Celo entrou no carro, deixando Mari aos prantos na calçada. Paul e Anna, alguns metros atrás, ouviram toda a conversa. A amiga correu até Mari, tentando confortá-la:
— Eu prometo, amiga. Acredite em mim. Eu vou trazer o Celo de volta para você. Mas você terá que ser honesta, contar a verdade. É a única forma de recuperar o seu marido.
Decidida, Mari encarou Anna.
— Obrigada, Anna. Vocês me trouxeram até aqui, encontraram o Celo para mim, mas agora, eu preciso agir por mim mesma.
Anna tentou falar alguma coisa, mas Mari não deixou. Ela estava determinada a resolver os próprios problemas.
— Peço que voltem para casa, agora. Eu vou ficar por aqui. Celo vai me ouvir. Se vai me perdoar ou não, é outra história. Serei honesta com meu marido, chega de segredos, de esqueletos no armário.
Mari voltou para o bar sem olhar para trás. Ela precisava de informações e não iria parar até encontrar Celo novamente.
Continuando:
Parte 16: “E eu, gostava tanto de você”
Mari entrou no bar com o coração acelerado, sentindo o cheiro da madeira antiga misturado ao aroma adocicado das bebidas. O ambiente estava mais vazio do que antes, algumas cadeiras já viradas sobre as mesas, e alguns clientes ainda tomando a saideira, indicando que o fechamento do estabelecimento se aproximava. Seu Zé, o dono do bar, estava atrás do balcão, limpando copos e organizando garrafas.
Ela caminhou determinada até ele, tentando controlar a respiração.
— Com licença …
O homem, de aparência robusta e barba grisalha, bem aparada, ergueu o olhar para ela.
— Pois não, moça?
Mari umedeceu os lábios, sentindo a garganta seca.
— O senhor sabe onde eu posso encontrar o Marcelo? O músico que estava tocando aqui.
Seu Zé arqueou as sobrancelhas e cruzou os braços.
— Olha, moça … Se você veio atrás dele, já adianto que não vale a pena. Desde que chegou aqui, ele tem sido um homem muito reservado. Já teve quem tentasse se aproximar, mas ele sempre deixou claro que não tem interesse em aventuras passageiras.
Mari sentiu um calor no peito ao ouvir aquilo. Seu coração quis disparar de alegria. Mesmo ferido, confuso, fugindo … ele se manteve fiel. Mas logo a dor voltou, lembrando-a do que tinha feito. Mesmo assim, ela não conseguiu segurar o sorriso tímido, de alegria, deixando escapar um suspiro.
— Bom saber …
Seu Zé franziu a testa, avaliando-a.
— E o que você quer com ele, então?
Mari endireitou os ombros e olhou diretamente nos olhos do homem.
— Eu sou a esposa dele. Marilena, prazer.
O dono do bar ficou visivelmente surpreso. Seus olhos se arregalaram por um instante antes de ele soltar um baixo: "Ah…" e desviar o olhar, como se processasse a informação. Seu Zé limpou as mãos no pano que segurava e coçou a cabeça.
— Bom … isso explica muita coisa.
— Explica? — Mari estava curiosa.
Seu Zé suspirou pesadamente.
— Desde que ele chegou, dá para ver que ele carrega um peso enorme. Ele é reservado, como eu disse … e até chegou a conversar comigo, um pouco, mas não evoluiu muito.
Ela sentiu um nó na garganta.
— Ele falou sobre mim?
O homem coçou a barba, pensativo.
— Não diretamente. Mas sempre que eu perguntava, tentava fazer com que ele se abrisse, ele só dizia que precisava de um tempo. Que estava fugindo dos próprios problemas.
Mari baixou a cabeça por um momento. Ela sabia que o problema era ela.
— Você sabe para onde ele foi? — Ela perguntou, esperançosa.
Seu Zé balançou a cabeça.
— Não faço ideia.
Mari respirou fundo. Precisava encontrá-lo. Mas e se ele demorasse? E se não voltasse naquela noite?
Ela olhou ao redor, vendo os funcionários começando a fechar o local. Tentando se despedir dos últimos clientes.
— Posso esperar por ele aqui? — Ela pediu.
Seu Zé a observou por alguns instantes, então apontou para uma das cadeiras ainda disponíveis.
— Pode, claro. Quer beber alguma coisa enquanto isso?
Mari hesitou por um momento, mas então assentiu.
— Um chá, se tiver.
Ele riu.
— Chá eu não tenho, mas posso te preparar um bom drinque leve.
Ela sorriu.
— Tudo bem.
Enquanto ele preparava a bebida, Mari sentou-se e apoiou os cotovelos no tampo da mesa. Seu coração ainda estava apertado, mas agora havia uma certeza dentro dela: Ela não sairia dali sem falar com o Celo.
{…}
Alguns minutos antes:
Assim que Mari entrou no bar, Anna e Paul ficaram do lado de fora, observando-a por alguns segundos. O silêncio entre os dois era carregado de tensão. Anna cruzou os braços, lançando um olhar significativo para o marido.
— Nós fizemos a nossa parte, Paul. Trouxemos a Mari até aqui. Agora é com eles.
Paul soltou um suspiro impaciente.
— Você realmente acha que o Celo vai escutá-la? Ele me pareceu cego de raiva. Vai continuar fugindo.
— É um risco que ela precisa correr. Você ouviu o que ela disse. Ela quer resolver isso por conta própria.
Ele passou a mão pelo cabelo, frustrado.
— Não! Eu não consigo simplesmente cruzar os braços. Não depois de tudo. Precisamos ajudar aqueles dois. Eu me sinto muito culpado.
Anna segurou o braço dele.
— Paul, por favor …
Mas ele já não estava mais ouvindo. Seus olhos se fixaram no carro de aplicativo que Celo tinha pedido, virando a esquina, cinquenta metros à frente. Num impulso, Paul puxou Anna pelo pulso e correu até o carro.
— Paul! — Ela protestou, mas foi arrastada junto.
Eles entraram no próprio carro e Paul arrancou, alcançando rapidamente o carro em que Celo estava. Piscando os faróis para o motorista, Paul rapidamente o ultrapassou, diminuindo a velocidade do carro e obrigando o motorista a parar. O motorista, assustado, freou bruscamente.
Paul desceu e bateu na janela traseira, chamando a atenção do Celo, que se virou, reconhecendo-o. Seu sangue ferveu instantaneamente. Sem pensar duas vezes, abriu a porta e saiu do carro com passos firmes, o olhar carregado de fúria.
— O que diabos você pensa que tá fazendo? — Celo rosnou, a voz carregada de rancor.
Paul ergueu as mãos em um gesto apaziguador.
— Celo, eu só quero conversar.
— Conversar? — Celo soltou uma risada amarga. — Depois de tudo que você fez?
O motorista do Uber observava a cena, confuso e assustado. Anna, por sua vez, parou ao lado de Paul, visivelmente desconfortável.
Celo avançou mais um passo, apontando o dedo para Paul.
— Você destruiu o meu casamento! Você se aproveitou da fraqueza da Mari, forçou a barra até ela ceder.
Paul franziu a testa.
— Não foi assim, Celo.
— Não foi? — Celo quase gritou. — Eu vi! Eu vi com meus próprios olhos! A forma como ela se entregou pra você.
Paul ficou em silêncio por um momento. Não havia justificativa que apagasse o que aconteceu.
— Eu nunca quis machucar vocês dois, Celo.
— Mas machucou! — Celo gritou, a voz embargada de raiva e dor. — Você se dizia meu amigo, porra! Me fez confiar em você.
Paul baixou a cabeça, respirando fundo.
— Eu não tenho como mudar o que aconteceu. Mas eu sei que a Mari te ama. E você ainda a ama também.
Celo cerrou os punhos.
— O que eu sinto ou deixo de sentir não muda o fato de que vocês dois me traíram.
Anna finalmente interveio, segurando o braço do marido.
— Celo, por favor, converse com a gente. Estamos aqui para ajudar ...
— Anna, me desculpe, mas eu acho que vocês já “ajudaram”, até demais. — Interrompeu Celo com calma, mas também com um olhar injetado.
— ... pelo menos escute o que nós temos para te dizer. — Continuou Anna.
Paul encarou Celo, determinado.
— Se não quer nos escutar, pelo menos escute o que a Mari tem a dizer.
Celo soltou uma risada amarga e balançou a cabeça.
— Eu tô cansado, Paul. Eu tô quebrado. E, sinceramente, eu não sei se tem conserto para isso.
Celo abaixou a cabeça por um momento, exausto, mas Paul não recuou. Dessa vez, ele não ia medir palavras.
— Você tá sendo hipócrita, Celo.
Celo ergueu os olhos, surpreso com a afirmação direta.
— O quê?
— Foi você quem incentivou a Mari a se soltar, sempre quis que ela fosse mais aberta, mais livre. E quando ela finalmente fez isso, você a condena? Você se faz de vítima como se não soubesse o que estava acontecendo?
Celo abriu a boca para rebater, mas hesitou. Gaguejou, sem encontrar uma resposta convincente.
Paul aproveitou o momento de hesitação dele e foi ainda mais fundo.
— E tem mais uma coisa … — Ele cruzou os braços, encarando o amigo. — Eu sei que nada aconteceu entre você e a Anna, mas por que não aconteceu? Eu quero que você me diga, Celo, com toda certeza, e se ela não tivesse bebido demais naquela noite? Não teria acontecido nada entre vocês? Nada! Você pode afirmar isso?
O silêncio foi pesado. Celo desviou o olhar, engolindo em seco. Paul continuou:
— Você pode afirmar, com cem por cento de certeza, que nada teria acontecido? Que você não teria cedido à tentação? Vamos, Celo, me diga ...
Celo sentiu o peito apertar. Ele queria responder de imediato, queria negar, queria acusar Paul de estar distorcendo os fatos, mas não conseguia. Porque, no fundo, ele sabia que não podia dar aquela garantia.
Paul, novamente, viu a hesitação e não recuou.
— Você também errou, Celo. Mas ao invés de admitir, você fugiu. Você se fez de vítima e deixou a Mari carregar toda a culpa sozinha.
— Eu … — Celo abaixou a cabeça, confuso, perdido.
— Nós nunca quisemos machucar vocês dois. Mas nós somos experientes nesse estilo de vida. Sabemos ler os sinais. E a Mari … ela nunca fez nada que, talvez, não quisesse fazer ou que não tenha entendido como um incentivo da sua parte. Você pode me odiar à vontade, mas não pode ignorar os fatos, a verdade.
Paul respirou fundo antes de continuar.
— Eu já te pedi desculpas, mas vou repetir: me desculpa, Celo. Mas você não pode deixar um casamento de mais de vinte anos acabar assim. Você e Mari se amam. No mínimo, você deve a ela uma conversa honesta. E se quer se orgulhar do homem que é, precisa ter a hombridade de assumir sua parte nessa história.
Celo permaneceu em silêncio, o peso das palavras de Paul se infiltrando em sua mente. Ele queria continuar com raiva, queria continuar fugindo, mas pela primeira vez, algo dentro dele começou a ceder.
O caminho de volta ao bar foi silencioso no começo. Celo entrou no carro com Paul e Anna, após pagar a corrida e liberar o motorista do aplicativo. Sua mente ainda processava tudo o que tinha acabado de ouvir. Ele não queria admitir, mas as palavras de Paul haviam deixado uma marca. Ainda estava confuso, ainda estava magoado, mas algo dentro dele começava a perceber que a raiva talvez não fosse a resposta para tudo.
Paul quebrou o silêncio, agora com um tom mais brando.
— Olha, Celo … eu já falei isso antes, mas preciso repetir, mais uma vez: me desculpa. De verdade. Eu nunca quis ser o motivo de toda essa bagunça ...
Celo não respondeu, apenas continuou calado. Paul suspirou e continuou:
— Cara, você não tem ideia de como a Mari ficou quando percebeu que você tinha sumido. A gente tava na praia e, do nada, ela entrou em desespero. Queria te encontrar de qualquer jeito, queria largar tudo e correr atrás de você. Foi ela quem obrigou a gente a sair de lá, às pressas, quem fez a gente voltar para casa sem pensar duas vezes ...
Celo sentiu um aperto no peito, mas continuou ouvindo.
— ... Ela pode ter errado, pode ter feito coisas que te machucaram … nós, na verdade, mas em nenhum momento ela deixou de se importar com você ...
Paul deu um meio sorriso, olhando para o Celo
— ... e, se me permite dizer … você foi bem confuso com suas regras. Você dizia que queria ver a Mari se soltando, a incentivava, mas nunca era direto. Cara, você falava uma coisa, e parecia estar bem com suas escolhas.
Paul queria colocar tudo para fora:
— Eu entendo que foi difícil pra você, mas do jeito que foi, a Mari não tinha como saber o que você realmente queria. E tem mais uma coisa: infelizmente, nós homens, diferente das mulheres, na maioria das vezes, pensamos com a cabeça errada. Não é verdade? Ela estava muito confusa e eu … eu pensei com a cabeça errada.
Celo respirou fundo. Ele não tinha como negar aquilo. Ele não podia negar nada do que Paul lhe falou. Ele sempre teve curiosidade, sempre quis experimentar coisas novas no casamento, mas nunca soube lidar com as consequências dos seus próprios desejos.
Enquanto Paul falava, Celo se pegou perdido nos próprios pensamentos. Ele sempre reclamou da monotonia no casamento, da falta de novidade entre quatro paredes. Fantasiava com a ideia de apimentar as coisas, de trazer uma nova dinâmica para o relacionamento. Quando surgiu a oportunidade de experimentar algo novo, ele acreditou que seria uma solução, um jeito de quebrar a rotina sem realmente mudar nada entre eles.
Mas naquele momento, olhando para trás, via o quanto tinha sido ingênuo, e egoísta. Ele achou que poderia simplesmente abrir aquela porta e manter tudo sob controle, que poderia se divertir, ter novidades, e que Mari continuaria lá, a mesma de sempre, disposta a acompanhá-lo nessa aventura.
O problema é que ele nunca pensou no impacto real daquela escolha. Nunca se perguntou se Mari queria aquilo de verdade ou se estava apenas tentando agradá-lo. Ele não se preocupou em entender os medos dela, os traumas que talvez nem ela mesma tivesse conseguido nomear. No fundo, ele não queria mudança … queria emoção, mas sem riscos.
E o que aconteceu? No final, quem saiu machucado foi ele. Ele abriu a porta para algo que não conseguia lidar, empurrou Mari para um cenário que nunca soube, ao certo, se era confortável para ela e, quando viu que não tinha o controle da situação, fugiu. Se sentiu traído, quando, na verdade, talvez tenha sido ele o primeiro a trair. Não de forma óbvia, mas ao colocar os próprios desejos acima do que o casamento realmente precisava.
— Enfim — Paul finalizou, com um tom mais leve. — Só queria que você soubesse disso. A Mari tá no bar, te esperando. E o que quer que você decida … cara, só … tenta ser justo com ela. E consigo mesmo.
Celo não respondeu, mas algo na sua expressão havia mudado. Ainda não sabia o que faria, ainda não sabia se conseguiria perdoar, mas, pela primeira vez, estava disposto a ouvir.
Paul estacionou em frente ao bar e antes de Celo sair do carro, disse:
— Nós vamos encontrar um lugar para ficar. Estamos aqui por vocês. Nos avise se precisarem de alguma coisa.
Celo, ainda confuso, indicou a direção do hotel à beira da estrada em que tinha se hospedado na chegada à cidade. Ele se despediu do casal e parou por um momento na entrada do bar do seu Zé.
Celo não sabia o que esperar. Quando chamou o carro de aplicativo, digitou um endereço qualquer, pois só queria se afastar. Seu carro estava estacionado nos fundos no bar, e perderia muito tempo, teria que passar por muita gente, para buscá-lo. Sua mente estava em conflito:
“Mari o seguira até ali. Como ela descobriu onde ele estava? Paul tinha alguma coisa a ver com aquilo? E, mais do que isso, por que estava ali?”.
Ele não sabia o que queria ouvir dela, mas a simples ideia de que ela, finalmente estivesse disposta a falar, o fazia sentir algo que relutava em admitir: esperança.
Mas então a raiva voltava. A raiva de ter acreditado nela. A raiva de vê-la se entregar a outro homem como nunca se entregou a ele. Não conseguia apagar aquela imagem da cabeça. Fugir não estava funcionando. Ele poderia ir para o outro lado do mundo, mas os pensamentos, a dor e a confusão viajariam junto.
"Eu tenho que encarar isso".
Ele caminhou devagar até o bar. O lugar estava mais tranquilo agora, com as portas fechadas. O dono do bar limpava o balcão, lhe lançando um olhar curioso quando o viu entrar. Mas Celo não prestou atenção. Seus olhos estavam fixos nela.
Mari estava sentada no canto do bar, de costas para ele. O cabelo preso de qualquer jeito, os ombros tensos, os dedos tamborilando ansiosos na mesa.
Quando sentiu a presença do marido, Mari virou-se lentamente. Seu olhar estava carregado de emoções: Medo, culpa, esperança.
Celo prendeu a respiração. Ali, diante dele, estava a mulher que ele amou por mais de vinte anos. A mulher que abalou tudo o que existia entre eles. Mas também a única pessoa que, apesar de tudo, ele ainda sentia falta.
Mari engoliu em seco e se levantou, hesitante.
— Você voltou … — A voz dela saiu quase como um sussurro.
Celo deixou o corpo ereto, tentando manter a postura firme.
— Fugir não resolveu nada, né?
Mari concordou com um aceno de cabeça, desviando o olhar por um segundo antes de encará-lo novamente.
— Então … podemos conversar agora?
Ele não respondeu de imediato. Observou Mari, tentando entender o que estava sentindo. Ela estava ali. E, os dois tinham muito para conversar. A pergunta era: ele queria ouvir?
Seu Zé agiu rápido, pedindo que todos os funcionários saíssem do bar. Sabia que era o certo a se fazer. A tensão no ar era tangível, carregada como se as paredes do lugar estivessem segurando a carga daquele reencontro.
Mari ficou parada por um momento, sentindo o peso daquele silêncio. Respirou fundo, tentando encontrar as palavras certas, mas como explicar algo que nem ela mesma conseguia entender completamente? Como justificar o que parecia injustificável?
Celo estava imóvel, os olhos fixos nela. Ele parecia cansado, exausto. Mas por trás daquela fadiga havia algo que ela tentava interpretar como esperança. Ele queria esconder, queria se proteger, mas Mari o conhecia bem demais. Conhecia cada traço de seu rosto, cada leve mudança em sua expressão, cada barreira que ele erguia quando não queria demonstrar o que sentia.
Seu coração martelava no peito. A garganta estava seca.
— Celo … eu … eu nunca quis te machucar.
Ele riu. Um riso curto e amargo.
— Tá de brincadeira comigo, né?
Mari fechou os olhos por um instante, absorvendo a dor na voz dele.
— Eu sei que parece mentira, mas é a verdade. — Sua voz vacilou. — Você é o amor da minha vida. Sempre foi.
Celo cruzou os braços, um escudo automático contra qualquer sentimento que ameaçasse quebrá-lo.
— É curioso ouvir isso depois do que aconteceu. Depois de ver com os meus próprios olhos.
Ela sentiu a visão embaçar, as lágrimas se acumulando.
— Eu não estou me justificando. Eu só quero … eu preciso te contar a verdade.
Os olhos de Celo se estreitaram, analisando cada palavra dela.
— Então conta, Mari. Estou aqui. Quero e preciso ouvir.
Ela respirou fundo, reunindo coragem. Seu passado era uma ferida ainda aberta, uma cicatriz que nunca fechou completamente.
— Quando eu era mais nova, antes de você … eu tive um relacionamento com um homem chamado Alberto ...
Só de dizer o nome, sentiu um arrepio subir por sua espinha. Parecia que estava trazendo à tona algo que deveria ter permanecido enterrado.
Celo não reagiu, apenas esperou.
— No começo, ele era incrível. Fazia eu me sentir especial, desejada. Ele dizia as palavras certas, me fazia acreditar que eu era única, que tinha sorte por tê-lo ...
Mari desviou o olhar. As lembranças vieram como uma avalanche, sufocantes. Entrelaçou os dedos, tentando manter as mãos firmes.
— E, com o tempo, as coisas mudaram. No início, eram pequenas coisas … pedidos, comentários. Depois, vieram as exigências. Ele queria coisas que eu não queria. Me colocava em situações que faziam com que eu me sentisse … suja. Usada.
Celo franziu a testa, mas permaneceu calado. Mari sentiu o corpo estremecer, as mãos geladas.
— Na última vez em que estivemos juntos … — Ela engoliu em seco, as palavras queimando em sua garganta. — ... Ele me obrigou a ficar com outros homens. Amigos dele. Fui … usada. Uma despedida de solteiro.
Ela viu o corpo de Celo enrijecer, o maxilar travar.
— Ele manipulou tudo. Me fez acreditar que eu devia aquilo a ele. Que eu devia a ele o meu corpo. E quando conseguiu o que queria, me jogou fora como se eu não fosse nada.
As lágrimas começaram a rolar antes que ela pudesse contê-las.
— Depois daquilo, eu me tornei uma pessoa reclusa, quebrada, que evitava qualquer contato pessoal ...
Ela fungou, limpando as lágrimas, mas mais vinham.
— ... Inclusive, quando te conheci, eu te falei que eu não era uma pessoa "namorável", você se lembra?
Os olhos de Celo encontraram os dela, e algo mudou em sua expressão.
— Sim, eu me lembro. — Sua voz estava baixa, pesarosa.
Mari sentiu o coração apertar.
— Mesmo assim, mesmo depois do que eu disse, você me aceitou. E começamos a namorar. Você foi tudo o que ele não foi. Amoroso, paciente, gentil … Eu me sentia segura com você. Mas, ao mesmo tempo, eu tinha medo ...
Ela passou a mão no rosto, ajeitando o cabelo, como se pudesse apagar o passado.
— ... Medo de que se eu me entregasse sem pudor, sem vergonha, se eu me soltasse … eu acabaria sendo descartada de novo ...
Celo estava chocado, imóvel. Mari inspirou fundo.
— ... Por isso, Celo … por esse motivo, eu nunca consegui me soltar com você. Por isso eu neguei seus pedidos tantas vezes. Eu estava com medo de me perder de novo. Medo de te perder.
Celo desviou o olhar, como se precisasse de um segundo para processar tudo o que tinha ouvido de Mari.
— Então por que …? — Sua voz saiu rouca. Ele descruzou os braços, frustrado. — Por que com o Paul? Por que justo com ele?
Mari tremeu.
— Eu não sei. — Sua voz saiu cortada. — Não foi "justo" com ele. Só aconteceu … por conta das circunstâncias. Acho que, de alguma forma, eu me senti segura porque foi algo permitido. Porque você estava ali. Porque eu acreditei que, daquela vez, se eu me permitisse, não seria rejeitada. Você me incentivou, me apoiou, foi carinhoso … e eu me perdi ...
Ela olhou para Celo, a voz falhando.
— E no final … eu te machuquei. Justo você. A única pessoa que eu não queria machucar.
Celo piscou rapidamente, desviando o olhar. Mari mordeu o lábio, tentando conter o choro.
— Celo, o que eu quero que você entenda é que, aconteceu com o Paul porque eu não senti medo, após me portar daquela forma, de perdê-lo. Eu não poderia perder o que eu não tinha. O que eu não amava.
Ela respirou fundo antes de continuar.
— Eu não estava apaixonada por ele. Nunca estive. Ela não significa nada.
Celo cerrou os punhos, a voz carregada de dor.
— Mesmo não significando nada, você sentiu muito prazer. E comigo? Você, alguma vez, sentiu prazer comigo?
Mari arregalou os olhos, sentindo o peso da pergunta.
— É claro que senti, Celo ...
Ela respirou fundo novamente, enxugando as lágrimas.
— ... eu sempre senti prazer com você. Eu sempre quis mais, mas não conseguia. A diferença … sempre foi que, com você, era prazer com amor. Nunca foi só sexo.
Sua voz falhou no final, e ela engoliu um soluço.
— ... e não existe sentimento mais gostoso que esse.
O silêncio caiu entre eles. Celo baixou a cabeça, apertando os nós dos dedos. Ele parecia perdido, tentando juntar os pedaços de tudo que ouvira.
Mari, por outro lado, sentia-se completamente exposta. Pela primeira vez em anos, ela estava se despindo não apenas das omissões, mas dos seus medos mais profundos.
Celo, então, levantou os olhos para ela, e sua pergunta foi como uma facada.
— E agora? O que você quer de mim, Mari?
Ela soluçou, e a resposta veio sem esforço.
— Eu quero você. Quero nós dois ...
Ela se aproximou, mais um passo.
— ... e, acima de tudo, eu quero, eu precisava ser honesta com você. — A voz dela tremeu. — Se depois disso você ainda quiser se separar … eu não posso te impedir.
Os olhos dela brilharam, implorando por algo que nem ela sabia nomear.
— Eu só precisava que você soubesse a verdade.
Celo segurou o olhar dela por longos segundos, e o silêncio tomou conta do bar outra vez. Mari baixou a cabeça, exausta.
— E agora … agora eu estou aqui, te implorando para me ouvir, para me perdoar, depois de ter te machucado da pior forma possível ...
Ela olhou para ele novamente, os olhos suplicantes.
— ... eu sei que talvez não haja mais volta, mas, pelo menos agora, você sabe toda a verdade.
Celo passou a língua pelos lábios, respirando fundo, tentando organizar o caos que estava dentro dele. Mas como processar tudo aquilo? Como entender sentimentos tão contraditórios?
Ele queria fugir. Queria ir embora, respirar outro ar, fingir que nada daquilo tinha acontecido. Mas fugir não mudaria nada. Não apagaria a dor. Celo percebeu que fugir nunca resolveu o problema.
Mari esperava. Sem implorar, sem exigir. Apenas estática diante dele, de coração aberto, esperando que ele absorvesse tudo no seu próprio tempo.
Celo voltou a olhar para ela. E, como um soco no peito, veio a constatação: Mari carregava aquele segredo, aquele peso sozinha, há anos. Um fardo que ele nunca percebeu. A ficha caiu como uma avalanche. Ele sentiu o estômago revirar.
“O que ela viveu com aquele homem … Meu Deus. Eu nunca imaginei. Nunca suspeitei”.
E então, veio um pensamento ainda pior, como uma lâmina atravessando sua mente:
“Eu a empurrei para um abismo que ela nunca quis estar. Sem saber, sem perceber, eu a coloquei diante de um fantasma, o qual ela tentou fugir a vida toda.”
Celo sempre achou que trazer novidades para a relação seria algo bom. Que talvez quebrasse a monotonia, que faria Mari finalmente se soltar. Ele acreditava que aquilo poderia aproximá-los. Mas naquele momento, entendia a verdade brutal: ele estava forçando algo sem conhecer as cicatrizes dela. Sem sequer perguntar se aquilo era algo que ela realmente queria.
“Será que, se eu tivesse perguntado, insistido, prestado mais atenção, Mari teria contado antes? Ou eu sempre estive tão focado em minha própria frustração que nunca percebi o medo dela? Seus traumas?”.
Ele achava que era a vítima de tudo. Mas agora via que também tinha sua parcela de responsabilidade. E mais do que isso, ele também tinha um segredo.
Se Anna não tivesse apagado, se aquele último fio de consciência não tivesse segurado seus atos por puro acaso, ele teria feito exatamente o que condenou Mari por fazer. Ele tinha o direito de exigir algo que nem ele mesmo, naquelas circunstâncias, teria sido capaz de cumprir?
Mari estava diante dele, despida de qualquer barreira, abrindo sua alma, confiando nele com uma verdade que a dilacerava.
E Celo … simplesmente não sabia o que fazer com aquilo.
O bar parecia menor, sufocante. O peso da realidade caía sobre ele como uma onda gigante. Ao ser confrontado com a verdade dolorosa que Mari escondeu, não havia raiva. Não havia fúria. Só um vazio. Uma exaustão que o consumia por dentro.
Mari continuava esperando. Os olhos dela brilhavam com uma expectativa contida, mas sem pressão. Apenas deixando que ele digerisse tudo. Ele queria dizer algo. Qualquer coisa. Mas as palavras não vinham.
E então, Mari se resignou. Sabia que ele precisava de tempo.
— Eu já disse o que precisava. — Sua voz veio baixa, trêmula. — Eu te amo, e sei que talvez não o mereça …
A emoção transbordou. Os olhos dela se encheram de lágrimas outra vez. Ela tentou ser forte, tentou segurá-las. Mas era inútil.
— ... eu vou embora. Vou deixar que você faça sua escolha sem pressão. Desculpe mais uma …
Ela se virou, pronta para sair, mas antes que pudesse dar o primeiro passo, sentiu um puxão firme em seu braço. Celo a segurava com força. Não de forma agressiva, mas demonstrando urgência. Ele não queria que ela fosse. Não antes dele dizer o que precisava.
Celo respirou fundo, o peito pesado, as palavras travadas na garganta. Mas ele precisava dizer. Precisava arrancar aquilo de dentro dele antes que o sufocasse ainda mais.
— Mari … agora é a minha vez. Eu preciso ser honesto também.
A surpresa nos olhos dela era evidente. Mari não esperava aquilo. Mas ficou em silêncio, esperando.
Celo passou a mão pelo rosto, enxugando o suor frio, como se tentasse encontrar forças para mexer nas feridas que nunca tiveram tempo de cicatrizar. Ele fechou os olhos por um instante antes de continuar:
— Você não é a única que tem fantasmas. Eu também tenho esqueletos guardados, bem escondidos.
A voz dele saiu tremida, carregada de emoção. Ele desviou o olhar, engolindo em seco, antes de encará-la novamente.
— Na mesma época em que você estava passando pelo inferno com aquele canalha … na verdade, um pouco antes … eu também fui destruído por alguém.
Mari franziu a testa, confusa.
— O que você quer dizer?
Celo deu um passo para trás, cruzando os braços novamente, como se precisasse de um escudo para protegê-lo da verdade que estava prestes a confessar.
— Eu tive uma namorada. Minha primeira namorada séria. Eu era novo, mas amava aquela garota. Fazia tudo por ela. Queria que desse certo. Mas tinha uma coisa: ela nunca quis fazer amor comigo. — As palavras ficaram presas na garganta. — Sempre dizia que precisava estar preparada, que queria que fosse especial … e eu respeitei. Esperei.
Ele soltou uma risada curta e amarga, cheia de ironia e dor.
— Mas, um dia … eu descobri que ela não precisava de preparação nenhuma. Só não queria comigo ...
Mari arregalou os olhos, sentindo um aperto no peito.
— Celo …
Mas ele não parou. Não podia parar, tinha que ser honesto também.
— Eu a peguei com outro cara. Um amigo nosso. E o pior? — Ele riu de novo, um riso vazio. — Ela fazia com ele tudo o que sempre negou para mim. Tudo o que eu queria viver com ela, mas ela nunca quis. Não comigo ...
O olhar de Mari se encheu de compaixão e tristeza. E ainda mais culpa.
— Meu Deus …
Os olhos do Celo estavam marejados, mas ele tentava manter o controle.
— Você quer saber o que me destruiu de verdade? Não foi só a traição. Foi perceber que eu nunca fui o suficiente. Que, para mim, ela dizia não. Mas para outro, era sim ...
Ele respirou fundo, como se aquele momento estivesse se repetindo diante dos seus olhos. Como se a dor fosse tão nítida agora quanto foi naquela época.
— Foi isso que me quebrou, Mari.
Ele passou as mãos pelos cabelos, frustrado, exausto.
— E foi isso que me destruiu, pela segunda vez, quando eu te vi com o Paul.
Mari prendeu a respiração.
— Celo … eu nunca … eu jamais …
Ele balançou a cabeça, o cansaço pesando sobre ele.
— Mais de vinte anos juntos, Mari. Vinte anos. E, nesse tempo todo, você nunca quis se soltar comigo. Sempre me fez sentir que eu estava exigindo demais. E eu respeitei! Eu aceitei. Eu nunca te forcei. Mas aí … quando eu te vi com ele … quando eu vi a forma como você se entregava…
A voz dele falhou por um segundo. Ele passou a mão pela boca, desviando o olhar.
— ... eu senti que estava revivendo tudo ...
Mari levou as mãos ao rosto, incapaz de conter as lágrimas.
— ... não foi sobre traição, Mari. Foi sobre perceber que, de novo, eu fui aquele cara que não era o suficiente.
Ele fechou os olhos, tentando controlar a onda de emoção que ameaçava derrubá-lo.
— Eu te amo, Mari. Sempre amei. Mas esse amor agora … tá misturado com mágoa, com ressentimento. Eu não sei como separar as coisas.
Mari deu um passo à frente, hesitante. Sua voz saiu embargada, um sussurro carregado de dor.
— Celo … eu nunca quis te machucar dessa forma. Eu nunca quis que você se sentisse assim.
Ele soltou um riso curto, sem humor, sem graça.
— Eu sei. Mas aconteceu.
Mari soluçou, limpando as lágrimas que pareciam intermináveis.
— E agora?
Celo abaixou a cabeça, apertando os olhos por um instante. Ele queria ter uma resposta. Ele queria saber o que fazer com tudo aquilo. Mas, naquele momento, a única coisa que sabia era que, pela primeira vez, estavam sendo completamente honestos um com o outro.
Ele ergueu o olhar e viu, nos olhos de Mari, a mesma dor que carregava dentro de si. Ali estavam eles: dois corações quebrados, tentando entender se ainda haveria conserto.
Celo fechou os olhos por um instante, tentando organizar o turbilhão de emoções dentro de si. Mas não adiantava. Não tinha mais espaço para hesitação, para ponderação excessiva. Ele estava cansado de ser sempre o homem compreensivo, o marido paciente, o cara que se anulava para não pressionar Mari.
Sem dar a ela tempo para reagir, ele a segurou pelo pulso e a puxou com firmeza. Mari arregalou os olhos, surpresa, mas não resistiu.
— Celo?
— Vem comigo. Agora!
A voz dele era baixa, mas cheia de determinação. Não era um pedido. Era uma decisão.
Mari tropeçou um pouco no primeiro passo, mas logo acompanhou o ritmo dele, sentindo a força na forma como ele segurava sua mão. Diferente de outras vezes, Celo não parecia disposto a dar espaço para dúvidas ou arrependimentos. Ele a guiou pelo corredor estreito do bar, sem soltar sua mão nem por um segundo, até a edícula nos fundos.
Quando chegaram à porta, ele girou a maçaneta e a empurrou para dentro, fechando-a atrás de si. O ambiente pequeno e escuro parecia encapsular a tensão entre eles.
Mari olhou para ele, ainda sem fôlego, esperando por algo. Celo se aproximou, sem desviar o olhar.
— Eu passei tempo demais sendo só o seu marido, Mari. — A voz dele era grave, carregada de algo que ela não conseguia identificar de imediato. — Tempo demais pisando em ovos, te esperando, tentando entender o que você precisava.
Ele ergueu a mão, tocando de leve o rosto dela, o polegar roçando sua pele quente.
— Mas, chega ... — Ele inclinou o rosto, o olhar queimando sobre o dela. — Eu sou o seu homem. E se ainda houver alguma chance pra gente, se você me quiser de volta, vai ter que me aceitar por inteiro. Sem desculpas, sem barreiras.
Mari sentiu um arrepio subir por sua espinha. Ele não estava perguntando. Ele estava tomando o que era dele.
Celo parou na porta, observando-a com um olhar que parecia atravessá-la. Ela estava sentada na cama, de vestido leve, os dedos brincando nervosamente com a barra do tecido. Ela sabia que aquela noite precisaria ser diferente. A tensão no ar era palpável, carregada de algo que Mari nunca tinha permitido antes. Algo que ela mesma mal entendia. Ela sabia que precisava demonstrar, com ações, que Celo era o único.
— Vem cá. — Celo disse, a voz firme, quase uma ordem, mas com uma suavidade que fez Mari estremecer.
Ela levantou os olhos, hesitante, mas algo dentro dela queria obedecer. Queria se entregar.
Mari se levantou, o vestido deslizando suavemente sobre suas curvas, e caminhou até ele. Cada passo era lento, calculado, como se ela estivesse medindo a distância entre o que sempre foi e o que estava prestes a se tornar. Quando parou diante dele, Celo colocou uma mão sob o queixo dela, levantando seu rosto até que seus olhos se encontrassem.
O quarto estava envolto em um silêncio pesado, apenas o som da chuva, que tinha começado naquele momento, batendo contra a janela, quebrava a quietude.
Mari era observava por Celo de cima para baixo e um sorriso lento foi se formando nos lábios dela. Ela sabia exatamente o que queria, o que ela precisava, e ele parecia disposto a seguir.
— Se deita. — Ela ordenou, tomando as rédeas da situação. A voz suave, mas firme, como um comando que não podia ser ignorado.
Celo obedeceu, surpreso e admirado, deitando-se na cama, seus olhos fixos nela, cheios de expectativa.
Mari se ajoelhou entre suas pernas, as mãos deslizando lentamente pelas coxas dele, sentindo o calor que emanava de sua pele. Ela puxou o zíper de suas calças, os dedos ágeis encontrando a barra de sua cueca.
— Você está pronto para isso? Vai deixar eu te mostrar que você é o único para mim? O único que importa.
Celo respirava fundo, o peito subindo e descendo em um ritmo acelerado.
— Mari … — ele murmurou, a voz baixa, quase um gemido.
Ela sorriu, puxando sua cueca para baixo, revelando o membro já semiereto. Ela encarou a rola e depois o marido, os lábios se aproximando, o calor de seu hálito fazendo Celo estremecer.
— Ah, Mari …
Mari começou devagar, os lábios delicadamente tocando a cabeça do pau. Beijos leves e úmidos por toda a lateral. Ela olhou para cima, encontrando os olhos dele, intensidade pura entre os dois.
— Eu quero ver você também se perder. — Ela disse, a voz suave, cheia de provocação.
Ele engoliu em seco, as mãos se agarrando ao lençol enquanto ela abria a boca, envolvendo a cabeça de seu pau com seus lábios.
— Foda … delícia … — ele gemeu, os olhos se fechando por um momento.
Mari parou.
— Olha pra mim. — Ela pediu, a voz firme.
Celo hesitou, mas abriu os olhos, fixando-os nela. Ela sorriu, satisfeita, e continuou mergulhando mais fundo, o pau de Celo deslizando em sua boca macia e quente.
Ele suspirou, os músculos se tensionando enquanto ela começou a mover a cabeça para cima e para baixo, devagar, deliberadamente, cada movimento calculado para tirar o máximo de prazer possível.
— Isso … isso tá tão bom demais … — Celo gemeu, as palavras saindo entre respirações ofegantes.
Mari aumentou o ritmo, a língua pressionando contra o pau dele, os lábios se apertando ao redor do membro. Ela o sentiu se contrair, os dedos apertando mais forte no lençol.
— Não … não ainda. — Ela avisou, parando novamente, deixando-o suspirar em frustração.
— Por que você parou? — Ele perguntou, a voz trêmula.
Mari sorriu, os dedos subindo até o pau dele, massageando-o lentamente. Celo hesitou, mas o desejo em seus olhos era inegável.
— Por favor, Mari … continua. — Ele implorou, a voz baixa, mas cheia de necessidade.
Ela sorriu, satisfeita, e mergulhou novamente, desta vez com mais intensidade, o pau dele batendo bem no fundo de sua garganta, sendo completamente engolido.
Ele gemeu alto, os quadris se levantando, tentando foder a boca da esposa:
— Chupa, meu amor … chupa gostoso …
Mari colocou as mãos nos quadris de Celo, pressionando-o para baixo, mantendo-o no lugar enquanto ela continuava, a boca movendo-se rápido e firme.
Celo estava perdendo o controle, os gemidos se tornando mais altos, mais frequentes.
— Mari … eu … eu tô quase … — Ele avisou, a voz vibrando excitada.
Ela não parou. Ao invés disso, aumentou o ritmo, sugando a cabeça e punhetando mais rápido. Ela enfiava toda a pica na boca, apenas tirando quando precisava respirar, recuperar o fôlego.
Celo gritou, o corpo arqueando enquanto ele gozava em sua boca. Mari sentia o sabor quente e salgado preenchendo seus sentidos. Ela engoliu lentamente, os olhos ainda fixos nele, um sorriso de satisfação se formando em seus lábios.
— Gostou? — Ela perguntou, a voz suave, mas cheia de orgulho.
Celo respondeu apenas com um gemido, o corpo ainda tremendo do prazer intenso.
— Nossa … como não gostar …
Mas Mari não estava pronta para terminar. Ela se levantou, sentando-se em cima dele, os lábios se encontrando com os dele em um beijo intenso, o sabor dele ainda em sua boca.
— Agora é a minha vez! — Celo exclamou, os dedos deslizando para baixo, encontrando sua calcinha já molhada.
Mari se levantou, tirando a calcinha lentamente, os olhos de Celo seguindo cada movimento. Mari subiu na cama e se ajoelhou, mas, desta vez, ela ficou de costas para ele, a bunda arredondada e convidativa.
— Agora é você quem vai me fazer gozar. — Ela pediu, demonstrando o quanto queria ser dele.
Celo não precisou ser convidado duas vezes. Era a hora dele mostrar do que era capaz. Ele se levantou, as mãos agarrando os quadris dela, os dedos se espalhando por sua bunda macia. Ele se ajoelhou atrás dela, os lábios se encontrando com a pele quente e úmida de sua buceta.
Mari gemeu, os dedos se agarrando ao travesseiro, enquanto a língua de Celo começava a explorar seu clitóris.
— Isso … assim mesmo … — Ela gemeu, a cabeça caindo para trás …. — Me faz gozar, meu amor.
Celo aumentou o ritmo, a língua pressionando firme contra o clitóris dela, os dedos entrando em sua buceta, a estimulando por dentro. Mari estava se perdendo, os gemidos se tornando mais altos, mais frequentes.
— Mais … por favor, mais … — Ela implorou, entre gemidos.
Celo obedeceu, a língua e os dedos trabalhando em harmonia, tirando dela cada gota de prazer possível. Ele sugou o grelo, mordiscou os grandes lábios, lambeu e chupou cada parte daquela xoxota cheirosa e macia, que ele sempre idolatrou.
Mari gritou, o corpo em convulsão enquanto gozava, o prazer intenso tomando conta de seus sentidos.
— Sim! Isso … Ahhhh … não para … Ahhhh …
Quando o orgasmo cessou, e o corpo já começava a relaxar, ela caiu para frente, o rosto enterrado no colchão, o corpo ainda tremendo. Celo se sentou ao lado dela, os dedos acariciando suavemente suas costas.
— Como foi? — Ele perguntou, a voz suave, carinhosa, mas cheia de satisfação.
Mari respondeu com um sorriso, o puxando para um beijo apaixonado.
— Hoje … — Celo começou, a voz baixa, mas carregada de intenção. — Não vai ter volta. Você vai ser minha completamente. Como sempre deveria ter sido.
Mari sentiu ainda mais tesão, algo quente e pesado que desceu até o estômago. Ela acenou com a cabeça, quase imperceptivelmente, mas Celo viu. E sorriu.
Ele se levantou da cama e ajudou Mari a fazer o mesmo. Já em pé, sem aviso, ele a puxou contra seu corpo, os lábios dele encontrando os dela em um beijo que era ao mesmo tempo, suave e selvagem. Era como se ele estivesse dizendo: Eu te conheço. E agora, você vai se conhecer também.
As mãos dele deslizaram pelas costas dela, puxando o zíper do vestido com uma destreza que fez Mari soltar um gemido suave contra sua boca. O tecido caiu ao chão, revelando a parte de cima da lingerie simples e delicada que ela escolhera.
Celo deu um passo para trás, os olhos escaneando cada centímetro do corpo dela, apreciando, a possuindo com o olhar.
— Você é linda. Sempre foi. — Ele murmurou, a voz sedenta. — Mas hoje, eu quero mais do que isso. Quero te ver descontrolada.
Mari sentiu um calafrio de excitação percorrer sua espinha. Uma onda eletrizante que a fazia aceitar qualquer coisa que o marido pedisse, ou que talvez ordenasse. Ela sempre tinha sido recatada, contida. Mas algo naquela noite a puxava para além de seus limites. Algo que ela não sabia nomear, mas que queria. Ela queria mais.
Ela devia isso a ele. Precisava que ele entendesse que suas palavras, seu desabafo, feito um pouco mais cedo, era real.
Celo sentou-se na beirada da cama e a puxou para que ela ficasse em pé diante dele. As mãos dele subiram pelas coxas dela, devagar, como se estivesse saboreando cada momento. Quando seus dedos encontraram novamente a bucetinha ainda úmida pelo gozo, ele acariciou carinhosamente, arrancando um suspiro dela.
Ele apalpou um dos seios, enfiando um dedo pela lateral do sutiã, acariciando o mamilo bicudo, ainda inchado.
— Tira. — Ele ordenou, a voz grave.
Mari hesitou por um momento, mas então, com movimentos lentos e deliberados, ela deslizou as alças para a lateral dos ombros, deixando cair pelo braço. Celo a virou e a puxou para que ela ficasse sentada em seu colo, de costas para ele, e Mari sentiu o calor do corpo dele contra suas costas, sua respiração quente contra o pescoço. Ele desabotoou e arrancou o sutiã de uma vez.
As mãos dele subiram pelo corpo dela, explorando, tocando, apertando. Quando uma delas encontrou seu seio novamente, ela arqueou o corpo, um gemido escapando de seus lábios.
— Ah … que maldade …
Celo sorriu, os dedos beliscando suavemente o mamilo enquanto a outra mão descia até a coxa dela, abrindo-a devagar, como se estivesse preparando o terreno para o que estava por vir.
— Você já tá excitada de novo! — Ele sussurrou no ouvido dela, a voz carregada de uma satisfação que fez Mari tremer. — Já tá pronta pra mim novamente?
Ela não respondeu, mas o corpo dela falou por si só, os quadris se movendo involuntariamente em busca de mais. Celo riu baixinho, uma risada que era ao mesmo tempo suave e dominadora.
— Tudo no seu tempo. — Ele disse.
Os dedos dele deslizaram até aquele ponto quente e úmido entre as coxas dela. Quando ele a tocou, Mari soltou um gemido alto, as mãos dela agarrando as coxas dele como se precisasse de algo para se segurar. Ainda estava sensível.
— Aí, amor … que gostoso.
Celo começou a massagear o grelo devagar. Os dedos explorando, tocando, encontrando o ponto que a fazia estremecer e gemer.
— Ahhhh … mais … não para …
Ele sabia o que estava fazendo, sabia exatamente o que precisava fazer. Como fazê-la se perder. Se ela tivesse se permitido antes … E Mari se perdia, pela primeira vez sem pudores, cada toque dele levando-a mais longe que qualquer pensamento, qualquer controle.
— Ce … Celo … — Ela gemeu manhosa, a voz entrecortada, mas ele não parou.
Pelo contrário, começou a acelerar o movimento, os dedos se movendo em círculos firmes e precisos, enquanto beijava as suas costas, e a levava cada vez mais perto do êxtase.
— Ah … assim, amor … isso … gostoso …
E então, sem aviso, ele parou, devolvendo o que ela merecia. Mari soltou um gemido de frustração, virando o dorso, os olhos dela se abrindo para encontrar os dele. Celo sorriu, aquele sorriso que ela conhecia tão bem, aquele sorriso que sabia exatamente o que ela estava sentindo.
— Ainda não. — Ele disse, os olhos brilhando. — Hoje, você vai implorar.
Os dedos dele permaneceram logo acima de seu clitóris, provocando-a, torturando-a com a promessa de liberação. A respiração de Mari engatou, seu corpo tremendo com a necessidade de mais.
— Por favor … não faz isso comigo … — Ela sussurrou, sua voz quase inaudível.
Ele ouviu. E, claro, ele fez. Ele sempre a ouvia, ela que não se permitia viver.
Os lábios dele roçaram sua orelha, sua respiração quente e suave, causando arrepios na espinha dela.
— Por favor, o quê? — Ele perguntou, sua voz exigente.
Não foi uma pergunta, foi um desafio. Ele queria que ela dissesse, que admitisse o que queria, o que ela precisava.
As mãos de Mari cerraram-se em punhos, as unhas cravadas nas palmas das mãos. Ela podia sentir o calor crescendo dentro dela, a tensão aumentando cada vez mais. Mas ela não conseguia dizer. Ela não podia. Era demais, muito cru, muito real.
Os dedos dele se moveram novamente, mas desta vez não a tocaram. Eles pairavam logo acima de seu clitóris, perto o suficiente para fazê-lo inchar ainda mais, mas não perto o suficiente para lhe dar o alívio que ela queria.
— Diz … — Ele insistiu, com a voz firme, mas havia uma suavidade ali, uma compreensão que fez seu coração doer.
— Por favor ... não para … eu quero … eu preciso …
Ela finalmente se rendeu. Sua voz falhando enquanto as palavras saíam de sua boca. Foi uma confissão, uma súplica, e assim que as palavras saíram de seus lábios, ela sentiu uma onda de alívio invadi-la.
O sorriso de Celo era predatório, seus olhos escuros de desejo quando ele finalmente a tocou novamente. Seus dedos se moviam com propósito, circulando seu clitóris com uma precisão que a fez gemer alto, arqueando as costas para fora da cama.
— Assim é melhor? — Ele a provocou, com a voz cheia de satisfação.
Mari cravou as unhas em suas coxas, enquanto Celo se superava, trabalhando os dedos no clitóris com uma nova perícia, recém-descoberta, que a deixou sem fôlego.
Ela podia sentir a pressão aumentando, seu corpo se contraindo à medida que ela se aproximava cada vez mais do êxtase.
— Celo … eu vou … Ahhhh … — Ela se engasgou, a voz tremendo com a intensidade do que ela estava prestes a sentir.
Mas então, quando ela estava prestes a explodir, ele parou novamente. Seus olhos se abriram, seu peito arfando enquanto ela olhava para ele sem acreditar.
— Por quê? — Ela choramingou, a voz cheia de frustração.
O sorriso de Celo era malicioso, seus olhos brilhavam com intensidade.
— Porque eu quero ouvir você implorando de novo. — Ele estava se divertindo ao puni-la.
Mari gemeu, seu corpo caindo na cama e sua cabeça caindo contra o travesseiro. Ela estava tão perto, tão desesperada, e ele sabia disso. Sabia e estava usando isso contra ela.
— Por favor, Celo. — Ela implorou, com a voz trêmula, mas determinada. — Eu preciso … eu preciso de você.
O sorriso de Celo suavizou, sua mão se moveu para segurar sua bochecha enquanto ele se inclinava para beijá-la. Foi um beijo lento e doce, que fez seu coração doer com o quão terno era.
— Você sabe o que acontece quando você pede, de forma tão bonitinha? — Ele murmurou contra os lábios dela, sua voz baixa e sensual.
Mari balançou a cabeça, com os olhos arregalados enquanto procurava respostas em seu rosto. Ele riu suavemente, sua mão movendo-se pelo corpo dela, seus dedos percorrendo sua pele até alcançarem seu clitóris novamente.
— Você ganha. — Ele disse, sua voz cheia de ternura, o que fez o coração dela disparar.
Os dedos dele começaram a se mover novamente, desta vez com uma ferocidade que a deixou sem fôlego. Não demorou muito para que ela sentisse aquela onda de prazer caindo sobre ela, seu corpo convulsionando quando ela se desfez sob seu toque.
— Ah, amor … como é bom … eu amo você … Ahhhh …
Seus gemidos encheram a casinha, suas mãos agarrando os lençóis, enquanto ela cavalgava as ondas de seu clímax.
Quando finalmente se acalmou, Mari ficou ali deitada, com o peito arfando e o corpo febril.
Celo se inclinou, dando um beijo suave em sua testa, a mão acariciando seus cabelos suavemente.
— Você foi tão boa ... — Ele disse, sua voz cheia de orgulho.
Mari sorriu, seus olhos se fecharam enquanto ela se inclinava para receber o toque dele. Mas então, ela o sentiu mudar e abriu os olhos para encontrá-lo parado ao lado da cama, os olhos escuros com uma fome que fez seu estômago revirar.
— Agora é a minha vez. — Celo disse, com voz potente, perigosa.
O coração dela disparou, enquanto o observava tirar a roupa, seu corpo revelado centímetro por centímetro até que ele ficou diante dela, completamente nu.
Aos olhos dela, ele era magnífico, sua ereção forte e poderosa, e Mari sentiu um arrepio percorrer sua espinha quando o abraçou.
Celo subiu na cama, suas mãos a agarrando pela cintura, enquanto a puxava para mais perto. Mais beijos, intensos e apaixonados, deixando ambos sem fôlego.
Quando ele se afastou, seus olhos ardiam com um fogo que fez o estômago de Mari dar um nó.
— Eu vou te foder até você não aguentar mais. — Ele rosnou, impiedoso.
O corpo de Mari reagiu à promessa do marido. Seus olhos fixos nos dele.
— Por favor … eu quero. — Ela o provocou, sua voz ansiosa, necessitada.
Ele a ajeitou melhor na cama, suas mãos se movendo para as coxas dela, afastando-as enquanto ele se posicionava entre elas.
— Você está pronta pra mim? — Celo pincelava o pau na entrada da xoxota.
Mari assentiu, sua respiração saindo em pequenos suspiros enquanto sentia a cabeça pressionando contra sua entrada.
— Sim. Vem. — Ela o encorajou, com a voz tremendo de antecipação.
E então, com um impulso forte, o pau escorregou para dentro, preenchendo-a completamente. Mari ofegou, ajeitando melhor o corpo, quando ele começou a se mover, suas estocadas fortes e implacáveis.
Mesmo antes, ela sempre amava o momento em que ele a penetrava completamente, sentindo-se cheia e completa com o membro duro pulsando dentro dela.
Ela abriu as pernas o máximo que pôde, permitindo que ele entrasse bem fundo, sentindo uma estranha mistura de prazer e queimação enquanto ele a esticava.
— Ahh, totalmente dentro ... — Celo gemeu acima dela.
Ele começou a se mover mais lentamente no início, tirando o pau quase completamente antes de, gentilmente, empurrá-lo de volta. Mari fechou os olhos, sentindo cada centímetro desaparecendo dentro dela, apreciando o contraste entre a sensação de plenitude e a excitação de ser preenchida por ele.
— Ah, sim ... — Ela gemeu, suas mãos movendo-se para agarrar seus próprios seios, apertando-os — Me fode ... Mete, amor ... Sente como eu tô encharcada …
Os dedos dela se enterravam na carne macia dos seios, a sensação de prazer e dor a estimulando ainda mais. Ela conhecia seu próprio corpo bem o bastante para saber que esta mistura a levaria ao orgasmo rapidamente.
Olhou para cima, para seu marido, vendo a concentração em seu rosto enquanto ele controlava seus movimentos. Queria tirar um pouco do seu autocontrole, então apertou as pernas em torno de seu quadril, puxando-o para mais perto.
Era hora de ousar, se permitir, dar a ele o que ele sempre pediu:
— Me diz que tá curtindo ... me fala que eu sou a cadela mais gostosa que você já trepou ... — Ela o provocou novamente, revirando os olhos, deixando Celo surpreso e ainda mais excitado.
Celo sorriu maliciosamente, parando seus movimentos e ficando completamente imóvel dentro dela. Ela arqueou as costas, tentando incentivá-lo a continuar, mas ele permaneceu parado, apreciando o calor e a pressão da buceta em torno de seu pau.
— Confessa que eu sou melhor, o seu único e verdadeiro macho ... — Ele pediu, uma nota de brincadeira em sua voz. — O primeiro e único que te faz sentir assim …
Mari não conseguia acreditar que ele estava devolvendo a provocação, enquanto ela estava completamente aberta e vulnerável para ele.
— Você sempre foi … Ahhhh … e sempre será.
Ela sentiu uma onda de excitação fluir para sua barriga, intensificando a sensação de desejo. Os olhos dela se arregalaram, fixos nos dele, sua respiração acelerando à medida que sentia o controle escapar de suas mãos.
— Você é ... Ahh! — Ela murmurou quando ele se moveu ligeiramente, fazendo com que ela desmoronasse. — O único homem que eu amo ... Aaah... O único que me domina assim ... Não paro de pensar ... Na sua rola … em você…
Celo sorriu ainda mais, satisfeito por finalmente ter a esposa submissa a seus desejos. Ele começou a se mover novamente, mais rápido, suas estocadas direcionando-se mais fundo dentro dela a cada impulso.
— Diz que você é a minha cadela ... — Ele exigiu. — Diz que você vai fazer qualquer coisa que eu disser …
Mari estava amando aquele Celo dominante, e ele raramente apareceu no passado. Seu corpo reagiu imediatamente à sua voz autoritária. Ela se sentiu incrivelmente molhada, seu canal vaginal apertando-se em torno dele, sugando-o mais fundo.
— Sou sua cadela ... — Ela gemeu. — Farei o que ... O que você quiser... Só me fode ... Por favor … Ahhhh …
— Isso, minha esposa safada ... — Ele encorajou, suas mãos indo para os quadris dela, segurando-a no lugar enquanto ela rebolava embaixo dele. — Minha cadela ... Você vai deixar seu dono te foder bem gostoso ...
Mari gemeu alto, seu corpo reagindo à fala dele.
— Eu deixo … Ahhhh … me fode, seu cachorro … bem gostoso …
Mari não conseguia acreditar que seu marido calmo e carinhoso pudesse ser tão devasso. Ela se livrava da angústia, das dores … aquela versão do Celo a excitava ainda mais.
Seus quadris se levantavam do colchão para encontrá-lo a cada investida, gemendo e suplicando enquanto ele a fodia ainda mais rápido.
— Ahhhhhhhhhh! — Ela gemeu alto, jogando a cabeça para trás quando uma torrente de excitação a invadiu. — Ahhhhh, Celo!
— Isso, meu amor ... — Ele sussurrou, inclinando-se e capturando um dos mamilos dela entre os dentes, sugando-o enquanto ela se contorcia abaixo dele. — Goza pra mim ... Me diz como se sente …
Mari gemeu, seu corpo sensível à menor provocação, conforme ondas de prazer a consumiam. Esperou alguns segundos, sentindo a adrenalina pulsando.
— Aaah ... — Ela respirou fundo, abrindo os olhos para encontrá-lo, observando-a intensamente. — Me sinto ... líquida... Como se cada órgão do meu corpo estivesse derretendo de prazer ...
Os olhos de Celo cintilavam com diversão. Ele cessou a pressão no mamilo e levantou o corpo para que pudesse mirar mais fundo dentro dela.
— Eu sou seu dono ... — Ele gemeu, respirando com dificuldade quando aumentou a velocidade. — Eu posso fazer qualquer coisa com você ... Te foder bem gostoso ... Te usar de qualquer maneira que eu quiser …
Mari cerrou os dentes, a ideia dela sendo completamente dominada por ele, a levou ao clímax rapidamente. Ela apertava as pernas em torno dele, tentando puxá-lo mais fundo enquanto sentia uma onda gigante de prazer se aproximando.
— Ahh! — Ela gemeu alto. — Dentro ... mais fundo.
Celo a agarrou pelos pulsos, segurando suas mãos acima de sua cabeça, e a penetrou com força total, atingindo seu ponto “G” repetidamente.
— Sua xoxota tá me sugando … que delícia. — Ele gemeu, suas estocadas leves e rápidas ressonando dentro dela. — Vai, goza pra mim!
Mari prontamente obedeceu, os músculos de sua vagina contraindo-se e apertando-o enquanto ela derramava seu néctar ao redor do duro pau dele. Grunhindo em aprovação, ele aumentava a velocidade, penetrando-a violentamente enquanto ela gozava de uma forma que nunca havia gozado antes.
— Ahhhh! Tô goz ... ando! — Ela gemeu, seu corpo tremendo e contorcendo-se incontrolavelmente. — Mete, meu cachorrão …
Celo rugiu alucinado, sentindo o aperto da buceta ordenhando seu pau.
Foi tudo que ele precisava para levá-lo ao limite. Ele soltou as mãos dela, erguendo seu corpo, e agarrou seus próprios quadris enquanto forçava o pau completamente dentro dela.
— Aqui ... Toma ... — Ele gemeu alto, os olhos apertados quando ele explodiu dentro dela. — Você é minha … só minha.
Mari pôde sentir o calor de seu gozo preenchendo-a, o que a enviou direto para outro orgasmo consecutivo.
Ela gemeu seu nome, seus corpos em perfeita harmonia enquanto gozavam juntos. Celo afundou sobre ela, ofegante, ainda brigando por autocontrole. Sentiu seu sêmen escapar de dentro dela, escorrendo pelas suas pernas, e sorriu satisfeito.
Eles permaneceram em silêncio, recuperando o fôlego, por longos minutos, antes que Celo finalmente conseguisse falar.
— Foi ... — Ele respirou fundo, roçando seu nariz contra o dela. — Foi incrível.
Um sorriso se espalhou pelo rosto dela.
— Você foi incrível ... — Ela corrigiu, seus olhos sinceros enquanto ela passava as mãos por seu rosto. — Eu te amo.
Ele a beijou suavemente, seus lábios apenas se tocando, antes de sussurrar contra a boca dela.
— Te amo também, cadela.
Mari, feliz e realizada, ao lado do amor da sua vida, achou que era a hora perfeita para a cartada final.
— Cadela … é? Então me pega de quatro … come meu cuzinho …
Celo sentiu o pau dar um tranco. O tesão tomando conta dele novamente. Nunca imaginou que ela pediria aquilo tão diretamente.
Seus lábios se encontraram em um beijo ardente, explorando-se mutuamente com uma fome insaciável. As mãos de Celo percorriam o corpo de Mari, deslizando por suas curvas, acariciando seus seios e apertando suavemente suas nádegas. Mari gemia entre os beijos, sentindo seu corpo responder ao toque de seu marido.
Celo a deitou delicadamente na cama, seus olhos nunca deixando os dela. Ele beijou seu pescoço, descendo lentamente até seus seios, onde parou para apreciá-los. Mari arqueou as costas, oferecendo-se a ele, enquanto Celo lambia e sugava seus mamilos sensíveis.
— Eu ouvi direito, Mari? — Celo ainda não acreditava no que ela tinha oferecido.
Aquela era a barreira final entre eles. O que ele mais queria, pouco teve, e sempre era motivo de brigas entre os dois.
Seus olhos se encontraram, e o olhar dela era tão intenso que ele sentiu uma onda de calor subir pelo corpo.
— Mari … você está mesmo falando sério?
Ela sorriu, os lábios curvando-se de forma quase maternal, mas com um toque de domínio que fazia o coração dele acelerar.
— Sim, meu amor. Eu quero. Nós precisamos disso. Eu quero me entregar a você por inteiro. Completamente. E eu quero tudo, Celo.
Ele inclinou a cabeça, os dedos agora acariciando o rosto dela.
— Eu não acho que você brincaria quando se trata disso. Confia em mim? — Ele perguntou receoso.
— Sim, amor. Eu confio. Sempre confiei. Me desculpe por demonstrar tão pouco. — Mari respondeu, com os olhos marejados.
O ar estava carregado de algo novo, algo incrível, uma promessa de que tudo ficaria bem. Ambos sentiam. Ele podia ver a determinação nos olhos dela, misturada com uma ternura que só Mari sabia expressar.
— Me deixa cuidar de você. — Ele disse, a voz suave, mas com uma pitada de malícia.
Ela obedeceu, se posicionado para ele, de ladinho, ficando completamente à mercê dos desejos que ele sempre deixou bem claro.
Celo encaixou o corpo no da esposa, beijando seus ombros, pescoço, mordiscando o lóbulo da orelha … com o pau encaixado entre as bandas da bunda, ele roçava a pica na buceta carinhosamente.
Celo levou a mão ao cuzinho, acariciando as pregas, abrindo lentamente caminho com um dedo.
Mari gemia e ofegava.
— Obrigado por ser carinhoso, amor … está gostoso.
— Respira … vou com calma … — Ele sussurrou em seu ouvido, enquanto os dedos, lentamente, laceavam o caminho.
Celo ia com cuidado, carinhosamente, sabendo que era um ponto sensível dela.
Mari arqueou as costas, um gemido baixo escapando dos lábios enquanto ele começava a agir mais assertivamente.
— Tá gostoso, amor … Eu sei que você está preocupado comigo, mas eu quero que você foda esse cu … me pega de jeito. —
— Você é tão linda assim, sabia? — Ele a elogiava, mas já agia com mais intensidade.
Ele posicionou-se sobre ela, guiando o pau até a entrada. Ela fechou os olhos, entregando-se completamente ao toque dele. Celo apontou a pica na entrada do cuzinho e com a ajuda do mel farto que escorria da buceta excitada, começou a forçar.
— Respira, amor … — Ele não parou de empurrar. Lentamente, cuidadosamente.
Mari não sabia se gemia ou se fazia promessas.
— Eu prometo … Ahhhh … eu jamais vou me negar … Ahhhhh … a você outra vez …
A cabeça passou, e Celo deixou que ela se acostumasse por alguns segundos.
— Eu serei mais … Ahhhhh … mulher para você … Ahhhh … mais safada.
Metade da rola estava dentro.
— Eu vou fazer o que você … Ahhhh … quiser …
A rola finalmente se acomodou inteira no cuzinho.
— Só não deixe … Ahhhhh … não deixe de me amar …
Ela estava relaxada, desejando aquilo, os dedos se agarrando ao lençol.
— Celo … amor … — Ela gemeu, a voz cheia de uma mistura de dor e prazer que ela sempre gostou, mas que nunca se permitia sentir.
— Eu sei, amor … — Ele respondeu, parando por um momento para deixá-la se acostumar. — Você está fazendo tão bem …
Ele começou a estocar com carinho. Ela sentia cada centímetro dele, cada parte do corpo dele gritando de uma forma nova, intensa. Era como se eles estivessem se fundindo, finalmente completos.
— Você é minha … — Ele repetiu. — Minha.
— Sua … só sua … Ahhhh … — Ela respondeu, a voz trêmula, mas cheia de certeza. — Sempre sua.
Ele sorriu, satisfeito, e começou a aumentar o ritmo. Cada movimento mais profundo, mais intenso. Ela fechou os olhos por um momento, curtindo, totalmente, aquele momento de entrega que ela tanto se recusou a viver.
Nunca houve tanta confiança entre eles. Estavam zerados, sem segredos. Havia somente amor e entrega.
Celo continuou, os movimentos ficando mais rápidos, mais profundos. Mari estava entregue, entregue de forma completa. E ela podia sentir o poder e a intensidade da conexão entre eles.
“Você é perfeito”, ela pensou, sentindo uma emoção nova, um amor intenso queimando no peito. “Tão perfeito para mim”.
Ele gemeu, os dedos se agarrando às coxas dela, tentando encontrar algum tipo de ancoragem.
— Mari … eu …
— Eu sei, eu também, amor … Ahhhh… — Ela respondeu, sentindo cada estocada mais frenética dentro dela. — Deixa vir, amor. Só deixa vir …
Celo obedeceu, o corpo tremendo, os olhos vidrados, a onda de prazer o dominando completamente. Ele abraçou Mari com força, a segurando forte, chegando ao clímax, e, por um momento, o mundo parou. Eles estavam tão conectados, tão completos, que nada mais importava.
— Ahhhh … incrível … incrível … — Mari repetia, alucinada.
Após se desgarrarem, Celo permaneceu ali, ao lado de Mari, respirando contra a pele dela, sentindo o coração bater acelerado junto ao seu. O silêncio entre eles não era vazio, era cheio de tudo o que haviam sentido, de tudo o que não precisavam mais dizer.
Ele passou a mão suavemente pelos cabelos dela, afastando uma mecha de cabelo branco, sua marca registrada, grudada em sua testa. Mari o abraçou com força, escondendo o rosto no pescoço dele. Seu corpo tremia levemente, como se ainda estivesse processando tudo.
— Eu te amo, Celo — ela sussurrou, a voz embargada de emoção. — Sempre amei. Mesmo quando fiz tudo errado … Mesmo quando me perdi. Você sempre foi meu lar.
Ele fechou os olhos por um instante, absorvendo aquelas palavras. Então, segurou o rosto dela entre as mãos, fazendo-a encará-lo.
— Você é minha, Mari. Sempre foi. — Seu tom era firme, mas cheio de ternura. — E eu sou seu.
Um sorriso pequeno, tímido, surgiu nos lábios dela antes que Celo a beijasse de novo, devagar, como se quisesse eternizar aquele momento. Não havia mais barreiras entre eles. O passado ainda existia, as cicatrizes ainda estavam lá, mas agora, pelo menos naquele instante, só importava o presente.
Eles permaneceram abraçados, sentindo o calor um do outro, sem pressa para se soltar. Afinal, depois de tanto tempo afastados, finalmente estavam onde realmente pertenciam: juntos.
Antes de se entregar ao sono merecido, vendo que Celo já dormia com um sorriso bobo nos lábios, Mari pegou o celular e enviou uma mensagem para Anna:
“Como sei que vocês provavelmente ainda estão por aqui, sintam-se liberados. Obrigada pela ajuda, mas voltarei para casa com o meu marido”.
Continua …
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