Me leva com você 16

Um conto erótico de R Valentim
Categoria: Gay
Contém 3767 palavras
Data: 23/02/2025 22:52:06
Assuntos: Gay, Amigos

Vou precisar adiar meu plano para hoje, estou muito abalado depois da ligação do meu pai, não estava mesmo esperando por isso, Téo se oferece para ficar comigo, mas digo a ele que estou bem, vou ficar bem com certeza só preciso de tempo para processar o que aconteceu agora a pouco e também preciso pensar no que vou fazer com esse dinheiro, bem por hora o deixo guardado na minha conta.

Aviso aos meus amigos que vou ficar off e desligo meu celular pelo resto do dia, ficar sozinho às vezes ajuda a pensar melhor, refleti sobre tudo que meu pai me contou e até o que Téo me falou também, não posso gostar do Ciço, talvez em outra vida a gente desse certo, mas nunca poderia fazer isso com Dan — sem contar que não acho que Ciço sinta algo também, ele é maluco pelo Dan.

Ele é bonito, gosto da sua companhia e não vou mentir, transar com ele deve ser muito bom, mas isso nunca vai deixar de ser apenas uma fantasia na minha mente, muito bem enterrada, sei lá, Ciço é um cara apaixonante, cheio de qualidades e beleza, mas ele é comprometido e apenas meu amigo, não estou indo embora por causa dele, estou indo por que sinto falta de casa, dessa vez não é uma fuga, é só uma despedida mesmo.

Téo tira essas loucuras da cabeça e isso me deixa doidinho, mas não vai rolar nada entre a gente, acredito que Ciço nem pensa em mim dessa forma, assim como também só penso nele como meu amigo — se fosse em outra vida — preciso parar de pensar nisso, volto a focar minha cabeça no meu pai e em sua ligação, a noite telefono para o pai Gustavo para saber o que ele acha disso.

No fim meu pai confirmou a história, disse que já sabia que ele iria me enviar o dinheiro e foi ele inclusive que deu meus dados bancários para o depósito. Não quero que o pai Gustavo ache que vou deixá-lo de lado para ir correndo atrás do meu pai biológico, mas no fundo estou muito curioso sobre meu pai, em algum momento vou fazer essa viagem, só que só vou conseguir depois de ter certeza de que estará tudo bem para o Pai Gustavo se eu for.

A semana da semifinal chegou, os moleques estão treinando muito, Junior vai poder jogar e tanto Tales quanto eu estamos de olho para impedir qualquer confusão por menor que seja, não querermos ter que passar por estresse de novo. Comparada a semana passada, essa foi bem mais tranquila, na quarta tomei meu último café da manhã com Téo, ele está meio triste por ir brigado com Tales, mas parece animado com a viagem em si.

Como o voo dele ficou marcado para de manhã depois do café ele me pede para deixá-lo no aeroporto. Ele se desfez de umas coisas me deu outras e levou algumas mais um bocado para Sobral quando foi lá semana passada, no aeroporto ele simplesmente me deu um presente que não estava esperando.

— Você já vendeu o carro, vai precisar que eu entregue para alguém? — Pergunto.

— Não vou vender não — ele diz.

— Então o que eu faço com ele? — Pergunto totalmente confuso, não acho que o Tales vai guardar.

— Dirigi ué — ele diz como se não fosse nada.

— Para de brincadeira Téo.

— Quero que fique com ele, já ia trocar de carro mesmo e também preciso te compensar por ter feito você perder o semestre na faculdade.

— Téo, você não pode me dar um carro — o repreendo.

— Vou ganhar em euro, fora que tenho uma grana guardada, não sou de gastar muito Rick e você realmente merece.

— Você é maluco.

— Já ouvi isso antes — Téo diz rindo — olha Ricardo você é um cara legal, um cara bem mais legal do que eu, você vai precisar do carro, estuda muito longe do sítio, vai facilitar muito sua vida.

— Eu vou te pagar.

— Nem começa, é presente, e não é como se eu tivesse te dando um carro zero, então relaxa e aceita que a vida pode ser boa às vezes e você pode ter mais de um amigo rico.

— Você não é rico como o Ciço — digo rindo.

— Ele não te deu um carro deu? — Téo contra argumenta e nós dois caímos na risada, depois disso o abraço e lhe desejo toda sorte do mundo nesse novo projeto, assim meu mentor embarca para Europa para sua vida pelos próximos doze meses.

Do aeroporto desço pro trabalho ainda sem acreditar que o maluco do Tèo me deu o carro dele, esse meu professor nunca girou muito bem da cabeça, mas vou sentir muita falta dele, espero que esse ano passe logo para que ele volte e possamos nos reencontrar, ou quem sabe ele fica por lá e eu é quem vou visitá-lo, bem dinheiro para isso eu meio que tenho guardado agora.

Ter um carro ajuda muito, tipo consigo chegar no trabalho muito mais rápido, meus pais quase não acreditaram, mas Téo é tão maluco que no final dá para aceitar que isso é uma coisa que ele faria, mesmo que gera estranheza, na sexta fizemos a transferência do carro pro meu nome, só aí vi que ele realmente estava falando sério sobre me dar o carro, maluquice isso.

Sexta também acontece o último jogo da semifinal, o que vai decidir se vou embora esse fim de semana ou se vou permanecer em Fortaleza por mais duas semanas, estou mais preocupado com os moleques, por mim mesmo não estou ansioso, já sei que de um jeito ou de outro eu vou voltar para casa — mas vai ser muito melhor voltar com um título do que de mão abanando, enfim treinamos muito e estamos prontos para esse jogo.

Tales está arrasado então está cento e dez por cento focado no trabalho, acredito que para não pensar muito no que Téo está fazendo lá na Europa e por falar nele, meu mentor não brincou sobre querer viver essa experiência, ele mau chegou e já está indo nos pubs e conhecendo pessoas por aplicativo, segundo ele, não é sua primeira vez fora, ele foi campeão mundial de judo então já sabe como é está rodeado de gringos, acho que por isso quis ir solteiro, Téo é um amigo incrível, mas um péssimo companheiro, tenho minhas dúvidas se ele realmente chegou a amar oi Tales, porque superar alguém assim é surreal, seu ex está definhando e se atolando em trabalho e ele está transando com europeus com menos de uma semana de viagem.

Acordo cedo, como tem o jogo tenho que entrar antes, o problema é que não estou me sentindo bem, deve ter comido algo que me fez mal, estou febril e com uma leve vontade de vomitar, mesmo depois do banho não consigo melhorar, ainda sim me arrumo para ir para a escola. Na porta de casa meus sintomas se completam com uma dor de cabeça, acho que não vou ter mesmo como ir, mando mensagem para o Tales que me manda ir imediatamente procurar um médico, o problema que não conheço nenhum lugar e nem acho que estou em condições de dirigir agora, pego o celular e ligo pro Raylan, mais seu telefone está desligado, pela hora ele já deve está na faculdade, o próximo da minha lista é o Mauro.

Mando mensagem para ele falando que estou passando mau, mas minha mensagem nem chega, deve está com os dados móveis desligados ou até mesmo com o telefone descarregado, foda quando se precisa de alguém em uma cidade onde não conhece ninguém, penso em mandar mensagem para o Dan, mas acho que não é uma boa ideia, só me resta o Ciço, então mando uma mensagem, ele visualiza quase que na mesma hora e já me liga.

— O que você tem? – Sua voz parece preocupada, então tendo tranquilizá-lo falando que não estou tão mal, só quero um lugar onde possa ser atendido — tô indo aí.

Menos de vinte minutos ouço a buzina da sua moto, como estou meio mal para andar de moto decidimos ir de carro mesmo — ele assume o volante e me leva até um hospital mais ou menos perto de casa, só que ele não parece desse que atende pelo sus, mas quando o questiono ele me afirma que para urgência e emergência eles fazem atendimento pelo sus, bem não estou podendo reclamar muito, porque além de dor na cabeça começo a ter dor no abdômen também.

— Ciço obrigado — agradeço.

— Relaxa.

O médico só olhou para mim e disse que estou com uma intoxicação alimentar, mas depois de um pouco mais de atenção ele me falou que muito provavelmente foi causada por estresse, aparentemente se você está sob muito estresse alguns alimentos podem acabar causando um efeito negativo no corpo, somado ao fato de que estou vivendo de macarrão instantâneo ultimamente minha situação se complicou um pouco.

O lado bom é que até segundo vou está bem melhor, porém ele me passou algumas restrições e remédios, ou seja vou ficar de molho mesmo por uns bons dez dias, o que quer dizer que não vou poder ir no racha amanhã. Bem, se a intenção é relaxar não poder ir para a única coisa que tem me deixado animado não vai ser nada bom.

Tomei remédio na veia o que me ajudou um bocado, depois passamos numa farmácia para comprar os remédios, ainda vou precisar ir na escola para deixar meu atestado logo, o médico me deu os justos dez dias, mas posso fazer isso outra hora, concluímos essa volta toda com ele me deixando em casa de novo, Ciço insistiu para ficar e me ajudar, mas já estou bom o suficiente para ficar só, não quero fazer com que ele perca o dia inteiro aqui.

— Ciço muito obrigado, mas preciso mesmo dormir e se você correr ainda pega as últimas aulas — digo, o hospital foi inacreditavelmente rápido.

— Qualquer coisa me liga — ele ordena.

— Sim senhor — digo.

Estou ansioso com o resultado do jogo, porém não quero voltar a sentir dor então tomo um banho e deito na minha cama para descansar, o remédio me deixou meio letárgico, assim acabo pegando no sono, tem um tempo que não tenho um sono tranquilo, mas algo me acorda, estou ouvindo umas pancadas longe, estou voltando ao mundo aos poucos até que começo a entender que tem alguém quase derrubando minha porta, levanto de uma vez — e me arrependo, pois agora estou tonto — vou cambaleando até a porta e vejo Mauro pálido na minha porta.

— Mauro — digo com a voz ainda fraca do sono e da fome que começa a me pegar agora, está começando a anoitecer, acho que dormi o dia inteiro.

— O que você tem, por que não atendeu a porra do telefone Ricardo? — Sua voz está carregada de preocupação e raiva.

— Desculpa — digo ainda tentando voltar totalmente a realidade.

Ele entra e só aí é que consigo explicar para ele o que aconteceu e também que já fui no medico, ele fica meio puto por ter sido Ciço a me socorrer, mas não diz nada quando mostro que tentei chamar por ele antes, Mauro sai para comprar janta para mim, ele trouxe água de coco que o médico disse que ajuda a me hidratar também é espetinhos para jantarmos.

Estou me sentindo um pouco melhor e até consigo comer um pouco, Mauro fica comigo me fazendo cafuné na cama por um bom pedaço de tempo também, até chego a pensar que ele vai dormir comigo e agarrar no sono de novo com seu carinho, mas quando acordo vejo que estou sozinho no apartamento, ele se foi.

— Tive que buscar o Junior na casa da mãe dele, essa semana ele fica comigo, qualquer coisa me liga — ele me mandou essa mensagem depois de ir embora, imagino.

Também vejo mensagens do Ciço, Raylan e até do Téo — não sei como ele ficou sabendo — todos querendo saber como estou, depois de responder todo mundo tento voltar a dormir, mas já dormi tanto que não consigo mais pregar o olho, ligo a TV para ver algo então, até conseguir pegar no sono de novo. Só no sábado de manhã é que vejo que nosso time venceu, estamos oficialmente na final, estou radiante com a notícia, porém as dores voltaram então fico quietinho na minha cama para não ter problemas.

Não sei se é o remédio, mas estou sentindo sono de novo, só que dessa vez consigo acorda quando Raylan e Guigo aparecem trazendo meu almoço e algo para jantar, agradeço, pois parece que meu lençol pesa meia tonelada agora, não iria conseguir sair da cama para cozinhar, é difícil eu adoecer, mas quando acontece fico derrubado.

— Não vai pro racha hoje? — Raylan me pergunta.

— Não posso, o médico disse que preciso ficar em repouso e não vou conseguir jogar estando assim também.

— Faz sentido — Guigo responde.

— Irmão, você está bem? — Raylan me pergunta — é que temos que ir, mas se você não estiver se sentindo bem eu posso ficar aqui com você e o Guigo volta para casa por causa do meu sogro.

— Eu estou de boas, qualquer coisa aviso vocês prometo — tranquilo meu amigo.

Estava precisando descansar então não está sendo de todo mal ficar em casa um pouco, acho que meu corpo precisava desse descanso, por isso adoeceu, fico vendo tv até o sono me pegar de novo, Mauro e Ciço me mandam mensagem perguntando como estou também, mas a mensagem que mais pega de surpresa é uma da Isa — irmã do Dan.

— Rick, Dan me falou que você está doente.

— Oi Isa, estou melhorando, ia te ver hoje, mas acabei ficando doente — respondo.

— Pensei que ia embora sem falar comigo de novo.

— Dessa vez não, e aí com você está? Quais as novidades?

— Tô ficando com um médico agora, estava com um cara antes, mas o babaca me aplicou um golpe e você?

— Estou solteiro, mas estou indo bem, focando no trabalho — respondo.

Trocamos mais algumas mensagens até que por fim ela se desculpou por ter contado ao meu pai sobre o beijo, Isa me falou que ficou com ciúmes na época e posso entender totalmente o que ela passou, por isso que nunca senti mágoa dela, pelo contrário quem lhe deve desculpas sou eu.

— Isa, sou eu que lhe devo desculpas, não deveria ter te tratado como tratei e beijar o Dan não foi justo nem com ele e nem com você.

— Obrigado Rick, mas também já é passado né, ouvi falar que você pega homens agora?

— É sou Bissexual — respondo.

— Ótimo, se quiser um revival só avisar — ela manda essa mensagem seguida, um emoticons de diabo.

— Você não está namorando? — Pergunto.

— É o que dizem o Rick é o Rick — estou rindo de sua mensagem, Isa não mudou nada pelo jeito.

— Vou lembrar disso quando estiver por aqui de novo — depois disso trocaram mais algumas mensagens e depois um boa noite, ainda ganhei uma foto dos seus lindos seios em visualização única só pra me provocar, deu até um pouco de saudades.

Antes de dormir Ciço e Dan dão uma passada rápida também depois do racha para saber com estou, só que foi bem rápido mesmo, Dan parece que pegou gosto em acompanhar o Ciço nos rachas, mas notei que ele estava meio inquieto, não sei se isso é boa coisa, mas pode ser efeito dos meus remédios, pelo menos era o que eu pensava, até ouvir meu telefone tocar no meio da madrugada com o número do Ciço na tela.

— Alô — digo atordoado.

— Tô aqui embaixo — Ciço tem a voz embargada, vejo a hora e passa das duas da manhã.

Levanto de uma vez e vou até a porta para abrir o portão — usando o controle — Ciço chega ao meu apartamento com um aspecto completamente destruído, ele está com os olhos vermelhos e meu coração está palpitando fortemente.

— O que aconteceu, Ciço? — Pergunto preocupado.

— Ele me pediu um tempo Rick, o Dan terminou comigo — sinto um aperto gigante no peito e o puxo para um abraço forte.

— Calma, me explica isso direito — digo tentando manter a voz firme.

Ciço me conta que Dan disse está confuso e que pediu um tempo para pensar, ele ficou tão desesperado que correu sem rumo pela cidade de moto e que veio parar aqui por que não queria ficar só em casa, ele trouxe uma tequila, Ciço está convencido a beber até esquecer o dia horrível que teve.

— Ciço o Dan não vai terminar com você — digo olhando em seus olhos — ele te ama macho, calma.

— Esse lance de pedir tempo, eu sei como funciona — Ciço está desesperado, nunca pensei que o veria assim, tão fora de si.

— Ele só precisa de espaço, vocês vão superar — Ciço me abraça de novo feito uma criança, pobre desse moleque, mas entendo Dan, ele é correto demais para enganar qualquer pessoal se ele está se sentindo confuso, mas sei que esse tempo vai deixar claro para ele que Ciço é o cara que ele ama de verdade, o que eles têm é real, diferente do que ele sente por mim que é apenas uma lembrança cheia de e ses que nunca vão se realizar.

Bem ele quer beber, mas não posso beber com ele por causa do remédio, então preparei algo para que ele jante, afinal não vai fazer nada bem ele beber de barriga vazia, depois fico com ele até que a garrafa de tequila esteja vazia, ele bebe com um Opala velho, deve ter o fígado de aço, tomar sozinho uma garrafa de tequila não é para qualquer um, pelo menos a garrafa parece cumprir seu papel e o deixa completamente chapado e anestesiado, pelo menos por agora.

Ele está cambaleando e quase desacordado, mas não posso deixá-lo dormir assim, levo ele para debaixo do chuveiro, tiro sua roupa e lhe dou um banho, depois visto nele um dos meus calções de jogar bola e o coloco na cama, Ciço vai seguindo meus comando com dificuldade, porém não reclama, mesmo bêbado e quase inconsciente ele chorou até pegar no sono, espero que esse tempo do Dan não dure tanto assim, ou se não Ciço vai sair muito machucado.

Na manhã seguinte acordo cedo, preparo um café e levo na cama para ele, em seu celular em uma mensagem da sua mãe, mas nenhuma do Dan, se conheço bem meu amigo ele deve está morrendo de vontade de falar com Ciço, mas vai levar essa história adiante até ter certeza do que vai fazer, ele sempre foi cabeça dura e isso parece não ter mudado.

— Desculpa ter aparecido aqui no meio da noite — Ciço pega o café, seu olhos ainda meio entreabertos, deve está morrendo de ressaca, aproveito para lhe dar um dos meus comprimidos para dor.

— Olha melhor aqui do que em algum bar por aí — do jeito que ele é, nem quero pensar se ele decide tomar esse porre em um bar sozinho.

— Ele me deixou e nem pude fazer nada — Ciço começa a se lamentar de novo.

— Ele não te deixou Ciço, é só um espaço que ele precisa para pensar, vocês ainda estão juntos, ainda são um casal — ele me encara com os olhos vermelhos e chorosos.

— E se ele resolver que não me ama durante esse tempo, o que eu faço?

— Ciço o Dan te ama e ele vai notar logo logo que vocês são feitos um para o outro, só precisa ter um pouco de paciência e ser forte.

— Não sei se consigo, meus pais irão perguntar por ele, já estou ouvindo meu pai reclamar comigo, dizer que estraguei tudo e que só faço merda.

— O que ele falou, tipo ele te deu um prazo?

— Não, apenas disse que precisa de um tempo sozinho para entender seus sentimentos — só de repetir seus olhos se enchem de lágrimas de novo.

— Mas ele chegou a dizer que queria terminar?

— Não, ele só me pediu espaço e tempo.

— Então, vocês estão juntos, calma que as coisas vão se resolver, só precisa dar um pouco de tempo para ele.

— Eu amo ele mais que tudo Rick — Ciço está em pedaços e eles nem temiam, ele ama muito meu amigo, isso dá para perceber de longe.

— Ei você tem a gente para te ajudar a passar por isso, fica tranquilo — digo.

— O Raylan é mais amigo dele, até prefiro que Raylan apoie ele, Dan não tem muitos amigos — Ciço diz pensativo.

— Tudo bem, estou aqui pro que você precisar — ele me encara e o abraço de novo.

— Rick, posso ficar aqui, não quero ir para casa.

— Claro, fica o tempo que você precisar, amanhã na faculdade vocês já vão está de boas, tenho certeza — tento passar o máximo de confiança para animá-lo.

— Você acha?

— Tenho certeza, agora que tal providenciarmos algo para almoçar?

— Não estou com fome — ele diz desanimado.

— Olha se você veio para cá e que você sabe muito bem que não vou te deixar ficar sem comer o dia inteiro, vamos comer sim, só preciso ir no mercado — digo com um sorriso sem jeito, tenho que aprender a medir certo as compras que faço, estou sempre com algo faltando em casa.

— Podemos pedir algo, não quero sair da cama hoje — Ciço está todo manhoso, mas pelo menos aceitou comer.

Passamos o Domingo vendo filme e até conseguimos fazer ele comer algo e o principal consegui convencê-lo a não beber mais, afinal Dan pode ligar a qualquer momento e beber não vai ajudá-lo em nada. Segunda ele vai para faculdade cheio de esperança, mas volta ainda mais deprimido na hora do almoço e também com uma bolsa com roupas.

— Se importa se eu ficar aqui mais uns dias? — É tudo que ele me fala.

— Minha casa é sua casa irmão — com estou começando a me sentir melhor das dores no estômago, preparo uma canja para o almoço, sim, fiz umas compras.

Ele não entra em detalhes, mas pelo menos está menos eufórico, pelo que entendi Dan e ele conversaram de novo e Dan disse que não quer terminar, mas que ainda vai precisar de um tempo para pôr a cabeça no lugar. Ciço está deprimido, porém um pouco mais confiante de que as coisas irão se resolver, no fim tenho certeza que isso só vai deixá-los mais fortes, estou torcendo por isso, Ciço se tornou um moleque que gosto muito, e como meu amigo tudo que menos quero é vê-lo sofrer, nem ele e nem o Dan, que também deve está sofrendo muito, ainda bem que ele tem o Raylan para ficar com ele nesse momento difícil.

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Comentários

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Como leitor de romance (e um romântico) incurável, acho que tenho propriedade pra falar que essa história desperta em nós o melhor e o pior sentimento. O gosto agridoce, de querer dar um murro na cara do Dan por estar fazendo isso com seu relacionamento (dando de bandeja seu homem para uma cobra que se dizia amiga), ao mesmo tempo que entende o que passa na cabeça dele, de que ele está de fato perdido, faz com que eu ame esse conto!

Claro que minha opinião pessoal, embasada em todos os capítulos lidos até agora nessas três temporadas, é que o Dan e o Ciço são sim um casal que merece um final feliz juntos, o famoso "casal end game".

Quem teve um primeiro amor, crescendo como um adolescente Queer, sabe o que ele está passando nesse momento! Julga-lo parece a escolha mais obvia, mas só o faz quem não viveu essa experiencia devastadora. E no fim, o verdadeiro egoísta foi e ainda é o Rick.

Enfim, nosso casal merece passar por essa turbulência e voltar mais fortes do que nunca, evoluídos e mais sinceros um com outro. Assim como o Ray e o Guigo, e até mesmo o próprio Rick que merece encontrar um amor que não terá medo de segurar sua mão e gritar para o mundo que o ama (E esse amor não será o Ciço - não me faça te cancelar no twitter rsrsrsr).

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Não sei o que vai resultar dessa relação do Ciço e Rick, tô muito confuso, e ainda tem a situação do Dan e o Rick, não sei o que vai resultar de tudo isso, mas tô aqui na espera dos novos capítulos.

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Que vontade de guardar o Ciço num potinho, acho que ele é meu personagem favorito de todos, lagrimei quando ele estava triste, espero que ele fique bem logo.

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Admiro muito seus contos, sua escrita, por mais que não goste de alguns personagens, é apenas pq não concordo muitas vezes das atitudes deles, mas fico ansioso pra ler mais.

Torço para que o dan e ciço permaneçam felizes como um casal, que o ciço nunca fique com o rick, além dele voltar a ser o ciço do conto anterior, onde ele era mais presente na vidaudo dan, fazendo questão de sempre dormir juntos e estarem juntos, o que aparentemente ele deixou de lado pela amizade com o rick. Quanto ao rick, espero que não volte a ze envolver com a irmã do Dan, ele diz se importar com o wx amigo, mas desde que voltou, só erra com o Dan.

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A saga Me Leva é principalmente sobre amor, perdão, aceitação e amizade, é algo que queria fazer tinha um tempo e estou me divertindo muito escrevendo essa saga, Dan, Raylan e Rick são meus protagonistas do coração, eles não são perfeitos, mas dá para gostar deles, como autor gosto dos três igual, mas é legal ver que vocês tem preferidos, o legal de escrever é deixar que vocês tenham suas próprias interpretações, as vezes a galera aqui pensa que nem eu e as vezes aparecem comentários trazendo questões que nem eu pensei sobre o personagem enfim, essa saga é uma virada de chave para mim, estava escrevendo umas historias meio pesadas antes e a intenção nesses contos do Me Leva é trazer leveza e finais felizes, mas sem perder aquele tumulto legal que gosto de colocar no meio das historias, bem é isso adoro vocês comentando, isso me motiva muito.

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Amo demais essa saga e amo igualmente os três protagonistas. Já te disse por email e repito aqui: você cria uma história com dramas, tramas e subtramas muito bem construídas, são humanas, demasiadamente humanas. Curiosamente, a saga de Rick mexeu comigo mais que a de Dan e de Railan, talvez tenha na história dele uma incerteza de futuro que o torne mais próximo.

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Rafa, essa saga melhora a cada capítulo, eu fico aflito com os acontecimentos, você desenvolve os personagens e as situações muito bem, talvez minha saga favorita, agora tô esperando ansiosamente os novos capítulos.

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Pois fique você sabendo que a conta do meu terapeuta será sua! Você não gosta do tumulto, você gosta de mexer com o psicológico o leitor rsrsrs brincadeiras a parte, espero que essa história seja para você, como um desabrochar, sua escrita está cada dia melhor, e sua construção de personagens foi evoluindo a cada temporada publicada!

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