Sextou. Um bom fim de semana a todos!
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Características Signo: Ambicioso, Pessimista, Disciplinado, Responsável, Pragmático, Estável, Seguro, Visionário
Elemento: Terra (Racional)
Continuando ...
[DIANA (POV)]
O tempo foi passando e já nos preparávamos para dormir. Ariano chegou perto de mim e na mesma hora eu senti aquele perfume que eu tanto gosto, penetrar as minhas narinas.
Ele me abraçou forte e eu me perdi naquele abraço, tão gostoso e tão quente. Aqueles braços fortes me segurando davam a sensação de proteção que eu tanto precisava, mas, então, Ariano me jogou um balde de água fria.
Ariano – Diana, não se chateie, mas hoje eu irei dormir com a minha pequena ... – Disse Ariano, fazendo um carinho no meu rosto.
Diana – Como assim? Achei que você iria dormir comigo. Você me fez vir até aqui ... – Falei com ele, fazendo um charminho, além de beicinho, mostrando a ele que estava triste.
Ariano – Eu sei, mas é o aniversário de Agatha e uma das cláusulas do contrato é que a noite que antecede ao aniversário, a esposa tem que dormir comigo, para acordarmos juntos no dia.
Diana – Entendi, mas achei que só tivesse contrato quem fosse “casada” e aquela putinha-mirim ainda não é!
Ariano – Hahahaha ... – Riu Ariano com uma gargalhada que fez todas olharem pra ele. – Ela também tem um contrato, mas o dela é um pouco diferente ... e, por favor, Diana ... Eu gostaria que você não a ofendesse assim, pelo menos no dia do aniversário dela.
Diana – Você me ouviu falando isso diretamente pra ela?
Ariano – Não! E eu agradeço o seu esforço. Sei que deve ser difícil pra você.
Diana – Não tem como você passar a noite comigo e depois ir pra lá ou então, ir pra lá e depois dar uma fugidinha de madrugada?
Ariano – Não vai dar, meu amor. Até porque, eu deveria estar com a Babi ...
Ele fez uma pausa e falou com todas nós.
Ariano – Eu sei que estou um pouco ausente com todas vocês, mas hoje a gente vai matar a saudade. Vou terminar a noite com a Agatha.
Olhei para as esposas e vi que todas comemoraram. Como pode isso? Que loucura!
Ariano – Diana, peço que você manere com a Babi. Ela deve estar querendo te esganar, pois ela está com muitas saudades da filha, ainda mais agora que o netinho dela está para chegar.
Diana – Eu não aguentei. Falei umas verdades pra ela ...
Ariano – Esse bebê nem nasceu e olha o tumulto que está causando. Babi quer ficar com a filha, mas não quer ficar longe de mim, com medo de que eu acabe ficando chateado com a ausência dela.
Diana – Você tem que incentivá-la a ficar com a filha. É um momento delicado! Importante.
Ariano – Não sei se você está sabendo, mas a Giulia convidou a sua filha e o seu ex, para serem os padrinhos do filho dela.
Fiquei surpresa com a notícia, pois eu não sabia que a minha filha estava tão amiga daquela garota, a esse ponto.
Diana – Adolfo é um ótimo pai e com certeza será um ótimo padrinho.
Ariano – Ao menos isso, porque como marido ele foi uma lástima ... – Falou Ariano, depreciando Adolfo e eu tive que concordar com ele, confirmando com um balançar de cabeça.
Diana – E você? Não pretende ter filhos?
Ariano – Pretendo, mas eu estou esperando a pessoa certa. – Disse Ariano, olhando pra mim e me dando um beijo apaixonado.
Diana – Se me lembro bem, você me disse que não queria ter filhos.
Ariano – Foi um teste, pra ver qual seria a sua reação, mas eu pretendo ter um filho ou dois e você é uma forte candidata. Está no topo da minha lista.
Ele me beijou novamente, e eu fiquei toda arrepiada. Imediatamente a Letícia tossiu, chamando a nossa atenção. Ariano se desfez do abraço, indo em direção a ela que falou alguma coisa em seu ouvido.
Eu já estava me preparando pra ir ao meu quarto, quando Martina veio ao meu lado para subir as escadas para o segundo andar e fomos conversando.
Martina – Sei como você está se sentindo, mas você não pode monopolizar o Ariano tanto assim. – Sussurrou minha ex pupila.
Diana – Não sei se irei me acostumar com esse compartilhamento de marido. Eu vou ficar sozinha, e tenho que me acostumar com isso? Estou chegando à conclusão de que este esquema não é para mim.
Martina – Não diga isto, Diana. Eu me sinto um pouco responsável por ter revirado a sua vida, mas você vai se acostumar e vai gostar. É impossível não gostar, você vai ver.
Nos despedimos e eu entrei no meu quarto. Fui ao banheiro, escovei meus dentes e botei uma roupinha bem leve pra dormir. Já estava deitada há algum tempo e nem percebi que já era madrugada.
De repente ouvi batidas na porta. Eu sabia que o Ariano não iria me dispensar. Sabia que ele viria de madrugada. Fui correndo abrir a porta e coloquei um sorriso no rosto, mas me decepcionei quando abri a porta.
Alba – Oi, Diana. Precisamos conversar.
Diana – Hein ...
Alba – Rápido ... Me beija!
Diana – O que?
Alba – Me beija logo ... e me leva pro banheiro!
Eu fiquei ali, travada, sem saber o que fazer, mas Alba sabia exatamente o que tinha que fazer. Ela me deu um puta beijo de língua e suas mãos foram direto na minha bunda, apertando e me puxando contra ela, diminuindo o espaço entre nossos corpos.
Rapidamente ela fechou a porta do meu quarto e foi me direcionando para o banheiro, apertando a minha bunda e os meus seios. Ela ainda continuava a me beijar de forma atabalhoada, mas com muita intensidade.
Entramos no banheiro e ela fechou a porta. Logo após entrarmos, ela deu uma olhada rápida no interior do banheiro, tirou o celular e colocou uma música do Legião Urbana, chamada Metal Contra as Nuvens. Em seguida, ela ligou a banheira e a torneira da pia e eu não estava entendendo nada.
Alba – Agora podemos conversar ... Não temos muito tempo...
[ADOLFO (POV)]
Adolfo – César, isso é muito sério! A minha narração ... sob efeito do chá ...
César – Eu sei e é por isso, que eu vou junto. Para que você não faça uma besteira.
Adolfo – Meu amigo, eu não vou fazer nenhuma besteira. Só quero uma confirmação. Ter certeza ...
César – Entendi. Você quer esfregar na cara da Diana?
Adolfo – Não. Eu só quero a confirmação de que eu não errei. Primeiro pelos meus filhos e depois por mim mesmo.
César – E a Diana ?
Adolfo – Quantas vezes eu vou ter que te dizer ... depois de tudo o que aconteceu, a Diana passou a ser, simplesmente, a mãe dos meus filhos. Nada mais do que isto.
César – Tem certeza? Você não a ama mais? – Disse o meu amigo, olhando sério pra mim.
Adolfo – César, entenda, eu também tenho que pensar no que é melhor para mim ... veja bem, eu sempre quis e vou querer o bem dela, como disse, ela é a mãe dos meus filhos, mas não posso ir contra o que ela deseja para a sua própria vida, mesmo não concordando ... – Fiz esta afirmação para o meu melhor amigo, pois era o que eu estava sentindo. – Cara, vai devagar! É melhor eu dirigir. Você está correndo muito.
César – Foderam o seu casamento, Adolfo! Foderam com a sua vida! Se isso tivesse acontecido comigo, o que você faria?
Adolfo – Eu ... com certeza estaria ao seu lado. Mas, sendo bem sincero ... e não leve a mal o que eu vou falar, mas você já parou pra pensar, que tudo pode ser coisa da minha cabeça, e que as coisas que eu falei, podem ser alucinações causadas por aquele chá? E se o meu subconsciente está procurando uma desculpa para o que eu fiz?
César – Eu não sei o que você viu durante as alucinações, mas eu ouvi o seu relato. Para mim faz todo o sentido.
Adolfo – Como? Se nenhum de nós dois, estava acreditando que o chá funcionaria! – Ponderei cabisbaixo, tentando me convencer de tudo o que ocorreu.
César – Não sei ... eu acho que, pelo menos, temos que tentar. Por isso a gente está indo até lá, visitar a gostosa da sua prima ...
Adolfo – Na verdade, prima da Diana.
Chegamos até a casa, onde eu fui algumas vezes com a Diana. Eram outros tempos, mas ali moravam os tios da Diana, até que eles vieram a falecer e Fátima, ou Fatinha se casou e foi morar naquele local.
Toquei a campainha, e quem atendeu foi o Gilson, marido da Fatinha.
Gilson – Adolfo! Quanto tempo, hein ...
Estranhamente, ele saiu para nos atender do lado de fora da casa, fechando a porta, atrás de si.
Apertei a mão dele e César fez o mesmo. Gilson não era, como dizem, “flor que se cheire” e eu sei que estou longe de ser o homem moderno ideal, mas ele era machista, homofóbico, vivia dando em cima das mulheres e nem se importava se eram casadas.
Vivia contando vantagem pra mim, dizendo que já comeu fulana, beltrana e eu sabia, obviamente, que ele já tinha dado em cima da Diana. Ela mesmo me confessou, e quase deu merda, porque a minha esposa queria falar com a prima Fatinha.
Algumas vezes eu tive que amenizar a situação, dizendo que ele já estava bêbado, ou coisa parecida, mas mesmo assim, era complicado lidar com o Gilson.
Adolfo – Tudo bem, Gilson?
Gilson – Tudo indo ... – Disse o safado, meio que nos empurrando pra mais longe da porta pra nos atender.
César – Beleza, Gilson?
Gilson – Tranquilo, César ...
Na verdade, Gilson não parecia nada tranquilo e estava agindo um pouco diferente, até que ouvimos um gemido de mulher. Eu e César, olhamos, um para o outro, e rimos.
Adolfo – Acho que chegamos em má hor ...
César – Ou de repente, chegamos numa boa hora – Disse César, me interrompendo.
Gilson – Pois é ...
César – Tá rolando uma festinha, Gilson? – Perguntou César, bem animado, querendo saber o que se passava lá dentro.
Adolfo – Você não tem medo da Fatinha chegar, a qualquer momento, e te pegar?
Gilson – É que as vezes esse lance mais perigoso dá um puta tesão.
Adolfo – Não quero saber das suas sacanagens, mas preciso falar com a sua irmã. Pode me passar o número do celular dela?
Gilson – Vai ser um pouco complicado ... Apesar de sermos irmãos gêmeos, estamos sem nos falar há vários meses. Ela me bloqueou e mudou de número de telefone, mas deve estar morando com os sogros. Eu realmente não sei.
Adolfo – Putz! Mas, o que houve?
Voz – Gilson! – Gritou uma voz feminina, de dentro da casa.
Adolfo – Essa voz não é da Fatinha?
Gilson – Ela está me chamando ... Já volto!
Fatinha – Cadê a cerveja do meu macho, corninho? Por que a demora?
Gilson – Já volto. É rápido. – Falou Gilson, todo sem graça.
Ele entrou, contrariado e César não perdeu tempo:
César – Caralho, você ouviu aquilo?
Adolfo – Ouvi e não estou acreditando.
César – Eu queria ser uma mosquinha pra ver o que está acontecendo lá dentro.
Começamos a ouvir uma pequena discussão e ficamos sem saber o que fazer... Voltar outra hora, entrar pra ajudar, até que a porta se abriu novamente e Fatinha apareceu, mais linda do que eu imaginava, usando uma camisola preta.
Fatinha – Adolfo e César ... Há quanto tempo não vejo vocês. Entrem! – Falou a prima da Diana, com um sorriso lindo no rosto.
Nós três fomos entrando na casa e continuamos a conversar:
Adolfo – Pois é ... as coisas ficaram um pouco confusas depois das coisas que a Helena aprontou. Todo mundo se afastou.
Fatinha – Não julgo vocês, pois até eu me afastei dela, mas agora ela está bem “mais afastada”... que Deus a tenha. Ela sofreu muito, mas a vida é assim ... Ela escolheu aquele caminho.
César – Foi muita loucura!
Fatinha – Olha, Adolfo, foi bom você ter vindo aqui, pois está rolando uma fofoquinha na família, que você e Diana se separaram. É verdade? – Perguntou Fátima, curiosa por saber o que ocorreu.
Adolfo – Já estamos divorciados, tem algum tempo. – Respondi o básico, sem dar maiores informações.
Fátima – Sinto muito.
Nisso, Gilson volta pra sala e se senta ao lado dela, emburrado e resmungando alguma coisa.
Fatinha – Algum problema, meu amor?
Gilson – Nada, meu amor.
Segundos depois desce pela escada um moreno, bem moreno, alto e musculoso, usando apenas uma bermuda e enxugando o cabelo.
Fatinha – Marcão, temos visitas.
Gilson ficou de cabeça baixa, provavelmente pelo peso do chifre na cabeça.
Marcão – Melhor eu ficar lá em cima ... não quero atrapalhar.
Fatinha – Bobagem! Sente-se aqui ao meu lado ... Gente, esse é o Marcão, um amigo meu de outra cidade, que veio passar uns dias aqui comigo.
Marcão – Desculpa aparecer assim, nestes trajes, mas é que a cidade de vocês faz muito calor ... Não consigo me acostumar.
A situação já era bizarra, mas sempre pode ficar um pouco mais, e foi o que aconteceu quando outro cara desceu as escadas, somente com a toalha enrolada na cintura.
O cara era um armário e com certeza devia ser um daqueles caras que fazem fisiculturismo, porque ele era muito grande pra todos os lados.
Fatinha – Gente, eu já estava me esquecendo do meu outro amigo. Ele é primo do Marcão e se chama Pedrão.
Pedrão – Desculpa aparecer assim, mas o Gilson não tem uma roupa que me sirva ... e as minhas estão todas lavando.
Fatinha – Relaxa, Pedrão. O primo Adolfo e o César são de casa. A gente se conhece faz tempo.
César olhava pra mim, sem acreditar naquela situação. Gilson, que era uma fera, agora parecia um cordeirinho, encolhido no sofá ao lado de Fatinha.
Adolfo – Fatinha, Gilson, a gente não quer importunar vocês por mais tempo, mas a gente tá precisando falar com a Keyla.
Fatinha – Vai ser difícil ... Ela foi com o marido pro interior, pra casa dos sogros e depois se separou, mas parece que voltou. Tá uma confusão danada ... Além disso, nós brigamos e ela bloqueou eu e o Gilson, né amor? – Disse a irmã de Helena, fazendo um carinho na perna do marido.
Fatinha quis saber o porquê de procurar a Keyla e eu acabei contando tudo o que aconteceu de forma resumida. Ela me pediu desculpas, pelo que a irmã tinha feito e disse que mesmo depois de morta, ainda está dando trabalho para os outros.
César – E o Adolfo tá desconfiado que foi drogado pela Helena e a Keyla.
Gilson – Hahahahaha.
Adolfo – Isso não é engraçado! – Falei bem sério, olhando pra ele, que tratou logo de se explicar.
Gilson – Era bem o estilo da Helena fazer esse tipo de coisa.
Adolfo – Gilson, nós temos que encontrar a Keyla.
Fatinha – Eu vou ligar pra um casal de amigos que devem ter o contato da Keyla, Eduardo e Mônica, se lembra deles ... Eles se comprometeram em ajudar a custear a escola para o meu sobrinho.
Enquanto Fátima providenciava o contato, Gilson me chamou num canto e me pediu pra manter discrição.
Adolfo – Fica tranquilo que eu não sou linguarudo.
Gilson – Tá foda, cara! Fatinha tá grávida e está impossível sustentar isso.
Adolfo – Um filho vai mudar tudo. – Falei, tentando acalmá-lo.
Gilson – Espero que sim. Estou quase indo embora.
Adolfo – Tomara que a criança puxe a mãe, porque a Fatinha está mais bonita a cada dia.
Gilson – Eu também espero que a criança puxe a mãe ... – Disse Gilson cabisbaixo e triste.
Acho que pela primeira vez na vida eu vi os olhos de Gilson marejarem, pois aquele cara sempre foi metido a ser o cara que nunca chora e nunca se abala.
Fatinha – Já vou te enviar por mensagem o contato da Keyla e espero que você resolva com ela esse assunto. Aproveita e pede pra ela me ligar.
Eu e César saímos da casa da Fatinha e voltamos pra minha casa conversando sobre Fátima e Gilson:
César – Muito estranho, cara ... Que situação de merda! – Falou César, ainda sem acreditar direito no que viu.
Adolfo – O safado aprontou muito, até que um dia a casa caiu.
César – Eu não iria me sujeitar a isso ... Ser corno manso e ainda por cima dentro da própria casa.
Olhei pra ele com um certo pesar, porque no fim das contas, foi o que eu fiz com a Diana. A diferença é que ela não foi mansa e foi embora. Logo após, acho que ele se mancou pelo que disse e me pediu desculpas.
César me deixou em casa e eu agora estava com alguma esperança de limpar o meu nome com os meus filhos.
Entretanto, alguns segundos depois uma frustração me abateu, pois ainda tinha o lance com a Agatha. No caso dela, eu só teria a desculpa da bebida, o que, afinal, é uma péssima desculpa.
Fui falar com a Suzy e ela estava conversando com Giulia por vídeo chamada.
Suzy – Pai, foi bom você chegar. A Giulia tem um negócio pra falar contigo e eu acho que o Senhor não vai gostar.
Adolfo – Oi, Giulia. O que foi que aconteceu? O Caíque está bem?
Giulia – Está sim. Aqui estamos todos bem. O problema é a minha mãe e a mãe da Suzy.
Adolfo – O que houve com elas?
Giulia – Minha mãe está quebrando o maior pau com a Diana.
Adolfo – Por quê?
Giulia – Não sei explicar ao certo, mas eu acho que é ciúmes. Ela diz que a Diana não sabe compartilhar as coisas e as duas chegaram até a trocar insultos.
Suzy – Eu só queria que a minha mãe voltasse. Sinto falta dela, e eu não posso concordar com essa vida que ela escolheu.
Eu tinha que falar com a Alba pra saber maiores informações sobre o assunto. Falei com as duas que iria tomar banho e fui mandar uma mensagem pra Alba.
Ela respondeu que mais tarde falaria comigo e nisso recebo uma mensagem de Geandra, me convidando pra um chope. A vontade de aceitar era grande, mas eu ainda não estava preparado para falar sobre o meu problema com ela.
Eu também não podia recusar, porque sempre que marcávamos alguma coisa, dava errado e isso já estava ficando chato, porque na maioria das vezes, quem desmarcava era eu.
Eu disse novamente que estaria viajando, mas que eu gostaria de fazer um passeio com ela pela orla e tomar uma água de côco. Ela topou e disse que estava precisando mesmo de um passeio.
No dia seguinte, eu me encontrei com César e expliquei a ele que iria viajar.
César – Quer que eu te acompanhe? Pode ser um momento delicado e ... não quero que você faça besteira.
Adolfo – Eu estou bem. Fica tranquilo ... – Disse calmamente, dando um tapinha nas costas dele.
Nós estávamos numa lanchonete, em frente ao nosso escritório tomando um suco de laranja, quando eu vejo um carro parando em frente à lanchonete. O vidro se abaixa lentamente e eu vejo que é Alba que está ao volante. Vou até ela e pela sua cara, vejo que está um pouco assustada.
Alba – Entra logo, que eu acho que estou sendo seguida. – Disse a geminiana, com um óculos escuro e cara de assustada.
Adolfo – Eu estou com o César combinando uma viagem.
Ela olha pro César e decide chamá-lo também. Eu faço sinal a ele, que vem rapidamente, dizendo pro atendente pendurar a conta.
César – O que foi cara?
Adolfo – Entra logo, que a gente vai dar uma volta.
Alba – Rápido! – Disse a morena, nós apressando.
Entramos no carro e eu fiz as apresentações, o que deixou César intrigado, pelo olhar que me deu.
Alba – Difícil de achar você, mas eu tinha que te dar essa notícia pessoalmente.
Adolfo – O que foi dessa vez?
Ela dirigia, nos olhando pelo retrovisor e também olhando pra trás. Sua direção era sem destino, pegando caminhos estranhos e dando voltas, até que se sentiu mais tranquila, e começou a falar.
Alba – Você me perguntou sobre a Diana e eu vou lhe dizer ... Sabe aquela história sobre amor de pica, que quando bate, fica? Pois é isso! Diana está apaixonada pelo Ariano de uma tal forma, que está causando a Terceira Guerra Mundial.
Mesmo já considerando resolvido o meu assunto com a Diana, fiquei em choque ao receber a notícia.
César – Isso é sério? – Perguntou meu amigo, sem acreditar no que ouviu.
Alba – Muuuuito sério!!! Eu nem sei dizer o quanto estou feliz ...
César – Achei que você ficaria brava com isso. – Falei, interrompendo-a...
Adolfo – Depois eu explico melhor sobre a Alba.
Alba – A Babi está com muita raiva dela e as duas até se atracaram, um dia.
Adolfo – Eu nunca iria imaginar um comportamento assim da Diana. Brigando por causa de homem.
Eu não podia acreditar que isso estava acontecendo ... Diana não era mais a mesma, que eu conheci.
Alba – Ariano disse que isso é mais do que normal e eu o ouvi falando com a Letícia, que provavelmente iria escolher a Diana, entre a Babi e a Agatha.
Adolfo – Como assim, escolher? – Perguntei, sem entender o propósito do que ela havia falado.
Alba – Eu também não entendi muito bem, mas pelo que eu conseguir ouvir, Letícia tem medo de engravidar porque tem problema no útero, sei lá, e uma gravidez com Ariano ainda teria riscos por causa da consanguinidade.
César – Realmente são dois fatores que inviabilizam uma gravidez.
Alba – E o Ariano acha que a mulher ideal pra ser mãe do seu filho tem que ter o elemento “terra” e é por isso que ele deixou por último, pra encontrar as mulheres com os três signos desse elemento. Touro, Capricórnio e Virgem.
César – Esse cara não bate bem da ideia ... Que maluquice!!! – Disse meu amigo, fazendo gesto de doido com as mãos.
Adolfo – Então ele quer ter um filho com a Diana? É isso mesmo que eu entendi?
Alba – Inicialmente, ele queria ter com a Agatha, pois ele planejava engravidá-la na sua primeira relação sexual, mas agora, eu acredito que o Ariano se apaixonou pela Diana, pois está quebrando protocolos como nunca tinha feito antes.
César – Temos que fazer essa viagem o quanto antes, meu amigo.
Alba – No mês que vem o Ariano vai fazer uma festa de arromba, oficializando o casamento dele com a Babi e acho que durante a cerimônia, ele vai pedir a Diana em casamento.
Aquela notícia me abateu e César me deu um abraço, dizendo que nada disso iria acontecer, mas eu estava cansado de lutar e no fundo eu sabia que Diana estava feliz com aquele cara.
Eu a conhecia muito bem e esse sumiço dela estava sendo explicado. Fazia todo sentido e eu pedi pra Alba parar o carro.
Alba – O que foi? – Perguntou ela, dando uma freada brusca.
Adolfo – Alba, eu agradeço a ajuda que você me deu, mas eu não tenho mais interesse em me envolver com a história da Diana com o Ariano.
César – Que isso, Adolfo? Vai desistir agora? – Perguntou meu amigo, sem acreditar no que eu disse.
Adolfo – Eu já tinha desistido. Pelo menos, agora, eu tenho a esperança de poder conviver em paz comigo mesmo, e basta confirmar que eu não fui culpado de tudo, e que se eu errei, foi porque me fizeram errar. Eu ainda não tenho certeza, mas lá no fundo, eu acredito nisso. Para mim... acabou.
Saí do carro e César me acompanhou. Eu nem me despedi dela e ela saiu cantando o pneu, provavelmente com raiva de mim.
César – Adolfo! Você vai deixar a Diana nas mãos de um mau caráter?
Adolfo – Eu tenho que cuidar da minha vida, César! A Diana já está refazendo a vida dela. Eu só farei a mesma coisa ...
Ele ainda tentou mudar a minha opinião, mas eu não queria mais saber daquela história. Ele ainda me pediu o contato da Alba e eu dei, mas pedi que não me envolvesse em mais nada.
Não adiantava mudar o passado e tudo o que já aconteceu. O que importa agora é o que fazer para o futuro. Marquei um encontro com Geandra ...
[DIANA (POV)]
Fiquei a noite inteira pensando nas coisas que Alba me disse. Será que era tudo verdade? O que ela ganharia com isso? Eu estava matutando as coisas na minha cabeça, quando escuto batidas na minha porta e uma voz chamar o meu nome. Era Letícia.
Letícia – Bom dia, Diana. Dormiu bem? Você me parece cansada. – Falou a ariana, com um sorrisinho no canto da boca.
Diana – Ainda estou me acostumando ao local.
Letícia – Se você quiser mudar alguma coisa, pode falar comigo que a gente desmonta esse quarto e montamos outro pra você.
Diana – Eu adorei o quarto! Com o tempo irei me acostumar.
Leticia – Trouxe isso aqui pra você vestir hoje e o café da manhã será servido daqui meia hora. É importante que você esteja pronta até lá. – Disse Letícia, de um jeito que era praticamente uma ordem.
Eu disse a ela que iria me arrumar e, assim que eu peguei a roupa, vi que era uma minissaia com um cropped e um par de botas, que iam até o joelho, tudo na cor rosa.
A minissaia era micro. Era como se fosse um cropped sem alças. Na verdade, acho que o cropped era maior que a saia. Ela viu o meu olhar de espanto e soltou um risinho baixo.
Leticia – Hoje estaremos todas de rosa e cada uma de nós será uma Barbie. É tudo para comemorar o aniversário da Agatha.
Diana – Mas essa roupa é muito curta ... Por acaso eu serei a Barbie puta? – Perguntei indignada pra Letícia, que gargalhou na minha cara, com muito deboche.
Letícia – Hahahahaha, lógico que não ... Apesar, que você tem o costume de chamar a Agatha de putinha mirim, de repente foi uma forma dela te sacanear.
O tom e o jeito que Letícia falou aquilo, pareceu que isso não era só coisa da Agatha. Provavelmente, a própria Letícia deve ter influenciado aquela putinha mirim.
Dei um sorriso amarelo pra Leticia, que parecia estar se divertindo com a situação.
Diana – A saia é muito curta e eu nem sei se trouxe uma calcinha rosa.
Letícia – Não precisa se preocupar com isso. A sua roupa é só isso aí mesmo. – Retrucou Letícia, com aquele jeito esnobe, fazendo pouco caso da situação vexatória que estava me impondo.
Diana – Eu terei que ficar sem calcinha? – Perguntei, quase que revoltada, mas preferi usar um tom de incredulidade.
Letícia – E sem sutiã também ...
Diana – Essa fedelha me paga. A minha sorte é que estaremos só nós aqui.
Letícia – Nós e alguns convidados da Agatha.
Letícia estava amando aquela situação. Eu via nos olhos dela a satisfação de me dar as notícias e as instruções.
Diana – O que?
Letícia – Os pais dela, dois tios, uma tia e alguns primos. Umas dez pessoas, no total.
Diana – Alguma chance de eu ficar o dia inteiro trancada aqui?
Letícia – Você sabe que não... Anda logo que a família dela já está chegando. Temos que estar todas prontas no horário e ... Diana... não se atreva a se atrasar. – Falou Letícia, como que me dando uma ordem.
Meu sangue ferveu.
Diana – Ok. Só me faça um favor, Letícia ...
Letícia – Claro, minha querida. O que você quiser?
Diana – Avise aos demais convidados para me esperarem sentados, pois se ficarem em pé, irão se cansar – Assim que terminei de falar, voltei a me deitar na cama.
Acho que Letícia não acreditou no que eu havia falado, pois me olhou com cara de espanto. Principalmente quando voltei para a cama.
Letícia – O que você está querendo dizer com isto? Que não vai participar da festa? – Perguntou Letícia , sem acreditar no que eu tinha acabado de falar.
Diana – Exatamente.
Letícia – Você não pode fazer isto! Estaria infringindo as regras do contrato. – Vociferou a primeira-dama, revoltada e com aqueles olhos lilases, quase avermelhados agora, devido à raiva que estava sentindo.
Diana – Hahahaha, ainda bem que eu ainda não tenho um contrato assinado com o Ariano. Por favor, me dê licença que eu pretendo voltar a descansar.
Virei o rosto para o outro lado e a escutei bufando, como se fosse um touro brabo. Ouvi Letícia saindo do meu quarto, mas percebi que continuou no corredor falando com alguém pelo celular.
Dois minutos depois, batem novamente na porta e eu autorizo a entrada e quem aparece? ... Letícia e Ariano.
Ariano – Diana, o que está acontecendo? – Perguntou Ariano, de forma suave, como se não soubesse o que está acontecendo.
Diana – Nada, meu amor. – Respondi, igualmente com toda candura que eu poderia botar na palavra “amor”... – Eu só não vou participar da festa de aniversário da puta mirim. – Terminando o mais meiga possível.
Ariano – Eu já te pedi para não se referir a ela desta forma ...
Ergui os ombros como forma de desprezo pelo pedido. E ele continuou:
Ariano – ... E posso saber o porquê?
Diana – Eu não serei obrigada a me humilhar usando estas roupas que me foram escolhidas. Principalmente, sem poder usar roupas íntimas.
Ariano – Diana, é só uma brincadeira ... – Falou Ariano, tentando apaziguar a situação.
Diana – ... E de muito mal gosto, para mim. Não existe nada no mundo que possa me obrigar a usar isto. – Falei e apontei para as roupas.
Ariano se aproximou de Letícia e falou algo em seu ouvido, que eu não pude ouvir. Não deve ter sido algo que a Letícia concordou, pois me fuzilou com o olhar e, em seguida, saiu do quarto.
Ariano – Eu pedi para a Letícia separar uma outra roupa para você. Ela deve trazer, em seguida. Por favor, se arrume e venha para a festa.
Diana – Se eu concordar com o que ela trouxer, estarei lá, no horário.
Ariano me deu um beijo na testa e outro na boca, e saiu do meu quarto, fechando a porta. Em menos de 5 minutos, Letícia me trouxe outras roupas. Também eram na cor rosa, mas não vulgares. Assim, me vesti.
As botas eu vou confessar que adorei, mas o salto era muito fino e alto. Eu estava penteando o cabelo e fazendo um rabo de cavalo, quando novamente bateram na porta do quarto, e Martina me perguntou se eu já estava pronta. Falei pra ela entrar e quando a vi, comecei a rir, pois ela estava usando uma peruca loira.
Martina – Que tal estou? – Perguntou minha amiga, fazendo uma pose.
Diana – Adorei a peruca, hahahaha.
Martina – Tirando isso, eu adorei o meu “look”.
Martina estava vestida de nadadora, com um maiô rosa bem-comportado e chinelo rosa também.
Martina – Qual a profissão da sua Barbie?
Diana – Era para eu ser a Barbie Quenga, mas me rebelei e mudaram o meu look.
Martina – Você está linda, Diana! A Jordana está vestida de Peão de Obra, com chapéu e tudo. Está muito engraçado. Eu estou de maiô e só na frente que ele é bem-comportado. Olha só como é a parte de trás.
Ela se virou pra eu ver e realmente atrás era estilo fio dental, bem enfiado no rego, deixando a bunda toda exposta. Estávamos saindo do quarto e eu vi a garota oriental vindo em nossa direção, segurando um tablet na mão, dizendo pra gente se apressar.
Megumi estava usando uma roupa de cowgirl estilo Ana Castela com um chapéu bem bonito, e lógico que era tudo rosa.
Megumi – Essa droga de bota com salto! Estou quase caindo disso ... – Resmungou a pisciana, quase tropeçando nas próprias pernas.
Martina nos disse que havia esquecido algo no quarto e foi buscar, deixando-me esperando com Megumi. Aproveitei para tirar uma dúvida que eu tinha.
Diana – Megumi, enquanto esperamos a Martina, posso te fazer uma pergunta?
Megumi – Claro, Diana, pergunte.
Diana – Aquele vídeo da traição do Adolfo que você me enviou, por e-mail, lembra?
Megumi – Claro que me lembro. – Falou a nissei, parecendo desconfortável com a situação.
Diana – Como você o conseguiu?
Megumi – Foi o próprio Ariano que me passou, junto com as instruções para te enviar.
Diana – E como ele conseguiu?
Megumi – Isto eu já não sei dizer, você terá que perguntar para ele.
Martina voltou e nós nos encaminhamos para o café da manhã. Eu e Martina demos uma leve risada e ensinamos a “japa” como andar com aquele tipo de bota e rapidamente ela pegou o jeito e já estava andando melhor. Assim que chegamos na escada, já pude observar a decoração da festa. Parecia que eu estava dentro do filme da Barbie porque tudo era rosa.
Diana – Gente, até ontem estava tudo normal. Como que, de repente, tudo fica rosa assim? – Perguntei admirada, olhando o mundo cor de rosa que fizeram pra fedelha.
Megumi – Nada que um pouco de dinheiro e adicional noturno não resolvam.
Diana – Fizeram isso de madrugada? Eu não escutei nada.
Megumi – A mansão foi construída com um ótimo isolamento acústico, principalmente se a porta dos quartos estiver fechada.
Martina – Está vendo aquilo ali, Diana?
Olhei para o teto na direção que Martina apontou, enquanto ela fez um sinal pra Megumi que deu um toque no tablet, fazendo com que uma porta, parecida com a de algumas lojas de shopping, descesse.
Megumi – Essa porta isola o primeiro andar do segundo andar. Ariano gosta de privacidade, principalmente quando recebe pessoas estranhas em casa.
Diana – E você controla tudo por esse tablet?
Megumi – Tudinho! “Mada mada da ne” – Respondeu a oriental, me dando um sorrisinho, como se dissesse: “eu sou demais”, mas depois ela explicou que era uma expressão que significava “Você ainda tem muito o que aprender”.
Martina – Portas, câmeras, luzes ... Quase tudo é automatizado e controlado por esse tablet.
Quando descemos as escadas, pude ver bem quem eram os convidados, pois eram os únicos que não estavam de rosa. Tinha executiva, atleta, peão de obra, bombeira, policial, enfermeira ... tudo rosa. Até o Ariano estava usando um terno cor de rosa e que lhe caiu de forma estranha.
Em seguida vejo a fedelha se aproximar de mim e da Martina toda animada e me perguntou.
Agatha – Diana, fiquei magoada com você. – Disse a ninfeta, com um olhar triste, fazendo um beicinho ridículo ... – Não gostou do seu modelito?
Olhei nos olhos dela e percebi que ela estava me provocando. Como uma garota com apenas 16, consegue ser tão maliciosa?
Olhei em volta e vi que Ariano e Letícia olhavam pra mim e eu tentei ser diplomática, mas a minha vontade era de dar um puxão de cabelo naquela putinha-mirim e lhe dar umas boas palmadas na bunda.
Diana – Não gostei mesmo. Desculpe, mas eu tenho uma reputação a zelar.
Agatha – E da minha, você gostou? – Perguntou a fedelha, dando um giro de 360 graus e finalizando com uma pose.
Ela parecia uma princesa da Disney, com um vestido bem pomposo, quase uma noiva, só que era rosa.
Diana – Gostei! Você está parecendo até uma das princesas da Disney.
Agatha – Qual? – Perguntou a piriguetezinha, toda animada.
Diana – Cinderela.
Agatha – Eu adoro a Cinderela! Venha, que eu vou apresentar você à minha família. Meus pais querem muito te conhecer.
E então ela saiu me puxando pela mão e eu passei pelo Ariano e Letícia, que me olhavam, enquanto conversavam com alguns parentes da Agatha, provavelmente, tio ou primo.
Pedi pra ela ir mais devagar, porque eu estava de bota e não queria chamar a atenção, levando um tombo.
Chegamos até a área da piscina e ... puta que o pariu!!! Até a cor da água estava num tom meio rosado. Assim que eu me recuperei dessa surpresa, vi os pais dela. Pareciam ser pessoas simples e estavam um tanto apreensivos.
Agatha – Essa aqui é a Diana! Foi ela que me bateu, mas estamos bem agora, né?
Diana – Eu ... é ... Eu ... é que ... – Gaguejei, pois fui pega de surpresa. Haviam contado uma outra história para livrar a minha filha da agressão. Resolvi entrar no jogo.
Agatha – Eu conto tudo pros meus pais, Diana! Eles sabem que você é uma mulher muito ciumenta e que não aguentou ver uma outra mulher deitada na cama do marido, mesmo essa mulher sendo uma adolescente e que não fez nada. Eu só estava dormindo, né?
A minha vontade era que fosse meia noite, pra eu transformar aquela Cinderela em Gata Borralheira ou, pior, em abóbora de Halloween, mas eu respirei fundo e engoli uns 10 sapos.
Diana – Foi um mal-entendido, mas sabem como é ... Eu já tinha bebido um pouco e quando vi o meu ex-marido deitado com a filha de vocês ... eu ... surtei.
Pai de Agatha – Se eu pego minha esposa com outro na cama, eu também faria o mesmo! Por isso, que eu não fiquei tão chateado, quando eu vi minha filha com o olho roxo.
Mãe de Agatha – A Senhora deveria se envergonhar! Onde já se viu um mulherão desses, bater numa menina? Olha o seu tamanho! Isso é covardia! – Ralhou a mãe dela, me enquadrando num esporro.
Se eu tivesse o gênio da minha filha, com certeza ela iria ganhar um outro olho roxo, mas eu tive que entrar no jogo da aniversariante, pra não causar nenhuma confusão.
Diana – Me desculpem mais uma vez, mas como a filha de vocês disse, já estamos de bem e tudo foi resolvido.
Agatha – Agora que já conversamos e nos entendemos ... Vamos voltar pra minha festa?
Como uma adolescente pode ser tão dissimulada assim?
Mãe de Agatha – Podem ir vocês, que eu quero dar uma palavrinha com a Diana.
Olhei pra Agatha, que ficou um pouco preocupada, mas obedeceu a mãe, levando o pai de volta pra festa.
A mãe dela parecia muito revoltada e parecia querer me matar, mas quando seu marido e filha saíram do alcance do nosso olhar, ela mudou completamente.
Mãe de Agatha – Diana, eu preciso muito de sua ajuda! Salve a minha filha deste crápula! Eu não sei mais o que fazer!
Fiquei em dúvida do que eu tinha acabado de ouvir e ela parecendo entender a minha dúvida, quis continuar a explicação. Contudo, eu vi que, tanto Ariano quanto Letícia, não tiravam os olhos de nós duas. Eu tinha que adiar esta conversa para outro momento.
Comentei sobre isto com ela que também percebeu e colocou um pedaço de papel no meu decote, de forma bem disfarçada, como se estivesse arrumando a minha roupa.
Eu disse que havia entendido e tivemos que nos recompor rapidamente, pois Ariano e Letícia estavam vindo em nossa direção. Trocamos algumas palavras e todos voltamos pra festa.
Ariano não estava nada satisfeito e a todo momento ficava me cercando pra saber o que eu a mãe da Agatha, tínhamos conversado e eu dizia que eram coisas de mãe, e que a mãe da Agatha ainda estava chateada com o que havia acontecido na casa do Adolfo.
Acredito que ele não tenha engolido a história, mas largou do meu pé, por alguns momentos, e eu fui atrás de Alba, pra falar com ela sobre a Agatha, mas ela fez de conta que nem me conhecia e me tratou com uma certa indiferença. Achei estranho, mas provavelmente aquele não era o momento de se falar daquele assunto e tentei aproveitar a festa.
Entretanto, eu estava mais interessada na conversa com a mãe da Agatha. Eu estava de saco cheio daquela festa e Ariano veio me perguntar por que eu estava emburrada, pois ele havia me pedido pra ser gentil durante a festa.
Diana – Nada, não. Só estou um pouco cansada.
Ariano – Vem aqui comigo, que eu sei do que você precisa.
Ele me abraçou e me deu um beijo. Ato contínuo, me suspendeu no ar e quando dei por mim, eu já estava sendo carregada para o escritório da mansão, onde ele continuou a me beijar, até que ele parou e ficou olhando pra mim. Segundos depois, Letícia se juntou a nós.
Ariano – O que você e a mãe da Agatha conversaram?
Diana – De novo esta história ...
Ariano – Me diga o que vocês conversaram! – Falou Ariano, num tom um pouco mais enérgico.
Esta mudança no tom de voz dele, me fez ligar um sinal de alerta.
Diana – Ariano, não estou entendendo o porquê deste tom de voz. E só vou dizer mais uma vez. A mãe da Agatha e eu conversamos sobre o que ocorreu entre a filha e eu, na minha casa.
Ariano – Casa do Adolfo ... – Corrigiu Ariano, visivelmente chateado.
Diana – Você entendeu. Foi somente isto.
Tanto ele como Letícia, tentaram me avaliar para saber se eu estava falando a verdade. Eu nunca fui muito boa em dissimular e mentir, contudo, neste caso, não houve conversa diferente do que eu disse para eles. Também tive que elevar o tom de voz:
Diana – Não estou entendendo o motivo desta conversa. Não neste momento. Não deveríamos estar nos divertindo na festa? Acho que quem está escondendo alguma coisa de mim, são vocês.
Letícia – Diana, você é uma Capricorniana! Deveria ser leal. – Disse Letícia, perdendo a paciência.
Diana – Como é que é? Você está me chamando de desleal? Eu vou embora daqui!
Letícia – Ah, mas você não vai mesmo. Você causou muito transtorno em nossas vidas, Diana. Investimos muito em você, pra você simplesmente ir embora. Infelizmente, não vai rolar.
Diana – Vocês vão me prender aqui? Vão me sequestrar e me manter em cativeiro? – Perguntei a ela, elevando um pouco a minha voz.
Letícia – Não, queridinha. De forma alguma. Você vai ficar aqui, porque quer, entendeu?
Diana – VAI TOMAR NO CU, Letícia! – Gritei a plenos pulmões, apontando um dedo pra ela.
Ariano – Meninas ...
Letícia – Eu adoro! Mas tem gente que não gosta, sabia? – Retrucou Letícia, com um olhar bem safado, enfiando um dedo na boca e chupando, como se fosse um pênis. – Por exemplo, seu ex-marido pode não gostar. Pode afetar a masculinidade dele, ou a sua filha ...
Diana – Não ouse falar na minha filha com essa boca maldita!
Letícia – Diana, Diana ... O mundo hoje está muito perigoso e nós podemos te dar toda a proteção que você precisa, mas se você deixar a gente, a proteção acaba. Seria horrível, pra não dizer trágico, se algo acontecesse com os seus filhos, mas enquanto você estiver com a gente, iremos proteger você e a sua família.
Diana – Isso é uma ameaça?
Letícia – Isso é só um conselho, meu amor! Um aviso! E quem avisa, ami ...
Ela ainda estava falando quando eu me levantei e calmamente me aproximei dela. Quando estávamos frente a frente, lhe desferi uma senhora bofetada que marcou meus 5 dedos em sua face.
Diana – Se você ameaçar a mim ou meus filhos novamente, vou te matar, sua vagabunda!
Neste momento, Ariano se aproximou e me abraçou por trás. Eu achei que ele fosse me agredir e me surpreendi com o que ele falou:
Ariano – Diana, calma, por favor, não é nada disso ...
Letícia – ARIANOOOO! – Gritou Letícia com todas as forças.
Ariano – Letícia, cale a boca e saia daqui, agora! – Vociferou Ariano, num tom sério e ameaçador.
Letícia – Mas ...
Ariano – Vai, Letícia!!!
Letícia olhou incrédula para o Ariano e em seguida me olhou com todo o ódio do mundo, mas finalmente virou as costas e saiu bufando, batendo a porta com força.
Assim que Letícia nos deixou, Ariano completou o que estava me dizendo.
Ariano – Eu te amo, Diana! Te amo muito e te quero ao meu lado ... pra sempre.
Diana – Eu também te amo Ariano! Amo e quero você para mim!
Todo o meu corpo tremia de nervoso. Mesmo assim, eu agradeci o abraço dele e me aconcheguei em seu peito.
Diana – Ariano, o que está acontecendo? Por que a Letícia está agindo assim comigo?
Ariano – A Letícia é a minha primeira esposa e me ajudou muito a atingir o meu objetivo ... o meu sonho. Ela sente que pode estar perdendo o controle da situação, desde a sua chegada. Você é diferente das outras esposas, tem um comportamento diferente ... E isto a está deixando insegura. Releve as atitudes dela, por favor.
Diana – Mas, me ameaçar ... Ameaçar os meus filhos ... isto eu não admito.
Ariano – Pode deixar que eu vou conversar com ela e tudo vai se resolver.
Diana – Por que vocês duvidaram do que eu disse sobre a conversa com a mãe da Agatha?
Ariano – Diana, os pais da Agatha são pessoas simples, provincianas ... até agora não entendem o nosso estilo de vida. Eu e a Letícia ficamos preocupados com o que eles poderiam querer te falar. Só isto.
Diana – Entendi. Posso aproveitar que estamos sendo honestos e sinceros e te fazer uma pergunta?
Ariano – Claro que pode. Você pode me perguntar o que quiser.
Diana – Como você conseguiu o vídeo da traição do Adolfo com a Helena e a Keyla. No workshop, você me disse que “facilitou” as coisas. Você poderia me explicar?
Ariano – “Facilitou”, me parece uma palavra muito adequada ...
Ariano, vendo a minha impaciência, continuou:
Ariano – Calma, eu vou te explicar. Eu vou te contar como tudo aconteceu ... Como você sabe, nós acompanhamos a vida da sua família por três anos, antes de termos o primeiro contato.
Diana – Sim, eu sei.
Ariano – Então, me parece óbvio que, durante este tempo, eu tenha ... vamos dizer que, cruzado com a sua prima Helena ... – Falou Ariano, com um sorriso nos lábios.
Diana – Logo vi ... já imagino o que aconteceu.
Ariano – E o que você acha que aconteceu?
Diana – Você a seduziu e depois a obrigou a fazer aquilo.
Ariano – Hahaha, engano seu. Eu posso até ter “cruzado” com a Helena, mas não a obriguei a nada. Foi ela quem me disse que tinha tesão pelo Adolfo, mas nunca tinha conseguido nada. A única coisa que eu fiz foi incentivá-la a continuar as investidas. Conhecendo os homens de sagitário, como eu conheço, tinha certeza de que, se ela insistisse, iria conseguir ... E conseguiu. Foi só isto.
Diana – Só isto mesmo?
Ariano – Que eu saiba, sim. Esquece este assunto. Eu sei o quanto ele te faz infeliz.
Ficamos na sala mais alguns minutos e voltamos para a festa. Quando chegamos, não preciso dizer que o clima tinha azedado entre Letícia e as outras esposas. Tanto que Ariano teve que contê-la algumas vezes.
Assim que a festa terminou, todas foram para os seus quartos. Inclusive o Ariano.
As últimas pessoas a subirem foram eu e Olga e fomos conversando:
Diana – É impressão minha ou, tanto você quando a Valeska, estavam desanimadas na festa?
Olga – E o que você esperava?
Diana – Não entendi? Eu esperava? Eu esperava que todos aproveitassem a festa. Só isto.
Olga – Você não sabe o que aconteceu, certo?
Diana – Como assim? O que aconteceu? Foi a Letícia?
Olga – Não Diana, não tem nada a ver com a Letícia. Eu e a Valeska, mas principalmente ela, fomos punidas pelo Ariano, pelo que aconteceu com você na nossa viagem ao nordeste.
Diana – O Ariano tinha me falado alguma coisa sobre restringir algumas atividades de vocês, ou algo assim.
Já havíamos chegado na porta do quarto da Olga, mas continuamos conversando.
Olga – Foi mais do que isto. Para mim, além da restrição de me envolver com as outras esposas, ficou claro que eu posso esquecer a minha tão desejada transição. Ele disse que como punição, nunca irá permitir.
Diana – Nossa ... eu ... eu vou falar com ele, e ...
Olga – Não faça isto. Se ele souber que eu contei para você, a punição pode ficar pior.
Diana – E com a Valeska?
Olga – Bom, para ela ficou pior. Além de não poder viajar por tempo indeterminado, nunca mais poderá ter as suas “atividades extraconjugais”, novamente.
Diana – Tá de brincadeira!
Olga – Diana, não temos como enfrentar as cláusulas do contrato, pois, se o fizermos, perdemos tudo ... e ainda assim, podemos sofrer outras represálias, se é que me entende.
Diana – Você acredita que o Ariano pode ... atentar contra vocês.
Olga – Não Diana... Acho que não chega a tanto, mas ele tem poder e influência suficiente para “acabar” com as nossas vidas de outras formas. – Falou Olga, enfatizando as aspas com aquelas mãos enormes.
Me desculpei com ela pelo que havia ocorrido e ela me respondeu que a culpa não tinha sido só minha. Que, provavelmente, a Valeska tinha entendido as ordens do Ariano de forma muito literal.
Cheguei no meu quarto e esperei meia hora, desde que todos haviam ido embora, para ligar para a mãe da Agatha. Depois dos cumprimentos de praxe, ela continuou a me contar o que precisava de mim.
Continua ...