ENTRE CAMINHOS E SEGREDOS [99] ~ PENÚLTIMO CAPITULO

Um conto erótico de Rafael
Categoria: Gay
Contém 3447 palavras
Data: 23/02/2025 18:56:25
Assuntos: Gay, conto, Romance, Historias

A dor nos transforma. Ela corrói, marca, mas também ensina, definitivamente, eu tirei apenas um dia para chorar por Lucas. Um único dia, porque, como eu já disse, o que mais doeu não foi o fato dele ter me traído, mas a maneira fria com que me deixou. A falta de responsabilidade emocional. A forma como ele simplesmente virou as costas e saiu, como se eu não significasse nada. Mas, infelizmente, não havia nada que eu pudesse fazer, era um problema dele, E eu precisava seguir em frente. Por mais que o amasse, era hora de colocar uma pedra sobre tudo aquilo. Fechar a porta. Sem brechas, sem recaídas.

A primeira coisa que fiz foi abrir o grupo da família e escrever:

"Só passando para avisar que eu e o Lucas terminamos. A partir de agora, ele está proibido de ver ou falar com o Bruninho. Ele não é parente e não precisa mais bancar o ‘tio’."

Foi duro, mas necessário, eu sabia que Bruninho sentiria falta. Talvez perguntasse. Mas ele era novo. Não entenderia e assim seria melhor. Em seguida, apaguei Lucas das minhas redes sociais. Deletei conversas, fotos, lembranças, cada toque na tela era uma pequena facada, mas eu continuei, eu precisava continuar.

Meu pai me chamou no privado.

-– Filho, tá tudo bem?

Respirei fundo antes de responder:

-– Tá sim, pai. A gente terminou.

Ele vai ser pai. Tá com uma mulher agora.

Mas eu tô bem, juro. Tenho estágio, tenho que seguir.

Ele quis vir ficar comigo, mas recusei, eu precisava enfrentar aquilo sozinho, eu era forte o suficiente. Os dias passaram, e, sim, eu estava bem, claro, a saudade apertava, era estranho não ouvir o celular apitar com mensagens dele, estranho não rir das besteiras que ele sempre mandava, estranho acordar e não ver o “bom dia” que ele nunca esquecia, A ausência era barulhenta, e doía, mas eu sabia que era questão de tempo, Me agarrei aos estudos, A residência estava chegando, e eu não deixaria que o passado me definisse. Homens? Que homens? No momento, eles não existiam no meu mundo, meu foco era um só: Superar, vencer e provar – acima de tudo para mim mesmo – que eu não precisava de ninguém para ser completo.

Dezembro sempre teve um significado especial, era tempo do nosso tradicional Suruba de Natal na fazenda, com a família reunida e a festinha costumeira, mas, naquele ano, eu simplesmente não estava no clima, o tesão dos meus tios e primos não me animava. Conversei um pouco com meu tio e com Bernardo — que parecia notar meu desânimo —, mas meu foco estava em outro lugar: as provas, que se aproximavam rapidamente.

A residência era tudo o que importava.

No Ano Novo, as coisas mudaram, resolvi ir para a capital, ia ter uma festa chamada Sante, a Claudia ia cantar na virada e também no dia seguinte, parecia perfeito, alguns amigos meus, de fora, confirmaram presença, a animação cresceu dentro de mim.

Era hora de largar um pouco os livros e viver, a cidade estava lotada, homens de todo o Brasil, rostos conhecidos da época das micaretas e muitos desconhecidos, cheios de sorrisos e olhares curiosos, foi uma virada diferente de todas as outras, e, para minha surpresa, foi boa, beijei alguns caras, dancei, cantei, chorei, e virei o ano da melhor formar assistindo ao show da minha cantora favorita, me senti vivo novamente, até que, em meio à multidão e à música, vi uma notificação no celular:

Lucas. "1 nova mensagem"

Meu coração vacilou, mas decidi não abrir, pelo menos não naquela noite, na manhã seguinte, com a cabeça ainda zonza da festa, peguei o celular, respondi algumas mensagens, ri de outras, mas lá estava ela:

A mensagem de Lucas.

Fiquei alguns segundos olhando para a tela.

Abro ou não?

A curiosidade venceu.

E lá estava:

“Rafa, quero te desejar um feliz ano novo.

Sei que não estamos juntos e sei que errei feio com você, mas saiba que eu sempre vou te amar e sempre vou torcer por você.

Você foi a melhor coisa que já me aconteceu.

Obrigado por tantos momentos lindos que passamos juntos.

Espero que um dia você possa me perdoar e que a gente possa seguir como bons amigos.

Se cuida feliz 2022 te amo.”

Terminei de ler, esperei sentir algo, raiva, saudade, tristeza, mas não senti nada, eram palavras vazias, eu ainda o amava, sim, mas o silêncio parecia ser minha melhor resposta.

Talvez, um dia, quem sabe, mas não agora.

Janeiro chegou trazendo um novo ciclo: as festividades da formatura.

Aula da saudade, missa, entrega da placa, colação de grau...

Cada evento era um lembrete de que uma etapa importante havia sido concluída.

Mas, de todos, a colação de grau foi o momento mais especial.

Ao ouvir meu nome ser chamado como aluno laureado, aquele que teve o melhor desempenho acadêmico, um misto de surpresa e orgulho tomou conta de mim.

Eu?

Laureado?

Sempre achei que a Jessica conquistaria esse título — afinal, as notas dela eram impressionantes.

Mas ali estava eu, segurando aquele reconhecimento com as mãos trêmulas.

Meus pais, na plateia, tinham os olhos brilhando de orgulho.

E, pela primeira vez em muito tempo, senti que estava exatamente onde deveria estar.

A dor do passado?

Ela ainda estava lá, mas enfraquecida.

Porque, naquele momento, eu sabia: eu tinha vencido.

Horas depois da colação, uma notícia chegou como um soco no estômago, Lucas e sua namorada haviam sofrido um acidente de carro, o impacto foi grave, ela sofreu ferimentos sérios e acabou tendo um aborto espontâneo, fiquei sabendo por meio do meu tio Alysson, que havia sido avisado e achou que eu deveria saber, na hora, um frio percorreu minha espinha, meus dedos até pairaram sobre a tela do celular, mas eu não enviei mensagem, e também não procurei saber se ele estava bem, Era uma decisão minha, talvez egoísta, mas ele estava vivo, era isso que importava, e eu queria zero contato. Soube depois que minha ausência o machucou, Lucas esperava, pelo menos, uma palavra minha.

Um simples “Espero que você esteja bem.” Mas não aconteceu, se fosse hoje, talvez eu teria feito diferente, o acidente deixou marcas profundas nele, Lucas entrou em depressão.

Eu sabia o quanto ele queria ser pai — ele estava realmente feliz.

E perder aquilo o arrastou para um mundo sombrio. Ele precisou se afastar do trabalho na prefeitura, mas eu segui mantendo a distância. Fevereiro chegou e, com ele, o baile de formatura, foi uma noite linda, minha família toda estava lá, e alguns amigos também. Talvez, pela primeira vez em muito tempo, senti falta do Lucas, me perguntei como seria se ele estivesse ali, se ainda estivéssemos juntos, mas o pensamento passou rápido.

Afastei-o como fazia com tudo que me lembrava dele, no final da noite, me diverti com o JP e o Bernardo, aproveitamos como ninguém sabia aproveitar melhor, rimos, dançamos, celebramos, e, por algumas horas, foi como se o passado não existisse. Quando a festa terminou fomos para o meu apartamento e transamos bastante, nossa química era gostosa.

Março chegou trazendo mudanças.

Saiu o resultado das provas que eu havia feito em janeiro, e eu tinha passado, residência em clínica médica, em São Paulo, um novo caminho, uma nova vida, meu pai me ajudou com o apartamento e a organização da mudança, mas eu sabia que uma coisa era certa: Bruninho ia comigo, seria doloroso para ele se separar do Juninho, quase um irmão para ele, mas deixá-lo para trás? Nunca foi uma opção, ele era meu filho, minha responsabilidade, meu amor. A despedida foi emocionante, abraços apertados, palavras de incentivo, olhares que diziam tudo, e lá estava eu, rumo a uma nova cidade, pronto para construir novos laços.

[São Paulo.]

A primeira semana foi de adaptação, meu pai ficou comigo, ajudou a procurar escola e babá para o Bruninho, mas quando ele voltou para casa, o silêncio do apartamento bateu fundo.

Agora éramos só eu, meu filho e o trabalho, as responsabilidades pesavam, a saudade apertava, mas eu sabia: Esse amadurecimento era necessário, seria bom para nós dois, e no fundo, eu sentia que estávamos exatamente onde deveríamos estar.

Infelizmente, o Bruninho não se acostumou. Minha rotina era puxada, eu passava muito tempo no hospital. Às vezes, não conseguia uma babá e o Bruninho ficava triste. Sentia um aperto no peito toda vez que via aquele olhar dele. Doeu, mas decidi levá-lo de volta para os meus pais. Era a melhor opção para ele, e foi nesse momento que, pela primeira vez, eu pude entender o que meu pai havia feito. Eu finalmente compreendia o porquê de ele não ter querido uma família, de ter escolhido estudar e focar em seus objetivos. A diferença é que eu, pelo menos, tentei. Eu tentei o máximo que pude ficar com o meu filho. Tentei até onde meu corpo e minha mente aguentaram.

Mesmo morando em São Paulo e ele na capital, eu fazia questão de falar com ele todos os dias. Viajando sempre que podia, nem que fosse só para um momento breve ao lado dele. Teve uma vez que peguei um voo bate e volta para Natal — assisti a uma peça da escola dele, o abracei forte e voltei no mesmo dia para São Paulo. Essa era minha rotina: estudos, trabalho, avião.

Tempo para um namoro? Impossível. Paquera? Nem pensar. Quando o desejo apertava, eu recorria ao Grindr. Era assim que eu lidava com a solidão.

Alguns meses depois…

Agosto chegou, e eu iria passar alguns dias no Alto. Era aniversário do meu tio. Eu sabia que reencontraria o Lucas. Nove meses de silêncio absoluto entre nós. Nove meses em que cada dia parecia um lembrete de tudo o que eu queria esquecer — ou, talvez, enfrentar.

Durante esse tempo em São Paulo, comecei a fazer aulas de canto e música. Calma, eu não queria ser cantor. Eu precisava sentir algo, me ocupar, ter um propósito momentâneo. Foi numa corrida de Uber, quando uma música tocou no rádio, que a ideia surgiu: eu precisava cantar para o Lucas. Colocar um ponto final na nossa história. Fechar o ciclo do mesmo jeito que ele havia começado. A questão era: eu teria coragem? E se ele nem quisesse me ver?

Eu sabia que ele apareceria no aniversário do meu tio. Preparei-me psicologicamente. Dizia a mim mesmo que seria tranquilo. Mas, como eu já sabia, teoria é uma coisa; prática é outra bem diferente. A verdade? Eu só descobriria quando estivéssemos, finalmente, cara a cara.

Dias antes da viagem, meu tio me ligou.

— Posso transar com o Lucas? — perguntou.

Na hora, senti uma pontada de ciúmes. Apertou. Doeu. Mas logo passou. Eu não era mais dono do Lucas. Sabia que meu tio sempre morrera de vontade de transar com ele. Dei permissão. Disse que estava tudo bem, mas fui direto:

— Só não quero saber de nada. Para mim, o Lucas está morto.

Meu tio pareceu aliviado. Agradeceu. Mas, no fundo, conhecendo ele como eu conhecia, suspeitei que ele já tinha ficado com o Lucas e só estava esperando o momento certo para me contar, curiosamente, dessa vez, eu realmente não me importei, e por um breve momento imaginei como seria o sexo entre os dois, mas foi apenas uma imaginação passageira. Os dias na fazenda foram bons. Matei a saudade de todos, aproveitei para ficar com meu filho, conversei com minha irmã, com meu tio e com meus pais. Mas uma coisa me deixou triste: o Bernardo só chegaria no dia da festa. Eu queria ter tido mais tempo com ele também, era um dia antes da festa. Eu estava sem fazer nada, com a cabeça cheia de pensamentos. Foi quando decidi: iria ligar para o Lucas. Precisava encontrá-lo antes da festa do meu tio. Precisava conversar, encerrar nosso ciclo. Seria o certo a se fazer. Peguei o celular e fiz a ligação. Chamou por alguns instantes, até que ele atendeu:

— Oi.

— Oi, Lucas. Boa tarde. É o Rafa — falei, sentindo um nervosismo tomando conta de mim.

— Eu sei. Tenho o seu número. Aconteceu algo?

— Não, tá tudo de boa. Tô na fazenda do meu tio e queria te chamar para vir aqui. Queria conversar.

— Conversar sobre o quê?

— Bom, se você quiser vir, estou te esperando. Vou pegar o cavalo e ir para a cachoeira. Se aparecer, me encontra lá.

— Rafa, eu estou namorando.

— E quem disse que eu quero você? — respondi, com um sorriso irônico que ele não pôde ver. — Quero apenas conversar, colocar um ponto final em tudo. Tenho algo para você. Enfim, se quiser aparecer, estarei lá.

Desliguei o telefone com o coração apertado. Não sabia se ele apareceria. Peguei o violão e uma caixa JBL — não tinha certeza se teria coragem de falar tudo o que precisava, então fui preparado.

Quando cheguei na cachoeira, fiquei lá, observando a água cair. As lembranças me invadiram: quantas vezes estive ali com ele? Beijos, conversas, transas, promessas que nunca se cumpriram. Aquele era um dos meus lugares favoritos no mundo.

Quase uma hora depois, ouvi o som de cascos. Era o Lucas. Olhei e sorri. Ele estava lindo. Mais lindo do que nunca. A barba mais cheia, a pele bronzeada, os cabelos um pouco mais longos. E aquele olhar... aquele sorriso que só ele tinha. Ficamos nos encarando, como se o mundo tivesse parado. Meu coração disparou. A cada passo dele em minha direção, parecia que ele levava um pedaço da minha resistência. Até que, finalmente, ele ficou frente a frente comigo.

— Oi, Rafa.

— Que bom que você veio, Lucas.

— Então? Que tal começar a falar?

Respirei fundo.

— Bom... não tenho muito o que dizer. Acho que, antes de qualquer coisa, preciso te pedir desculpas. Desculpa por não ter respondido suas mensagens. Por não ter te procurado depois do seu acidente. Eu soube que você ficou mal, e mesmo assim... eu não fui. Eu precisava de tempo. Tempo para entender tudo, para seguir em frente.

Baixei o olhar, mas logo voltei a encará-lo.

— Eu sempre te amei, Lucas. Sempre vou te amar. Mas hoje eu sei: nós nunca daríamos certo. Nossos sonhos nunca foram os mesmos. Mas não quero falar sobre isso. Não vai mudar nada. Só precisava te pedir desculpas. Era isso que estava entalado aqui — toquei o peito — e agora, finalmente, eu disse.

O silêncio que se seguiu parecia carregar todo o peso da nossa história. Tudo o que eu podia fazer agora era esperar a reação dele.

— Tudo bem, Rafa. Eu sei que eu errei e entendo o seu silêncio. Apesar de sentir muito a sua falta. Você acha que foi fácil para você? Não foi para mim também. Mas, como você disse, o que passou, passou. Não adianta voltar atrás. Enfim. — A voz de Lucas vacilou no final, e seus olhos carregavam um brilho melancólico.

— Eu preparei uma coisa para você, mas queria pedir que você não risse de mim. — Pela primeira vez, Lucas sorriu ali, um sorriso tímido, como se esperasse algo travesso da minha parte.

— O que foi? — perguntou, com a voz mais leve.

— Bom... Começamos o nosso romance com você cantando para mim, e eu quero terminar cantando para você. Encontrei uma música que diz tudo o que eu sempre quis te dizer, mas que ficou preso dentro de mim. — Respirei fundo.

— Você cantando? Que milagre é esse? — Ele sorriu de um jeito que me fez corar.

— Aulas de canto. Mas só para isso. — Sorri de volta, sentindo meu coração acelerar.

Peguei o violão e comecei a dedilhar. Lucas me olhava como se sentisse orgulho. O sorriso dele era tão doce que fez meu peito apertar. Respirei fundo e comecei:

— “Hoje eu ouço as canções que você fez pra mim… Não sei por que razão tudo mudou assim. Ficaram as canções, e você… não ficou.”

Era Maria Bethânia. Ouvi essa música no Uber e automaticamente lembrei do Lucas. Cada verso parecia descrever a nossa história. Enquanto cantava, fui transportado para todos os momentos que vivemos. A risada dele, os olhares cúmplices, os beijos à beira da cachoeira. Era tudo o que eu queria guardar. As coisas boas. Porque eu o amei — e uma parte de mim sempre o amará.

Quando terminei, Lucas estava em lágrimas, um sorriso bobo no rosto.

— Isso foi lindo, Rafa. Eu te amo muito. Você foi meu primeiro e talvez único amor. Eu nunca vou te esquecer.

— Eu sinto o mesmo. — Minha voz falhou. — Mas hoje eu vejo que nossos mundos são completamente incompatíveis. Eu quero que você seja feliz, torço muito por você. Mas… eu ainda não estou preparado para uma amizade. Eu te chamei aqui porque precisava encerrar a nossa história. Colocar um ponto final. Eu te amo e sempre vou te amar, mas eu preciso de tempo. Não sei quanto — pode ser um dia, um mês, um ano. Mas eu precisava disso. Precisava acabar da maneira certa.

Lucas ficou em silêncio. Olhou para o chão e respirou fundo antes de levantar o olhar para mim.

— Tudo bem. Saiba que eu sempre estarei aqui. Eu só vou guardar as melhores lembranças do que vivemos. Rafa… posso te pedir um último beijo?

Meu coração quase parou. Respirei fundo, encarando os olhos cheios de esperança dele.

— Não, Lucas. Definitivamente, não. Acabou. E está acabado. Mas… — sorri de leve, tentando segurar as lágrimas — quero te pedir uma última dança. Trouxe a JBL e quero colocar essa mesma música, na voz da Bethânia. Vamos dançar uma valsa, como uma despedida. Sem beijos. Sem promessas. Apenas uma dança. É o que eu posso te oferecer.

Lucas sorriu entre as lágrimas. E, enquanto a voz de Bethânia ecoava pela cachoeira, dançamos. Lentos. Silenciosos. Cada passo, uma despedida. Cada olhar, um adeus carregado de tudo o que fomos e nunca seríamos de novo:

“Hoje eu ouço as canções que você fez pra mim, não sei porque razão tudo mudou assim, ficaram as canções e você não ficou. Esqueceu de tanta coisa que um dia me falou, tanta coisa que somente entre nós dois ficou, Eu acho que você já nem se lembra mais…

Naquela primeira parte era impossível não me lembrar de todas as vezes que o Lucas pegou o violão e cantava para mim, era impossível não lembrar das palavras, cartas, gestos de amor, enquanto eu dançava com o Lucas, nossos corpos colado, sentido seu cheiro, e ouvindo a música foi definitivamente um momento marcante.

….É tão difícil olhar o mundo e ver o que ainda existe, pois sem você meu mundo é diferente, minha alegria é triste, quantas vezes você disse que me amava tanto, tantas vezes eu enxuguei o seu pranto, e agora eu choro só sem ter você aqui…

Ali me lembrei quando ele acabou com a Brenda e sofreu, e chorou e eu estava lá, enxugando suas lágrimas, dando o apoio que ele precisava, e me lembrei das vezes que chorei, das decepções, porque realmente o Lucas era o meu mundo.

“... É tão difícil olhar o mundo e ver, o que ainda existe, pois sem você meu mundo é diferente, minha alegria é triste, quantas vezes você disse que me amava tanto, tantas vezes eu enxuguei o seu pranto, e agora eu choro só sem ter você aqui.”

E ali, terminávamos a nossa história de amor. Foi o fim de um ciclo, o fim de um livro. Tive bons momentos, e seriam somente esses que eu levaria comigo. O Lucas foi, e sempre será, especial, mas sabíamos que nunca daríamos certo juntos, pelo menos não naquele momento. Não queria me apegar a um possível futuro. O Lucas já era passado, e o presente, o que importava agora, era seguir em frente. O futuro a gente não tem como prever.

Quando a música terminou, nos abraçamos. Foi um abraço apertado, um abraço de despedida, algo único. Ali, poderia até ter rolado um beijo, um último beijo, mas eu sabia que, se o tivesse dado, as coisas poderiam se desandar. E, no fundo, foi melhor assim. Aquele era o nosso final. Não era o final feliz que eu tanto quis, mas eu sabia que era o final necessário.

Fechei o ciclo. Pedi desculpas pelos meus erros. Ele pediu desculpas pelos dele. E agora, estávamos livres, sem aquela sensação de algo mal resolvido. Talvez, num futuro, pudéssemos ser amigos, mas, como eu disse, não quero pensar no futuro.

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Esse capitulo, quero dedicar um fiel leitor que ama maria Betânia, espero que ele goste da surpresa e do cap!

Estamos na reta final, acho que amanhã ou no máximo terça posto o capitulo final, e depois vou postar um outro capitulo explicando algumas coisas que ficaram soltas, espero que vcs tenham gostado, mas eu vou deixar para dar outras considerações, quando postar o ultimo cap.

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Comentários

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As vezes o amor da sua vida não é o amor pra sua vida. É isso

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Não é o final que eu sonhei. Não entendo amor que não vale a pena lutar por ele. Não é amor. Quem ama persevera, ainda mais se ambos se amam. E não acho que o Lucas como passou a ser construído nos últimos capítulos amou de verdade o Rafa, porque amor não cede a distância ou circunstâncias

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Rafa merece um final feliz com alguém que ele e seja correspondido tb.

Espero que o namorado do Lucas não seja o Alysson. Estranho o Lucas transar com ele e fazer doce pro Rafa, quando o chamou pra conversar. Difícil Lucas se redimir, mas não é impossível.

Agora, e Bernardo? Meu personagem favorito foi ignorado. Por favor, Lucas faz dele. achei que fosse ter um capítulo sósbre ele como vc fez com Lucas.

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acompanhei desde o início e foi muito visceral, cheio de verdades,dores e sexo. a relação familiar surubatica me deixou intrigado e curioso. Rafa vc pegaria seu filho ou irmão sendo eles maior de idade? essa tradição familiar terimnou contigo? sentirei saudades desse conto.abracos rafa.

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Será que Lucas está namorando Alisson? Por favor, Lukas, não faz isso. Eu gosto tanto do Alisson, isso seria péssimo, uma traição enorme com o Rafa.

Mas amei saber que Rafa está em processo de evolução.

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Fico com o coração apertado com o final dessa história. Fico feliz com o ponto final da história entre o Lucas e o Rafa, não entendii se o Lucas está namorando a mulher que estava gravida ou é um novo relacionamento. Acho inconsistente ele dizer que esta namorando para o Rafa mas transar com o Alysson

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Eu acho que o Lucas está namorando o Alyson, só lamento o tio dele pensar mais em macho do que na família, pois sabendo o que o sobrinho sofreu pelo Lucas, ele ainda teve a cara de pau de se envolver com o ex do sobrinho, mesmo que tenha sido só uma vez.

A única pessoa que apareceu no contou até agora que aparenta ser a pessoa certa para o rafa,é o Bernardo, mas o Rafa nunca será o certo pra o Bernardo, ele não soube da valor e nunca amou o suficiente.

Gostaria de se possível, pedir um conto futuro sobre o Bernardo, ele é um personagem que mr apeguei bastante.

Parabéns mais uma vez por seu conto !!

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Eu vou fazer um mini conto do Bernardo! Vou explicar tudo no último capítulo!

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li todos os capitulos que vc postou, e me emocionou muito a sua historia, espero que vc nao pare so nesta e continue a escrever e estou torcendo para um final feliz para o Rafa pois ele merece depois de tudo que passou e as traiçoes.

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Momentos complicados, mas a vida é assim, temos que priorizar a nossa saúde mental, priorizar-se. o coração chega aperta, em pensar que essa linda e excitante história tera um fim.

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Fiquei sem graça com a "punição" dada ao Lucas com o acidente e perda do filho. Uma vingança clara. Não esperava. Mas...

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Lucas, já estamos no final 😭😭, fico feliz que o Rafael tenha conseguido fechar de fez o ciclo dele com o Lucas. Espero que ele encontre um amor verdadeiro que o corespoda a altura.

Estou triste que essa história maravilhosa já vai acabar, mas como você disse é um ciclo que se fecha para começar outro, vou sentir muita falta sua, sei que está produzindo algo novo mas vai demorar um pouco, sabe como sou ansioso então de se apressar, e esperando o GRADE FINAL 😭😭

PS:Der notícias do Bernardo, aguardando ansiosamente a mine série dele. Bjs do eu fã.

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