Eu tava numa balada, cidade grande, daquelas em que ninguém presta atenção ao que você faz, principalmente nessas ocasiões, digamos… escurinhas. A casa tava cheia, e ainda mais, que acrescentando uma piriguete, não faz diferença.
Olhei, agachei, e o Uber que me trouxe estava ali, que será que copiou o endereço? Estava com olhar fixo na minha calcinha, e mal sabia ele, que abaixei só para ele me olhar. Pedi uma bebida, e fui para um canto, rente à parede. Observei tudo, enquanto dei alguns goles. O sujeito também estacionou, depois aproximou-se. E perguntei:
– Tá me seguindo, gato?
– Você é...
– A moça da corrida? Sim.
– Não! Você...
– Você é gato, sabia?
Vacilou, virou o rosto para a direita, e no retorno encontrou o meu. Abaixei a mão dele, que desfilou pela lateral do meu vestido tubinho, e perguntei de pertinho:
– Sente as minhas curvas. Você acha que...
Começou a me beijar, na medida que seus lábios colaram nos meus. E eu estava meio de lado no amasso, que era pra evitar qualquer contratempo, contudo a minha mão direita foi para a forquilha das suas pernas, ficando lá até o fim do beijo.
– Nossa! - disse ele – Você é daqui?
– Sou. Me chame de Gabriele.
– Quem é Fernando? Seu pai?
– Digamos que é filho dele. Vamos mais ali, adiante.
Chegando, trocamos poucas palavras, pois estávamos afim de nos comunicar mais pelo tato mesmo. Após alguns beijos, e como era o corredorzinho do banheiro masculino, ali onde os boquetes das travecos são normais, abaixei para chupar o seu cacete lindo. Mesmo no escuro era lindo, pois que as trans têm olhos nas mãos.
Todo o seu corpo se empenhava em favor do meu boquete: o saco se arrepiava por baixo, as pernas tremiam. Não terminei, e ele disse:
– Calma Gabriele, que não quero te tratar como uma travesti qualquer!
– Porque eu sou especial? - perguntei, e num súbito in site, ele disparou para fora do salão.
Percorri toda suadinha, e com os saltos na mão. Cheguei a tempo de escorar na janela do carro, e pedi:
– Me leva pra casa, senhor motorista. Metade dele queria arrancar com o carro, mas a outra metade ficou sem reação, e esperou eu entrar e sentar no banco direito da frente. Os olhos verdes dele procuravam me evitar, quando olhou para baixo e disse:
– Por favor, faça a solicitação!
Fiz a solicitação, que caiu no nome de Fernando. Ele olhou, e perguntou:
– O celular também é do seu irmão?
– Não! É meu mesmo!
Deu partida no carro, logo que aceitou a corrida, mas começou a suar frio, e foi quando abaixei a sua calça, que ele tinha esquecido de abotoar. Caí de boca no pau, que com o tesão que estava, começou a fruir aquele líquido que vem antes do gozo.
O pau continuava lindo, que naquele veículo automático, ele poderia se aconchegar no banco, e continuar sendo chupado, sem necessidade de pegar na avalanca do câmbio. Só a cueca que tava atrapalhando um pouco, mas tratei de danificá-la com as unhas, conseguindo rasgá-la ma costura lateral. Pronto! Agora ele era um motorista livre para ser chupado.
O destino era o Motel da Flores, e ele estacionou próximo à entrada. A sua cara me dizia que entendeu o recado, mas não entrou. E nem com a minha garganta profunda, o homem conseguia gozar. Coitado! Acho que tava constrangido por uma situação nova em sua vida.
– Posso encerrar a corrida? - perguntou.
– É por tempo, ou por quilômetro, querido?
Olhou para os meus olhos também verdes, de morena alta, e não conseguia responder. Fui eu que falei:
– Deixa por tempo, que se o senhor não quer entrar, vai acontecer aqui mesmo!
– Acontecer o quê?
Levantei o vestido, no movimento o banco foi para trás, e sentei no colo dele. Desatei a tirinha da calcinha, peguei na pica, e direcionei para o cu. Entrou apenas a cabecinha, quando perguntei:
– O que acha da minha bucetinha?
– Mas, mas...
Daí o meu rebolado deu conta da vara entrar toda. Mas o homem continuava fugindo, tentando empurrar para cima, sem sucesso. Também fracassei quando tentei beijá-lo, pois que virou o rosto.
Dava pra ver o dilema em seu rosto. A melhor transa de rua se passando, inclusive dom os transeuntes nos ignorando, e tudo isso porque sou uma trans muito bem tratada, com tudo no lugar, rostinho liso de boneca e tudo mais.
Até onde o preconceito do cidadão iria? Finalmente gozou, e pelo arfar do cara, podendo ser um dos seus melhores.
– Agora posso encerrar, Fernando?
– É Gabriele.
A euforia dele foi decantando no troglodismo social, e perguntou:
– Você me fez beijar homem, é isso mesmo?
Durante os segundos daquele instante, fiquei achando engraçado, que ele só falou do beijo, sendo que tinha rolado boquete, garganta profunda, e até penetração no cu. Mas desci do carro, girei e fui para a porta dele, fazendo pose, mostrando o corpinho no vestido colado, bem como os meus cabelos compridos cromatizados.
– Tá vendo algum homem aqui?
Não respondeu; não conseguia. E continuei:
– Pena que a corrida foi pro cartão de crédito, né? - peguei no queixinho – Porque senão, o senhor não iria cobrar.
O seu silêncio parecia concordar com a minha afirmação. Acrescentei:
– É fácil, decora aí: depois do prefixo, é nove mil e treze, nove mil e treze.
O seu olhar no vazio parecia me obedecer na técnica de memorização. Soltei o queixinho, dei a distância necessária, e o Uber bonitão arrancou com o carro.