o que pensar.

O aperto no peito veio de imediato. Por mais que eu entendesse, ouvir aquilo da única pessoa que ainda estava ao meu lado era um golpe doloroso. Antes que eu pudesse responder, o agente penitenciário avisou que o tempo estava acabando. Carolina apertou minha mão uma última vez.

— Eu vou continuar tentando falar com Viviane. A gente vai sair dessa, de um jeito ou de outro.

Eu apenas beijei sua testa, sem saber como me despedir.

Sozinho novamente na cela, encostei a cabeça na parede fria e fechei os olhos. Eu sabia que não tinha matado Leandro. Mas, com tudo se acumulando contra mim, comecei a me perguntar se provar minha inocência seria possível. E se eu nunca conseguisse sair dali?

Os dias na cadeia estavam começando a se misturar. A falta de liberdade me corroía por dentro de um jeito que eu nunca imaginaria. Meu único contato com o mundo exterior era através do advogado, que trazia notícias do caso, mas sem promessas de uma solução rápida.

Então, quando o carcereiro apareceu na porta da cela e anunciou que eu tinha uma visita, minha primeira reação foi de surpresa.

— Quem é? — Perguntei, me levantando do beliche estreito.

O policial deu de ombros.

— E eu lá vou saber? Vai ver você mesmo, playboy.

Eu esperava qualquer pessoa. Meus pais, Carolina, talvez até Viviane, mas quando entrei na sala de visitas e vi quem estava ali, meu corpo inteiro travou. Mina.

A expressão dela era uma mistura calculada de culpa e sofrimento. Os olhos brilhavam com lágrimas prestes a cair, e suas mãos tremiam levemente sobre a mesa. A atuação era digna de um Oscar.

— Miguel … — A voz dela saiu embargada, como se o simples ato de me ver ali fosse uma tortura.

Eu me sentei devagar, cruzando os braços.

— O que você quer?

Ela piscou algumas vezes, as lágrimas finalmente rolando pelo rosto.

— Eu sinto muito. Meu Deus, eu sinto tanto … — Ela fungou, cobrindo a boca com a mão trêmula. — Eu nunca quis que as coisas chegassem a esse ponto. Nunca quis te ver assim.

Meu olhar permaneceu frio.

— Você me traiu com meu melhor amigo. Depois tentou me afastar da minha filha. Agora estou sendo acusado de assassinato, e você aparece aqui chorando?

Ela abaixou a cabeça, soluçando.

— Eu me odeio por tudo isso! Eu fui uma idiota, uma egoísta! Eu estraguei tudo! — Ela levantou os olhos para mim, suplicante. — Você foi o grande amor da minha vida, Miguel. Eu te amei tanto … e ainda amo.

Eu segurei a gargalhada de desprezo que ameaçou escapar.

— Se você realmente me amasse, Mina, nada disso teria acontecido.

Ela estendeu a mão pela mesa, como se quisesse tocar a minha, mas eu recuei.

— Me deixa te ajudar, Miguel.

— Ajudar? — Arqueei uma sobrancelha.

Ela assentiu, respirando fundo para recuperar o controle.

— Quero acabar com essa guerra entre a gente. Não só por nós, mas pela nossa filha. Essa disputa pela farmácia tem sido um dos maiores pontos de discórdia. Se você aceitar vender sua parte para mim, isso já elimina um grande problema entre nós.

Eu encarei Mina, sentindo a raiva borbulhar.

— Então é por isso que você veio aqui? Para tentar me manipular enquanto eu estou preso?

— Não é isso! — Ela apressou-se em negar. — Eu quero mesmo te ajudar. Sei que minha palavra pode não valer nada para você agora, mas … eu realmente quero fazer a coisa certa.

— A coisa certa para quem? Para mim ou para você? — O sarcasmo era evidente na minha pergunta.

O silêncio dela foi suficiente. Mina sempre foi daquele jeito, eu que demorei a enxergar. Manipuladora, calculista, sabendo exatamente como dizer as palavras certas, do jeito certo, para parecer sincera. Mas eu já não era mais o mesmo homem que acreditava nela.

Eu me levantei.

— Não sei o que você está tramando, mas a resposta é não.

Ela arregalou os olhos, surpresa com minha recusa imediata.

— Miguel, por favor …

Sem saco para aquele jogo doentio, chamei o carcereiro.

— Tempo encerrado. Vai embora, Mina.

Eu lancei um último olhar para ela.

— Se realmente quer me ajudar, saia da minha vida de vez. — E então me virei, sem olhar para trás.

Enquanto os passos do carcereiro me guiavam de volta à cela, só uma coisa ecoava na minha mente: Mina nunca dava ponto sem nó. E, de algum jeito, eu sabia que aquilo estava longe de acabar.

{…}

Mina:

O restaurante era discreto, elegante, escolhido a dedo para que ninguém nos incomodasse. Sentada à mesa, mexi o vinho na taça, observando o reflexo do líquido rubro enquanto Thiago me encarava do outro lado. O olhar dele estava carregado de expectativa.

— Você ainda não me deu uma resposta.

Ele ajeitou os talheres no prato, recostando-se na cadeira. Um sorriso presunçoso curvou seus lábios, mas seus olhos estavam cheios de cobrança.

— Eu fiz tudo o que você pediu, Mina. Agora está na hora de você cumprir sua parte do acordo.

Respirei fundo, sustentando o olhar dele. Thiago sempre teve uma obsessão estranha por Miguel. Ele queria tudo o que era dele. A distribuidora farmacêutica estava fora do seu alcance, já que era um legado de família, mas a farmácia … essa sim era uma possibilidade concreta. E eu? Eu era um troféu ainda mais acessível. A ex-esposa humilhada, sem dinheiro, sem opções. Ele se achava esperto, mas eu já tinha lidado com homens como ele antes.

— Eu sei, Thiago. Sei que te devo muito.

— Então vamos resolver logo isso. Assim que Miguel sair do caminho, eu quero a parte dele na farmácia, como combinamos. Seremos sócios.

Inclinei-me levemente para a frente, deixando minha voz mais baixa, sedutora.

— Você acha que eu esqueci?

Ele ainda estava desconfiado.

— Tenho certeza de que não. Mas também sei que você gosta de ganhar tempo quando te convém.

Sorri falsamente, deslizando um dedo ao redor da borda da taça. Thiago não era um homem bonito. Estava um pouco acima do peso, vestia roupas caras, mas sem o porte de quem realmente pertencia àquele mundo. Tentava compensar com dinheiro o que não tinha em charme. O problema era que ele acreditava que isso bastava para me ter. Só que, para mim, ele era apenas uma fonte de financiamento. Desde que Miguel descobriu tudo e eu perdi acesso ao dinheiro que roubei durante o casamento, Thiago era a única alternativa viável.

— E você não gosta de um bom jogo, Thiago? Achei que apreciava o desafio. — Provoquei.

O brilho nos olhos dele se intensificou.

— Mina, eu já esperei o suficiente. Quero o que é meu.

— E eu vou te dar … tudo o que você merece.

Minha voz saiu como um sussurro, e vi o efeito imediato que teve sobre ele. Seus ombros relaxaram levemente, o maxilar ficou menos rígido. Era naquilo que eu era boa: no jogo da manipulação, na arte de levar um homem exatamente onde eu queria.

Pousei minha mão sobre a dele, traçando círculos suaves com a ponta dos dedos.

— Você tem sido incrível comigo. Meu único aliado. Alguém que realmente me entende.

Ele engoliu em seco, a respiração ficando um pouco mais pesada. O desejo dele por mim não era só físico. Era uma questão de poder, de posse. Ele queria ocupar o lugar de Miguel em tudo. Eu sabia disso, e usaria a meu favor.

— Eu faria qualquer coisa por você, Mina.

Apertei levemente a mão dele.

— Eu sei. E é por isso que você merece mais do que apenas um pedaço daquela farmácia.

Os olhos dele brilharam de desejo e ambição. Eu podia praticamente ver os cálculos passando por sua mente. Quanto valia a farmácia? Quanto eu valia? Ele não queria apenas um negócio lucrativo. Ele queria o pacote completo.

— O que você está querendo dizer? — Ele perguntou, ansioso.

Apoiei o queixo sobre a mão, inclinando a cabeça de lado, deixando minha intenção clara.

— Que tal continuarmos essa conversa em um lugar mais … privado?

O desejo estampado no rosto dele foi a confirmação de que eu havia vencido.

Thiago não queria só a farmácia. Ele queria a mim. E, enquanto ele fosse útil, eu estava disposta a deixar que pensasse que podia me ter.

Ele sorriu, pegando a taça e erguendo em um brinde.

— Ao futuro.

— Ao futuro. — Repeti, levando a taça aos lábios.

O carro deslizou pela rua silenciosa, os faróis iluminando discretamente o caminho até a entrada do motel. O local era sofisticado e discreto, exatamente como eu planejara. Fachada elegante, iluminação suave, um refúgio reservado para encontros que exigiam descrição. A ansiedade era visível em seus gestos, os dedos tamborilando impacientes no volante, a respiração acelerada.

Sorri, apreciando seu nervosismo.

— Então … aqui? — Ele perguntou, a voz rouca, os olhos fixos nos meus.

— Aqui? No carro mesmo? — Brinquei com ele.

Ele sorriu sem graça, mas o desejo vibrava no ar.

O recepcionista, treinado para não fazer perguntas, entregou rapidamente a chave do quarto. Thiago pagou com as mãos trêmulas, e eu observei a cena com calma, saboreando cada detalhe.

Ele estacionou em uma vaga privativa, protegida por uma divisória de madeira trabalhada. Ele saiu primeiro, apressado, e abriu a porta para mim, tentando parecer cavalheiro. Peguei sua mão, sentindo a umidade fria de seu suor.

— Nervoso, Thiago? — Murmurei, deslizando meus dedos pelo seu braço enquanto caminhávamos até a entrada. — Não precisa ficar. Eu prometo cuidar bem de você … a menos que prefira cuidar de mim.

Ele engoliu em seco. Eu podia ouvir seu coração acelerado.

O quarto era impecável. Pé-direito alto, luzes difusas criavam um ambiente intimista. O tapete espesso abafava nossos passos, enquanto cortinas pesadas davam um ar de mistério ao espaço. Ao centro, uma cama king-size, coberta por lençóis macios e almofadas cuidadosamente dispostas. Um espelho estrategicamente posicionado refletia o ambiente, ampliando a sensação de luxo e exclusividade. O ar carregava um leve aroma de baunilha e âmbar, sofisticado e convidativo.

Fechei a porta atrás de nós, o clique suave da chave ecoando na suíte. Thiago ficou parado no meio do quarto, incerto.

— Relaxe — Sugeri, aproximando-me dele, meus passos cadenciados, minha presença dominando o espaço. — Você não está mais no escritório. Aqui somos só nós dois.

Ele respirou fundo, tentando disfarçar a tensão, mas eu percebia cada detalhe. O brilho intenso nos olhos, os dedos inquietos. Deslizei a mão pelo peito dele, sentindo a batida rápida do coração sob o tecido da camisa bem cortada.

— Você é tão dedicado. — Murmurei, meus lábios roçando seu ouvido. — E eu adoro isso em você.

Ele tentou me beijar, impaciente, mas eu me afastei com um sorriso provocador.

— Não tão rápido. — Sussurrei, segurando seu olhar. — Você me quer tanto assim?

Os olhos dele escureceram de desejo.

— Mina … por favor … você sabe que sim.

Ele era todo meu. Cada tremor do corpo de Thiago, cada gemido baixo que escapava de seus lábios, confirmava isso. Sentada sobre ele, eu controlava cada movimento, cada toque, e ele estava completamente entregue. Seus olhos estavam fechados, mas eu sabia que ele mal conseguia pensar, tão perdido que estava no prazer. Ou na ilusão dele.

Minha mão deslizou por sua barriga, sentindo o suor que cobria sua pele quente. Quando meus dedos tocaram a borda de sua cueca, ele arqueou as costas, um gemido rouco saindo de sua garganta. Tão previsível.

Eu sorri, satisfeita com o poder que tinha sobre ele.

— Você me quer muito, não é? — Sussurrei próximo ao seu ouvido, minha respiração quente provocando arrepios na sua pele. — Mas vai ter que esperar. Eu decido quando você merece.

Ele balbuciou, inaudível novamente, mas eu não precisei ouvir para saber o que ele queria. Seu corpo já me dizia tudo.

Deslizei a cueca dele para baixo, lentamente, sentindo como ele tremia de ansiedade. Quando finalmente liberei seu pau pequeno, ele não conseguiu evitar um gemido alto.

— Hummm … que gostoso …

— Tão sensível — Murmurei, segurando aquela piroquinha levemente entre meus dedos. Eu mal precisava me esforçar para ele reagir. Era tão submisso, tão fácil de manipular. Era quase divertido.

— Por favor … — Ele conseguiu dizer, sua voz estrangulada pelo desejo.

— Por favor, o quê? — Perguntei, inclinando-me para frente até que nossos rostos estivessem quase se tocando. — Diga exatamente o que você quer.

— Quero você. — Ele respondeu, quase um sussurro, mas eu ouvi a necessidade na sua voz.

Eu sorri, satisfeita com a resposta. Exatamente como eu queria. Meus lábios se encontraram com os dele em um beijo lento e dominador. Ele tentou aprofundar o beijo, mas eu me afastei, deixando-o suspirar de frustração. Tão desesperado.

Além daquele pau ridículo, até o beijo era decepcionante.

— Devagar. — Lembrei-o, minha voz firme, quase severa. — Eu controlo o ritmo aqui. Você entendeu?

Ele acenou com a cabeça, seus olhos cheios de submissão. Era quase patético, mas também excitante de uma forma estranha. A sensação de poder sobre ele era intoxicante.

Meus dedos começaram a se mover novamente, explorando seu corpo com uma lentidão deliberada. Cada toque era calculado para mantê-lo no limite, para fazê-lo implorar por mais. Quando finalmente comecei a punhetá-lo, ele gemeu alto, seus quadris se movendo involuntariamente.

— Ahhhh …

— Calma. — Eu disse, apertando sua coxa para fazê-lo parar. — Você quer que eu pare?

— Não! — Ele respondeu rapidamente, quase ofegante. — Por favor, não para.

Eu sorri, satisfeita com o desespero na sua voz. Continuei a estimulá-lo, devagar, sentindo como ele tremia sob meu toque. Ele não ia durar muito. Eu quase senti pena, mas eu sabia exatamente o que fazer para mantê-lo sob controle.

— Você está perto, não está? — Perguntei, minha voz suave, quase carinhosa.

Ele acenou com a cabeça, seus olhos fechados, seu rosto contorcido em uma expressão de prazer, enquanto eu punhetava aquele pauzinho com dois dedos.

— Mas você não vai gozar até eu permitir — Continuei, minha voz firme novamente. — Entendeu?

Ele balbuciou algo, mas eu não precisei de uma resposta clara. Ele estava completamente sob meu controle, e eu sabia que ele faria o que eu quisesse.

Quando finalmente permiti que ele gozasse, foi quase ridículo como ele chegou ao orgasmo rapidamente. Seu corpo se arqueou, e ele gemeu alto, mas foi tudo tão rápido que eu mal tive tempo de fingir que estava sentindo algo. Tão decepcionante.

— Foi tão bom — Menti, minha voz cheia de um falso êxtase. — Você foi incrível.

Ele sorriu, completamente enganado, e eu lutei para não revirar os olhos. Ele realmente acreditava naquilo? Eu sabia que não poderia mostrar minha verdadeira reação. Eu tinha um papel a interpretar.

Meus dedos deslizaram pelo corpo dele, explorando cada curva, cada músculo, enquanto ele respirava pesadamente, ainda se recuperando do orgasmo. Tão vulnerável. Eu poderia fazer qualquer coisa com ele, e ele não seria capaz de resistir.

Mas, no fundo, eu sabia que essa não era a verdadeira razão pela qual eu estava fazendo aquilo. Eu precisava daquele nojento. Precisava mantê-lo sob controle. Não era apenas sobre o poder, sobre a submissão dele. Era sobre algo mais profundo, algo que nem eu queria admitir para mim mesma.

Montei sobre ele, sentindo seu corpo quente e suado sob o meu, e me permiti um momento de fraqueza. “Há que ponto eu cheguei para me sujeitar a isso?” Pensei, sentindo uma pontada de ânsia por ter que beijar aquele homem esquisito, por ter que fingir que estava sentindo algo.

Mas eu não poderia parar agora. Eu tinha começado aquilo, e tinha que continuar, não importa o quão ridículo parecesse. Então, inclinei-me para frente novamente, meus lábios quase tocando os dele.

— Pronto para mais? — Sussurrei, minha voz cheia de promessas sedutoras.

Ele balbuciou algo inaudível outra vez, mas eu sabia que ele estava completamente perdido em seu desejo. E, por mais que eu não quisesse admitir, eu também estava começando a sentir algo, algo que eu nem queria nomear.

Nojo. Nojo daquele homem, Nojo de mim mesma, e nojo da situação em que me enfiei.

— Então vamos lá. — Eu disse finalmente, enquanto nossos lábios se encontravam num beijo lento e dominador. — Você é todo meu agora.

Tentei dar uma surra de buceta inesquecível naquele homem patético, mas ele gozou tão rápido que nem vale a pena descrever.

Levantei-me da cama lentamente, vestindo-me enquanto lançava um olhar provocador para ele.

— Isso foi só o começo. — Eu disse, com um sorriso travesso nos lábios. — Espero que esteja preparado para mais.

Thiago observou eu me vestir, admirando cada movimento que eu fazia. Eu sabia que aquela noite no motel era apenas o início da minha provação. Talvez eu merecesse.

— Estou pronto para tudo que você quiser me ensinar. — Ele respondeu confiante.

Sorri maliciosamente enquanto abria a porta do banheiro. Talvez aquilo fosse um castigo, o karma me alcançando … Eu era refém das minhas próprias tramoias.

{…}

Viviane:

O tempo que passei longe do Brasil foi essencial para organizar tudo, mas agora não havia mais como adiar. Miguel estava preso, acusado de um crime que não cometeu, e eu era a única capaz de tirá-lo de lá

Desde que pisei no aeroporto, de volta ao Brasil, não tive um minuto de descanso. Passei os últimos dias mergulhada em informações, cruzando dados, acessando redes protegidas, contatando meus aliados. Programadores como eu, especialistas em segurança digital, gente que sabia onde e como encontrar as respostas certas sem deixar rastros. Sem eles, eu não teria feito tudo o que fiz.

Eu precisava de provas irrefutáveis, algo que tornasse impossível para qualquer promotor ignorar. E naquele momento, depois de noites em claro, eu as tinha em minhas mãos.

Quando entrei no prédio do advogado de Miguel, a secretária me olhou de cima a baixo, tentando me despachar como se eu fosse apenas mais uma curiosa.

— O doutor está ocupado no momento. Você pode agendar um horário.

Eu não tinha tempo para burocracia. Ignorei o aviso e caminhei até a porta, girando a maçaneta sem hesitar.

— Ei! Você não pode entrar! — Ouvi a voz esganiçada da secretária atrás de mim.

Mas já era tarde. A porta se abriu, revelando o advogado sentado atrás de sua mesa, em uma chamada virtual, com uma expressão de irritação pela interrupção. Ele ergueu os olhos, franzindo a testa ao me ver. Antes que ele dissesse qualquer coisa, joguei a pasta sobre a mesa com um baque seco.

— Acho melhor o senhor escutar o que eu tenho para contar. — Anunciei, mantendo minha voz firme. — Eu sei quem matou o Leandro e posso ser uma peça-chave na defesa do Miguel. Ou melhor, eu sou, definitivamente, a salvação do Miguel.

Ele estreitou os olhos, mas sua curiosidade foi mais forte do que qualquer resistência. Ele abriu a pasta e, à medida que analisava o conteúdo, sua expressão foi mudando. Primeiro, incredulidade. Depois, um interesse absoluto. E por fim, um sorriso genuíno apareceu em seus lábios.

— Bom trabalho. — Ele murmurou, ainda olhando para os documentos.

Eu cruzei os braços, satisfeita.

— Eu sei. Agora, vamos tirar o Miguel daquele lugar.

Continua …

Texto: Lukinha

Revisão e consultoria: Id@

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 80 estrelas.
Incentive Contos do Lukinha a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.
Foto de perfil de Contos do LukinhaContos do LukinhaContos: 129Seguidores: 388Seguindo: 16Mensagem Comentários de teor homofóbico, sexista, misógino, preconceituoso e de pessoas que têm o costume de destratar autores e, principalmente, autoras, serão excluídos sem aviso prévio. Assim como os comentários são abertos, meu direito de excluir o que não me agrada, também é válido. Conservadores e monogâmicos radicais, desrespeitosos, terão qualquer comentário apagado, assim como leitores sem noção, independente de serem elogios ou críticas. Se você não se identifica com as regras desse perfil, melhor não ler e nem interagir.

Comentários

Foto de perfil genérica

Maravilhoso como sempre.

Como eu disse antes, é um amendrontador vc ver que o Miguel só saberia de tudo e agora, se salvaria da prisão por causa da Viviane.

Isso é muito doido!!! Esse tipo de pessoa realmente existe no mundo!!!

Vamo ver o que virá!!!

3 estrelas

0 0
Foto de perfil de Himerus

Interessante, o pai de Leandro não acredita que Miguel seja o assassino mas Carolina tem dúvidas...

0 0
Este comentário não está disponível
Foto de perfil de Whisper

Como previsto por muitos, Viviane provavelmente vai salvar o Miguel, na verdade, Viviane está saindo melhor que a incomenda, já tem alguns capítulos que ela subiu muito no meu conceito, e se não tiver nenhuma surpresa, ela vai ser a verdadeira "heroína" da história.

Mina está se transformando em uma das grandes vilãs, ela não conhece a palavra limite e apesar de comentar algumas burrises no início, está sendo bem inteligente como uma boa vilã deve ser, só espero que não seja inteligente o suficiente para se dar bem.

Muito bom como sempre Lukinha e Id@!

Parabéns!

1 0
Foto de perfil de Fabio N.M

Vdd. Quando foi plantado todos os indícios que apontavam Miguel como autor do crime, já pensei logo que a Viviane poderia ser uma peça chave para resolver essa questão justamente pela habilidade dela

0 0
Foto de perfil de Samas

Caraca a mina sabe manipular as pessoas e o jeito que ela faz manhosamente parece a Hera Venenosa. Ela conseguiu manipular o rival do Miguel direitinho 🤔. A Viviane daria uma boa sócia do advogado do Miguel..

0 0
Foto de perfil genérica

Tarde meninas da uma corrigida num errinho bobo ali "reservado para encontros que exigiam descrição." Não seria discrição?

Apaga aqui depois ;)

0 0
Foto de perfil genérica

Lukinha troquei os autores mano kkkkk

0 0
Foto de perfil de Contos do Lukinha

Isso porque somos xarás... 😂😂😂

0 0
Foto de perfil genérica

Me perdi nos ótimos autores e como a id@ tem a parte dela na construção acabei me confundindo kkkkkk erro meu, erro meu.

0 0
Foto de perfil genérica

Foi tramado… essa Mina não presta nada

0 0
Foto de perfil de rbsm

Bom capítulo e vc criando também umas das vilãs do site

Como disse antes só mesmo a Viviane para tirar o Miguel dss as enrascada .

0 0
Foto de perfil de Hugostoso

Boaaa!

Que capítulo!

Parabéns amigos!

👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼🌹🌹🌹🌹

0 0
Foto de perfil de Id@

Oba !!!! Ajuda chegou !!!!

1 0