**A carta repousava sobre a mesa de carvalho que Bianca importara da Itália**, sua borda desfiada denunciando que Makena a guardara desde aquela tarde em Nairóbi, quando Matheus ainda conseguia segurar uma caneta sem sangrar pelas juntas. O envelope trazia meu nome rabiscado naquela letra caprichosamente desleixada que só ele dominava — os "R" alongados como os picos do Kilimanjaro que víamos ao longe nas madrugadas de vigia, os pontos nos "i" substituídos por pequenos círculos que lembravam as tatuagens tribais das mulheres Maasai.
Makena observava de longe, os dedos enroscados no colar de miçangas azuis. Trazia no pulso uma pulseira de couro que Matheus fizera no acampamento — mistura de artesanato Samburu e grafitagem urbana que ele aprendera com Julina. *"Ele me ensinou palavras que rimam"*, dissera ela na noite anterior, recitando um verso de Drummond com sotaque que transformava "vão" em "vãum".
**Ao desdobrar o papel**, um aroma adocicado de tabaco cherry misturou-se ao cheiro de pó de laterita que ainda impregnava minhas botas. A voz de Matheus emergiu das linhas, clara como naquele crepúsculo em que discutíamos estratégias sob um céu cortado pelo Rifte Africano:
*"Ryan, maninho,
Se esta carta chegou às suas mãos, é porque minha teimosia perdeu a última batalha (e você, esperto, está aí hesitando em cumprir aquele juramento que te arranquei entre dois ataques dos Shifta). Deixei-a com a Makena sob uma condição: só deveria abri-la se você mencionasse ‘aquela promessa’. Vi o rosto dela quando expliquei — ficou com aquela ruga entre as sobrancelhas que aparecia sempre que discutíamos a cerca de arame farpado ao redor da aldeia. Nunca entendeu por que insistíamos em ficar, mas agora... agora ela sabe..."*
A voz dele ecoou na memória enquanto eu relia o trecho, os olhos pousando involuntariamente na cicatriz de Makena — linha branca que cortava seu quadril esquerdo como o Rio Tana cortando a savana. Matheus a costurara com linha de pesca e uma agulha esterilizada em cachaça, rindo enquanto ela rosnava palavrões em português que ele lhe ensinara: *"Filho da puta não tem tradução tribal, Ryan. É universal."*
*"...Tudo começou num dia em que o vento trazia o cheiro de chuva e cinzas, com Makena surgindo na cerca de espinhos como um espírito da savana. Ela segurava um rungu quebrado e o olhar de quem já perdera muito para os mesmos demônios que combatíamos. Você estava lá, maninho, limpando o rifle junto ao baobá onde a Nia agora esconde seus desenhos. Lembra como ela nos desafiou em swahili antes de desmaiar de exaustão?"*
Lembrava. Lembrava do sangue secando em seus joelhos enquanto ela gritava *"Kuweni mbali!"* (*Vão embora!*), achando que éramos mais mercenários. Agora, na sala climatizada de Ipanema, Makena me olhava com a mesma ferocidade diluída em ternura. Seus dedos tamborilavam no braço da poltrona num ritmo que mesclava batucada e canto de guerra Samburu.
– **Ele disse que você entenderia** – murmurou, puxando o vestido batik para cobrir as pernas num gesto contraditório: metade recato cristão, metade convite tribal.
O cheiro de laterita intensificou-se quando virei a página. Matheus descrevera nossa primeira noite na aldeia após o ataque dos Shifta – como Makena nos servira *ugali* com as mãos trêmulas, e como eu a corrigira em swahili: *"Não somos hóspedes, somos aliados"*.
*"Você não viu, Ryan, mas ela sorriu quando você usou a palavra 'rafiki' (amigo). Foi aí que soube: um de nós cairia por aquela mulher."*
**Makena ergueu-se de repente**, trazendo na cintura o cinto de contas que balançava como os chocalhos das dançarinas de sua aldeia. Parou diante da estante onde Bianca arrumara livros de capa dura sobre ética corporativa, e tirou um objeto embrulhado em tecido – o rungu quebrado da carta.
– Ele queria que você soubesse – disse, colocando a arma cerimonial sobre a mesa. A madeira estava lascrada onde meu irmão gravara *"Saudades do bordel"* numa piada póstuma.
**O celular vibrou**. Bianca: *"Não esqueça: amanhã é a reunião com os investidores. Vista o terno que combina com seus olhos."* Ignorei, os dedos fechando-se sobre o rungu.
– O que ele realmente quer que eu faça, Makena?
Ela inclinou a cabeça, os brincos de pena de avestruz roçando o colar de miçangas. – Que você escolha entre ser brasileiro que foge... – a mão acariciou o rungu – *"...ou africano que fica."*
**Na carta, Matheus terminava com uma última provocação**:
*"A Julina diria que você é covarde. A Jeane, que é humano. Eu só digo uma coisa: na cultura dela, o maior ato de amor é deixar-se possuir pelos mortos. Cuidado, maninho. Você sempre foi péssimo em dividir."*
Makena afastou-se antes que eu respondesse, deixando o cheiro de terra molhada e Drummond no ar. **
Herdei então sete noites para descobrir quantas vidas cabem num homem partido ao meio** – uma perna no asfalto, outra na savana, e o coração batendo em línguas que nem ele mesmo entende.
**Primeiro Dia - Manhã:**
Makena surgiu na cozinha com os braços pintados de ocre, o *kanga* cor de âmbar colando-se aos quadris largos que balançavam como maré cheia. Seus seios médios e firmes – moldados por anos carregando Nia nas costas e potes d'água na cabeça – tensionavam o tecido fino a cada movimento. O cabelo negro e encaracolado caía em cachos macios sobre os ombros, brilhando com óleo de marula que ela trouxera da savana.
– Chá de *moringa* – anunciou, curvando-se para pegar açúcar mascavo. As pernas longas e graciosas, marcadas por cicatrizes de espinheiro, reluziam sob a luz do abajur.
Observei o modo como a curva generosa de seus glúteos preenchia o tecido tribal – formato que as mulheres de sua aldeia chamavam de *"tambor da fertilidade"*. Bianca pagara uma fortuna por implantes que jamais alcançariam aquela naturalidade ancestral.
**Primeiro Dia - Noite:**
No terraço, Makena dançava sob a lua cheia. O vestido branco translúcido revelava a silhueta esculpida por sol e guerra: cintura estreita contrastando com quadris largos, nádegas arredondadas que abanavam como bandeiras proibidas. Seus seios balançavam suaves a cada giro, os mamilos endurecidos marcando o tecido como pontas de flecha.
– "Amor é fogo que arde sem se ver" – repetiu ela, os cachos negros brilhando como rio sob o luar. Quando se inclinou para pegar um copo d'água, a linha da coluna desenhou um vale perfeito até as nádegas que desafiavam qualquer costura ocidental.
**Segundo Dia - Tarde:**
Na sala de estar, suas coxas graciosas reluziam de óleo de coco enquanto tecia. Cada vez que se inclinava para frente, o decote revelava a sombra entre seios perfeitos – nem grandes, nem pequenos, mas redondos como frutas maduras colhidas na hora certa.
– Na minha aldeia – disse ela, os cachos balançando ao ritmo da agulha – *"mulher que tece é mulher que prepara o leito"*.
**Terceira Noite - O Jogo das Máscaras**
Makena apareceu na porta do escritório trajando apenas o *kikoi* tradicional - tecido vermelho tão fino que delineava a sombra triangular entre suas coxas. Na mão, trazia o pote de ocre usado nas cerimônias de casamento Samburu.
– *Kuchora* – anunciou, os dedos já manchados de tinta terrosa. *"Desenhar"*.
Seus seios médios balançavam livremente a cada passo, os mamilos endurecidos pelo óleo de maracujá que ela usava como perfume ritual. Bianca deixara um frasco de Chanel N°5 na penteadeira - cheiro que agora se misturava ao aroma selvagem da savana.
– Não é hora... – protestei fracamente, os olhos fixos na tinta escorrendo por seu braço esquerdo.
– Na minha tribo – interrompeu, sentando-se de pernas abertas em minha cadeira executiva – *"homem que recusa arte recusa alma"*.
Seus dedos quentes encontraram meu peito nu. O ocre úmido desenhou padrões ancestrais em minha pele - espirais que terminavam no umbigo, triângulos que apontavam para o sul proibido. *Bianca preferia canetas Montblanc para assinar contratos. Makena usava sangue da terra para escrever destino.*
– Cada linha – sussurrou, a respiração acelerando enquanto descia – *"conta a história que seu irmão não ousou"*.
Quando alcançou minha virilha, o telemóvel vibrou sobre documentos da ONG. Bianca: *"Escolhi os talheres para o jantar. Prata ou cristal?"*
Makena riu - som rouco que fez meu estômago embrulhar.
– Ela escolhe talheres – murmurou, os dedos de ocre envolvendo meu desejo – *"enquanto você escolhe entre honra e pecado"*.
**Ponto de Vista de Makena**
*Seu corpo reage como tambor de guerra sob minhas mãos.* Misturei o ocre com suor, desenhando o símbolo *kisio* na região púbica - sinal de posse tribal. *Matheus usava camisinha francesa. Você usará minhas marcas.*
– *Nitataka kukuchoma* – menti em swahili. *"Quero queimar você"*. *Mas o fogo era nosso desde o início.*
Quando meus dentes prenderam seu lóbulo da orelha, senti o pulso acelerar sob os desenhos. *Na aldeia, as mulheres mordem para marcar propriedade. Eu mordo para libertar.*
**Ponto de Vista de Ryan**
Ela deslizou para o chão, arrastando o *kikoi* vermelho como cortina de teatro. Seus lábios encontraram o símbolo pintado, língua serpentina transformando tinta em veneno doce. *Bianca nunca se ajoelhara - exceto para pegar brincos caídos.*
– *Uko wapi?* – perguntou contra minha carne. *"Onde você está?"*
A resposta veio em português e gemidos. Seus dedos habilidosos encontraram o zíper enquanto os meus se perderam em seus cachos - macios como penas de abutre, negros como noite sem lua.
Na parede, o diploma de Harvard de Bianca observava impassível. No chão, o telefone vibrava com novas mensagens sobre cortinas e talheres. Em algum lugar entre a civilização e a selva, um homem descobria que promessas se quebram melhor nu.
**Quarta Noite - Marcas do Desejo**
**Ponto de Vista de Makena**
*Seus dedos são mais ásperos que os dele.* A comparação veio involuntária enquanto Ryan traçava o símbolo *kisio* em meu ventre com ocre quente. Matheus desenhara o mesmo padrão em nossa noite nupcial, mas com pressa de guerreiro - *você faz como artista esculpindo mármore*.
– *Nina hamu* – sussurrei, guiando sua mão para mais abaixo. *"Estou com fome"* em swahili, *"Estou com você"* em segredo.
Seus olhos verdes escureceram quando encontrei o volume sob seu jeans. *Matheus usava sarongue folgado. Você se aprisiona em tecidos europeus.* Meus dedos trabalharam o botão com lentidão calculada, cada clique do metal ecoando como tiro no silêncio.
– Na minha aldeia – respirei contra seu pescoço, misturando português e desejo – *"marido que herda deve provar que é melhor que o morto"*.
**Ponto de Vista de Ryan**
Ela deslizou o jeans até meus joelhos, os lábios encontrando a cicatriz da coxa que Matheus chamava de "lembrança de Maputo". *Bianca detestava essa marca. Dizia que parecia verme morto.*
– Ele fazia assim? – perguntou Makena, cuspindo na palma como as prostitutas do bordel ensinaram.
A imagem do irmão sorrindo ao contar suas conquistas invadiu-me como facada. *"Mulher africana é fogo, maninho. Cuidado para não virar cinza"*.
– Não... não sei – menti, arqueando quando seus dedos envolveram-me com força de caçadora.
**Ponto de Vista de Makena**
*Minto para protegê-lo. Matheus nunca me tocou assim – sempre rápido, funcional, como missão a cumprir. Você… você treme como rio na estação das chuvas.*
Quando engoli seu pau, senti o gosto da diferença: *salgado como ele, mas com doçura escondida. Como fruta proibida que só cresce em sombras.*
– *Nina nguvu zaidi* – grunhi, cravando unhas em suas coxas. *"Sou mais forte"*. *Mentira. Estou mais viva.*
**Ponto de Vista de Ryan**
Seus cabelos negros envolviam meu quadril como grilhões de ébano. *Bianca só fazia isso de aniversário, com luzes apagadas.* Na parede, o retrato de nosso casamento em Paris sorria fantasmagórico.
– *Jina langu!* – ela ordenou entre gemidos, os dentes roçando minha pele. *"Meu nome!"*
Obedeci num rugido, os dedos enterrando-se em seus quadris largos. *Matheus a chamava de "esposa". Eu grito "Makena" como maldição e prece.*
**Ponto de Vista de Makena**
Quando ele me virou contra o vidro frio, vi nosso reflexo – corpo pintado de ocre e pecado fundindo-se com terno Armani. *Matheus preferia areia quente. Você prefere vidro que mostra tudo.*
– *Nipe dhambi yako* – supliquei em swahili, arqueando para trás. *"Dê-me seu pecado"*.
Seu gemido foi resposta e condenação. Na mesa, o iPhone de iluminou-se: *"Mandei flores para seu escritório. Rosas brancas, claro."*
**Clímax Interrompido**
Ele parou bruscamente, os olhos fixos no vaso de flores entregue horas antes. *Rosas brancas – símbolo de pureza em sua cultura, sinal de morte na minha.*
– *Kuishi* – sussurrei contra seus lábios, puxando-o para dentro de mim novamente. *"Viver"*.
Quando nos desfizemos em suor e ocre, o relógio de parede badalou meia-noite.
**Quinta Noite - Anatomia da Cobiça**
**Ponto de Vista de Makena**
*Ele me levanta como se eu fosse pluma, não mulher que carregou baldes d'água por quilômetros.* Meu corpo arqueja contra o vidro frio da janela, cada curva pressionada contra a rigidez do seu pau duro como pedra. Bianca seria partida nessa posição - ossos de pássaro contra concreto. Eu... eu cedo e revido.
– *Nionyeshe nguvu zako!* – grito em swahili, cravando unhas em suas nádegas. *"Mostre sua força!"*
Seus dedos afundam na carne dos meus glúteos como Matheus jamais ousara. *Ele me tratava como vaso sagrado. Você me molda como argila quente.* Quando seus lábios devoram meu seio direito, o esquerdo balança livre - pesado, natural, *enorme* comparado aos seios de silicone que vi em revistas de Bianca.
– *Mbele zaidi* – sussurro, guiando seu quadril. *"Mais fundo"*.
**Ponto de Vista de Ryan**
Ela envolve-me como rio transbordando - coxas largas cerrando minha cintura, nádegas arredondadas batendo contra meu abdômen a cada embate. Bianca caberia aqui? Nunca. Seu corpo de modelo Victoria's Secret - 1,74m, 55kg - pareceria criança nessa dança.
– *Unanikumbusha yeye* – ela geme, unhas rasgando minhas costas. *"Você me lembra ele"*. *Mentira. Meu irmão nunca a penetrou assim - de pé, selvagem, suando óleo e ocre.*
Seus seios balançam como frutas maduras, cada mamilo escuro um alvo para meus dentes. *Bianca usava sutiã push-up. Makena desafia gravidade.* Quando a levanto mais alto, seu grito ecoa na sala:
– *Ndio! Hiyo ndio nguvu!* *"Sim! Essa é a força!"*
**Ponto de Vista de Makena**
*Você me prende contra a estante de Bianca como troféu.* Livros de economia caem enquanto meus quadris moem seu desejo. *Matheus durou três minutos nossa primeira vez. Você... você é fogo que não se apaga.*
– *Nina... nina* – gaguejo em português forçado – *"Eu quero... seu pau"*.
Seus dedos encontram meu clitóris como se lessem mapa tribal. *Ele estudou? Ou é instinto de quem sempre desejou mais que esposas de plástico?*
**Ponto de Vista de Ryan**
O cheiro dela é guerra - suor, terra, sangue menstrual. Bianca cheira a clínica - limpador vaginal, antidepressivos. Quando dois dedos entram nela, encontro calor úmido que nenhuma lingerie francesa igualaria.
– *Quantos... quantos homens?* – pergunto, odiando-me ao sentir ciúme do morto.
Ela ri, roçando os dentes em meu ombro:
– *Sua esposa... quantos dedos cabem nela?*
A imagem de Bianca reclamando de "secura vaginal" durante nossa lua de mel corta como faca. *Três dedos? Um? Makena engole quatro sem pestanejar.*
**Ponto de Vista de Makena**
Quando ele me joga no sofá branco de Bianca, vejo nosso reflexo no espelho de teto - ele, musculoso como gladiador; eu, curvilínea como deusa da fertilidade. *Matheus era vara seca comparado a esse carvalho.*
– *Nitataka mzigo wako!* – arfou, pernas abrindo-se além do que julgara possível. *"Quero seu fardo!"*
Seu corpo enterra-se em mim com força que faria Bianca gritar por socorro. Meus seios pulsam a cada impacto, as coxas tremendo como terremoto. *Ele geme meu nome, não o dela. Sua semente quente inunda-me como rio transbordando.*
Na mesa, o iPhone de Ryan ilumina-se com notificação:
*"Malas prontas. Vejo você amanhã às 9h."*
Ryan desaba sobre mim, o suor misturando-se ao ocre em nossa pele.
**Sexta Noite - Jogo de Espelhos**
**Ponto de Vista de Makena**
*"Matheus desmaiou na terceira rodada"*, quase digo, mas mordo a língua até sangrar. Suas mãos brutas arrancam gemidos que nenhum homem da tribo extraiu. Envolvo suas pernas com as minhas - grossas como troncos de baobá -, forçando mais profundidade.
– *Nenda kama mbwa mwitu!* – ordeno em swahili, unhas cravando suas nádegas. *"Vá como lobo!"*
Seu rosto contrai-se num misto de dor e êxtase. *Ele resiste. Resiste como Matheus nunca soube.* Meus quadris giram num movimento ancestral que as anciãs ensinaram:
– *Na minha aldeia* – sussurro em seu ouvido, saliva misturando-se ao suor – *"mulher que não faz o homem urrar como hiena é devorada pelos abutres"*.
Quando meus dentes encontram seu mamilo, ele geme um nome que não é o meu. *Bianca. Bianca. Bianca.* Respondo cavalgando mais forte, até o teto tremer.
**Ponto de Vista de Ryan**
Ela me domina como furacão - nádegas arredondadas batendo em meu abdômen num ritmo que Bianca chamaria de "vulgar". *Minha esposa preferia missionário no escuro. Makena exige sacrifício público no altar da luxúria.*
– *Unanifanya nini?* – ela arfa, os seios balançando como frutas em tempestade. *"O que você está me fazendo?"*
A resposta morre na garganta quando seus músculos vaginais apertam-me como armadilha de caçador. *Matheus reclamava que ela era "frouxa após o parto". Mentira. Ou talvez... talvez ele nunca a tenha feito sentir isso.*
**Ponto de Vista de Makena**
*Você me levanta contra a parede como saco de farinha, algo que ele jamais ousou.* Minhas costas arranham o quadro de Bianca em Paris - vidro quebrando, sangue misturando-se ao suor.
– *Nishike kama kahaba!* – grito, pernas envolvendo seu pescoço. *"Me trate como puta!"*
Ele obedece com fúria que me faz ver estrelas tribais. *Matheus usava palavras doces. Você usa silêncio e força.* Quando suas mãos encontram meu pescoço, pressionando até a borda do desmaio, finalmente entendo:
– *Wewe ndiye mfalme!* – rasgo o ar. *"Você é o rei!"*
**Ponto de Vista de Ryan**
Seu útero pulsa em torno do meu pau como cobra engolindo presa. Bianca tomava ansiolíticos para "relaxar". *Makena sangra, suja, exige.*
– *Nitataka kunywa* – ela ordena, jogando-me na cama e montando como amazona. *"Quero beber"*.
Seus movimentos pélvicos lembram dança de guerra - para frente como lança, para trás como flecha envenenada. *Matheus morreu com seu nome nos lábios. Eu morrerei com o dela.*
**Ponto de Vista de Makena**
Quando sua semente quente inunda-me, mordo seu ombro até sentir osso. *Ele geme como animal ferido, não como Matheus que sussurrava "obrigado".*
– *Sasa wewe ni wangu* – rogo em swahili, sangue escorrendo de nossos corpos misturados. *"Agora você é meu"*.
**Ponto de Vista de Ryan**
O iPhone pisca no chão: *"Estou com saudades mas quero ela fora, não sei se consigo conviver com essa..."* Makena ri, lambendo meu sangue como leoa após caça.
– *Na minha tribo* – sussurra, mão fechando-se sobre meu pescoço – *"viúva que herda faz o novo marido esquecer até o próprio nome"*.
Quando ela inicia a segunda rodada, já não penso em mais nada ...
**Parte Final - Posse e Remorso**
**Ponto de Vista de Makena**
*Ele treme como filhote de gazela, mas não recua.* Meus quadris moem seu corpo, cada movimento calculado pelas anciãs da tribo. *"Abra as pernas como asas de abutre", elas ensinaram. "Deixe-o ver o abismo".* Suas mãos agarram meus seios como se fossem salvação - grandes, pesados, *vivos*, ao contrário dos montes de silicone que vi nas fotos de Bianca.
– *Nitataka mzigo wako tena!* – arfou, cravando unhas em suas costas. *"Quero seu fardo novamente!"*
*Matheus implorava por descanso. Você implora por mais.* Quando o guio até meu útero, sinto-o pulsar como tambor de guerra. *Você não é irmão dele. É fogo que ele nunca teve.*
**Ponto de Vista de Ryan**
Seu corpo é armadilha perfeita - coxas largas me esmagando, nádegas arredondadas marcando minha pele. Bianca sempre reclamou do meu "excesso". *Makena exige mais. Sempre mais.*
– *Nimesahau... nimesahau jina lake* – ela mente em swahilo, os dentes no meu ombro. *"Esqueci... esqueci o nome dele".*
*Mentira.* Sinto Matheus aqui - no ritmo de seus gemidos, no modo como ela vira a cabeça ao beijar. *Morto, mas ainda entre nós.*
**Ponto de Vista de Makena**
Quando ele derrama-se em mim pela terceira vez, recolho cada gota com dedos trêmulos. *Na minha tribo, sêmen é semente dos ancestrais.* Esfrego a mistura sagrada em seu peito, marcando-o com espirais vermelhas.
– *Sasa wewe ni wa Afrika* – sussurro, lambendo seu pescoço salgado. *"Agora você é da África".*
*Mentira.* Seus olhos ainda brilham com culpa ocidental. *Mas a África é paciente. A África corrói.*
**Ponto de Vista de Ryan**
O colar de Nia roça meu peito - azul como os olhos de Makena, frio como o diamante de Bianca. *Três horas.* Bianca pousaria em três horas. *Três horas para lavar o cheiro dela de minha pele.*
– *Você... você planejou isso?* – pergunto, sabendo a resposta.
Ela ri, sentando-se em meu rosto com força que me faz engasgar:
– *Na savana, não se planeja. Sobrevive-se.*
**Ponto de Vista de Makena**
Seu orgasmo vem com grito abafado entre minhas coxas. *Matheus chorava após. Você geme como homem que finalmente se libertou.* Enquanto ele treme, traço o símbolo *kisio* em sua testa com sangue que fiz jorrar com minha boca. *Sua esposa verá. Sua esposa saberá.*
**Ponto de Vista de Ryan**
A água do chuveiro não remove o vermelho tribal nem o cheiro de Makena impregnado em minha pele. Bianca ligou 12 vezes. *Três horas.* Três horas ela voltar pra casa. Três horas até o mundo civilizado exigir explicações.
Makena observa do tapete persa, nua e desafiadora, mastigando manga com dentes que ainda guardam traços do meu sangue.
– *Kuambatana não termina* – ela diz, óleo de baobá escorrendo entre seus seios. *"Você me carregará como cicatriz".*
**Ponto de Vista de Makena**
*Ele veste o terno azul-marinho como armadura, mas as marcas tribais sob o colarinho gritam a verdade.* Aproximo-me, deixando o colar Samburu roçar seu peito.
– *Bianca...* – começa ele, interrompido por meu dedo em seus lábios.
– *Bianca usa perfumes que matam o desejo* – sussurro, puxando-o para debaixo da mesa. *"Você cheira a vida".*
**Ponto de Vista de Ryan**
Seus quadris largos encaixam-se em meu colo como chave em fechadura roubada. *Matheus nunca a teve assim – selvagem, dona de si, perigosa.*
– *Nitataka kuwa mwenyewe!* – ela arfa, guiando minha mão até sua cicatriz umbilical. *"Quero ser dona!"*
**Ponto de Vista de Makena**
Quando ele entra em mim pela quarta vez, o relógio marca 8h47. *Doze minutos ate ele ter que buscá-la. Doze minutos até prendê-lo para sempre.* Arranho suas costas com força tribal, misturando *kisio* e culpa.
**Ponto de Vista de Ryan**
Seu útero pulsa como coração separado do corpo. *Bianca odiaria essa crueza. Bianca...* O nome dissolve-se num gemido rouco quando ela morde meu lóbulo:
– *Sasa wewe ni wa kike wangu* – sibila em swahili. *"Agora você é minha fêmea".*
**Ponto de Vista de Makena**
*Ele desaba sobre mim, semente quente misturando-se ao ocre em minha barriga.* Na parede, o relógio de ouro de Bianca marca 8h59. *Um minuto.*
– *Kimbia* – ordeno, lambendo seu pescoço. *"Corra".*
**Ponto de Vista de Ryan**
Corro. Deixo-a rindo no tapete persa, a capa vermelha de Matheus enrolada em seus quadris. *Corro para o aeroporto. Corro para Bianca. Corro de mim mesmo.*
No táxi, o cheiro dela ainda me envolve. *Marula. Sangue. África.* Quando o avião de Bianca aterra às 9h17, finjo não ver as marcas de dentes no espelho.
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**Nota do autor:**
Como podem ver, a história sofreu mudanças na narrativa, assim como uma mudança na personagem Bianca. Ela ainda será tratada como uma mulher esnobe e gananciosa, mas o relacionamento que descrevi entre ela e Ryan mudou. Os dois primeiros episódios vou editá-los para se juntarem a essa nova narrativa, mas farei isso ao final. O resto da história permanece igual.
Neste episódio, o foco foram **as sete noites do ritual** que a tribo de Makena ensinou a ela para "prender um homem" e consumar o ato. O conto não vai mudar totalmente seu estilo: ainda teremos diálogos que mostram e aprofundam os personagens, diferentemente do que foi feito aqui, que foi mais focado no sexo e no ritual em si.
A história de Ryan e Matheus, narrada nos primeiros episódios, continua a mesma, incluindo as suas mães do bordel citadas nesta parte... Espero que gostem! A edição foi demorada, e aperfeiçoar então nem se fale, kkkkk. Estou de férias, então quero fazer essa história com mais capricho – não vou fazer por fazer, como nas outras que escrevia nos intervalos do trabalho ou nas folgas rápidas do dia a dia.
Obrigado pela paciência e... bom conto!