Olá a todos. Meu nome é Carlos. Sou um professor universitário cinquentão, meio barrigudinho e calvo. Nesta minha série de contos, narro as minhas aventuras tentando comer algumas vizinhas, com foco especial na minha querida vizinha Carolina, e impedir que meus desafetos se deem bem com a mulherada do prédio. Quem puder ler os primeiros capítulo, só procurar os capítulos 1 e 2 da série.
Sou casado com a Odete, uma das maiores pegadoras que conheço. Temos um relacionamento liberal e aberto: cada um pode transar com quem quiser à vontade. Desde que o outro não flagre!
No conto anterior, a minha rotina na academia com as gostosas do prédio tinha sido atrapalhada pela chegada de um novo morador, Enéias. Eu logo descobri que meu rival tinha outras inimizades no prédio. Durante uma visita do Rogério, decidi desabafar com ele.
— Esse maldito do Enéias mal chegou e já tá quase comendo a Carolina. — Bufei, tomando um gole longo da cerveja.
Rogério levantou uma sobrancelha e retrucou:
— E daí?
O olhar que lancei para ele foi puro desgosto. Como assim “e daí”? Esperei que ele percebesse o óbvio. Mas, ele parecia se divertir com a minha indignação.
— Porra, Rogério, você não entende? Esse cara apareceu do nada, todo bonitão, cheio de pose, e já tá cercando a Carolina. E ela tá interessada. — Dei um gole maior na cerveja, mas o gosto pareceu amargo de repente. — O cara é solteiro, tem aquele corpo de modelo da Calvin Klein, e, pelo visto, não perde tempo.
Rogério segurou o suspiro, como se tivesse que medir as palavras antes de falar. Isso já me irritou por antecipação.
— Mas, Carlos, olha só… Enéias é solteiro. Carolina tá divorciada. Se os dois quiserem transar, qual é o problema? Não é como se ele estivesse enganando ela ou forçando alguma coisa. — Ele deu de ombros. — Isso é basicamente o que você quer com a Carolina, não é?
Abri a boca para retrucar, mas hesitei. O desgraçado tinha um ponto. Franzi a testa, tomei mais um gole e resmunguei:
— Não é a mesma coisa.
— Não mesmo. O Enéias é solteiro, você é casado.
Senti a irritação subir no peito. Eu sabia que ele estava provocando, mas mesmo assim, me incomodava ouvir isso.
— Ah, vai se foder, Rogério. Você sabe que não é disso que eu tô falando.
— Tá bom, tá bom. Eu teria problemas se a Carolina fosse compromissada ou se o Enéias estivesse iludindo ela, prometendo algo que vai cumprir. Mas se é só sexo casual, qual o problema?
Fiquei em silêncio, largando o copo na mesa com um baque surdo. Eu sabia que não era esse o caso. Enéias era um safado, mas não era mentiroso. Suspirei, sentindo um gosto amargo na boca.
— Só que... Porra, Rogério… Eu não quero perder a Carolina pra ele.
Rogério ficou me olhando, como se tentasse entender melhor o que eu queria dizer. Mas ele nunca deixava barato.
— Cara, a menos que os dois virem namorados, a Carolina continua solteira. E quem não te garante que a Carolina não tem o Tinder no celular e saiu transando nesses meses de recém-solteirice sem você saber.
A ideia me atingiu como um tapa na cara. Fiz uma careta automática.
— Ah, vá se foder, Rogério.
Ele riu baixo e tomou um gole da cerveja.
— Tô falando sério, Carlos. Se você quer ficar com a Carolina, por que não vai lá e fala com ela de uma vez? Está esperando que ela adivinhe?
Olhei pro copo. No fundo, eu sabia que Rogério tinha razão, mas não era tão simples assim. Soltei um suspiro longo e murmurei:
— Porque eu não tô na minha melhor forma, porra. — Minha voz saiu mais baixa, carregada de frustração. — Eu tô parecendo um saco de batata envelhecido. Flácido, barrigudo, careca… um porra de um professor universitário que passou tempo demais corrigindo prova e tempo de menos na academia. — Dei um sorriso torto, sem humor. — Se eu chegar na Carolina assim, vou tomar um toco que vai ecoar pelo prédio inteiro.
Rogério me encarou, tomando outro gole de cerveja. Eu sabia que ele não ia tentar me convencer de que eu estava bem, porque nem ele acreditaria nisso. Mas ainda assim, parecia que ele queria me tirar desse buraco.
— Então você quer melhorar a aparência primeiro, é isso?
Assenti, insatisfeito com a própria resposta.
— Eu só consigo levar ela para a cama se a conquistar. O Enéias não tem esse problema. Ele só precisa chamar ela pra cama. Mas e se ela transar com o Enéias e subir demais a linha?
— Subir a linha?
— É, porra! Se ela pegar um gosto por aquilo e só quiser cara assim? Eu não vou ter chance nenhuma. Vai me olhar e pensar “ah, não, prefiro esperar outro Enéias da vida”.
Rogério não conseguiu segurar a risada.
— Cara, escuta… — falou, ainda segurando o riso. — Se a Carolina realmente gostar do Enéias, beleza, não tem o que fazer. Mas, em vez de ficar pirando com isso, faz alguma coisa. Você está trabalhando em melhorar a forma. Continua! Mas, acima de tudo, para de ficar só secando ela e toma uma atitude.
Fiquei em silêncio, remoendo as palavras dele. Peguei o copo, tomei o resto da cerveja e coloquei na mesa devagar. Eu podia continuar reclamando ou podia fazer alguma coisa a respeito. Soltei outro suspiro pesado e balancei a cabeça.
— A crise da meia-idade transforma a gente em idiotas inseguras, mas você tem razão. Mas se aquele filho da puta do Enéias continuar se metendo no meu caminho, eu vou dar um jeito nele.
Depois dessa conversa, a semana prosseguiu rotineira. Eu ia para a academia com a Jéssica e meu olhar foi imediatamente atraído pelas outras mulheres em seus exercícios. Letícia, Rebecca, Carolina e Eliana... cada uma delas tinha algo que fazia meu coração acelerar, meu sangue esquentar e meu pau endurecer. Infelizmente, o Enéias continuavam indo também, chamando a atenção delas. A essa altura, eu sequer sabia se ele já tinha comido ou não a Carolina.
No sábado seguinte, eu e Odete fizemos uma viagem de quase horas para o sítio do Rogério. Seria um final de semana de comemoração do aniversário da Jéssica e eles chamaram o pessoal do condomínio e do hospital. O sítio do Rogério era grande e bonito, uma propriedade bem cuidada no interior, cercada por árvores altas e uma piscina azul reluzente no centro do quintal.
Algum tempo depois que chegamos, também chegaram Leandro e Eliana. Observei o rapaz se aproximar com aquele jeito certinho de sempre. Mas foi a Eliana quem realmente chamou minha atenção.
O vestido curto de alças finas abraçava suas curvas como uma segunda pele, destacando as coxas torneadas e o decote generoso que exibia seus seios fartos. Os cabelos escuros caíam em ondas suaves, e o bronzeado realçava ainda mais sua beleza exuberante. Era uma mulher que despertava desejos.
Eles foram recebidos com sorrisos e cumprimentos. Eliana abraçou Jéssica, radiante.
— Feliz aniversário, Jéssica! — disse ela, apertando-a com carinho.
Leandro estendeu a mão para Rogério.
— E aí, Rogério. Valeu pelo convite, cara.
— Claro! Bem-vindos! Fiquem à vontade — respondeu Rogério, simpático como sempre.
Aproximei-me então, sem hesitação, e abracei os dois. Afinal, fui professor deles quase dez anos antes, quando ainda eram universitários, e há tempos dividia aparelhos de musculação com Eliana na academia.
Enquanto Leandro entrou, provavelmente para pegar uma bebida, permaneci ali conversando com as duas. Cada uma exercia um tipo diferente de fascínio sobre mim. Jéssica era leve, divertida, com um sorriso encantador e uma risada gostosa que fazia qualquer um se sentir bem ao seu lado. Eliana, por outro lado, exalava um magnetismo sensual que fazia com que todos os olhares se voltassem para ela.
— Você treinou ontem, Carlos? — perguntou Eliana, passando a mão pelo próprio braço.
— Não — respondi, desviando o olhar de suas coxas, que pareciam ainda mais torneadas. — Mas se você quiser me dar umas dicas, posso reconsiderar.
Ela riu e me olhou de soslaio.
— Se eu for sua personal, você não vai aguentar nem o aquecimento.
Jéssica balançou a cabeça, divertida.
— Ele ia arrumar desculpa para parar na metade e pedir massagem.
— E você faria a massagem, Jéssica? — perguntei, olhando diretamente para ela, que corou levemente, mas não desviou o olhar.
— Se você sobreviver ao treino da Eliana, talvez — respondeu.
Deixei a mão deslizar pelos cabelos das duas, como um cafuné despretensioso, mas senti o arrepio sutil percorrendo a nuca de Eliana e o sorriso contido de Jéssica. O clima ao nosso redor mudou. A proximidade dos corpos, os olhares que se sustentavam por segundos a mais do que o necessário, o calor que parecia subir gradualmente.
Foi nesse instante que a ideia me atravessou feito um raio. Jéssica e Eliana, juntas. Era impossível não pensar nisso. A verdade era que qualquer homem que conhecesse as duas já tinha imaginado esse ménage em algum momento. Leandro e Rogério já tinham divagado sobre isso em silêncio.
Quase sem perceber, minhas mãos deslizaram até a cintura das duas, sentindo a maciez de seus vestidos contra meus dedos. Nenhuma delas recuou. Pelo contrário, continuaram a conversa como se o contato fosse natural, sem se afastar, sem questionar. Jéssica virou-se ligeiramente para mim, um meio sorriso nos lábios. Eliana, por sua vez, ajeitou os cabelos e olhou-me de lado, como quem sabia exatamente o que se passava pela minha cabeça.
— Carlos, você sabe que não adianta só conversar sobre academia, né? — provocou Eliana, a voz carregada de malícia. — Precisa ir e suar um pouco.
— Suar pode ser bom, depende da atividade — respondi, apertando de leve a cintura dela, apenas para testar sua reação. Ela sorriu, inclinando-se um pouco mais para mim.
— O problema é que você quer atalhos — disse Jéssica, inclinando a cabeça. — Quer resultados sem esforço.
— Nem todo esforço precisa ser chato — retruquei, deslizando os polegares pelo tecido das cinturas delas, sem pressa, sentindo a eletricidade pairar no ar.
As duas se entreolharam brevemente e continuamos aquela conversa em trio por mais alguns instantes, até o Leandro chamar a Eliana. Tem coisas que em trio sempre potencializa a diversão...
Horas depois, eu estava dando uma volta pela casa, explorando os arredores, quando, ao dobrar um corredor, dei de cara com a Sarah.
Sarah era a prima mais nova da Carolina, também engenheira e também nossa vizinha de prédio. As duas eram bem parecidas, mas a Sarah tinha uns 27 anos, enquanto a Carolina tinha quase 31. Ela vestia uma regata branca fina, colada ao corpo, deixando seus seios volumosos bem delineados. Sem sutiã, os bicos dos seus seios ficavam sutilmente marcados sob o tecido. O shortinho jeans desfiado cobria sua bunda pequena, mas deixavam à mostra suas coxas. O cabelo escuro estava preso num coque bagunçado, com algumas mechas caindo ao redor do rosto.
Mas ela não estava sozinha.
Ao lado dela, segurando sua cintura, estava um homem alto, de cabelos pretos e curtos, barba bem-feita. O marido dela, Érico, com uns 28 anos, acho. Vestia uma camisa polo azul-marinho e jeans escuro, um visual arrumado sem ser exagerado.
— Carlos! Quanto tempo! — Os dois me cumprimentaram. Eram bastante simpáticos.
— Então vocês chegaram agora? — Perguntei, tentando ignorar o modo como a regata dela parecia colada ao corpo.
— Sim, parece que a Carolina não vai poder vir, mas a gente conseguiu — Érico disse com um sorriso.
— É bom rever todo mundo. — Sarah sorriu. — Vamos dar uma volta, nos vemos por aí, Carlos?
— Claro. — Assenti, e os vi se afastando pelo corredor.
Passei pelo quintal e entrei novamente na casa, indo em direção à área das bebidas. Foi quando vi Lisandra, a nossa diarista.
A Lisandra estava sentada na beira do sofá, rindo de algo que seu namorado, Cleber, havia dito. Seus cabelos loiros caíam em ondas soltas sobre os ombros. O rosto dela era delicado, com olhos azuis brilhantes e lábios rosados e macios. Ela vestia uma blusinha cropped branca, decotada e tão justa que parecia ter sido feita sob medida para destacar cada curva dos seios pequenos, mas empinados e arredondados. A barriguinha lisa e bem cuidada aparecia entre a blusa e o shortinho jeans minúsculo, que mal cobria suas coxas longas e torneadas. As pernas cruzadas mostravam uma pele impecável, e os pés estavam em rasteirinhas delicadas. Ela parecia uma visão saída de um sonho erótico.
Cleber, ao lado dela, era um cara alto, com barba rala e sorriso fácil. Usava uma regata preta e bermuda jeans.
— Carlos! — Lisandra me chamou quando me viu. — Você por aqui? — Ela sorriu, e o olhar dela era sempre cheio de uma curiosidade travessa.
— Não perderia o aniversário da Jéssica. — Sorri de volta. — E vocês? Quando chegaram?
— Agora há pouco. — Cleber respondeu, tomando um gole de cerveja. — O sítio é bonito, né?
— Sim, Rogério sabe escolher bem. — Cruzei os braços, voltando o olhar para Lisandra. — Você está diferente hoje. Quase não te reconheci.
Ela riu, inclinando a cabeça de lado.
— Diferente como?
— Mais… radiante.
— Ah, Carlos, você e suas palavras bonitas. — Ela sorriu e deu um gole na bebida, lambendo os lábios logo depois.
Cleber riu e colocou um braço sobre os ombros dela. Conversamos mais um pouco, até que Cleber puxou Lisandra para irem pegar mais bebida.
— Até mais, Carlos. Não some! — Lisandra disse, piscando para mim antes de se afastar.
Fiquei observando ela caminhar por um instante antes de soltar um longo suspiro e seguir meu caminho pela casa.
De noite, o jantar estava agradável até a Odete decidir destruir com uma pergunta casual.
— E vocês? Já pensaram em sexo a três?
Na mesma hora, vi Rogério quase se engasgar com a carne. Jéssica, ao lado dele, ficou rígida por um instante, mas disfarçou bem, bebendo um gole de suco. Do outro lado da mesa, Leandro e Eliana se entreolharam com um sorriso discreto. Cleber olhou de canto para Lisandra, que deu uma risada baixa. Érico e Sarah apenas observavam, enquanto Letícia e Antônio pareciam à vontade.
— Você é muita direta — Leandro riu, pegando a mão de Eliana sobre a mesa.
— Não tem por que não ser — respondeu Odete, com confiança. — Eu e Carlos vivemos um relacionamento aberto há anos. Sexo a três, troca de casais...
Até aquele momento, o nosso relacionamento aberto não era algo que todo mundo soubesse. No prédio, apenas Rogério, Jéssica, Lisandra, Andréia e seu marido tivessem ciência disso. E, agora, Odete jogava na roda para todos ali. Olhei para ela, sabendo onde minha esposa queria chegar.
Essa revelação fez várias trocas de olhares rolarem. Pequenos gestos, sutis demais para alguém distraído notar. Odete trocava olhares longos com Lisandra, como se compartilhassem um segredo. Letícia lançava olhares furtivos para Érico. Eu, por minha vez, não pude deixar de reparar na reação da Eliana. Sarah olhava para Antônio, e vi Lisandra mordendo o lábio enquanto encarava Rogério.
— Se vocês estão curiosos, por que não aproveitam e tiram suas dúvidas conosco? — sugeriu Odete, chamando a atenção de todos. — Eu e o Carlos temos uns 30 anos de experiência nesse quesito. Sabemos tudo que vocês queiram saber.
Todos se entreolharam, hesitantes. Odete insistiu, dizendo que todos poderiam perguntar o que quisessem. Com ela, não havia tabus ou temas proibidos. Perguntar e esclarecer tudo era o primeiro passo para o mundo do sexo liberal.
Aos poucos, os presentes na mesa tomaram coragem. A Letícia começou com as perguntas comuns: como nós dois havíamos entrado no mundo de troca de casais. Odete contou calmamente nossa história.
— E os ciúmes? — perguntou Leandro.
— O ciúme pode atrapalhar — admitiu Odete —, mas a chave de tudo é confiança. Com confiança um do outro para diferenciarmos isso.
— Amor é amor. Sexo é sexo. O sexo não precisa interferir no amor.
— Vocês ainda se amam? — perguntou Eliana, me encarando nos olhos.
Odete me olhou em silêncio, como se tivesse sido pega numa armadilha. Suspirei antes de responder.
— Nossa relação é muito sólida. São décadas de companheirismo. Nós sempre adoramos fazer sexo com outros parceiros, experimentar sensações novas, mas não misturamos sexo com amor.
— E se alguém se sentir inseguro? — perguntou Rogério, com uma certa incredulidade. — Não é perigoso abrir espaço para sentimentos ruins?
— Claro que é — Odete concordou. — Não adianta um querer muito e o outro aceitar só para agradar. Cada um sabe o que lhe dá prazer. Para mim, liberdade é prazer.
— E se o parceiro começar a se cansar? E se ele estiver só tentando agradar o outro? — perguntou Jéssica.
— Aí a gente conversa, ajusta. Mas, no fim, o que importa é que todo mundo esteja feliz...
Logo as perguntas foram sobre o sexo bissexual. Odete admitiu que adorava transar com homens e mulheres, que eram experiências diferentes, mas igualmente prazerosas.
— E eu tenho um fraco por iniciar as minhas amigas no lesbianismo — concluiu, olhando diretamente para Lisandra.
— E você, Carlos? — perguntou Leandro. — Já transou com um homem nessas experiências aí?
Aqui, eu cometi o erro de contar a verdade.
— Sim, algumas vezes só. Já comi e já fui comido por completo. Mas já faz uns oito, dez anos. E você?
— Nunca — respondeu Leandro.
— Mas você preferiu ser passivo ou ativo? — perguntou Eliana, já soltinha pelo vinho.
— Ativo. — Suspirei antes de continuar. — Nessas horas, eu meio que gostava da ideia de enrabar um outro hétero. Como se eu o tivesse subjugado, sido o alfa da matilha. Meio idiota, eu sei.
— Então, se vocês dois iniciarem a gente, você vai comer o cu de todos os homens aqui da mesa? — perguntou Letícia, com malícia.
Engasguei na mesma hora. Claramente, eu NÃO queria fazer aquilo. Enquanto desconversava, percebi algumas mulheres olhando para seus parceiros. Algumas delas claramente tinham a fantasia de ver dois homens transando. Por outro lado, nenhum dos caras parecia interessado em pagar esse preço para ver sua mulher fazendo tesoura com uma vizinha gostosa.
Odete continuou contando nossas histórias, tentando aguçar a curiosidade de todos. Aos poucos, alguns pediam mais detalhes do que já tínhamos feito, etc.
— O ideal para um casal que não está nesse meio é ser iniciado por um casal mais experiente, de preferência alguém próximo e que já os conheça bem — concluiu Odete, claramente legislando em causa própria.
As trocas de olhares continuaram em silêncio. Ela aproveitou para continuar o gancho.
— Acredito que falo por mim e pelo Carlos que nós dois nos voluntariamos para ajudar a iniciar qualquer um de vocês no mundo do sexo liberal, swing e troca de casais — disse, safada como sempre. — Com toda a discrição posterior que desejarem.
Arregalei os olhos na hora. Estava a duas frases de pedir desculpas a todos e alegar que ela estava bêbada. No instante seguinte, meu olhar caiu sobre Eliana e Letícia, que pareciam curiosas, e logo comecei a criar expectativas. Era minha chance de comer as duas. E ainda tinha a Sarah, a prima da Carolina, na jogada.
— Temos a noite toda pela frente. — Odete tomou mais um gole de vinho. — Não há necessidade de pressa para se decidirem.
Estava na cara que aquilo iria terminar em sexo, só não sabíamos quem com quem. Foi quando Odete foi para o all-win da noite.
— Minha querida Jéssica, eu sei que você é a única que só conheceu um pau na vida, coitada. Como hoje é o seu aniversário, você e o Rogério poderiam ser os primeiros da noite — disse Odete, fazendo Rogério e Jéssica cuspirem o vinho no copo. — Acredito que falo por mim e pelo Carlos que nós dois adoraríamos iniciá-los como nosso presente de aniversário.
Aí, foi a minha vez de cuspir no copo. Rogério e Jéssica se entreolharam, e toda a mesa aguardava a resposta deles.
Rogério teve presença de espírito.
— Pessoal, desculpa, mas acho que esta comida não me fez bem. Acho que preciso ir ao banheiro.
Jéssica logo sacou a deixa e o imitou.
— Do jeito que está doendo, acho que vou ter diarreia pela noite toda. Tá tudo líquido aqui dentro!
Eles saíram meio apressados, deixando Odete sorrindo para mim. Depois disso, pouco a pouco, cada um dos casais foi inventando uma desculpa similar para sair da mesa. No final, restaram a Lisandra e o Cleber, que pacientemente esperaram a ausência de testemunhas para dizer que topavam o sexo em grupo.
Me empolguei.
Mas o Cleber impôs uma condição: só a Odete, eu não. Ele não queria arriscar ser enrabado por mim. Olhei para a minha esposa e decidi não ser um obstáculo para o prazer dela. Sai da mesa, fui para o meu quarto, peguei meu Kindle, sendo nas cadeiras perto da piscina do lado de fora e continuei a minha leitura de “Guerra e Paz”.
Acordamos cedo para arrumar a casa para a festa. Claro que a Odete deu um jeito de espalhar a todos que ela tinha transado com Lisandra e Cleber, mas que o Cleber tinha exigido que eu ficasse de fora. Aos poucos, quase todos os convidados que faltavam foram chegando.
Já era o final da manhã quando eu e Rogério conversávamos em frente à piscina do sítio. O ar cheirava a grama cortada e churrasco. Mas minha atenção foi desviada para a piscina. Mais especificamente, para Odete e Rebecca.
Odete usava um biquíni vermelho, pequeno e ousado, com alças finas e um decote que deixava pouco para a imaginação. Seu quadril largo e suas coxas volumosas cortavam a água.
Rebecca, por outro lado, parecia um peixe fora d’água. Seu maiô púrpura era recatado, com um decote modesto e tecido cobrindo mais do que revelando. Mas, mesmo assim, não conseguia esconder seu corpo curvilíneo, a cintura bem marcada, os seios perfeitamente encaixados no traje, e a bunda empinada que o tecido molhado delineava. A inocência dela contrastava deliciosamente com a volúpia descarada de Odete.
Eu sabia exatamente o que estava acontecendo. Odete estava brincando com sua presa. A forma como sorria, inclinava a cabeça, se aproximava demais… Ela era uma paciente aranha, tecendo uma teia de sexo ao redor de Rebecca e Maurício. Aos poucos, sem pressa, trabalhando cada fio com precisão. Poderia levar semanas, meses, mas Odete nunca desistia de seus "alvos". E Rebecca, ingênua, ria sem perceber que estava sendo enredada.
E Odete não queria apenas Rebecca. Eu sabia que, em sua mente perversa e deliciosa, ela também queria Maurício. O casal perfeito, puro, casto… prontos para serem corrompidos por ela.
— Você nada muito bem, Rebecca — Odete elogiou, deslizando para mais perto.
— Ah, eu só brinco um pouco. Nem sei nadar direito — Rebecca sorriu, ajeitando o cabelo molhado.
— Jura? Então precisa de uma professora — Odete colocou a mão delicadamente em sua cintura.
Rebecca arregalou os olhos por um segundo, mas disfarçou com um sorriso. Eu conhecia aquele sorriso. Era o sorriso de quem sente algo inesperado e tenta ignorar.
Odete não recuou. Pelo contrário. Nadou ao redor de Rebecca como uma predadora elegante, os olhos percorrendo seu corpo sem pressa.
— A água está boa, né? Relaxante… faz a gente se soltar… — disse, passando as mãos pelo próprio pescoço e descendo devagar até o ombro.
— Sim, sim — Rebecca assentiu rapidamente, desviando o olhar, mas não se afastando.
Odete se inclinou um pouco mais, agora bem próxima.
— Sabe, sempre achei tão bonito seu jeito doce, Rebecca. Você é tão... pura. — A palavra ficou suspensa no ar, carregada de um duplo sentido que Rebecca não percebeu, mas eu sim.
Eu prendi o riso. Odete estava adorando cada segundo dessa pequena caçada.
Rebecca corou um pouco, rindo nervosa.
— Ah, Odete… você é engraçada.
— E você é uma graça. — Odete sorriu e deixou a mão tocar de leve no braço de Rebecca, os dedos deslizando por sua pele molhada.
Rebecca mordeu o lábio de leve e desviou o olhar para a beirada da piscina.
Odete continuou sorrindo, satisfeita. Eu a conhecia bem. Sabia que ela estava apenas começando.
Ela nadou mais perto, os seios quase encostando nos da Rebecca, a respiração quente perto do rosto dela.
— Você devia vir nadar comigo mais vezes… — sussurrou Odete, os olhos fixos nos lábios de Rebecca por um breve instante antes de subir para seus olhos.
Rebecca abriu e fechou a boca, sem saber o que dizer. Um rubor subiu pelo seu rosto.
Odete inclinou a cabeça, fingindo inocência.
— Ou será que seu marido não gosta que você se divirta? — a provocação veio sutil, um fio de veneno doce misturado ao tom brincalhão.
Rebecca piscou rápido, a tensão evidente.
— Claro que gosta… só… só nunca pensei nisso — gaguejou, jogando o cabelo molhado para trás.
Odete riu baixo, satisfeita, e deslizou a ponta dos dedos pela água, fazendo pequenas ondas entre elas.
— Bom, então pensa. Eu adoraria te ensinar alguns truques na piscina…
Ela olhou Rebecca nos olhos e, por um breve momento, vi a incerteza da evangélica vacilar. Odete estava tecendo sua teia com maestria. E Rebecca, mesmo sem perceber, já estava sendo enredada.
— E então, Rogério, você acha que o teu time tem alguma chance este ano?
— Hã? Ah, cara, sei não… os caras tão jogando meio… — Ele parou no meio da frase. E eu também parei.
Porque a Rebecca começou a sair da piscina.
Foi como ver uma cena em câmera lenta. Primeiro, ela ergueu os braços, passando as mãos pelos cabelos molhados, puxando-os para trás. A água escorria pelos ombros, brilhando sob o sol. Então, com um impulso, ela se apoiou na borda e começou a emergir.
Os joelhos apareceram primeiro, depois as coxas lisas, e, quando finalmente ficou de pé, o maiô parecia pintado no corpo. A água deslizava pelo tecido colado à pele, traçando cada detalhe de sua silhueta. Ela ergueu o rosto, fechando os olhos por um instante, deixando o sol secar seu corpo úmido.
Eu senti minha boca secar junto.
Do meu lado, Rogério não disse nada. Não precisava. Eu sabia que ele tinha visto o mesmo que eu. E ele sabia que eu tinha visto.
Rebecca caminhou até onde estavam suas coisas, sem pressa. Pegou a toalha, sacudiu-a levemente e envolveu os ombros com ela. Seus movimentos eram naturais, sem pretensão, sem qualquer intenção de provocar. Mas foi exatamente isso que tornou tudo pior.
Ela pegou o celular, digitou alguma coisa e, sem olhar para ninguém, seguiu para dentro da casa.
Eu soltei um suspiro longo, percebendo que tinha prendido a respiração esse tempo todo. Um silêncio pesado pairou entre mim e Rogério. Mas nenhum de nós comentou. Apenas ficamos ali, absorvendo o que tinha acabado de acontecer.
— Então… o teu time... — tentei me agarrar qualquer coisa que me puxasse de volta para a conversa.
— É… — Rogério pigarreou. — Sei lá, ele está com uns problemas, mas talvez encaixe na temporada.
Assenti, levando a cerveja à boca. Futebol era uma boia de salvação naquele momento e ninguém parecia ter notado nosso breve surto coletivo.
Ao meio-dia, nós cantamos os parabéns. O bolo já estava no centro da mesa, rodeado por doces e espumantes. A aniversariante Jéssica estava incrível naquele vestido azul claro, que moldava seu corpo com elegância. Seu sorriso era aberto e sincero, e eu podia ver nos olhos de Rogério o quanto ele era apaixonado por ela.
Foi Andréia quem puxou primeiro:
— Vamos cantar logo, que eu quero um pedaço desse bolo!
— E a gente não pode te contrariar, né? — brinquei.
Todos riram, e começamos os parabéns. Eu não era exatamente um cantor afinado, mas fiz minha parte, batendo palmas no ritmo. Enquanto cantávamos, vi que a Rebecca mantinha aquela postura mais contida, acompanhando de forma mais discreta. Jonas e Cinthia estavam abraçados.
Sarah deu um cutucãozinho na Jéssica e provocou:
— Quero ver você assoprar tudo de uma vez!
— Eu aposto que ela consegue — emendou Eliana.
— E se não conseguir, são mais anos de azar! — comentou Enéias.
Jéssica revirou os olhos, divertida:
— Credo, Enéias!
Quando terminamos a canção, todos para que ela fizesse um pedido. A Jéssica fechou os olhos por um instante e, com um sopro, apagou todas as velas. Palmas e assovios tomaram conta da sala. Rogério se inclinou e beijou sua testa, murmurando algo que não ouvi direito. Eu não era do tipo romântico, mas aquela cena foi bonita.
Nem parecia combinar com a putaria que se seguiu.
Depois dos parabéns e do almoço, cada um se recolheu para os seus quartos. Pensei que geral ia tirar um cochilo antes de voltarem para casa. Nisso, como estava sem sono, acabei me levantando e explorando a casa, procurando o que fazer.
Ouvi uns gemidos vindos de uma sala. Abri a porta e fiquei perplexo com o que testemunhei. No chão, espalhadas estavam as peças de roupas e lingerie de três pessoas. No sofá, a Odete estava completamente nua. Ajoelhada com as pernas abertas, ela esfregava na boca da Andréia, sua deliciosa buceta raspadinha. Enquanto isso, a nossa vizinha rabuda estava de quatro no sofá sendo comida pelo Enéias, que metia com estocadas fortes e profundas.
Eu sabia que era questão de tempo para o Enéias comer a Andréia e a Odete. Bonitão como era, dependia mais da vontade dele de arriscar a inimizade da Jéssica. Eu sempre tinha sido doido para enrabar a Andréia, mas ela sempre se fazia de difícil e me evitava. Só conseguia meus selinhos. A chegada de um concorrente tão novo, bonito e competitivo iria mesmo mexer com ela.
Fiquei parado olhando os três se deliciando sem saber o que fazer, até que o silencio foi quebrado com a voz da minha esposa:
— Vem participar também, caralho!
A Odete logo se levantou, baixou minha calça, me jogou numa poltrona e sentou colo. Em questão de pouquíssimos minutos, ela já estava rebolando e quicando na minha pica. Na nossa frente, Andréia e Enéias continuavam metendo. A bunda da Andréia era realmente coisa de outro mundo e eu sabia que era questão de tempo para o Enéias querer enrabá-la.
Com as mãos, agarrei os peitões da Odete e isso atraiu a atenção da Andréia. A Odete se contorceu e agarrou minha nuca com os braços para trás, me dando maior espaço para brincar em seu corpo. Aos poucos, já estava mordiscando seu pescoço, entregue à luxúria.
Estávamos os dois casais em uma competição amigável de estocadas, tentando fazer a outra dupla ficar ainda mais excitada, quando a porta abriu mais uma vez.
Era a Jéssica.
Ao vê-la, o Enéias não se intimidou e deu um belo apertão na bunda da Andréia, encarando a amiga quase de forma desafiadora. A Andréia parecia surpresa e assustada por ter visto a Jéssica. Mas logo entrou no jogo do Enéias de se exibir para a amiga.
A Jéssica ficou parada por um tempo e se aproximou devagar, meio que olhando os dois casais com calma, prestando atenção nos paus saindo e entrando nas bucetas das amigas delas. Ela coçava o queixo, com cara de curiosa, observando a suruba.
— Botando para foder, hein seu taradão? — disse para Enéias, quase como uma zoeira como amigos. Depois eu soube de eventos anteriores que fizeram essa frase ter como subtexto algo como “Está vendo por que você nunca vai me comer, seu tarado imundo?”.
Depois, a Jéssica tranquilamente se virou para mim e Odete, com uma expressão mista de curiosidade, surpresa e nojinho (?).
— Estão gostando?
— Adorando! — exclamou Odete.
— Aproveita, Carlos! — ela falou brincando, enquanto assistia vidrada no entra-e-sai do meu cacete na buceta da minha esposa.
— Quer participar? — perguntou Odete.
— Vou pensar no seu caso... — respondeu para não dizer “não”.
Depois disso, a Jéssica saiu da sala. Só então, o Enéias parou de se exibir.
No entanto, ele logo recuperou o fôlego e voltou a mandar ver na Andréia, com um olhar de desafio para mim. Como se quisesse dizer que a bunda da Andréia seria dele e eu não tinha chance a partir de agora. Ao mesmo tempo, nossa vizinha loira e bunduda também olhava para mim e Odete, querendo mostrar o quanto estava gostava.
Talvez estivesse passando na cara da Odete que o “gostosão do prédio” a escolheu e não à minha esposa.
Nem eu e nem Odete queríamos ser deixados para trás e incrementamos nossas quicadas. Queríamos nos exibir para o outro casal. Voltei a olhar para a Andréia e nossos olhares pareciam sintonizar, de tanto tesão indo e vindo. Os dois casais aceleraram o ritmo, aumentando o barulho do choque entre nossos corpos.
Nesse momento, a porta se abriu novamente. Dessa vez, foi o Rogério. Quando o viram, tanto Enéias quanto Andréia se empolgaram mais. Até a Odete passou a rebolar com mais afinco. O Rogério andou de um lado para o outro, assistindo as trepadas sem nada falar. Ele parecia meio vidrado na bunda da Andréia, mas quem não ficaria? Então, a Odete trouxe ele de volta para o chão.
— Vai chamar a Jéssica. Manda ela voltar.
A Odete era safada. Ela sabia o que estava fazendo. Queria instigar o Rogério. Colocar uma centelha de dúvida nele sobre a esposa.
— A Jéssica esteve aqui?
— Pouco antes de você chegar. Ela veio, assistiu um pouco, conversou com a gente e saiu — respondeu Odete, como se fosse a coisa mais normal do mundo. — Pensei que ia te chamar.
— Não, mas...
— Vai chamar ela. — Odete apontou para o outro sofá. — Tem espaço para mais um casal aqui.
Rogério olhou para o sofá pensativo. Depois, simplesmente deu meia volta e só o vimos de novo na hora da despedida.
Eu já tinha passado dos meus limites e, logo, senti o gozo vindo. No sofá, o Enéias já estava esporrando na camisinha dentro da Andréia. Ver aquilo fez meu caralho explodir como um vulcão dentro da buceta da minha esposa.
Foi tanto leite que a Odete ficou até surpresa, ainda se recuperando das últimas estocadas. Nos permitimos ficar com os corpos colados por um momento. E ela até decidiu dar uma última reboladinha. Depois disso, ficamos lá parados. A Andréia, eu e a Odete queríamos relaxar um pouco, ter um papo pós-sexo e tal. Mas o Enéias logo se levantou, pegou sua roupa e, alegando que ia jogar a camisinha suja no lixo, saiu para não voltar mais.
Só reencontramos o Enéias, a Jéssica e o Rogério horas depois, de tardinha, na hora de ir embora.
Já de volta à rotina no condomínio, minha vida teve mais uma reviravolta no final da tarde seguinte. Desci até a portaria para pegar um livro que tinha chegado. Estava prestes a entrar quando captei a voz de seu Geraldo, o porteiro, acompanhado pelo zelador, seu Zé Maria. A porta estava entreaberta e eles conversavam animadamente. Normalmente, eu não prestaria atenção, mas algo no tom deles me chamou a atenção. Sem fazer barulho, parei na entrada e ouvi.
— Mas me diz aí, seu Geraldo, de todas que o senhor já pegou neste prédio, qual foi a mais gostosa? — perguntou Zé Maria.
O velho porteiro soltou um risinho safado antes de responder:
— Rapaz, todas têm seu valor, viu? Mas a mais gostosa, com certeza, foi a Carolina. Aquela ali foi um presente de Deus! Mas foi só uma vez.
Meu coração acelerou. A Carolina? Me escondi melhor nas sombras, atento.
— Conta, homem! — Zé Maria insistiu, sedento por detalhes.
— Foi logo depois que ela se divorciou. Sabe como é, né? Um mês depois, ela tava toda estressada, tensa, mas querendo provar que tava bem. Uma noite, vi ela chegando do trabalho, parecia que carregava o mundo nas costas. Esperei ela entrar no prédio e fui atrás, sabe? Fui ver como ela tava, se precisava de alguma coisa. Conversa vai, conversa vem, e eu falei que, se precisasse de qualquer coisa, era só chamar. Até aí nada demais. Mas quando tava perto do final do meu expediente, ela me interfonou pedindo ajuda com um problema na fechadura do apartamento. Cheguei lá, e ela tava com um shortinho de algodão, uma blusa de alcinha sem sutiã... Rapaz, só a visão já me deixou doido.
Zé Maria assobiou, impressionado.
— E aí? Como foi?
— No começo, foi só conversa, né? Perguntei se ela tava bem. Ela desabafou sobre o trabalho, sobre o ex-marido, essas coisas. Aí, eu fui jogando uns comentários, sabe? Dizia que ela merecia mais, que qualquer homem seria sortudo de ter uma mulher como ela, era algo como "Mulher bonita assim, sozinha? O problema deve ser com os homens, porque você, minha filha, não tem defeito não". E não era mentira, Zé Maria, porque a Carolina... Meu Deus, que mulher! Aquela pele, aqueles seios grandes e firmes, aquela bundinha pequena...
— Velho safado! — Zé Maria riu.
— Rapaz, mas funcionou! Ela riu, jogou aquele cabelo escuro pro lado e me olhou daquele jeito que a gente sabe que é permissão. Aí eu fui chegando mais perto... toquei de leve na cintura dela, e ela não recuou. Quando puxei, ela veio. E que beijo, Zé Maria! Boca macia, quente, os lábios dela tinham um gostinho doce, parecia que ela tinha acabado de chupar um bombom.
Eu, do lado de fora, engoli em seco. Não conseguia acreditar no que ouvia.
— E depois? — Zé Maria perguntou, impaciente.
— Ah, Zé Maria, depois do beijo, não teve mais volta. Ela retribuiu com uma vontade que eu não esperava. Fomos pro sofá, e, quando eu percebi, já tava com ela nua na minha frente, do jeito que veio ao mundo. Comecei beijando o pescoço dela, descendo devagar até os seios. A pele dela era tão macia... e os gemidos que ela soltava, rapaz, pareciam música. Eu fui levando ela pro quarto, e lá a coisa pegou fogo de vez. Comecei por cima, depois a virei de quatro. Depois virei ela de costas, e segurei firme aquele cabelo lindo enquanto arrebentava. Cada posição, cada movimento, ela me acompanhava, como se soubesse exatamente o que fazer pra me deixar louco. Quando terminamos, ela ficou deitada de lado, olhando pro teto, como se estivesse pensando na vida.
Zé Maria riu de nervoso.
— E vocês falaram o quê depois?
— No começo, a gente só ficou deitado, um do lado do outro, sem dizer nada por um tempo. Depois, só aquele papo de depois do sexo, sabe? "Foi bom, né?" e essas coisas. Mas aí ela ficou deitada na cama, nua, sem pressa de se cobrir. Eu queria tirar uma foto dela daqueles peitões para manter de recordação. Ela suspirou e riu sozinha, como se estivesse aliviada ou surpresa consigo mesma. Perguntei se ela tava arrependida, e ela disse "Não, mas também não sei se eu devia ter feito isso". Falei que às vezes a gente só tem que aproveitar o momento. Ela sorriu de canto, olhando pro teto, e murmurou "Talvez". Foi quando eu pedi uma lembrança...
— Não me diga que...
— Pedi a calcinha dela! — Seu Geraldo gargalhou. — No começo ela riu e achou que eu tava brincando, mas quando viu que eu falava sério, deu uma risada mais alta ainda. Disse "Você é doido, seu Geraldo?". Mas aí eu insisti, falei que era só uma recordação, que ninguém ia saber. Ela me jogou um olhar de "não acredito que tô fazendo isso" e foi pelada até a sala, pegar a calcinha que tava jogada do lado do sofá. Era vermelha, de renda. E quando eu peguei, não resisti e dei uma cheirada bem na frente dela.
— E o que ela fez? — Zé Maria perguntou, quase sem fôlego.
— Nada, rapaz. Ficou me olhando, meio que sem saber o que pensar, mas não disse nada. Só riu de novo, meio sem jeito. Só balançou a cabeça e foi pro banheiro tomar banho.
— E depois disso? — Zé Maria quis saber.
— Depois? Nunca mais rolou nada. A gente se fala como se nada tivesse acontecido. Ela continua sendo simpática comigo, me cumprimenta, conversa normalmente, mas nunca tocou no assunto. Nunca mais me deu uma brecha. E eu também não vou jogar tudo a perder sem brecha. Mas, vou te falar, Zé Maria, aquela noite foi uma das melhores da minha vida.
Os dois ficaram em silêncio por um instante. Eu estava em choque. Carolina, a mulher que eu sempre achei inalcançável, que eu admirava de longe, tinha dado para o porteiro. Se ela deu até para o porteiro, então eu tinha chance.
Então Zé Maria suspirou e comentou:
— O negócio é ir nas diaristas e nas mulheres perto da crise de meia-idade. Mulher gostosa é um problema. Mulheres como a Eliana, Rebecca e Jéssica são impossíveis.
— Pior que são mesmo. E a Jéssica ainda é casada com aquele anjo do Rogério.
Dei meia-volta e sai sem que me notassem, com a cabeça fervendo. Carolina, aquela mulher linda, culta, independente, tinha dado para o velho gordo e safado do seu Geraldo.
Enquanto isso, fazia tempo que eu não comia ninguém. Desde que que eu entrei nessa crise de meia-idade, meu desempenho estava lamentável. Eu, que um dia já tivera até um grupo de WhatsApp com as minhas amantes “fixas” na universidade, estava reduzido a ouvir histórias dos outros sem protagonizar nenhuma. Isso precisava mudar. E ia mudar.
Tomei uma decisão. Não só mudaria minha atitude e voltaria ao jogo, eu iria recriar o meu antigo grupo de WhatsApp com novas amantes fixas. Eu não queria mais apenas uma transa casual com a Carolina. Eu queria ela como minha putinha particular. E não apenas ela. Eliana, Letícia, todas aquelas mulheres gostosas do condomínio que eu sempre admirei à distância. Todas elas seriam minhas.
Parei por um instante e respirei fundo. Isso exigiria estratégia. Eu não ia simplesmente sair convidando uma por uma para um drink. Não. Eu precisava de um método. Se eu conseguisse fazer com que cada mulher conquistada me ajudasse a conquistar as outras, não sendo apenas amantes, mas cúmplices, talvez funcionasse.
Mas a verdade era que eu ainda não fazia ideia de como começar. Nem por onde. Carolina? Eliana? Letícia? Cada uma tinha seu próprio desafio. Eu precisava de um plano, de um primeiro passo, mas, por enquanto, só sabia que ele precisava ser dado.
E o condomínio... ah, o condomínio nunca mais seria o mesmo.
Essa resolução foi a origem de muitas confusões futuras.
AVISO AOS LEITORES: Sim, eu baseei a personalidade do porteiro e do zelador na falecida série do colecionador de calcinhas.
Se o Carlos vai conseguir um harém para si ou não, também vai depender do feedback dos leitores.
Pois bem, leitor. Você torce para que eu tenha sucesso criando meu grupo de WhatsApp com as minhas amantes?
A) Sim.
B) Mais ou menos. Você pode comer as mulheres, mas só casual e sem criar um grupo.
C) Não. O divertido é te ver fracassar.
Se vocês pudessem escolher uma, e apenas UMA, mulher para o seu Geraldo comer nos próximos capítulos, quem delas você torce/prefere que seja?
I) Eliana.
II) Letícia.
III) Rebecca.
IV) Cinthia, a esposa do Jonas.
V) Jéssica.
VI) Sarah, a prima da Carolina.
VII) Lisandra, a diarista
Antes de encerrar, gostaria de perguntar para quais mulher vocês mais torcem que eu coma durante a série e quais vocês torcem que eu definitivamente NÃO coma durante a série:
1) Eliana.
2) Carolina.
3) Andréia.
4) Letícia.
5) Rebecca.
6) Jéssica.
7) Sarah.
8) Lisandra.
Coloquem nos comentários o que vocês torcem ou preferem que venha a acontecer nos próximos capítulos. Daqui a uma semana, teremos a continuação.