Uma vida de Bullying e Abusos e como fui transformada por ela – Parte 08 – Me rendendo a meu corpo para evitar abusos

Um conto erótico de Carla. M.
Categoria: Heterossexual
Contém 6993 palavras
Data: 07/02/2025 09:54:32

Antes do texto, respondo aqui um leitor que pediu uma foto, mesmo sem mostrar o rosto, que deve ser curiosidade de muitos pelo que falo sobre mim. Meu marido aceitou contrariado que eu publicasse minha história pelo alerta que dá, mas com certeza jamais aceitaria que eu publicasse uma foto mesmo anônima. Nem eu conseguiria pois já o tive que mostrar tantas vezes obrigada que agora só o guardo para mim e para ele.

Já fiz muitas descrições de como sou e sinceramente, seu estivesse exagerando, não teria sido tão abusada, então me imaginem por elas e você não estará muito longe. Me comparar com a Roberta Close que era maravilhosa, pode parecer exagero, mas expliquei que não tenho a exuberância dela que tem 1,80 m, mas temos um corpo proporcional se levar em conta minha altura mais baixa. Sou loira de olhos verdes e ela uma morena espetacular. Só os seios que os meus são pouco maiores.

A partir dessa parte não há mais abusos, mas conta minha transformação em consequência deles.

Seguindo a história...

Quando cheguei em minha cidade depois de fugir de meu primo abusador e seus dois amigos, com medo de encontrar Frank fui de táxi as 3 quadras que separavam a rodoviária de minha casa e chegando lá já após o almoço me tranquei em meu quarto e chorei a tarde inteira até minha mãe e depois meus pais chegarem do trabalho.

Assustados por me verem em casa e chorando sem parar quiseram saber o motivo e logo comecei a falar. Não tinha mais como esconder.

Fui contando tudo, tudo mesmo como conto a vocês nesse relato, evidentemente sem os detalhes dos momentos de sexo. Me ouvindo chorando e ficando arrasados, xingavam todos os envolvidos e quem mais xingavam eram eles mesmos por não terem percebido nada e ter deixado tudo aquilo acontecer.

Um dos momentos mais dramáticos foi quando souberam o que Gilmar fez, pois eles o conheciam e queriam ir tirar satisfação com ele, mas não deixei dizendo que seria ainda pior para mim.

Quando contei o que aconteceu em São Paulo naqueles dias, eles queriam matar meu primo e meu pai realmente o mataria se o pegasse naquele momento. Pior de tudo foi para minha mãe que se acabou em lágrimas pois foi ela quem me fez ir para aquele apartamento mesmo eu dizendo que não queria ir e a avisando que terminaria mal. Mais do que meu pai, tinha a certeza que se ela pegasse seu primo de sangue naquela hora o mataria de verdade.

Foram mais de 3 horas de conversa cheios de interrupções de choros e abraços onde meus pais ficaram sabendo tudo. Tudo mesmo, apenas sem os sórdidos detalhes sexuais. O pior para eles era não poderem fazer nada, mas se culpavam os outros pelo que me fizeram, tinham também um sentimento de culpa gigantesco.

Foi no fim da conversa que minha mãe fez a pergunta que eu queria que um deles fizesse.

– E o que você vai fazer Carlinhos para isso nunca mais acontecer? Qualquer coisa que você decidir nós vamos apoiar. Não consigo deixar de me culpar por ser uma mãe tão negligente e mais ainda por te mandar para aquele apartamento.

– Qualquer coisa mesmo? Você também papai?

– Sim, os dois responderam juntos instantaneamente.

Com o enorme peso na consciência é claro que aceitariam o que eu quisesse, mesmo sendo algo que jamais aceitariam bem em uma situação normal. Com meu histórico de abusos e com o que aconteceu em São Paulo só via uma solução e tinha jogado a toalha. Seria melhor não ser o homem que queria ser e não sofrer novos abusos monstruosos como aquele ultimo do que passar a vida inteira tentando ser aquele homem impossível de ser sofrendo abusos.

– Com esse corpo que tenho não tem mais como ser homem. Eu gosto de mulher e quero ser homem, mas não vou conseguir. Li muito sobre a Roberta Close e meu corpo deve ter um problema como o dela tinha, então é melhor me tornar mulher de vez. E se alguém me chantagear como mulher não terei nada a temer e chamo a polícia.

– Tem certeza Carlinhos? Depois não tem como voltar atrás, mamãe perguntou.

Sua pergunta me surpreendeu, não pela pergunta, mas por não ter se abalado como imaginei que aconteceria com meu desejo.

– Vocês dois não tem acompanhado de perto meu crescimento, falei me levantado.

Corajoso por ter desabafado e contando tudo a meus pais, tirei o agasalho grosso e peguei a camiseta e a puxei pela cabeça expondo meus seios, minha barriga e minha cintura feminina. Atônitos, os dois demoraram a reagir até que minha mãe chamou minha atenção.

– Carlinhos, seu pai, falou como se meu pai não pudesse olhar para meus seios de menina.

Eu ri de sua incoerência diante da evidencia de meu corpo feminino.

– O que foi mãe? O papai é homem e eu também sou. Qual o problema dele me ver sem camisa?

Mamãe gaguejou sem conseguir responder e foi papai quem respondeu afobado e incrédulo.

– Isso são seios, filho? E grandes.

– É isso que eu quero dizer. Tenho seios de mulher, barriga e cintura de mulher. Poderia até fazer uma cirurgia e tirar os seios, mas e o resto?

Audacioso novamente baixei a calça larga e virei de costas mostrando minha bunda redondíssima com a cueca, minhas ancas largas e minhas coxas torneadas e lisas.

Eles me olhavam de boca aberta não acreditando.

– Seu corpo é de mulher filho. E muito bonito. Me desculpe, mamãe falou envergonhada por ter dito isso.

– Não precisa pedir desculpas. É a realidade e mesmo todo mundo me falando o mesmo que você falou, não queria admitir. Além do que está evidente, não tenho pelos pelo corpo, nem barba e minha voz é essa que não é nada masculina.

– Tem garotos que falam fino também. Por isso nunca me preocupei, mamãe tentou se justificar.

– Você tem razão, mas juntando tudo sou uma mulher de corpo e um homem na cabeça.

– E como você vai conseguir viver como mulher tendo cabeça de homem.

– Agora minha cabeça é de homem e meu corpo nem totalmente de mulher e nem totalmente de homem. Meus órgãos genitais são de homem, mas são ridículos e eu nunca conseguiria ser homem com eles.

– Não vá mostrar, minha mãe falou assustada.

– Não preciso mãe. Ele cresceu muito pouco de quando você me dava banho.

– Oh meus deus, falou levando a mão incrédula.

– Por toda a minha adolescência e até pouco tempo queria fazer uma cirurgia para tirar meus seios porque odiava ter eles e os meninos tiravam muito sarro, mas se eles são perfeitos e o que tenho aqui embaixo é imperfeito, melhor tirar o de baixo. Depois que descobri a Roberta Close e li sobre ela e a cirurgia que ela fez, em algumas dessas reportagens falam que ao tomar os hormônios femininos os desejos se acentuam. Quem sabe os meus possam surgir, mas teríamos que falar com médicos.

– Vamos falar com eles filho. Só uma pergunta indiscreta. Você disse que nunca sentiu nada nesse abusos. Nada mesmo?

– Nada mãe. Nada mesmo. Até queria ter sentido mesmo se não fosse como homem, pelo menos não teria sofrido tanto. Para mim parecia que estava anestesiado e tudo acontecida ao longe.

Mamãe começou a chorar de novo.

– Meu deus filho. Não consigo imaginar o quanto você sofreu e nós, seus pais, alheios.

– Já aconteceu mãe. Só não quero que aconteça de novo. Assumir ser mulher não dará motivos para temer chantagens com medo da família ou amigos descobrirem. Já terei assumido mesmo. Esse foi meu maior medo e o motivo do porque aceitei quase todas as chantagens.

– Como mulher você não vai se livrar da chance de homens abusarem de você.

– Sei que não, mas aí será pela violência e poderei denunciar. Pela chantagem, o medo de descobrirem impede a denúncia.

Papai assistia tudo quieto e as vezes olhava para meus seios assustado. Percebendo voltei a vestir minhas roupas e consegui até fazer um brincadeira antes de colocar a camiseta.

– É a última vez que você vê os seios de seu filho pai. Como filha você não vai poder vê-los.

Ele balançou a cabeça concordando olhando para meus seios desaparecendo sob a camiseta. Claro que não me importaria que ele visse de novo mesmo se virasse mulher.

– Então como vamos fazer agora filho?

– Não vou voltar para São Paulo, pois eles estão na mesma Universidade. Nunca mais quero ver aqueles 3 na frente. Vou tentar transferir para o interior e se não conseguir faço vestibulares de novo o ano que vem. Aí fico estudando para isso.

– Está bem. O que mais?

– Vou me assumir como mulher e começar a usar roupas de mulher em público. Como você tem várias lojas, acho que posso ter um bom guarda-roupa, não é?

– Claro filho.

– Quando começar a me vestir de mulher, vocês vão me chamar de filha. Gostaria de mudar o nome pois me trará más recordações, mas como será difícil para quem conhece se acostumar, poderão usar Carla.

– Você não acha que seria melhor eu e seu pai contarmos a família antes de você aparecer de mulher?

– Só me importo com os mais próximos, mas melhor contar o motivo real de forma resumida. Não quero temer depois que eles descubram meu passado e sofra novas chantagens. Só não contem do Fabricio que não vão acreditar.

– Eu vou contar e vou avisar que não quero ver ele em minha frente ou mato ele. E se não acreditarem cortamos relações, meu pai falou furioso.

– Tudo bem pai. Melhor mesmo não ter segredos. Se não quiserem acreditar que fiquem com ele, mas sei que a tia vai acreditar em mim se eu falar com ela.

– Vou falar por telefone hoje mesmo com eles para o Fabricio não espalhar mentiras. Amanhã de manhã vamos pessoalmente

– E depois filho, mamãe perguntou.

– Vou aos médicos que precisar ir para fazer a mudança. Espero que vocês possam ir junto. Só tenho medo que fique muito caro.

– Nós temos poupança e terrenos filho, pensando em seu futuro. Não se preocupe com isso.

– Sabe, ontem foi o pior dia de minha vida, mas hoje é o mais feliz. Tinha tanto medo de vocês não acreditarem em mim e me rejeitarem pelas coisas que fiz.

Mamãe me chamou para o meio deles que me abraçaram chorando.

– Nunca iriamos te rejeitar mesmo se você não tivesse sido forçado. Na verdade, é você quem deveria nos rejeitar por nossa omissão vergonhosa.

– Eu amo vocês mamãe. E se não amasse também não poderia rejeitar porque vou precisar muito de vocês por tudo que acho que passarei. Vou precisar de todo apoio emocional.

– E você terá e vai ficar aqui conosco e parar de fugir para sua tia. Se quele tal de Frank se aproximar, chamamos a polícia. Você se importaria se ele mostrasse suas fotos para os outros?

– Não mais e eu era uma menina que foi obrigada. Ele também era e não vai sofrer consequências daquilo, mas como é maior de idade agora pode ter problemas se mostrar as fotos. Se já não estiver preso ou morto. Era fácil ver que seria um bandido. Você pode pesquisar sobre ele sem dar bandeira pai?

– Posso. Tenho um policial que é muito meu amigo.

– Filho. Posso te dizer algo sem que você fique bravo, mamãe perguntou com um sorrisinho tímido.

– Claro que sim mãe.

– Não vejo a hora de ver você vestida de mulher. Vai ficar linda, pois você é lindo. Domingo quando as lojas estiverem fechadas e não tiver ninguém para espionar, vamos a todas fazer seu novo armário. Tem tudo, lá menos sapatos. Depois vamos a sapatarias no shopping. Que numero você usa agora? Faz tempo que não compro sapatos para você.

– Mãe, assim que vocês falarem com a família, vou fazer a mudança e obrigado pelas roupas. Meu número é 38.

– Até o pé tem o tamanho ideal de mulher. O mesmo número que o meu. Vamos na loja e eu experimento os que você gostar.

– Como ainda tentava ser homem, não sei escolher roupa de mulher. Só não quero nada chamativo demais.

– Vou te ajudar filho. Agora vamos jantar que temos muitas coisas para fazer e já vou começar hoje falando e marcando com seus avós e sua tia para amanhã cedo. E tenho que avisar que não vou para a loja pela manhã. Você fica aqui em casa descansando.

– Está bem. Aproveito ver se consigo transferir a faculdade ou terei que fazer vestibular de novo.

Com o jantar encerramos a noite que foi maravilhosa e o oposto da noite anterior quando tinha sido abusada por 3, um deles meu ex-primo, pois não o considerava mais meu primo.

No dia seguinte, cada um foi fazer o que combinamos e descobri que não tinha como transferir a faculdade porque era o primeiro ano e todas as faculdades tinham a classe cheia no primeiro ano. Então fechei a matricula por telefone mesmo e teria que estudar para o próximo vestibular. Já tinha até escolhido fazer na PUC de Campinas que ficava a uns 30 minutos para ir até ela.

Meus pais foram conversar com meus tios e meus avós e se eles me perdoassem, mesmo assim quando fosse os encontrar sentiria a maior vergonha de minha vida. Não vi meus pais antes do final do dia pois cada um foi para seu trabalho, mas antes mesmo que chegassem chegaram meus tios, minha prima mais velha e meus avós juntos e quando os vi em minha frente comecei a chorar compulsivamente.

Todos me abraçaram e a conversa que se seguiu foi basicamente com eles dizendo que eu não tinha culpa a cada pedido de desculpa que eu dava. Minha prima se culpou muito por não ter percebido o abuso de Gilmar. Todos insistiram que fui vítima e até acreditaram sobre meu primo dizendo que tinham a certeza absoluta que eu não mentiria, pois me conheciam bem e sempre fui um ótimo filho, sobrinho e neto.

Minha tia além de ter ficado mal por seu outro sobrinho ter abusado de mim também ficou por Gilmar ter feito o mesmo porque ela o conhecia desde que nasceu. Vendo o quão furiosa ficou, só implorei que não demitisse a mãe dele que não tinha culpa e ela aceitou, mas disse que era o que iria fazer se não tivesse o pedido.

Foi outro dos melhores dias de minha vida, pois fora meus pais, aqueles que estavam lá, minha outra prima que estudou no colégio e meus avós paternos, não me importava se o resto do mundo me condenasse. Antes mesmo que meus pais chegassem estava tão empolgado pelo tratamento recebido que adiantei a conversa.

– Vocês sabem o que vai acontecer agora? Estão preparados para me aceitar?

A primeira que pulou a responder sem titubear foi minha prima.

– Sua mãe contou. Vou adorar ter uma prima. Só tenho primos e agora tenho um primo a menos pois o Fabricio não é mais meu primo.

Se seguiram a concordância de todos dizendo me entender, mas percebi que meus pais, talvez mais minha mãe, já tinha passado a eles todos os argumentos que usei para justificar minha mudança e convence-los. Foi muito mais fácil do que imaginei que seria. Só faltava ver como meus avós paternos reagiriam.

Quando minha mãe chegou e depois meu pai nos encontraram em uma conversa descontraída e até com alguns sorrisos e pude ver em seus rostos o alivio que sentiam. Como pais e depois de tudo o que passei, com certeza ficaram preocupados que eu sofresse preconceitos e fosse rejeitado pelas pessoas mais próximas, mas nada disso aconteceu. Só faltava o teste final de me verem como mulher.

Todos jantaram em casa e quando se foram voltamos a conversar só nós três e contei a eles sobre a faculdade e não se importaram nenhum pouco que eu perdesse um ano, pois disseram que me queriam por perto para compensar um pouco do distanciamento enquanto estive no colégio interno.

Na verdade, eles queriam me proteger de todos os riscos me mantendo sob suas asas, mas uma hora teria que sair de baixo delas e enfrentar de novo os perigos da vida. Só que se pudesse, sempre com eles ao meu lado, pois dificilmente deixaria de morar com eles novamente, mas ainda havia a questão do Frank me perseguir, mas esse foi o assunto a seguir.

– Filho, fiz o que você me pediu ontem e conversei com o policial e não sei como você vai receber a notícia.

– Fala logo papai.

Nunca o tinha chamado de papai e naqueles 2 dias já tinha feito isso muitas vezes me sentindo mais próximo dele do que nunca. Sem pensar nisso, talvez já estivesse me preparando para o chamar assim quando passasse a ser filha e não filho.

– Ele me contou que o Frank sempre se meteu em confusões sérias e há dois anos se meteu com um cara maior que ele e em uma briga, foi esfaqueado e faleceu, falou olhando para mim apreensivo sem saber como eu reagiria.

Reagi caindo em um choro imenso e não foi de alegria, mas de um alivio que nunca senti antes. Nem quando fugi de São Paulo 2 dias antes. Foram minutos sem que conseguisse falar, com meus pais me observando e esperando.

Frank era de quem eu tinha mais pavor, medo, terror. Não por ter sido quem me colocou nesse caminho dos abusos em série, mas por ser o único que eu temia me querer de volta e que pudesse usar a violência para me ter, não só contra mim, mas contra meus pais também. O modo de sua morte só comprovou meus temores e ainda que não se deva festejar a morte de nenhum ser humano, também sou humano e imperfeito e não tendo sido o responsável por sua morte não senti nenhuma emoção de pena.

Aquela noite dormindo em meu quarto na casa de meus pais a não mais de 500 metros da casa de Frank, foi a minha melhor noite de sono em casa desde que ele começou a abusar de mim, pois não sentia mais aquele pavor que me acompanhava quando estava lá.

O dia seguinte foi também muito bom, pois meu pai conversou com meus avós paternos que reagiram como os outros a não ser um revolta imensa com Fabricio que não era nada deles. Depois da conversa vieram almoçar conosco e recebi o mesmo carinho dos outros avós, mas deixaram claro qual era a vontade deles através de meu avô.

– Os outros não podem ser responsabilizados porque eram menores de idade, mas seu primo é maior e eu iria direto a polícia o denunciar.

Meu avô era advogado e sabia mais do que ninguém sobre o assunto, mas o fiz ver meu lado com a exposição de tudo aquilo e que eu não tinha nenhuma prova e seriam 3 contra 1 e então se rendeu e aceitou deixar como estava.

Só que não ficou como estava, pois minha prima me ligou dizendo que o Fabricio teve que sair do apartamento foi apanhou feio dos colegas por uma dívida que ele não pagou para eles. Sua pergunta após me contar foi exatamente o que eu estava pensando.

– Será que foi porque ele não devolveu o dinheiro que tinha vendido você? Aquele cafajeste. Eu o odeio.

Não tinha ideia de quanto ele recebeu, mas quando o Beto comentou sobre isso enquanto me comia, além de todas as coisas ruins que pensei naquele momento foi que além de tudo meu primo deveria ter me vendido por poucos reais, pois não era uma mulher de verdade e eles nunca tinham me visto de menina.

Com aquela noticia parecia que eu tinha me enganado e foi um valor importante, pelo menos importante para um estudante dividindo despesas alugando um apartamento em conjunto. Sem desejar sua morte fiquei contente com a notícia ainda que Beto e Junior não seriam punidos, mas se Fabricio não tivesse sido tão baixo e me vendido, eles não teriam feito o que fizeram. Pelo menos não no início e se abusassem de mim no futuro por vontade própria, aí sim seriam tão baixos como meu primo. Ou melhor, ainda não, pois não seriam o primo com quem cresci.

– Pode ser. Espero que tenha sido, pois ele mereceu. Só faltou ele ser abusado como abusou de mim.

Minha prima colocou uma pulga atrás de minha orelha.

– Talvez tenha acontecido isso mesmo. Sem você o fizeram vestir a roupa de mulher que ele comprou e abusaram dele. Só que ele nunca contaria.

Pelo que conheci de Beto e Junior podia mesmo ter acontecido exatamente o que minha prima sugeriu, mas nunca ficamos sabendo pois ele nunca contaria e também porque nunca mais o vimos nas festas de família com a ameaça de meu pai o matar.

No domingo seguinte após os mais próximos ficarem sabendo de tudo o que me aconteceu e o que aconteceria fiz uma maratona com minha mãe por várias de suas lojas pois nem todas vendiam as mesmas roupas e com a insistência dela fiz um guarda-roupa de uma jovem mulher imenso, muito mais do que precisaria.

Fui eu quem escolhi a maioria mesmo com sua ajuda e o método de escolha foi o mesmo que usei quando fiz compras com Josué e Lucas. Imaginava uma garota bonita e via as roupas que queria que ela usasse para mim, mesmo já tendo desistido de ser o homem que até então desejava ser.

Naquela imaginária garota bonita que gostava de mim como homem e sorria para mim, gostei de imagina-la com vestidos brancos, floridos e com flores pequenas tipo românticos até as canelas ou curtas, se possível com tecidos bem macios e encontrei muitos desses nas lojas. Não experimentei nenhuma pois eram muitos e depois poderia devolver para a loja.

Mamãe estava empolgada e falava comigo como filha, mesmo eu estando vestido como seu filho ainda.

– Pega também algumas minissaias pois você tem as coxas lindas e o bumbum mais ainda. Quero te ver linda e feminina e se tiver medo de usar com medo de assédios, usa só quando eu ou seu pai estivermos com você. Pegue também umas blusinhas e baby look, falou me mostrando que eram camisetas bem agarradas.

Escolhi também calças jeans femininas, leggings e shorts de sair, mas também de ficar em casa me lembrando de como Lucas gostava de me ver com eles.

Suas lojas também tinham a sessão de lingerie e me lembrando daquela calcinha de renda vermelha minúscula que meu primo me fez vestir peguei ojeriza e pensei que nunca usaria vermelho em minha vida e nem calcinhas minúsculas.

Escolhi tudo com cores muito básicas, não necessariamente grandes. A maioria tipo biquini de lycra com as laterais com uns 2 centímetros. A maior parte brancas que era a cor que mais gostava, mas também estampadas com motivos femininos e quase todos os sutiãs totalmente em lycra ou com pequenos e discretos detalhes em renda.

Para dormir escolhi alguns pijaminhas de cetim longos e curtos com shortinhos e blusinhas confortáveis. E mamãe insistiu também que comprasse 2 camisolas curtas de cetim. Enfim uma armário feminino completo, mas ela disse que com certeza faltariam algumas coisas que iriamos pegando na loja quando fosse necessário.

Com as lojas fechadas no domingo foi bem mais fácil escolher e privativo, mas sabia que voltaria nas mesmas lojas durante a semana no futuro totalmente feminina.

Mesmo cansados, mamãe insistiu passar em uma sapataria no shopping onde compramos várias sandálias, mas sempre plataforma quando tinham saltos, alguns sapatos para eventos com saltos finos, mas baixos que ela disse que me ensinaria a usar e tênis femininos. Comemos alguma coisa e com o carro vazando roupas voltamos para casa.

No caminho pensei que pelo menos um pouco aquelas “compras” nas lojas de minha mãe me lembravam a que eu fiz na última vez com o Lucas quando ele quis que eu usasse algo diferente, mais mulher.

Naquele dia foi ele quem escolheu pela primeira vez e se encantou logo na vitrine com um vestido preto que uma manequim exibia. Ele não tinha mangas e sua parte superior era todas justa no corpo e a parte de baixo se abria um pouco armada tipo um abajur.

Era caro e insisti que escolhesse outro, mas ele quis dizendo que seria nossa última vez e valeria a pena. Escolhido o vestido fomos para a sessão de lingeries e ele escolheu um conjunto bem bonito de lycra e detalhes em renda na cor champanhe, cor que nunca tinha usado. Para completar o figurino, na sapataria escolheu uma sandália preta de tiras e de plataforma bem alta, dizendo que me queria com a altura próxima a dele.

Já tinha usado outras plataformas, mas baixas e não com a sola inclinada daquela forma, mas como ficaria no quarto e daria poucos passos concordei.

Na tarde anterior ao que eu deixaria o colégio, ficamos no quarto após ao almoço pois já não tinha mais o trabalho da tarde. Me troquei como em todas as outras vezes com Lucas ficando de costas para mim e quando o chamei ele olhou encantado ainda de longe.

– Você não é mais uma garota. É uma mulher. Linda. Desse jeito você poderia ir a qualquer festa e todos te achariam uma das mais bonitas mulheres da festa.

Após seu elogio, se levantou e veio até mim me agarrando e me beijando com toda fogosidade e fiz meu papel de retribuir se sentir nada. Ele tinha estabelecido uma sequência de acordo com suas preferências, mas cuidadoso comigo o oral vinha sempre em primeiro lugar para que não o colocasse em minha boca após sair de minha bunda.

Quando parou de me beijar e me apalpar comecei a me agachar para me ajoelhar em sua frente pois era o jeito que ele mais gostava, mas ele me interrompeu.

– Espera. Hoje quero um pouco diferente.

Ele pegou seu travesseiro e jogou sem cerimônias no piso de tacos do quarto.

– Hoje quero você de 4 para poder ficar te vendo com esse vestido pois nessa posição terei uma visão melhor. Ajoelhe no travesseiro para não machucar seus joelhos.

Em meus últimos momentos de submissão a ele, fiz o que pediu e logo a seguir Lucas se ajoelhou ereto a minha frente já sem roupa. Peguei seu pau o trazendo na horizontal e o engoli.

Não sei se era porque era a última vez que faria aquilo, não o apressei a gozar e o deixei curtir como seu eu dissesse – essa é a última vez que sou obrigada a fazer isso, então aproveite –.

– Oh Carlinha, você está linda demais. Eu queria tanto poder ser seu namorado.

Mas não podia. Primeiro porque eu queria ser homem e mesmo que mudasse de ideia e o perdoasse levando em conta que me tratou bem e me protegeu, não confiava nele como não confiava em nenhum outro homem.

Enfim o fiz gozar engolindo aquela porra que para mim seria a última que engoliria em minha vida. A sequência era sempre continuar o chupando para que endurecesse novamente o mais rápido possível e nunca demorava muito pois ele dificilmente perdia mais do que metade de sua ereção.

Quando já poderia me comer, se levantou e me ajudou a levantar.

– Como você está mais perto de minha altura vamos fazer com você apoiada na parede, pois acho que vai ser mais gostoso não ficando muito mais baixa do que eu.

Estava quieta e falava o menos necessário e sabendo como me queria me encostei de frente no único espaço de parede estava livre naquele quarto e me inclinando arrebitei um pouco meu bumbum. Era uma sensação diferente em cima daquela plataforma alta e inclinada. Estava instável, mas logo suas mãos grandes agarraram em minha cintura me segurando no lugar.

Ainda sem levantar meu vestido Lucas se esfregou.

– Não dá vontade de tirar esse vestido dá frente pois está me deixando com muito tesão, mas ao menos para colocar dentro vou ter que levanta-lo

Quando enjoou de se esfregar levou uma das mãos a barra do vestido e o puxou com calma se deliciando com o desvendamento, uma de suas taras desde o começo.

– Essa calcinha ficou linda demais. Também com essa bunda maravilhosa não tem calcinha que não fique bem. Pena que vou ter que descartar tudo quando você se for amanhã. Ainda que tivesse onde esconder, me lembraria de você e ficaria mais triste.

Tinha certeza que ele ficaria triste, mas eu estaria feliz vivendo minha liberdade na faculdade de Arquitetura onde homens praticamente não existiam.

Assim que afastou a calcinha fez o ritual de me penetrar se excitando com a visão como ele vivia dizendo. O lubrificante estava sempre perto para que usasse, mas mesmo se não usasse já não me machucaria após o ter por 4 anos e meio dentro de minha bunda.

Quando estava todo encaixado puxou o vestido até encontrar seu corpo cobrindo meu bumbum e daquele jeito se alguém nos visse saberia o que estava acontecendo, mas não veria nada. Essa sensação de estar dentro de mim usando aquela roupa sofisticada sem poder ver o excitou e não demorou, senti sua primeira carga em meu rabinho e não seria a única.

Na espera para se recuperar, me fez sentar em suas pernas querendo namorar e conversamos um pouco enquanto sua mão brincava em minhas coxas por baixo do vestido. De tudo o que conversamos, me lembro mais de uma frase mostrando o quanto ele gostava de mim.

– Vou sentir muita saudade de você, mas não vou te perguntar se sente o mesmo pois sei qual será a resposta e não suportaria ouvi-la.

A resposta seria exatamente aquela que ele temia ouvir e para matar sua tristeza se excitou novamente me tocando e me fez mudar a posição o montando só afastando a calcinha com aquele vestido escondendo que de novo seu pau grande estava inteiro dentro de mim.

Conseguido abrir o zíper em minhas costas, ele pôde abaixar uma das alças largas do vestido e expor meu sutiã e após beijar meu seio por cima do tecido, o afastou e começou a mamar meu mamilo como gostava.

Meus mamilos já não eram tão pequenos como no início e com sua fogosidade aumentada ele o esticava puxando com seus lábios o apertando. Em meu estado anestesiada, não sentia dores e fazia mecanicamente meu trabalho de subir e descer naquele pau grande com a ajuda de suas mãos em minha cintura.

– Ahh Carlinha. Eu faria qualquer coisa que você me pedisse para que pudéssemos continuar a nos ver.

Não respondi pois qualquer coisa que respondesse traria uma resposta sua e entraria em uma conversa inútil. Sem resposta ele esticou seu pescoço e alcançou minha boca me beijando e enquanto beijava senti mais uma vez o quente de seu esperma se espalhando em minhas entranhas.

Lucas estava cansado e precisava descansar, então se deitou na cama e me chamou para ficar abraçado nele. Cada um com seus pensamentos sobre o dia seguinte, conversamos muito pouco enquanto seu braço grande me envolvia e sua mão acariciava de leve minha pele.

Chegamos a cochilar e acordamos faltando uma hora e meia para o jantar no refeitório e se recuperando durante o sono acordou empolgado e desta vez enfim me quis só de lingerie, mas me deixou de sandália e até me fez desfilar assim para ele que se excitou como poucas vezes com meu corpo cheio de curvas vestindo só calcinha e um sutiã bonitos na cor champanhe enquanto me sustentava sobre aquela plataforma alta.

– Esse salto alto com inclinação te deixa com as pernas mais torneadas e o bumbum ainda mais arrebitado. Se tirássemos fotos sem mostrar a parte frontal, ninguém duvidaria que você não é uma modelo.

Felizmente, após aquelas fotos iniciais para afastar Josué de mim, ele as apagou e nunca tentou tirar fotos constrangedoras como Frank fez. De todas as formas Lucas estava a anos-luz de distância de que eu sentisse por ele ódio, medo e desprezo como sentia por Frank.

Excitado, me colocou na cama de 4 e me comeu demorando bem mais para gozar, mas enfim gozou e terminando se sentou a meu lado para descansar. Aquela poderia ser a última vez que Lucas me comeria, pois logo nos trocamos e fomos jantar no refeitório depois do culto, mas não foi.

Antes que as luzes se apagassem me fez vestir o pijaminha só com uma calcinha por baixo e quando as luzes se apagaram veio até minha cama e me comeu de ladinho, dando enfim folga e indo dormir.

Na manhã seguinte, muito, muito antes que a sirene tocasse o senti sentar em minha cama e só tirando o shortinho, afastou minha calcinha e me comeu em um papai e mamãe bem demorado, pois toda a vez que chegava perto, diminuía o ritmo. Lucas ficou indo e vindo dentro de mim por uns 30 minutos, até que me beijou e gozou uma enorme quantidade de esperma a quinta em meu bumbum desde a tarde anterior, fora aquela em minha boca.

Quando terminou, ainda dentro de mim se afastou do beijo e olhou em meus olhos.

– Você pode não acreditar, mas eu e amo de verdade. Desculpe por tudo que fiz você passar.

Sem me dar chance de responder, ele se levantou e foi para sua cama quieto.

Eu tinha que tomar um banho e antes da sirene tocar já fui para o banheiro encontrando alguns alunos no corredor já acordados e ansiosos como eu para deixar o colégio e nos despedimos. Ou melhor, não havia com certeza ninguém tão ansioso quanto eu.

Tomei meu banho e fui tomar café, mas Lucas ficou amuado e não quis ir e só me acompanhou quando me avisaram que meus pais chegaram até nos despedirmos.

Ao perceber mamãe parando o carro, vi que estávamos em casa e as memórias se foram, mas como em todas as outras vezes, apesar de todo o esforço de Lucas naquela última vez eu não tinha sentido nada. Lá ao lado de minha mãe me lamentei não ser igual a Roberta Close que sentia prazer fazendo sexo com homens quando se vestia de mulher bem antes de ficar famosa.

Estava morto de canseira e só queria descansar, mas minha mãe continuava empolgada e disse que queria arrumar tudo em meu guarda-roupa após tirar todas minhas roupas de garoto, pois já naquela noite queria conhecer sua filha Carla.

Aceitei sabendo que mais hora ou menos hora aconteceria e como mamãe estava empolgada concordei com ela. Pegando muitos sacos pretos de lixo enfiamos neles todas minhas roupas de Carlinhos o que não eram tantas como as que tínhamos pego nas lojas.

Enquanto fazíamos a limpeza e depois arrumávamos cada tipo de roupa em seu lugar ela dizia que meu quarto estava muito masculino e que logo o deixaríamos feminino, inclusive com uma mesinha e bancada de maquiagem que ela me ensinaria a fazer. Nunca vi mamãe tão empolgada em minha vida me deixando feliz por ela ter aceitado tão bem minha mudança.

Com sua pratica, quando terminamos as lingeries, blusinhas, shorts, saias e pijaminhas estavam nas gavetas e pendurados os vestidinhos e as blusinhas mais grossas e que não poderiam amassar. Com sua organização até sobrou lugar, mas ela disse que aquilo era só o básico e ainda viriam roupas de frio e outras que eu sentiria falta.

Depois fizemos o mesmo com os sapatos e quando estava tudo pronto, ela chamou meu pai para levar todos sacos enormes de roupas que decidimos doar lá para o quarto dos fundos e quando eu quis ajudar ela não deixou.

– Não precisa. Isso é serviço de homem e seu pai faz. Você já está em processo de transição então enquanto toma um banho e depois coloca uma de suas roupas novas que te deixará bem bonita vem jantar conosco pois já terei o jantar pronto e estaremos esperando nossa filha. Estamos só nós aqui então não seja modesta e cause um impacto em nós, falou saindo do quarto enquanto meu pai fazia as últimas viagens com aqueles sacos pesados.

Só que logo ela voltou com um batom na mão.

– Tome, use isso. É bem discreto. Não deu tempo hoje, mas vamos comprar maquiagens amanhã à tarde. Você sabe usar o batom?

– Sei sim mãe.

*****

Até aqui tentei retratar tudo com uma visão fria pelos abusos que sofri, espelhando meus sentimentos naqueles momentos, mas a partir desse período que mudou minha vida e nunca mais sofri um abuso vou deixar mais leve a escrita da mesma forma como me sentia.

Também me sentia feminina diferente da negação anterior, então talvez fique mais romantizado pelos fatos que ocorreram e porque era o modo que me sentia, principalmente após o início do tratamento hormonal.

Para finalizar essa explicação, eu já tinha muito mais conhecimento de vida e do mundo ao redor, então tinha pensamentos sobre minha situação, antes impossíveis pela falta de informações.

*****

Tirando minha roupa de homem pela última vez os joguei no saco que minha mãe tinha deixado para que eu fizesse isso. No banho, me lavei do suor passando as mãos por meu corpo cheio de curvas e olhando para baixo falei com ele como se fosse uma entidade separada.

– Veja o que você aprontou com minha vida. Não colaborou nada nada para que eu fosse homem e me causou muitos problemas, então veja se agora colabora para que eu seja mulher.

Na verdade, ele já estava colaborando desde sempre pois já tinha todas as formas de um corpo feminino bonito, inclusive o rosto e cabelos, mas tinha quele pinto minúsculo lá quebrando o visual e me impedindo de sentir qualquer prazer em todas as vezes que fui usado como mulher e foram incontáveis. Dez garotos me usaram e nenhum deles conseguiu me fazer sentir um cisco de prazer. O trauma psicológico podia ser a causa, mas deveria ter também algo com meu corpo que precisaria descobrir.

Quando fui para o guarda roupa, escolhi calcinha e sutiã brancos como estreia para minha vida de mulher desta vez por escolha própria. Nos cabides olhei para o vestidinho com a parte de cima desde a cintura e envolvendo os seios em elástico franzido que certamente grudaria em minhas formas.

Quando o coloquei ficou perfeito com o comprimento até o meio de minhas coxas bonitas e lisas as expondo. Como tinha o decote quadrado com manguinhas curtas estufadas pude manter os sutiã, mas se o decote não deixava nada visível, em compensação aquele tecido colado deixava meus seios grandinhos totalmente femininos e em evidencia. Para os pés escolhi uma sandália com um salto baixo e arrumando os cabelos e passando o batom que mamãe me emprestou fui para sala de refeições onde meus pais já me esperavam sentados.

Ao me verem, em seus rostos havia o mesmo espanto e a mesma admiração de todos aqueles garotos, mas havia também algo que nenhum deles demonstrou a não ser Lucas de uma modo diferente. Mamãe e papai mostravam amor e também orgulho sincero sem interesse. De suas bocas saíram sons parecendo terem combinado.

– Meu Deus. Não acredito filha. Você é linda.

Mamãe levou a mão na boca incrédula enquanto papai tinha a boca aberta.

– Obrigado, agradeci sem jeito.

Os dois se levantaram e chegaram perto me olhando de baixo em cima e de cima abaixo.

– Sei que sou sua mãe e posso estar cega por isso, mas você é uma da mulheres jovens mais lindas que já vi, e olha que vejo muitas nas lojas. Com uma maquiagem leve e um corte mais feminino no cabelo, ninguém que não te conheceu antes dirá que você não é uma linda mulher.

– Que exagero mãe.

– É verdade, não é querido?

Papai me olhou de novo e percebendo dei um giro de 360 graus para que pudesse me ver toda. O vi engolindo sua saliva de emoção, até que conseguiu falar.

– Devo ser mais coruja que você querida, pois para mim ela é a mais linda. Sério mesmo. Já tinha visto seu corpo quando você tirou a roupa para nós outro dia filha, mas com este vestido seus seios estão bonitos e grandes, sua cintura parece ainda mais fina e seu bumbum deixa o vestido armado.

Não tinha ideia de que papai pudesse ser tão desenvolto e na verdade gostei que ele tivesse falado de meu corpo daquela forma me fazendo me sentir bem e segura como mulher.

– Uau papai. Obrigado e adorei sua sinceridade. Mesmo como mulher nunca vou ficar inibida perto de você, então se prepare para as vezes me ver de roupa de baixo, o provoquei brincando.

– Nunca fui pai de menina, mas aprendo rápido. O que importa é que você esteja bem e feliz.

– Vou tentar pai.

Após mais alguns comentários e elogios fomos jantar e a conversa foi sobre como faríamos para que me tornasse uma mulher por completo como tinha decidido fazendo a cirurgia de redesignação sexual. Tinha a consciência que seria uma jornada longa e difícil pois tinha lido sobre a cirurgia da Roberta Close.

Passaria por muito médicos, faria terapia de acompanhamento e usaria hormônios que segundo o que ela falou davam mal-estares, irritação e engordavam, mas se minha vida não deu certo como homem, minha esperança era que desse como mulher mesmo que eu jamais sentisse prazer. Só o fato de não brigar mais com minha aparência feminina e não sofrer abusos por chantagens, já deixaria tudo imensamente melhor.

Nos dias seguintes me apresentei em público como garota e o espanto foi geral como tinha sido para meus pais e os elogios da mesma forma. Até ouvi de uma pessoa inesperada um comentário ousado por ser ela.

– Você já deveria ter mudado mais jovem Carlinha. Você era uma menina vestida de homem. Você é linda.

Até chorei de emoção, mesmo que ouvir me chamar de Carlinha me trouxesse péssimas lembranças, mas saindo do coração de minha avozinha tinha um significado todo diferente.

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Comentários

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Coisa ridícula disso ter tag heterossexual,vai para tua turma de gays, corre pra tua turma homossexual, não tem nada de heterossexual, coloca TAG de violência, humilhação, longe de ser erótico, é mais BO policial

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Você falou de hormônios para talvez se sentir atração por homens.

Mas aí,veio uma dúvida na minha cabeça e se ao invés de tomar o hormônios femininos, você tomasse o masculino, será que não mudaria seu corpo, ficando mais masculino?

Bem talvez só engrossa-se a voz e nascesse pelos pelo seu corpo, más aí viria a questão das formas femininas, seria mais complicado, imagina o corpo peludo e voz grossa, más com corpo de mulher, ficaria muito estranho.

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Quanto mais você narra sua história, mais fico curioso,tenho certeza que você deve ser mais linda que a Roberta Close, principalmente de corpo.

Apesar de tudo,o Lucas foi uma pessoa especial na sua vida e imagino que você seria muito feliz com ele.

Aí fico imaginando, será que ele é o seu marido? Estou muito feliz, que você conseguiu se livrar dos abusos, sendo menino ou menina, ninguém merece passar por tudo isso.

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Li todos até agora com bastante calma. Sim, é um conteúdo pesado,e não teria como não ser, mas também é delicado e bem contado. Só digo para se atentar à questão da pontuação.

Realmente quero ver os próximos.

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