Mais um conto da série do gaúcho!
____________________________________________________
Nem tive tempo de responder: “pode entrar”. Depois de se anunciar, o Fred fechou a porta e começou a caminhar na minha direção. Houve um breve silêncio, preenchido apenas por alguns barulhos de escritório ao fundo.
Me ajeitei na poltrona de escritório. Tinha certeza que lá vinha problema:
-Olha só, dr. Eduardo, tem sala até com vista…- ele disse irônico se aproximando da janela, para admirar o "skyline" da Paulista- certeza que o senhor já deve ter aprontado muito por aqui…
-O que você quer, Fred?- cortei seco aquele papo furado, fingindo arrumar alguns papeis em cima da mesa- se quiser conversar com o Mauro sobre o teu caso, ele deve estar lá…
-Ah, o caso? Que nada, agora esse problema é de vocês- ele me interrompeu, desabotoando o paletó- aliás, que dupla você tem aqui no trabalho, hein? O teu chefe coroa e aquele moleque altão, que mal saiu da escola! Sendo macho, você não discrimina, né Dudinha?
Realmente, só um babaca como Fred mesmo para achar que podia chegar assim do nada, no meio do horário do trabalho, pra tirar uma com a minha cara! E ainda por cima usar aquele apelido idiota!
-Ei, pode ir parando por aí!!- me levantei pronto pra briga, elevando a voz, - vaza daqui, Fred! Ao contrário de você, tem gente que tem que trabalhar pra pagar as contas! Tu não tem nenhuma puta pra levar pra passear na tua Ferrari, não?
-Opa, por acaso você tá se convidando, é?- ele riu da própria piada, com um jeitão de moleque da quinta série.
-Fred, SAI!- bati com o punho na mesa e apontei na direção da porta, dessa vez gritando pra valer. Mas o loirão não se abalou.
-Que isso, Du! Isso lá é jeito de tratar um parça do fut, pô?- ele falou com a maior calma do mundo, abrindo os braços- e outra, você não quer causar nenhum escândalo aqui no teu trabalho, né? Imagina se o Mauro pega você gritando comigo, logo depois da nossa reunião? Daí eu vou ser obrigado a contar tudo o que eu sei pra ele…
-Ok, Fred- tentei me acalmar, mordendo o punho cerrado- vai, diz logo o que você veio fazer aqui!
-Queira se sentar- ele me disse indicando a minha poltrona com a mão, como se a sala fosse dele. Cumpri o pedido, sem nem refletir o quão absurda era aquela situação- na verdade não é nada demais, Du. Só queria saber como você tá. Quanto tempo faz que a gente não se vê mesmo?
-Não sei, Fred…quase um ano já…- respondi ainda contrariado.
-Nossa, o tempo voa! Pra você ver, parece que foi ontem mesmo que eu casei!- o Fred me falou cruzando as pernas, à vontade- e você, ainda tá com a Letícia?
-Não, a gente terminou…mas agora tô outra mina agora, não que isso seja da tua conta- apesar de ter dito isso, era óbvio que eu queria me gabar da minha nova namorada na cara do Fred.
-Ah é?- ele deu um sorriso travesso- nossa, certeza que ela deve tá achando que fisgou um partidão, né? Com essa cara de mal, barbado, fortão. Mal sabe a coitada que tu deve tá atrás das calcinhas dela!
-Porra, Fred, já falei pra você parar com esse papo aqui, mano!- voltei a me exaltar, ameaçando me levantar de novo.
-Tá bom, tá bom, eu paro…- ele fez um gesto para que eu me acalmasse- bom, mas jogando a real, Du, queria conversar trocar uma ideia contigo sobre o que aconteceu contigo a o resto da galera. Nunca entendi porque você sumiu daquele jeito. Tudo bem, rolou aquela história lá com o Will, foi uma merda mesmo. Mas poxa, também não precisava causar assim, né?
-Eu, causando?!- rebati, puto da vida- ah Fred, para, né?! Você não tava lá pra ver a humilhação que eu passei! Tudo por culpa daquela tua ideia ridícula e do arrombado do Will!
-Meu Du, juro que te entendo. Foi uma puta presepada mesmo!- ele me disse com um tom compreensivo- mas primeiro que o Will, depois do que rolou, nem joga mais com a gente. Foi chutado do time. Aliás, faz um tempão que não vejo aquele babaca!
-Hm, sério?- apesar de não ter certeza se o que o Fred me dizia era verdade, me alegrei com a possibilidade de Will ter sido expulso do time.
-Sério! E outra, Du…você sabe que eu tenho esse meu jeito, mas sempre gostei pra caralho de você!- e olhando um pouco para baixo, parecendo sem jeito- na moral, a gente sente tua falta lá...
Mais uma vez, o Fred me surpreendeu. Desde o nosso papo na festa de casamento dele, descobri que, apesar daquela pose toda de playboy, o loiro não era assim tão insensível como eu sempre achei que ele fosse. Confesso que naquele momento, achei ele ainda mais charmoso. Quando dei por mim, estava admirando a beleza do Fred: o queixo marcado, viril, os olhos de moleque sem vergonha, cor de mel, as mechas douradas de cabelo, a postura ereta e nobre, como um tenista. E como se não bastasse ser gato desse jeito, eu sabia muito bem o tamanho do dote que o loirão tinha herdado da família!
É a Nicole, a esposinha dele, era mesmo uma garota de sorte!
“Opa, calma lá!”, pensei. Era do Fred de quem eu tava falando! Tudo bem, ele até podia estar sendo sincero. Mas meu amigo não era do tipo que dava ponto sem nó. E ele sabia muito bem usar aquele carisma todo a seu favor. Certeza que o loiro tinha algum motivação secreta para ter ido me ver:
-Ah, conta outra vai, Fred! A galera deve me zoar até hoje por causa daquela porra!
-Não Du, sério, todo mundo sempre se lembra de você!- ele me garantiu- até porque né, com todo respeito, mas uma bunda dessa é pra deixar saudade mesmo…
-FRED!
-Tá bom, parei! Mas viu, tô te dizendo a verdade. E bom, já que a gente tá nesse assunto: tem um cara lá do fut, em especial, que esse... tenho certeza que nunca te esqueceu…
Já devia ter imaginado. Era questão de tempo até o gaúcho surgir na conversa:
-E o Dani, como é que ele tá? não contive minha curiosidade.
-Ah, o gaúcho continua igual, daquele jeito dele! Tá bem na carreira também, crescendo bastante. Mas vou te falar: eu sei que ele tenta segurar a pose, mas o cara nunca mais foi o mesmo depois que vocês terminaram, Du!
Ouvir tudo aquilo revirava o meu coração. Eu ainda sentia uma saudade insana do Dani. Minha vontade era parar tudo o que eu tava fazendo e ligar pra ele na mesma hora. Mas independente do gaúcho ainda pensar em mim ou não, eu não tinha feito todo aquele esforço de reconstruir a minha vida à toa!
-Fred, de verdade…eu valorizo que você veio aqui me contar de tudo isso. Mas voltar para aquele ambiente, para aquela galera…não dá, cara! Já tomei minha decisão e não vou voltar atrás!
Meu amigo baixou os olhos ao ouvir minha resposta. Como eu sabia muito bem, ele não era o tipo de cara que lidava bem com ser contrariado. Quando levantou o rosto, notei uma expressão de decepção passar pelos seus olhos. Mas foi rápido. Logo o Fred corrigiu a postura e voltou a ser o mesmo riquinho metido a besta de sempre:
-Bom, já que você tá tão decidido- ele devolveu com uma pontada de ironia, se levantando e voltando a abotoar o paletó- acho que a nossa conversa termina aqui.
-Foi bom te rever, Fred- eu disse, também me levantando. Senti que estava saindo por cima da situação.
-Conto com você na minha festa, pelo menos?
-Putz, sobre isso- respondi sem graça, enquanto nós caminhávamos em direção à porta-…agradeço muito o convite, mas como te falei, rever toda a galera do fut, acho que…
-Ah, não! Não vou aceitar um não como resposta!- ele me cortou bruscamente, bem-humorado- você ouviu o teu chefe: é bom me deixar feliz com esse caso. E outra, se você tá preocupado com o gaúcho, ele não vai poder ir. Então vem sem medo!
-Ok Fred, você JURA então que o Dani vão vai?- perguntei, parando em frente à porta.
-Claro Du! E quando foi que eu já te enganei antes?
-Hmmm, sei! Vou pensar no teu caso…
-Beleza, então!- ele ficou visivelmente mais animado com a minha resposta- Espero te ver em breve, Du!
-Quem sabe, Fred...quem sabe...- falei, já um pouco mais relaxado na presença dele.
Nos despedimos com um toque de mão de amigos, sem aquela formalidade da reunião de antes. Fiquei feliz que terminamos a conversa numa boa. E mais ainda que tinha conseguido marcar posição! É, parecia que aqueles dias que caras como o Fred podiam me fazer de gato e sapato tinham terminado! Pensava nisso até que, quando estava prestes a abrir a porta, notei algo caindo no chão. Era a carteira do loiro, que tinha parado um pouco atrás de mim. Me agachei para pegar. Foi tão instintivo que nem reparei que, ao me abaixar, empinei a bunda bem na direção do meu amigo.
Quando eu estava já me levantando, senti de novo aquela mãozona me apalpando. Pela segunda vez no dia!
-Coisa linda, hein?- ele sussurrou no meu ouvido, pegando de volta a carteira com a mão livre. Loiro pilantra, pegando na minha bunda como se fosse um brinquedo dele!
-CARALHO, Fred! Tá doido, cara?- disse olhando para a janela, com medo de alguém ter flagrado aquela cena. Por sorte, o corredor estava vazio- Tá a fim de apanhar, vacilão?
Por um segundo, o Fred me olhou de cima a baixo, com aquele típico ar arrogante. Foi aí que ele fez algo que me pegou totalmente de surpresa. Pouco se lixando pra minha ameaça, o goleiro do meu antigo time voltou a agarrar minha bunda, dessa vez com mais força. Como o Fred era mais alto do que eu, meu rosto ficou quase na altura do peitoral do seu peitoral. Olhei para cima, assustado, me lembrando da vez em que ele me flagrou experimentando o sutiã da noiva dele no banheiro:
-Ah Du, corta essa! Vai me dizer que você não tem nem uma pontinha de saudade de ser a Dudinha? Saudade de ser desejada, admirada…como mulher, como fêmea!- sem tirar a mão da minha bunda, ele me puxou para ainda mais perto. Quem visse de longe, poderia imaginar que a gente estava prestes a dar um beijo- porra, você deixava um time de futebol inteiro arrastando um bonde por você! Que mulher pode falar a mesma coisa? E vem cá Du, me diz: quando foi a última que você gozou? Mas gozou MESMO, a ponto de revirar o olho, de ver estrela? Vai, me fala!
-E-eu…- o rumo daquela conversa me surpreendeu. Mas mesmo assim, lutei ao máximo para manter a pose- ah, eu gozo pra caralho com a minha mina, valeu?
-“Eu gozo pra caralho com a minha mina, valeu?”- ele repetiu, imitando minha voz- eu duvido! Quer saber o que eu acho? Tu deve comer essa mina aí por obrigação, como um trabalho! Porque lá no fundo, eu sei que a Dudinha tá aí escondida! E com esse cuzinho guloso piscando, louquinho pra levar vara! Eu sei, eu vejo no teu olho!
O discurso do Fred me deixou sem reação. Queria bolar alguma resposta, mas não encontrava as palavras. O loiro então tirou a mão da minha bunda, me deixando ir. Mas algo em mim queria pedir para ele deixar aquela mãozona de goleiro exatamente ali:
-Fred, pera aí…- falei em voz baixa, ofegante.
-Depois a gente conversa melhor, Du. Mas pensa no que eu te falei agora- ele disse abrindo a porta, com um sorriso no rosto- e bom, na festa a gente vai ter bastante oportunidade de colocar o papo em dia…bom, é isso! Até mais, “dr. Eduardo”!
Fiquei tão inquieto que não consegui mais trabalhar naquele dia. No caminho de volta pra casa, as palavras do Fred iam e voltavam na minha cabeça, como ondas. Em especial aquela pergunta: “Quando foi a última vez que você gozou?”. O loirão tinha cutucado em uma ferida dentro de mim. Claro que eu já tinha gozado várias vezes com a Bianca. Mas gozado MESMO, do jeito que o Fred descreveu? Ah, aí já era outra história! A verdade é que ele tinha razão: transando com minha nova namorada, sentia que interpretava uma personagem que conhecia há anos. Quase como um ator que de tanto fazer uma peça, sabia as falas de cor e salteado. Tudo eficiente, mas mecânico, sem graça. “Quando foi a última vez que você gozou?”. Aquela pergunta não me deixava em paz. Porque eu sabia muito bem a resposta…
Aos poucos, fui me lembrando dos detalhes daquela noite. Da meia-luz do banheiro do bar, dos sons à distância, do barulho da meteção. Da sensação indescritível que é ter seu cu rasgado por uma pica enorme, uma vara de garotão. E daquela voz de moleque malandro, sussurrando:
“Ah caralho, eu vou gozar! Vê se goza pelo grelo também, gatinha”
Caralho, de novo aquele filho da puta do gauchinho voltava pra me atormentar! Assim que cheguei em casa, tudo o que eu mais queria era tomar uma ducha e cair na cama, para ver se passava o efeito da conversa com o Fred. “Se controla, Eduardo!”, pensei, enquanto tirava a roupa para tomar banho.
Já pelado, me olhei no espelho do banheiro. Naquela época, estava treinando 6 vezes na semana. Nunca me senti tão bem com meu corpo! O bíceps pronunciado, com as veias saltando, abdômen com seis gomos, V da cintura definido, peitoral largo. Todo peludão, com barba cerrada. E óbvio, como eu sempre me gabei a vida toda, uma bela pica no meio das pernas. “Porra, qual mina que tu não pega, Eduardo?”, tentei levantar minha auto-confiança, enquanto admirava o resultado de meses de academia.
Até que meus olhos pousaram na minha bunda. Fazia tempo que não treinava inferiores, ao contrário dos tempos em que eu saía com o Dani. Não resisti à tentação de acariciar meu rabo. Como eu não estava depilando, ele estava levemente peludo. Uma típica bundona de homem. Mesmo não treinando, continuava enorme. Arrebitada. Tão macia e dura como antes.
Nesse momento, uma memória distante pipocou na minha cabeça. Uma vez, o Dani e eu alugamos uma casa no litoral, durante algum final de semana que a Letícia tinha viajado pro interior. A gente passava o dia inteiro na praia, curtindo o sol e o mar, rindo das piadas um do outro. E quando chegava o final da tarde, a gente transava que nem dois coelhos, às vezes até o amanhecer. De dia ele me obrigava a usar uma sunguinha minúscula, que por pouco não ficava atolada na minha bunda.
Mas à noite…ele pediu que eu trouxesse biquínis da Letícia, e me fazia desfilar para ele com as roupinhas da minha namorada!
Na nossa última noite, ele propôs transarmos na varanda que tinha lá na casa. Fiquei com medo. “Não Dani, tá louco, e se algum vizinho flagrar a gente?”. Mas o gaúcho, como era comum, não tava nem aí para o que os outros achavam. “Eles que assistam, Dudinha”, foi a resposta dele. Com a vista para a praia, aquele macho safado me fez encostar no parapeito e empinar a bunda. Eu não usava nada além de um biquini preto da Letícia, bem cavado:
-Isso, se oferece pro teu homem, gostosa!
Ele me disse com os olhos brilhando, admirando meu rabo. Logo depois o gaúcho sacou o pirocão pra fora do cação e botou meu biquininho de lado. Começou a meter. Cacete, naquela noite ele arregaçou meu cu como nunca antes! Depois de perder a timidez, cheguei a gemer alto, pouco me importando com o que os vizinhos achavam. Terminei com meu pau duro que nem pedra, jorrando jatos grossos, que caíram lá da varanda para acertar em cheio a rua deserta.
“Ah, mano, que saudade daquele gaúcho!”, me veio à mente, enquanto apalpava de leve minha bunda. Aquela mão boba do Fred tinha me feito lembrar o quão bom era o pega de um macho. Mais uma vez, o loiro tinha acertado na mosca. Eu sentia mesmo saudade de ser desejado…ou melhor, desejada, como fêmea, como mulher! Depois que conheci essa sensação, nada mais se comparava. E o responsável por essa descoberta, obviamente, era o Dani. Foi ele o primeiro cara que teve coragem e jeitinho pra revelar aquele lado meu, que eu tanto lutei a vida toda pra reprimir. Nunca teria surgido uma “Dudinha” sem o Dani!
“Que bundão da porra que eu tenho mesmo!”, pensei, me virando na frente do espelho para me admirar por diferentes ângulos. Perdido nesses meus devaneios, ouvi meu celular tocando.
Atendi. Era ela:
-Oi Duuuu! Tudo bem, amor? Tô passando aí daqui a pouco!
“Ah, MERDA.” O jantar com a Bianca, tinha esquecido completamente! Depois de falar com ela, lavei o rosto e me olhei no espelho. Não, eu não podia voltar atrás. Não agora que eu estava com a Bianca. Me lembro como foi com a Letícia: uma vez que elas começassem a suspeitar de algo, tudo desmoronava. Podia demorar, mas era melhor não dar chance pro azar. Aquela noite eu teria que ser o Du, advogado de sucesso, macho alfa. Tinha que cumprir meu papel perfeitamente.
O foda ia ser depois olhar a Bianca nos olhos enquanto metia nela, sem ter flashes das aventuras da Dudinha…
_________________________________________________________________________
A data da festa do aniversário de casamento do Fred se aproximava. A cada dia que passava, minha ansiedade aumentava. Implorei pro Mauro o tanto que eu pude, inventei mil desculpas para tentar escapar do compromisso. Mas tudo em vão. O Fred era um cliente muito importante para desagradar, não tinha para onde correr.
Mas na verdade, essa bendita festa não era o único motivo que estava me deixando nervoso naquelas semanas…
Como se não bastasse aquela pressão toda no trabalho, eu ainda estava com problemas em outro departamento. Começou no mesmo dia em que reencontrei o Fred. Depois de jantar com a Bianca, voltamos pra minha casa. Tudo estava caminhando bem, nos beijamos com calma, do jeito que ela gostava. Até que a ruivinha, já no quarto, foi se agachando para me mamar, com um olhar safado no rosto. “Mais uma noite pro grande Du”, pensei. Ela tirou meu cinto, abaixou minha calça, pronta para encontrar meus lendários 18cm.
Mas bom, se em em outras noites minha vara já estaria duraça, quase furando a cueca, naquela eu estava digamos… um pouco mais tímido do que o normal…
Ela me olhou um tanto surpresa. Mas mesmo assim, empenhada, a ruivinha decidiu fazer a noite acontecer. A coitada fez de tudo: bateu punheta, colocou meu pau mole na boca pra ver se endurescia, chupava minhas bolas, passava a mão no meu abdômen trincado.
Mas …quem disse que meu pau subia?
-Vamos tentar alguma outra coisa?- a Bianca me sugeriu, tirando o top de academia que ela estava vestindo até então. Os peitões da minha namorada pularam pra fora, balançando bem na minha frente. Uma visão pra fazer qualquer cara babar de tesão.
“Bora lá Du, você consegue!”. Tentei me animar, enquanto caí de boca naquelas tetas. Mas por mais que tentasse, não conseguia relaxar, estar presente no momento. “Calma, isso já aconteceu antes, é só deixar rolar”, pensei. Mas nada, absolutamente nada, fazia o meu amigão reagir. . Fui ficando cada vez mais nervoso à medida que o tempo passava. Até que decidi olhar pra baixo.
Sim, meus olhos não mentiam: tinha acabado de broxar com a minha namorada. Aquilo que o maldito gauchinho me falou no bar da balada tinha se tornado realidade. Mais uma vez, consegui ouvir aquela voz de pivete dele cochichando:
“Tu vai broxar com ela, gatinha! Tu vai querer pagar de machão, mas esse pau vai ficar do jeitinho que tá agora! Molinho…murcho… inútil!”
Fiquei desesperado. Corri para o banheiro e fechei a porta. Me olhando no espelho totalmente envergonhado, uma lágrima chegou a correr pelo meu rosto. Caralho, essa não!
-Calma Du, isso é normal!- a Bianca tentou me tranquilizar depois, fazendo cafuné no meu cabelo- deve ser o stress do trabalho, só isso!
O fato da Bianca ser tão compreensiva só me deixava ainda nervoso. Ela até podia achar que era uma broxada comum, dessas que acontece com qualquer cara. Mas eu sabia que era coisa mais séria. Era sinal que eu estava deixando a “Dudinha” voltar!
Quando eu falhei pela segunda vez seguida, o que era um sinal amarelo virou vermelho. Que vexame! Imagina só se o Theo e o pessoal do escritório descobrissem que eu estava broxando com a “ruivinha peituda”, com quem eles tinham tanto enchido o saco para eu ficar! Depois de rolar uma terceira vez, não tive dúvida: comprei umas pílulas na farmácia sem ela saber, e tomava uma escondido antes de transar. Não sei se ela percebia, mas apesar de duro com pedra, eu estava cada vez mais com a cabeça na lua durante as nossas transas…
Fiquei imerso nessa tensão, até que o grande dia chegou. O Fred, imagina só, providenciou um carro para me levar de São Paulo até a praia. Bem coisa de riquinho, querer impressionar com esse tipo de gesto! Me despedi da Bianca, que não poderia me acompanhar por conta de um compromisso de trabalho. Mais uma razão para ficar irritado: se meus antigos amigos do fut me vissem com uma gata como ela, certamente seria um trunfo, a oportunidade perfeita para mostrar que eu tinha deixado minha vida de antes para trás. Mas não tinha jeito, teria que encarar aquela batalha sozinho.
Enquanto o motorista contratado pelo Fred me guiava pela estrada sinuosa que descia a serra, eu refletia em silêncio. Aquela festa seria a prova de fogo. Se eu sobrevivesse ao reencontro com a galera antiga do fut, sentia que nada mais iria me abalar! Quem sabe isso não me dava um gás de confiança para enfrentar minha falta de ânimo com a Bianca e, enfim, virar a página de uma vez por todas daquele capítulo da minha vida!
E bom, pelo menos o Dani não estaria lá. Rever o gaúcho, com certeza, seria a pior coisa do mundo naquele momento.
-É aqui mesmo, seu Eduardo?- o motorista me perguntou, parando com o carro em frente ao endereço da casa de praia do Fred. Abri a janela do carro. Aquele calor abafado do litoral me deu cumprimentou como se tivesse me dando uma bofetada na cara. De longe, já conseguia ouvir as risadas abafadas e a música da festa.
-É sim, parceiro. Com certeza é aqui.
Respirei fundo, tomando coragem para botar pé pra fora do carro. Algo dentro de mim dizia que aquele fim de semana na praia seria um divisor de águas na minha vida.
Nem fazia ideia do tanto!
_________________________________________________________________________
Espero que tenham curtido mais esse conto! Esse foi mais uma introdução para a segunda parte, que será mais animada :). E já sabem, quem curtiu, não deixem de dar estrelas, comentar ou mandar mensagem no e-mail ou no Bluesky!