Obsessão. Parte 16.

Um conto erótico de Lukinha
Categoria: Heterossexual
Contém 4822 palavras
Data: 23/02/2025 17:33:39

Viviane:

Eu não tinha tempo para burocracia. Ignorei o aviso e caminhei até a porta, girando a maçaneta sem hesitar.

— Ei! Você não pode entrar! — Ouvi a voz esganiçada da secretária atrás de mim.

Mas já era tarde. A porta se abriu, revelando o advogado sentado atrás de sua mesa, em uma chamada virtual, com uma expressão de irritação pela interrupção. Ele ergueu os olhos, franzindo a testa ao me ver. Antes que ele dissesse qualquer coisa, joguei a pasta sobre a mesa com um baque seco.

— Acho melhor o senhor escutar o que eu tenho para contar. — Anunciei, mantendo minha voz firme. — Eu sei quem matou o Leandro e posso ser uma peça-chave na defesa do Miguel. Ou melhor, eu sou, definitivamente, a salvação do Miguel.

Ele estreitou os olhos, mas sua curiosidade foi mais forte do que qualquer resistência. Ele abriu a pasta e, à medida que analisava o conteúdo, sua expressão foi mudando. Primeiro, incredulidade. Depois, um interesse absoluto. E por fim, um sorriso genuíno apareceu em seus lábios.

— Bom trabalho. — Ele murmurou, ainda olhando para os documentos.

Eu cruzei os braços, satisfeita.

— Eu sei. Agora, vamos tirar o Miguel daquele lugar.

O advogado fechou a pasta com um suspiro pesado e indicou a cadeira à minha frente com um gesto discreto. Eu me sentei, inquieta, observando sua expressão enquanto ele entrelaçava os dedos sobre a mesa.

— O que você trouxe aqui é impressionante, Viviane. — Ele começou escolhendo as palavras com cautela. — Mas há um problema grave.

Eu assenti, já esperando a objeção.

— Eu sei. Essas provas, do jeito que estão, não podem ser usadas legalmente. Foram obtidas sem autorização judicial, e qualquer promotor iria argumentar que são inválidas, ilícitas. — Olhei diretamente para ele. — Mas eu tenho um jeito de tornar tudo isso utilizável e alguém já está trabalhando nisso.

O advogado franziu a testa, intrigado.

— Como? — Ele perguntou, inclinando-se para frente.

— Isso eu não posso te contar. — Respondi, mantendo meu tom firme. — Mas o que eu preciso de você é confiança e estratégia para defender Miguel. Se fizermos isso do jeito certo, ele não só sairá dessa, como também iremos desmascarar quem está por trás da morte do meu ex-marido.

Ele me estudou por alguns segundos, avaliando a seriedade do que eu dizia. Eu sabia que era difícil pedir que alguém confiasse em algo que eu não podia revelar por completo, mas não havia outra opção. Algumas coisas eram melhores, mantidas em segredo. Pelo menos por enquanto.

Após um longo momento de silêncio, ele soltou um pequeno sorriso, balançando a cabeça.

— Você não facilita, hein! — Ele exclamou, pensativo. — Mas, tudo bem. Vamos planejar isso direito. Só espero que você saiba exatamente o que está fazendo.

Dei um sorriso, determinada.

— Pode apostar que eu sei. E agora, precisamos agir rápido. Não temos tempo a perder.

Antes que eu pudesse falar mais alguma coisa, o telefone tocou. Era a secretária.

— Temos mais um sem hora marcada aqui, doutor. Ele diz que veio falar sobre o Miguel Novaes.

— Deixe-o entrar.

A porta se abriu e um homem alto, vestindo um terno surrado, entrou sem cerimônia. Ele tinha uma postura firme, mas um olhar atento, como alguém acostumado a observar antes de agir.

— Com licença. — Disse ele, tirando um cartão do bolso e colocando sobre a mesa. — Meu nome é Rodrigo. Sou investigador particular e estou trabalhando para o Miguel. Tentei contatá-lo, mas descobri que ele está preso. Então resolvi vir até aqui.

O advogado ergueu uma sobrancelha, curioso, indicando a cadeira ao meu lado.

— Você chegou em muito boa hora. Me explique, exatamente, qual investigação Miguel pediu que você fizesse?

Rodrigo ajeitou a postura, se sentando ao meu lado.

— Miguel me contratou para encontrar Viviane e Leandro. Ele queria saber o que os dois estavam aprontando.

Olhei para ele.

— Viviane sou eu.

Ele me encarou por um momento, nem um pouco surpreso, antes de soltar uma risada curta.

— Bem, isso responde metade do mistério. Mas o que aconteceu com Leandro … — Ele fez uma pausa, escolhendo bem as palavras. — Eu estava seguindo Leandro naquele dia fatídico. Ele bebeu a tarde toda e depois voltou para o apartamento no final da noite. Fiquei de campana por algumas horas do lado de fora, e então, Miguel chegou.

Meu coração deu um salto. Rodrigo fez uma pausa e então franziu a testa.

— Mas não era o Miguel. Pelo menos, não de verdade. Alguém chegou no carro dele. Mas quando saiu do veículo … era outro homem.

Peguei meu notebook rapidamente e comecei a digitar.

— O carro que você viu não era o de Miguel. — Expliquei, girando a tela para mostrar os dados que eu tinha coletado. — Era um veículo alugado, idêntico, com placas clonadas. Foi usado para fazer parecer que era o dele. E o relatório do GPS, foi forjado. Fizeram login no carro alugado com as credenciais do Miguel.

Rodrigo soltou um suspiro pesado.

— Isso faz sentido. Porque eu filmei esse homem saindo do prédio que Leandro estava hospedado, e que pertence ao Miguel, vinte minutos depois de entrar. E ele tinha sangue nas mãos.

— Como ele era? — Perguntei, sentindo o frio na espinha aumentar.

Rodrigo fechou os olhos por um segundo antes de descrever:

— Alto, forte, mas não musculoso, apenas grande. Rosto anguloso, nariz reto e cicatriz na sobrancelha esquerda. Vestia um casaco longo. Andava com passos calculados, como alguém acostumado a não chamar atenção. Ele entrou no prédio e, vinte minutos depois, saiu … como eu disse, com sangue nas mãos e também na roupa.

Ele pegou o celular e mostrou a filmagem que tinha feito naquela noite. Meu estômago se revirou ao ver aquele homem saindo tranquilamente, o vermelho manchando o punho da manga do casaco.

Respirei fundo antes de continuar.

— Eu usei tanto o notebook quanto o celular da Mina contra ela. Eu consegui acesso aos dispositivos de forma remota, algo que exigiu semanas de trabalho. — Expliquei rapidamente os métodos que usei, sem muitos detalhes que pudessem me comprometer ou comprometer quem me ajudou. — Tenho dezenas de horas de áudios e filmagens. Mas só duas delas são realmente chocantes.

Pressionei algumas teclas no notebook, e o áudio preencheu o silêncio da sala. A voz de Mina era clara, sem hesitação:

— Preciso da sua ajuda, Thiago. Quero que Miguel sofra. Quero que ele passe pela mesma humilhação que eu passei ao ser expulsa da minha própria farmácia, ao perder minha filha e só poder vê-la com supervisão, como se eu fosse uma criminosa. Ele me humilhou.

A resposta de Thiago veio logo depois, carregada de promessas venenosas:

— Eu posso fazer isso acontecer, Mina. Mas essa conta não vai sair barata.

O advogado esfregou o queixo, pensativo, e então olhou para Rodrigo.

— Por que você ainda não foi à polícia com o que tem? A filmagem do assassino é bem clara.

Rodrigo soltou outro suspiro pesado.

— Porque, depois do que aconteceu no tribunal, na audiência de guarda, e também com a reviravolta na farmácia, eu não confio no sistema. Aqueles juízes eram claramente corruptos. Não sei até que ponto a investigação pode estar comprometida. Preferi procurar você.

O advogado estava pensativo, um brilho determinado no olhar.

— Você fez bem. Eu sei exatamente para quem ligar. Está na hora de cobrar um favor para ajudar Miguel.

Conversamos por mais algumas horas, bolando uma estratégia. No final da tarde, voltei para o hotel que estava hospedada.

Eu não confiava em ninguém. O advogado era bem-intencionado. Rodrigo, o investigador, era bom no que fazia, mas eu precisava de garantias. Eu tinha conhecimento demais de tudo o que aconteceu.

Alguns dias antes:

Peguei o celular e caminhei até a janela do meu quarto no hotel. A cidade seguia sua rotina, as luzes piscando ao longe, mas minha mente estava focada em apenas uma coisa: acabar com aquilo de uma vez por todas.

Rolei a lista de contatos até encontrar o nome certo. Não havia necessidade de formalidades. Eu sabia que aquela pessoa faria o trabalho. Ela estava em débito comigo.

O telefone tocou duas vezes antes de uma voz grave atender do outro lado.

— Está de volta? — Ele era sempre direto.

— Preciso de um favor. E sei que você pode me ajudar. — Fui bem direta também.

— Depende. O que você quer? — Ele era sempre reservado.

— Vou te mandar algumas informações bem comprometedoras. Quero que faça essas pessoas falarem. Quero confissão, quero detalhes. Você é capaz de conseguir isso, não é?

Do outro lado, um riso curto.

— Com certeza, minha amiga.

Sorri, satisfeita.

— Então cheque seu celular. O trabalho começa agora. Prometo te recompensar generosamente.

Expliquei toda a situação em detalhes, e desliguei. O jogo estava apenas começando.

{…}

Amigo da Viviane:

O bar era um buraco imundo, na periferia da cidade, com cheiro de cerveja velha e cigarro barato. Luzes amarelas piscavam acima do balcão, e a velha jukebox, no canto, cuspia um pagode desafinado. Perfeito!

Caminhei entre as mesas de plástico, fingindo escolher um lugar para me sentar, até que o avistei. Camisa suada grudada ao corpo, olhar perdido no copo, um cigarro apagado entre os dedos.

Peguei duas cervejas no balcão e me aproximei como quem não quer nada.

— Essa aqui é por minha conta. — Eu disse, colocando uma garrafa na mesa.

Ele ergueu os olhos, desconfiado, mas aceitou a oferta. O álcool amolece até os mais duros.

— Valeu. — Ele resmungou, antes de dar um gole generoso.

Me sentei ao seu lado, deixando o silêncio fazer seu trabalho. Aos poucos, a bebida abriu caminho, e logo ele começou a falar. Sobre a vida dura, sobre o trabalho ingrato, sobre como ninguém valoriza um segurança de condomínio. Eu só escutava, incentivando com acenos e mais rodadas de cerveja.

Depois de quase uma hora, quando sua língua já estava solta e os olhos vidrados pelo álcool, joguei a isca. Peguei o celular do bolso e deslizei o dedo pelo visor, deixando o vídeo preencher a tela.

— Você deve ganhar bem para fazer vista grossa assim, hein? — Comentei, virando a tela para ele.

O efeito foi imediato. Ele congelou, a mão trêmula segurando a garrafa. No vídeo, lá estava ele, recebendo um envelope gordo de um homem fora de forma e de uma preta linda, no estacionamento do shopping.

— Que porra é essa? — Sua voz saiu arranhada, nervosa.

— É você aceitando dinheiro para fabricar um registro de entrada e saída de um certo carro adulterado no condomínio em que trabalha.

Eu fui mais longe:

— E, antes disso, você forjou o registro de uma moradora inexistente, para deixar uma mulher em processo de investigação pelo conselho tutelar, adentrar ao condomínio fora do horário de visita estipulado pelo juiz.

Ele piscou, como se tentasse negar a própria existência do vídeo, mas não adiantava. Os rostos, dele e dos corruptores, estavam claros no vídeo. O som ambiente não era dos melhores, mas a conversa estava ali.

— Isso não prova nada … — Ele tentou argumentar.

Eu ri baixo e balancei a cabeça.

— Quer que eu te mostre o resto? — Menti, manipulando a situação a meu favor. — Porque tem mais. Tem você ajustando os arquivos do sistema, manipulando as gravações para que parecesse que Miguel entrou e saiu naquela noite. Tem você desligando a central da casa dele. E, o melhor de tudo, tem você falando com alguém pelo telefone, confirmando que o serviço estava feito.

O suor começou a escorrer pela testa dele.

— Você não tem esse vídeo.

— Quer apostar?

Mostrei um áudio que Viviane me enviou:

"Pronto, tá feito. O carro entrou e saiu sem problemas. A casa dele tá sem monitoramento, ninguém viu nada. Minha parte está feita. Espero o resto do pagamento. A senhora é mãe, eu também sou pai. Meus filhos precisam comer”.

A voz era inconfundível. Ele sabia disso.

O segurança empalideceu, olhando ao redor, como se procurasse uma saída. Mas não havia para onde correr.

— Você não vai querer que isso vá parar em mãos erradas, certo? Então, seja esperto. Me conta tudo. Se cooperar, posso garantir que você sai dessa sem que seu nome vire o próximo escândalo nos jornais.

Ele respirou fundo, os olhos brilhando de pavor. Estava encurralado. E eu só estava começando.

O segurança engoliu em seco, o olhar fixo na tela do meu celular. Ele sabia que estava fodido. Mas eu queria ter certeza de que ele entendia exatamente quão fodido estava.

Peguei minha cerveja e tomei um gole, como se não estivesse prestes a destruir a vida de um homem.

— Sabe, eu fiz minha lição de casa antes de vir até aqui. Você devia saber melhor do que ninguém que segredos não duram para sempre.

Ele franziu a testa, confuso, mas não por muito tempo.

— Vamos ver … — Continuei deslizando o dedo na tela do celular. — Você veio para cá fugido do Nordeste. Dívida com agiotas. Pelo que eu soube, o pessoal de lá não é muito paciente. Parece que você pegou dinheiro com a pessoa errada e, quando não conseguiu pagar, saiu da cidade no meio da madrugada, deixando tudo para trás.

Ele respirou fundo, os dedos apertando a borda da mesa. Não me olhava mais nos olhos.

— Você não sabe do que está falando …

— Ah, mas eu sei. Sei que sua esposa também não anda muito bem das pernas. Dívidas enormes, credores batendo na porta. — Inclinei a cabeça, analisando a expressão dele. — Eu sei que você tem filhos. Bonitos, por sinal. Seria uma pena se certas pessoas descobrissem onde vocês estão agora, né?

O pânico tomou conta do rosto dele. Ele tentou se recompor, mas eu podia ver o suor descendo pela lateral de seu rosto.

— O que você quer de mim?

— Eu quero a verdade. Tudo o que você sabe. Quem te pagou, como foi feito, quais ordens você recebeu. E eu quero agora.

Ele passou as mãos pelos cabelos, a respiração pesada.

— Eu … eu só fiz o que me pediram … — Ele gaguejou.

— Nomes. — Minha voz saiu baixa, mas cortante.

Ele olhou ao redor, como se esperasse encontrar uma saída mágica daquele buraco. Mas a única saída era falar.

— Foi um figurão chamado Thiago. Ele me procurou e disse que precisava de um "serviço". Me deu um dinheiro adiantado e depois me orientou sobre o que fazer.

Ele acendeu um outro cigarro na brasa do que acabara de fumar, muito nervoso.

— Primeiro, algumas semanas antes, eu pedi para minha mulher se passar por moradora, numa casa vazia, para que a namorada do figurão pudesse acessar o condomínio.

Ele deu outro gole na cerveja, para molhar a garganta:

— O pedido seguinte, foi para desligar o monitoramento da casa indicada naquela noite, e deixar um carro entrar sem registro e manipular as imagens originais, fazendo parecer que era o carro do morador.

Um sorriso satisfeito surgiu no canto da minha boca.

— Bom garoto. Agora estamos chegando a algum lugar.

Ele me olhou com medo.

— E quanto ao que você disse antes? Sobre … meus credores.

Me inclinei sobre a mesa, olhando direto em seus olhos.

— Se você colaborar comigo até o fim, eles nunca vão saber onde você está. Mas se tentar me enganar, posso garantir que, em menos de vinte e quatro horas, seu conterrâneo vai bater à sua porta.

Ele respirou fundo, não havia escapatória.

— O que mais você quer saber?

— Tudo.

Em pouco mais de meia hora, ele contou tudo, em detalhes, totalmente derrotado.

No final, fui objetivo:

— Em breve, entrarei em contato com você. Uma pessoa inocente está sendo acusada de um crime que não cometeu. Você vai se entregar, contar o que fez e se responsabilizar por sua parte nessa trama macabra.

— Mas eu … eu não posso … — Ele tentou argumentar.

Me levantei, olhando para ele de forma bem ameaçadora:

— Nem pense em fugir de novo. Além de você, sua família está sendo vigiada. Um passo em falso e … — Fiz o sinal típico de arma com a mão, com o indicador e o polegar, apontando para a minha têmpora.

Antes de sair, ainda fui simpático:

— Eu prometo interceder por você, ajudar no acordo com as autoridades, mas apenas se você continuar na linha.

Saí sem olhar para trás, o deixando completamente em pânico.

No dia seguinte, eu ainda tinha trabalho a fazer.

A casa noturna pulsava ao ritmo da música grave, as luzes piscando em tons de azul e vermelho, lançando sombras fugazes nos rostos suados que preenchiam a pista. O ambiente cheirava a álcool, perfume caro e desejo.

Passei pelos seguranças com um aceno discreto e mergulhei no salão, observando sem pressa. Meu alvo já estava lá. Sentada no bar, pernas cruzadas com a confiança de quem sabe o poder que tem, jogava os cabelos para trás enquanto ria de algo que o barman dizia. Um vestido justo abraçava suas curvas, e os olhos, acesos pelo álcool, percorriam o ambiente em busca de diversão.

Me aproximei com a precisão de um caçador. Pedi uma dose do uísque mais caro sem desviar os olhos dela, esperando o momento certo. Não demorou muito.

— Você é novo por aqui. — Ela inclinou a cabeça, estudando-me com interesse. O copo entre os dedos bem-feitos rodava devagar, como se já calculasse o que poderia extrair de mim.

— Gosto de variar. — Dei um gole na bebida, fingindo desinteresse. — E você? Sempre vem sozinha?

Ela sorriu, um sorriso que dizia que jogava aquele jogo há muito tempo.

— Nem sempre. Mas hoje, parece que valeu a pena. — O olhar dela desceu pelo meu corpo antes de voltar aos meus olhos. — Como você se chama?

— Daniel. — O nome falso saiu fácil. — E você?

— Tânia. — Mentira. Eu sabia exatamente quem ela era. Assistente do tribunal, alguém que não deveria ter poder, mas que estava envolvida demais nas decisões erradas. A mulher que ajudou a livrar Mina da condenação que deveria ter recebido.

Pousei o copo no balcão e me inclinei levemente para ela, deixando minha voz baixar o suficiente para criar intimidade.

— Tânia … Sabe o que eu gosto nesse tipo de lugar? — Toquei levemente seu braço. — O fato de que aqui ninguém precisa fingir nada. Você pode ser quem realmente é.

Ela se aproximou, seus lábios a centímetros dos meus.

— E quem você acha que eu sou? — A pergunta veio carregada de desafio.

Sorri, jogando o anzol.

— Alguém que gosta de estar no controle. Alguém que já viu muita coisa … e que sabe exatamente o que precisa fazer para conseguir o que quer.

O brilho nos olhos dela denunciou que eu estava no caminho certo. Ela mordeu o lábio inferior e se inclinou ainda mais.

— E o que você quer, Daniel?

Toquei sua mão de leve, como se fosse um ato involuntário, mas calculado para testar sua resposta. Ela não se afastou.

— Um pouco de diversão. — Murmurei contra a pele quente dela. — E você, Tânia ? O que quer?

Ela riu, esvaziando o resto da bebida antes de pousar o copo com força no balcão.

— Vamos descobrir. — Ela pegou minha mão e me puxou para longe do bar, rumo ao andar de cima da casa noturna, onde as luzes eram mais baixas e as conversas, mais discretas.

Eu a segui, porque ali não era apenas uma questão de sedução. Eu precisava do que ela sabia. E, naquela noite, ela me daria exatamente isso.

Ela me puxou pelo braço, os dedos apertando com uma mistura de desejo e controle. A escada estreita levava ao andar superior, onde as luzes baixas criavam um ambiente íntimo. Tânia olhou para trás, os olhos brilhando de desejo.

— Você sabe para onde estamos indo? — Ela murmurou.

— Sempre sei. — Respondi, mantendo o tom calmo.

Ela riu, um som rouco que fez meu corpo reagir. Subimos até o último andar e entramos em um quarto discreto. O ambiente era funcional e sensual.

Tânia se virou para mim, os olhos percorrendo meu corpo com intensidade.

— Vamos ver se você é tão bom quanto parece. — Ela disse.

Eu me aproximei dela devagar até sentir o calor do seu corpo. Minhas mãos encontraram sua cintura e a puxei para perto.

— Você gosta de estar no controle, certo? — Sussurrei no ouvido dela.

Ela riu novamente antes de me empurrar na cama. Ela começou a dançar devagar enquanto eu não tirava os olhos dela. Quando ela tirou o vestido, revelando a lingerie preta impecável, eu senti meu desejo aumentar ainda mais.

Os seios eram médios, a bunda redondinha. Tânia tinha cara de piranha. De mulher que gosta de dar, que está sempre à procura de alguém para foder.

Ela se aproximou da cama enquanto eu estava hipnotizado por seus movimentos sensuais. Suas mãos desceram pelo meu peito até minha calça, puxando o zíper lentamente.

— Quero você sob o meu controle. — Ela respondeu antes de começar a me masturbar com precisão que me fez gemer alto.

Ela se sentou no meu rosto e eu segurei seus quadris, a puxando para mim, arrancando a calcinha com a boca. Minha língua encontrou seu clitóris, fazendo-a gemer freneticamente enquanto cavalgava na minha face.

Chupei, lambi e suguei aquela bucetinha pequena, que mais parecia a de uma adolescente, cheirosa e saborosa. Joguei Tânia na cama e me enfiei entre suas pernas, atacando de novo, enfiando a língua fundo, fodendo aquela xoxota macia com a boca.

— Ahhhh … puto gostoso … tá acabando comigo … — Ela gozou aos berros.

Ela nem precisou de tempo para se recuperar, se movendo para baixo na cama, seus lábios envolvendo meu pau com uma habilidade que me fez soltar um gemido alto.

— Puta que pariu, mulher … putinha deliciosa …

A boca dela era quente e eu senti cada movimento, cada sucção e lambida. Ela estava me levando ao limite.

— Tânia … que delícia … — Gemi alto enquanto as mãos dela agarravam minhas coxas.

Quando eu finalmente gozei novamente, foi com um gemido profundo, enquanto ela engolia tudo sem hesitar.

Após um momento de silêncio compartilhado entre nós dois naquele quarto íntimo, Tânia se deitou ao meu lado com um sorriso safado nos lábios.

— Então ... — Ela começou a dizer antes de parar por um momento. — Vamos continuar?

Eu a encarei com os olhos ainda pesados do prazer recente e sorri também. Sabia que aquela noite seria inesquecível para ela.

Tânia se aproximou mais, mas eu precisava ser cauteloso. Minhas ações não podiam ser maculadas por prazer momentâneo que poderiam colocar tudo em risco.

— Vamos fazer de outro jeito. — Ela disse, os olhos brilhando com desejo.

Ela se ajoelhou na cama e começou a se inclinar para frente, apoiando as mãos no colchão. Eu me aproximei dela por trás, sentindo o calor do seu corpo enquanto me preparava para penetrá-la. Não tinha como resistir.

Aquela bucetinha pequena escorria de desejo, pedindo para ser penetrada. Segurei seus quadris firmemente e comecei a empurrar devagar, aumentando gradualmente o ritmo conforme ela começava a gemer mais alto.

— Ahhhh … isso … fode essa buceta …

Tânia arqueou as costas enquanto eu continuava a estocar. Cada movimento mais intenso do que o anterior, até que finalmente ela gozou novamente em um orgasmo poderoso.

— Ohhhhh … pau gostoso … me fez gozar em minutos … Ahhhhhh …

Eu também não demorei muito, e logo após sentir seu corpo relaxar sob mim, eu gozei profundamente dentro dela, enchendo a camisinha.

Quando terminamos, nos deitamos juntos na cama, exaustos, mas satisfeitos. A tensão sexual se dissipava com o relaxamento natural pós gozo.

A fumaça do cigarro subia em espirais lentas, misturando-se ao cheiro de suor e uísque que impregnava o quarto. Tânia ainda estava deitada, o corpo nu semicoberto pelo lençol de cetim vermelho, a respiração desacelerando aos poucos.

Eu estava sentado na beirada da cama, fumando também, enquanto a observava com um meio sorriso. Ela achava que ainda tinha o controle. Errado.

— Você se diverte fácil, hein? — Eu provoquei, soltando a fumaça pelo nariz.

Tânia riu, preguiçosa, rolando de lado para me encarar

— Não vou mentir, você me surpreendeu. Valeu a pena te dar uma chance.

— Você realmente não faz ideia, né? — Murmurei, os olhos fixos nela.

Tânia arqueou a sobrancelha, divertida.

— Do quê? Que você é um cafajeste irresistível?

Eu apenas sorri, pegando o celular e mexendo na tela. O brilho iluminou meu rosto por um instante, antes que eu girasse a tela para ela. Um vídeo começou a rodar. Tânia franziu a testa e se ergueu um pouco, tentando focar na imagem: Era ela. Sentada em uma mesa, em um restaurante discreto, mas sofisticado. Do outro lado, Thiago e Mina. As imagens eram nítidas. O áudio, mais ainda:

— Preciso que isso seja rápido. A troca tem que ser antes da próxima audiência. Esse juiz não pode continuar no caso. — A voz de Mina era fria e objetiva.

Tânia empalideceu. Pausei o vídeo e sorri de lado.

— Reconhece essa conversa, não reconhece?

Ela tentou disfarçar, mas seus olhos vacilaram.

— E daí?

Inclinei-me para perto, minha voz baixa, mas cortante.

— E daí? Isso é prova de que você ajudou a manipular o sistema. Prova que o juiz original foi afastado por razões escusas. Prova que Mina comprou sentenças, inclusive para retomar a farmácia e ferrar com Miguel.

— Você não sabe com quem está mexendo, querido. — A voz dela era afiada como uma lâmina. — Se eu fosse você, esqueceria que teve essa conversa.

Inclinei a cabeça ligeiramente, avaliando a mudança em seu tom. Em seguida, sorri, mas, dessa vez, sem qualquer traço de charme.

— Eu estava esperando que você dissesse isso. — Levantei-me da cama, peguei o celular e abri uma pasta de arquivos.

Em segundos, exibi para ela vídeos e áudios comprometedores. Transações financeiras suspeitas, encontros discretos, conversas gravadas onde ela mencionava valores e favores. — Isso aqui é apenas uma amostra do que já temos. Não só sobre você, mas sobre sua rede inteira.

Tânia empalideceu. Seus olhos correram pelo material, e, por um instante, vi o pânico reluzir no olhar dela. Mas ela logo se recompôs.

— Você é um desgraçado.

— Não. Eu sou um agente federal. — Cruzei os braços, deixando a revelação cair sobre ela como um peso insuportável. — E estou trabalhando em uma força-tarefa internacional contra corrupção. Sua quadrilha já está na mira da Justiça, e não vai demorar para que tudo desmorone.

Ela abriu a boca, mas não conseguiu dizer nada. Continuei:

— Eu não sou seu inimigo, Tânia. Você tem uma escolha. Pode ter sua vida destruída nessa investigação, ou pode colaborar e nos entregar um peixe grande. E eu sei que você sabe de muita coisa.

Ela permaneceu em silêncio por um longo momento. Vi as engrenagens girando em sua mente. Eu sabia que ela estava calculando os riscos. Entregar os chefes ou ser engolida junto com eles.

Por fim, ela respirou fundo e ergueu o olhar para mim.

— O que você quer saber?

Sorri. A verdadeira conversa estava prestes a começar.

{…}

Viviane:

Alguns dias depois, o telefone tocou apenas duas vezes antes de a voz dele surgir do outro lado da linha, calma e precisa como sempre.

— Já tenho tudo o que você precisa.

Soltei um suspiro, apoiando-me no parapeito da janela enquanto olhava para a cidade iluminada abaixo.

— Você é o melhor, amigo.

Houve uma breve pausa. Eu podia ouvir o som ambiente do outro lado: passos apressados, vozes ao fundo, o tilintar de copos. Ele nunca parava.

— Vivi … — Disse ele, num tom carregado de cansaço, mas também de alívio. — Imagino que você ficará bastante satisfeita com os resultados.

— Você não faz ideia do quanto, amigo. — Minha voz saiu mais leve do que em dias. — Eu não teria conseguido sem você. Obrigada.

Ele soltou uma risada curta.

— Você sabe que vai ter que pedir exoneração, né?

Fechei os olhos por um instante, deixando a realidade afundar completamente. Não havia outro caminho.

— Sim. Usei meu cargo para vingança pessoal e depois para ajudar um amigo. Não me arrependo.

Do outro lado da linha, ele ficou em silêncio por alguns segundos. Então, eu continuei:

— Mas antes … posso te pedir um último favor?

— Depende. — O tom dele foi provocador. — Não quero ter que resgatar ninguém do meio de um tiroteio.

Sorri de leve, apesar do peso da conversa.

— Preciso que leve todas as provas até a corregedoria. As autoridades que estão cuidando do caso do Miguel precisam ser afastadas rapidamente.

— Eu já esperava por isso. — Ele riu divertido.

— E aí? Pode fazer isso por mim? — Pedi, sabendo o que ele iria responder.

— Deixa comigo. Vou fazer parecer que, sem querer, esbarramos em tudo isso. Assim, as provas que você obteve acabam sendo uma investigação legal, mesmo que feita por uma instituição diferente.

Eu soltei um suspiro aliviado.

— Obrigada, amigo.

Eu sabia qual seria a pergunta seguinte.

— Já decidiu o que vai fazer com aquele dinheiro? Já que você não será mais uma de nós …

Eu entendia a curiosidade dele:

— Vou devolver. Tenho certeza de que ele irá cuidar de mim quando tudo isso acabar. Ele é honesto, leal, verdadeiro. Não tenho dúvidas.

— Cuide-se, Vivi. Nos vemos por aí. — Ele se despediu.

Sorri, olhando para o horizonte.

— Você também. Obrigada por tudo.

A ligação foi encerrada, mas eu continuei ali, observando as luzes da cidade. Eu sabia que aquela era a última vez que carregaria aquele distintivo. Mas, de alguma forma, aquilo não importava. Eu estava fazendo o certo, cuidando das pessoas que eram importantes para mim.

Continua …

Texto: Lukinha

Revisão e consultoria: Id@

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Comentários

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Lukinha não demora já estou pra lá de louco com a saga nota um trilhão parabéns

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A vivi deve ser agente da Interpol ou Cia ou Fabi ..enfim ,a mulher é uma verdadeira Hacker.

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Muitas surpresas pela frente.

Ótimo capítulo

Parabéns

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Foto de perfil genérica

Eu já estava sentindo falta do investigador...

O cerco se fechou contra a Mirna..vamo ver o que vem pela frente

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Eita Vivi! Tu não é fraca não... Ótimo capítulo meu amigo.

Um forte abraço!

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Que capítulo meu irmão!

Arrebentou!

👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼🌹🌹🌹🌹🌹

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Muito bom muito bom mesmo é assim que gosto vilões sendo desmascarados e presos.

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Aí sim! Deixa os personagens que não fazem parte do CPB salvar o Miguel. Porque se depender dele... 🤣🤣🤣

Mais um capítulo excelentes, Lukinha! Obrigado!

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