Esse conto é sequência cronológica do anterior. O ano é 2013.
Ao amanhecer, após aquela noite de sexo esquisito da qual mal dormira. Resolvi não passar o sábado com a Mara. Primeiro pra evitar a rebordosa que certamente aconteceria com a Cátia. O q de fato aconteceu nas minhas horas da manhã. Ela envergonhada não queria me ver. Aproveitei a deixa e disse pra Mara q tinha q ir lavar o carro, etc. Q daria tempo pra Cátia, se recuperar se arrumar e poder ir pra casa. Tomei um banho, peguei minhas coisas, coloquei no carro e saí.
Fui direto pra casa da Bia, mandei mensagem no celular dela. Perguntando se ela queria tomar um suco comigo. Ela aceitou e fomos pra Pastelaria da Praça do Aviao. Ela me viu q tava meio aéreo. Eu tinha bebido muito depois do estranho ménage. Mas por conta da camisinha, do q por conta da noite. Disse q tava de ressaca, a Bia, era diferente da Mara, pelo fato de ser mais nova que eu, não se preocupava em se impor. Pelo contrariou, era uma patricinha submissa, delicada e amorosa. Sabia q nem tudo se resolvia no sexo, ao contrario da Mara q tudo se resolvia com uma gozada.
A Bia falava q eu estava bebendo demais, q não tinha um dia q eu não tomava bebida alcoólica. Que isso preocupava ela. E me pergunto o motivo. Não respondi prontamente e pensei.
Pensei q desde q me separei da Eliana, em 2009 eu estava bebendo todos os dias, e nunca tinha entendido o motivo. Talvez fosse pelas frustrações e decepções q eu carregava do meu primeiro casamento. Talvez fosse pela vida rasa e superficial q eu estava vivendo, talvez fosse por estar longe de toda minha família e todos os meus relacionamentos estarem e serem baseados em sexo e que ultimamente estava sendo usado como um brinquedo por uma ninfomaniaca para satisfazer suas vontades. Sim eu estava tendo uma crise existencial. Sei q todos vão pensar q eu estou reclamando de saco vazio.
Então disse pra ela, meio engasgado. Acho q estou desperdiçando minha vida. No q ela respondeu prontamente me dando um beijo carinhoso na bochecha:
Acho q vc tá precisando de ajuda. Acho q vc precisa de um psicólogo.
Eu neguei, pois por alguns fatos q ocorra no passado não botava muita confiança em psicólogos e psiquiatras. Ela disse q marcaria uma consulta pra mim, se eu não quisesse ir não precisava. Mas q se eu quisesse ela iria comigo. Agradeci a preocupação dela e disse que ela cuidava de mim e era boa pra mim e eu não merecia. Ela questionou o pq. Então eu disse q na noite passada, estava com a Mara, q supostamente era pra eu ter terminado. Menti dizendo q ela era insistente q me manipulava e eu não conseguia me livrar dela. Ela com lágrimas nos olhos disse q ia sabia q eu não tinha separado dela e q a esperança dela era q eu terminasse. Mas não iria né confrontar. Pq se ela fizesse isso seria como pedir pra assumir ela. E ela não tava preparada pra isso, pq a família dela era de tradição evangélica. E q meu estilo de vida ia de encontro a tudo q eles acreditavam. A esperança dela era q simplesmente uma hora parássemos de nos ver ou, segundo ela, que Deus fizesse um milagre. Mas o problema de tudo isso, q já se passavam mais de 1 ano e nada acontecia. Então ela confessou q estava apaixonada por mim, mesmo não querendo estar. E eu murmurei baixinho :
Eu acho q tbm estou.
Ela riu, e me beijou, nos beijamos, mas nesse beijo, senti algo diferente. Não era beijo sexual q eu dava na Mara, nem os beijos sensuais q a Bia e eu já tínhamos dado. Era um beijo q nunca tinha sentido. Pela primeira vez em anos, meu coração acelerou por um beijo. Coisa de adolescente. Nós abraçamos e ela, pediu pra eu levar ela pra casa pq tinha q ajudar a mãe a arrumar a casa pra célula. Eu sei lá o q isso significava.
Em todo o caminho ela foi fazendo carinho em minha nuca, como dois namorados. Coisa q nunca tinha sentido. Fui dirigindo e pensando sobre acabar tudo com todas, e ficar só com a Bia, me declarar pra Bia. Mas tudo q ela tinha me dito pesava e muito. Ela não me assumir. O Meu trabalho era diretamente ligado a Mara, pois ela tinha me conseguido o cargo público. E sobreviver com salário de professor não dava certo. Mas de uma coisa eu tinha certeza. Eu ia terminar com a Cris. Não fazia sentido eu transar com a Cris toda quinta feira, alimentar esperanças dela. Se nem ao menos gostava dela. Era só um fetiche, estar com uma magrinha da bucetinha peluda.
Ao deixar a Bia, nos beijamos e acidentalmente saiu um "Eu te amo!” Da minha boca. Foi tão precoce, tão inesperado, tão inesperado que até a Bia ficou com cara de choque e antes q ela falasse alguma coisa eu arranquei com o carro. Quando estava virando a esquina recebo mensagem dela.
“Solta uma bomba dessas, me deixa sem respostas e sai acelerando?, Eu acho q tbm te amo”. Antes q eu pudesse responder. O meu telefone toca, era a Cris me ligando. Estranho, pois ela nunca me ligava aos sábados, pois havia dito a ela q dormia o sábado todo.
Ao atender o telefone, ela com a voz chorando me diz que o pai dela tinha falecido. Naquela manhã, que ela não sabia o que fazer, os irmãos dela e eram homens crescidos mas incompetentemente a estavam em choque. Ela precisava resolver a liberação do corpo. E tinha q ir a uma tal central de óbitos da prefeitura de Goiânia. E como ela sabia q eu trabalhava na prefeitura perguntou se não tinha ninguém q pudesse ajudar. Felizmente eu trabalhava diretamente com o chefe da central de óbitos, disse pra ela me dizer onde ela estava e eu iria buscar tudo q precisava e ia ajudar ela. E foi o q eu fiz, resolvi toda a burocracia pra ela e em menos de 2 hrs ela já tinha todos os papéis pra liberação do corpo do pai. Falei pra ela q iria em casa me trocar e ficaria com ela no velório de madrugada.
No caminho pra casa, a Mara me liga perguntando se eu poderia buscar ela na casa da Cátia. Sim, meu sábado estava maluco. Fui, busquei ela e a levei pra casa dela, ela questionou o pq o carro não tava limpo como eu disse q ia fazer, e eu disse q fui fazer outras coisas e acabou não dando tempo. Troquei óleo, alinhei etc. Ela engoliu a história e disse q estava cansada, q queria um sábado de paz. Perguntou se eu poderia passar pra pegar o filho dela e morava com o pai. Eu tbm falei q iria, peguei o filho dela e os deixei na casa dela. Fui tomar um banho e vi no lixo do banheiro a camisinha da noite anterior. Aquilo ainda me martelava. Sai do banheiro em direção ao quarto dela, aproveitei q ela estava no quintal brincando com o filho dela . Tranquei a porta e fui vistoriar o guarda roupa pra achar se realmente era só um pacote de camisinha pra uma noite. Não precisei revirar muito. Em uma gaveta, junto com as calcinhas mais sexy q ela tinha, uma caixa daquelas de presentes, cheia de preservativos. Dos mais variados estilos, cores, marcas e modelos. Também encontrei algumas calcinhas que eu jamais tinha visto. Fiquei em choque coma possibilidade de estar sendo traído. Sim hipocrisia.
Me vesti e disse q tinha recebido uma ligação de um amigo de faculdade q o pai dele tinha falecido e queria ajuda na central d e óbito pra liberar o corpo. Ela sabia q eu poderia ajudar e disse que tudo bem, avisei q não iria volta de iria pra casa q voltava no outro dia pra levar o filho dela de volta.
Fui para o velório do pai da Cris, ajudei e fiquei com ela até onde o sono deu. Fui pra casa pensando em tudo q tava acontecendo, bebi algumas cervejas antes de adormecer. No domingo voltei na casa da Mara, e disse a ela que dormiria lá, e deixaria ela no trabalho no outro dia. Ela me lembrou q tinha tirado uma semana de folga pra fazer alguns exames. Eu disse q tudo bem, q dormiria na casa dela, e iria dar aula. O outro dia. Meu plano era esperar ela dormir e instalar um programa espião no computador dela. Eu queria saber se ela estava me traindo, pois se estava era por meio do Facebook, Skype ou algum site de relacionamento. Na época exista, badoo, par perfeito e chat da Uol. E foi o q eu fiz, assim q ela dormiu, abri o laptop dela, e instalei dois programas espiões, um q analisava tudo q era escrito, com isso eu teria acesso as senhas dela, e outro q mostrava conversas por messenger e Skype.
Antes de dormi, abri meu laptop, falei com a Bia, combinamos de almoça juntos na quarta. E falei com a Cris, conferi se ela tava bem e ela me pediu pra passar na casa dela durante a semana. Adormeci.
No outro dia, acordei um pouco atrasado, saí muito rápido juntando minhas coisas pra não chegar atrasado na escola e eu dava aula. Pensei q tinha pego tudo, só percebi q não, quando cheguei na sala de aula e me dei conta q meu laptop tinha ficado na casa da Mara. Eu não esperança q ela não abrisse ele, pois não lembrava se tinha deslogado do Facebook e do Skype.
O que vou relatar a partir de agora está fresco na minha memória como se fosse ontem mas aconteceu em uma segunda feira maio de 2013. Por volta das 8:40 da manhã. Lembro do horário pq era esse horário que acabava o segundo tempo na escola q eu ensinava. Andando pelo corredor, em direção a próxima aula, meu telefone vibra no bolso, olho e vejo q a Bia estava me ligando. Geralmente ela não me ligava, muito menos nesse horário. Não atendo por conta das políticas da escola. Porém, entrego meus matérias aos alunos e digo q vou ao banheiro, ela liga novamente e atendo fechando a porta do banheiro.
Antes q eu pudesse dizer alô, uma voz chorosa do outro lado da linha diz em um tom frio e melancólico.
“Pede pra maluca da sua namorada se manter afastada de mim! Como você pode fazer isso comigo, como vc pode deixar ela me ameacar desse jeito, ameacar minha família?! Eu não quero mais saber de vc seja feliz com sua maluca, não me procure mais!” Tentei argumentar, em vão ela tinha desligado o telefone. Tentei retornar, ela não atendeu. Resolvi ligar pra Mara, tbm nao me atendeu. Tinha q voltar pra sala de aula. Resolvi então mandar uma mensagem pras duas, pra Bia mandei: vamos conversar hj no almoço? Pra Mara mandei, pq não me atendeu precisamos conversar. A única resposta q tive foi da Mara: “Ok, estou te esperando pra conversar!”
Não consegui me concentrar mais em nada, a aula foi um fiasco. Ao acabar aquela aula, era hora do recreio. Minhas duas próximas aulas eram turmas fáceis. Então inventei uma emergência, que precisava sair. Ao chegar na casa da Mara ela me esperava do lado de fora, molhando as plantas, quando me viu deu um sorriso sarcástico. Perguntei se estava tudo bem, ela com o sorriso sarcástico no rosto disse pra entrarmos, conversar lá dentro. Quando entrei senti um aroma de incenso de Olíbano, entrei na sala de jantar em cima da mesa tinha algumas velas acesas (pra quem não se lembra Mara bancava a bruxa Wicca nas horas vagas), e na ponta da mesa meu laptop.