O Segredo do Cabaret Rouge

Um conto erótico de Vicente Braga
Categoria: Heterossexual
Contém 2791 palavras
Data: 21/02/2025 20:26:50
Última revisão: 23/03/2025 19:34:36

Assim que Ísis pegou minha jaqueta e a renda vermelha espreitou no bolso, meu coração quase parou.

Seus dedos roçaram o tecido, mas, num gesto automático, viu apenas mais uma peça para a máquina de lavar.

Tive sorte. Ela não percebeu.

Fui descuidado. Um erro juvenil.

Aproximei-me num ímpeto.

— Vou usar essa hoje.

Peguei a jaqueta. Talvez rápido demais.

Ela me olhou. Sem raiva, sem surpresa. Apenas aquele mesmo olhar vazio de sempre.

E isso me incomodava mais do que qualquer acusação.

Sem que ela notasse, fechei os dedos ao redor da maldita calcinha, enrolando-a na palma da mão.

Assim que saiu do quarto, levei o tecido ao rosto.

Renda barata. Perfume doce. Pecado.

Mais uma para minha pequena coleção de segredos.

À noite, depois de ver meu time levar uma surra, o que me restava era ir pra cama e dormir.

Quando me aproximei do quarto, vi seu reflexo no espelho.

Ísis se vestia para o plantão, uma rotina que já durava seis anos.

Calça branca, blusa discreta, cabelo preso num coque apressado.

Sem qualquer compromisso com a vaidade.

Há quanto tempo não fazíamos amor?

E, pra ser honesto, nem lembrava do último beijo.

Casamento é complicado.

Nunca tivemos filhos. Eu não queria. Nunca me vi como pai.

E, por mais que ela dissesse “Tudo bem”, sabemos como é uma mulher.

Nunca está tudo bem de fato.

Talvez tenha sido isso que nos afastou.

Ou talvez o encanto tenha simplesmente acabado.

Nada nela me despertava mais desejo.

E, no fundo, eu sabia que era recíproco.

Será que ela está trepando com outro?

Algum médico? Um enfermeiro? Um desgraçado qualquer?

Não sei o que eu faria se descobrisse que ela me trai.

Porque, embora na prática já não fôssemos marido e mulher,

eu jamais aceitaria ser corno.

Ah, corno não.

Ela calçou os sapatos, pegou a bolsa e, ao me encontrar na porta, disse:

— Vou indo.

— Certo.

Nenhum beijo. Nenhuma troca de olhares.

Apenas a rotina sustentando um casamento já morto.

Fiquei um tempo deitado na cama, olhando pro teto.

O silêncio tornava tudo ainda mais sufocante.

Depois, peguei o telefone e disquei.

— Pereira.

— Carlos! — A voz do amigo veio animada, como sempre.

— Tô passando aí. Tem lugar novo.

— Outro puteiro? Desse jeito vou acabar falindo.

— Você não tá entendendo. Lá tem uma mulher... Você precisa ver.

***

No coração decadente de São Paulo, entre as ruas sombrias de Santa Cecília, escondia-se o Cabaret Rouge, uma decadência sofisticada.

Luz vermelha, cheiro de cigarro impregnado nos móveis e o som arrastado de um jazz preenchiam o ambiente.

Pereira pediu dois uísques e sorriu, como quem guarda um segredo valioso.

— Espera só.

O barman, um sujeito magro de olhos espertos, se aproximou com um riso de canto.

— Aposto que vieram por causa dela.

— A tal Luna Lee? — perguntei, apontando o cartaz na entrada.

— A própria, disse, limpando o balcão. — Tem deixado marmanjo de joelhos, desesperado por uma noite com ela.

Ele deslizou os copos até nós e completou, com um olhar sugestivo:

— Mas parece que ela vem aqui só pra dançar. E deixa todo mundo querendo mais.

Antes que eu pudesse perguntar algo mais, as luzes do salão se apagaram.

O piano começou a tocar.

Um silêncio absoluto tomou o lugar.

E então, ela surgiu.

Luna Lee.

A máscara negra cobria metade do rosto, mas os lábios vermelhos eram um convite indecente.

Os olhos… os olhos eram uma promessa de perdição.

Ela não dançava.

Hipnotizava.

Seu corpo se movia entre lentidão e explosão.

— Nossa. Ruiva. Meu ponto fraco — confessei, boquiaberto.

Pereira riu, se divertindo com meu estado de choque.

— Eu não te falei, cara? Ela é espetacular. Nunca vi igual.

O sax do jazz se arrastava ao fundo.

Luzes vermelhas giravam devagar sobre a fumaça suspensa no ar.

E ali estávamos nós. Dois idiotas paralisados diante de um furacão mascarado.

A música terminou. Os aplausos vieram como ondas.

Mas eu não bati palma.

Eu ainda tentava entender o que, diabos, tinha acabado de acontecer.

O salão foi escurecendo aos poucos, como se o próprio cabaré fechasse os olhos.

E eu soube, naquele instante, que voltaria.

***

Na quarta seguinte, voltamos lá.

— Vamos ao culto! — dizia Pereira.

Para ele, as visitas ao Cabaret Rouge já eram um ritual sagrado.

Mas, naquela noite, foram as minhas preces que foram ouvidas.

Lá estávamos nós, boquiabertos, babando.

Quando ela terminou a apresentação, sob aplausos calorosos e súplicas desesperadas, seu olhar, repentinamente, encontrou o meu.

E parou.

Meu coração acelerou quando se fixou em mim, de forma lenta e misteriosa.

Sem hesitar, desceu do palco e caminhou entre seus súditos, como se soubesse exatamente onde queria chegar.

E ela chegou.

Diante de mim.

Olhos cravados nos meus.

Respiração lenta, calculada.

Então, sem desviar o olhar, levou as mãos à cintura e deslizou os dedos pelo tecido delicado da calcinha de renda. Vermelha.

Com um movimento preciso e sutil, a tirou.

Depois, segurando-a por um instante, brincou com o tecido entre os dedos, me avaliando como um produto em exposição.

Seus lábios, mordiscados, denunciavam a excitação de seus pensamentos.

No que ela pensava?

Então, me entregou a minúscula peça.

Não disse nada. Apenas sorriu.

Depois seguiu, até desaparecer atrás do palco.

Quando o momento passou, Zé Carlos, o barman, se dobrava de tanto rir, dizendo que Pereira estava em tempo de rasgar o cu de tanta inveja.

Pela manhã, antes de sair para o trabalho, aproveitei que Ísis dormia feito um anjo.

Peguei todas as calcinhas da minha coleção, joguei-as no saco de lixo da casa e levei até a calçada, esperando que o caminhão as levasse para sempre.

Deixei apenas a dela.

Eu só conseguia pensar nela.

No trabalho.

Na cama.

No chuveiro.

Talvez fosse carência.

E carência é foda.

Ou talvez fosse o mistério.

A emoção da aventura.

O prazer da conquista.

Não tenho certeza.

Só sei que eu a queria.

Cada vez mais.

***

O Rouge fervia em mais uma noite de Luna Lee, e lá estávamos nós.

Pereira, eu e, do outro lado do balcão, o hilário Zé Carlos, nos presenteando com generosas doses de uísque.

O salão já era um velho conhecido.

As demais meninas da casa nos distraíam com sua simpatia ímpar.

Copos tilintavam nas mesas, cigarros queimavam lentamente, dissolvendo-se no ar carregado de promessas vazias.

E Luna Lee deslizava graciosamente entre todos aqueles homens.

Parecia mais inspirada naquela noite.

Dançava perto demais.

Tocava os homens e permitia que a tocassem, mas apenas o suficiente para enlouquecê-los.

O jogo era dela.

Seus dedos deslizavam por ombros, por rostos, por colarinhos amarrotados de desejo.

Inclinava-se, deixava-se roçar, mas sempre dentro do limite.

Os engraçadinhos que tentavam ir além eram contidos com um olhar afiado, uma mão firme que afastava dedos atrevidos.

Ela mandava.

E então, seu olhar, mais uma vez, encontrou o meu.

Rápido. Intencional.

Ela começou a se aproximar, e novamente meu coração batia no mesmo ritmo em que ela se movia.

Uma predadora em plena caça.

Só que...

Aquele sujeitinho a puxou pela cintura com uma pegada firme.

Uma mão segurava seus cabelos com determinação. A outra a guiava para ele.

Eu reconheci o pilantra na hora.

Era aquele investigadorzinho da polícia civil.

O safado que atendeu minha esposa e eu no dia em que roubaram nosso carro.

Lembro-me muito bem de como ficou olhando para as pernas dela.

Filho da puta!

O salão ficou em silêncio por um segundo.

Todos esperavam, aflitos, para ver o que aconteceria.

Ela sorriu, mordiscando os lábios.

E aquele sorriso entrou como uma facada no coração — acredito que no de todos.

A leitura, para mim, era óbvia: ela já trepava com aquele cara.

Então, o beijo.

As línguas se entrelaçando de forma lasciva.

Houve um murmúrio de espanto.

Ninguém acreditava no que via.

Mas, para mim, estava bem claro.

Desgraçada!

E ainda deixou o momento se estender por tempo demais para o meu gosto, alimentando o desejo e o tormento que pairavam no salão.

Quando finalmente se afastaram, desapareceram numa porta atrás do palco, deixando um rastro de perfume e maldição.

Eu permaneci ali. Estático. Queimando por dentro.

E o Rouge, agora mais escuro, parecia rir de mim.

***

No trabalho, eu mal conseguia me concentrar.

Armando Nogueira, meu colega de sala, esmurrava o computador travado no logo do Windows 95. Foi quando, do nada, pensei na mulher dele.

Uma esposa maravilhosa, simpática. E muito gostosa.

No evento de final de ano, ela bebeu um pouco além da conta e nos agraciou com uma performance pra lá de sensual ao som de Boquinha da Garrafa.

Já pensou se fosse ela?

Ri sozinho — justo na hora em que Pereira apareceu na sala.

— Tá sonhando acordado, Carlinho? Que loucura, rindo sozinho...

Pensei em dizer: "Cara, não tiro aquela mulher da cabeça!"

Mas não disse nada.

Ele jogou um folder sobre minha mesa e continuou:

— Você viu? Luna Lee, agora nas terças também.

Puxou uma cadeira, sentou-se ao meu lado, esticou as pernas e jogou os pés na minha mesa.

— Aquela puta deve estar ganhando muito dinheiro. Eu duvido que, se chegar com uma grana alta, ela realmente não dá.

— Então vamos lá hoje?

— Vou nada. Tô sem um puto no bolso.

Eu também estava.

Então tomei uma decisão.

Na hora do almoço, fui ao banco e pedi um empréstimo.

A mão tremia levemente enquanto assinava os papéis.

Por um instante, hesitei.

Aquilo era um erro.

Mas então a imagem de Luna Lee invadiu minha mente.

"Vale a pena", pensei. "Ela vale cada centavo."

O dinheiro foi liberado com uma facilidade absurda.

Como se o próprio diabo tivesse intervindo, se divertindo com minha desgraça.

Voltei pro trabalho com um sorriso idiota no rosto e um peso estranho no peito.

Nem consegui comer.

Olhava para a tela do computador e via apenas o jeito como ela andava.

A curva dos quadris.

O sorriso misterioso por trás da máscara.

A cabeça fervia.

O corpo pedia.

E o bolso... bem, o bolso agora estava preparado.

***

Fiz questão de que Pereira fosse comigo naquela noite.

Mas que arrependimento.

Zé Carlos estava de folga, então ficamos sentados num sofá ao fundo do salão, bebendo devagar e apreciando todas as nuances do corpo de Luna Lee a deslizar pela barra do pole dance.

Ao final, vimos ela caminhar pelo salão, cumprimentando e brincando com os anfitriões.

Parecia mais à vontade a cada dia.

Era curioso como ninguém ousava tocar em sua máscara.

E então, de longe, ela nos fitou com o riso de quem encontra um amante.

E, preciso confessar: fiquei decepcionado.

Logo percebi que estava dividindo sua atenção com Pereira.

E, de repente, ela me pareceu mais dele do que minha.

Ela se aproximou, deixou o roupão cair e, decidida, sentou-se no colo dele. De frente.

Nua.

As mãos dele logo percorreram suas coxas, subiram por sua bunda, apertando-a com vontade, e continuaram pelas costas.

E o beijo veio.

Quente. Cheio de malícia.

Fiquei com ciúme, porra!

Fiquei mesmo!

Era como se ela estivesse me traindo.

E estava!

Aquela vaca.

Vagabunda!

Juro que tive a impressão de que fazia aquilo pra me provocar.

Não é possível.

Era como se soubesse da minha paixão platônica e, por isso mesmo, fizesse questão de pisar.

Pereira, que não é besta, sorrateiramente abriu a calça.

E olhando pra mim.

Veja bem o que falei:

Olhando pra mim.

Ela fechou a mão em torno do pau dele e começou a masturbá-lo.

Porra, Pereira!

Aí você me fode.

Que piroca é essa, cara?!

É um jegue?!

Levei o copo de uísque aos lábios e virei num gole só. Aflito.

Ela sussurrou algo no ouvido dele.

Então, voltando-se pra mim, ele disse:

— Carlinhosmango, cara. Por favor. Nunca te pedi nada.

Pereira tirou um preservativo do bolso, enquanto eu deixava o dinheiro no sofá.

Ela pegou a camisinha e a desenrolou lentamente até a base.

E então, montou.

Deslizava silenciosa.

As mãos apertando os ombros dele.

Os olhos semicerrados.

Entregando-se completamente ao momento.

E eu ali.

Parado.

Assistindo de camarote.

Que merda.

Depois de gozar, ela saiu.

Pereira ajeitou-se.

— Carlinho! Não acredito que isso aconteceu! — disse, me dando uns socos no braço.

Ele me encarou, os olhos brilhando de euforia.

— Eu te amo, cara. Eu te amo! — exclamou, segurando meu rosto e beijando minha face.

— Sai fora, Pereira. Que bichice é essa?!

Eu não tinha palavras.

Tentei me mostrar indiferente ao que aconteceu, mas meu silêncio quase absoluto denunciava o tamanho da minha decepção.

***

Dias depois, voltei sozinho.

Levava uma boa quantia de dinheiro no bolso, e uma obsessão ainda maior no peito.

Naquela noite, ela não desceu para entreter o público, mas eu me aproximei do palco como um mendigo esfomeado.

Ela usava apenas uma calcinha branca de renda e, claro, a máscara.

Quando me viu, abriu um riso carinhoso, como quem olha com dó.

Me incomodou.

Mas passou no instante em que ela se sentou à beira do palco, de frente pra mim.

Apoiada nos braços, esticou a perna, me provocando.

Segurei-a e guiei seu pezinho até minha boca.

Beijei.

Chupei seus dedos.

Ela mordeu os lábios, sorrindo de um jeito cativante.

Com certeza, me via como uma criança num parque de diversões.

Quando recolheu a perna, não perdi tempo.

Tirei do bolso da jaqueta um envelope com uma quantia generosa e entreguei a ela.

Assim que abriu o envelope, me olhou surpresa.

Ergueu o corpo e abriu os braços, me chamando para um abraço.

— Não consigo parar de pensar em você… — murmurei no seu ouvido. — Me deixe te ter, ao menos uma vez.

Sentia sua mão acariciando minha nuca.

E não sabia explicar o porquê, mas havia algo ali.

Amor? Interesse?

Ou apenas delírio da minha cabeça?

Ela pegou parte do dinheiro e passou no rosto, sorrindo como uma menina.

Segurou meu rosto, encostou os lábios nos meus.

Nos beijamos demoradamente.

Suas carícias na minha nuca ganharam um tom estranho. Quase... íntimo.

Então sussurrou no meu ouvido:

— Espere minha ordem. Você terá trinta minutos.

Tenho até vergonha de dizer quanto tinha ali naquele envelope.

Mas não importava.

Eu a teria.

Alguns minutos depois, um segurança se aproximou:

— Ela o aguarda no camarim.

Entrei pelo corredor atrás do palco.

Nem sei dizer o que se passava na minha cabeça.

Não havia mais conversas, nem copos tilintando.

Não havia nada.

A porta trazia um nome:

Luna Lee.

Abri.

Ela estava lá.

Me esperando.

De quatro em cima de um luxuoso sofá.

E eu estava pronto.

Me livrei das roupas sem desviar os olhos dela por um segundo sequer.

Aproximei-me e abocanhei seu sexo com vontade, sentindo seu prazer escorrer na minha boca.

Minhas mãos deslizavam por suas pernas, sua bunda, sentindo cada parte dela.

Então me levantei, e a penetrei com voracidade.

Segurando seus cabelos, meus movimentos se tornaram violentos, como se raiva e tesão se misturassem, tomando meu corpo.

— Isso, gosto assim. Me fode.

Ela sussurrou, e um calafrio repentino percorreu minha espinha.

Me lembrei de Ísis.

Porra.

Aquilo era hora de pensar na esposa?

E então gozei.

— Caralho... esqueci de pôr camisinha!

Ela me olhou, deitando-se na cama, exibindo sua menina escorrendo o meu gozo.

Havia um riso de satisfação nos lábios.

Que foda.

Eu estava ferrado.

Com uma puta dívida no banco.

Mas ao menos algo me fazia sentir vivo novamente.

Nada mais parecia importar.

***

Na terça-feira seguinte, voltei ao cabaré como quem volta ao vício: ansioso, suando frio, contando os minutos pra vê-la de novo.

Mas, pra minha decepção, Luna Lee não estava lá.

O lugar parecia um velório.

Zé Carlos logo me chamou no balcão:

— Nossa garota nos deixou, amigo.

— Como assim? O que aconteceu?

— Foi embora. Simplesmente decidiu não se apresentar mais.

O chão sumiu sob meus pés.

Bebi tudo que eu podia e voltei desolado para casa.

A casa estava vazia, mas carregada de um peso estranho, opressor.

Ao chegar à porta do quarto, algo me deu um baque no peito.

O guarda-roupa estava escancarado.

— Que porra é essa?

Caminhei até ele, sentindo o suor frio escorrer na nuca.

As roupas de Ísis não estavam ali.

— Droga! — esbravejei, batendo a porta do armário.

Meu olhar vagou pelo quarto.

Até parar na cama.

Uma caixa.

A caixa que ela usava pra guardar maquiagens e sei lá mais o quê.

Minhas mãos tremiam quando a abri.

Lá dentro…

Uma máscara.

Uma peruca ruiva.

E um bilhete.

"Eu sempre estive aqui, mas você só me enxergou quando usei uma máscara."

Fiquei ali, parado, o papel tremendo entre meus dedos.

Um riso seco e incrédulo escapou dos meus lábios.

— Caralho..., mas como?

Então, a ficha caiu de vez.

Me virei, soltando uma risada amarga, desesperada.

— Filha da puta…

Engoli em seco.

A verdade me acertou como um soco no estômago.

Passei a mão no rosto, rindo de puro desgosto.

— E ainda paguei pro Pereira comer minha mulher... Filho da puta.

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Comentários

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Ótima história! Gostei do clima, de como a narrativa se desenrolou, dos diálogos bem construídos e do Plot Twist, que apesar de não ser tão inesperado está acima da média. Essa Luna Lee merece outras aventuras.

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Obrigado Morfeus pelo comentário. Minha ideia é ter um universo, Luna Lee deve aparecer em outras histórias. Te convido a conhecer meu blog contoseroticosnoir.blogspot.com. Abraço

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