Depois de alguns dias de molho, finalmente minha saúde voltou ao normal. Sentia meu corpo mais leve, a cabeça funcionando melhor e a disposição retornando aos poucos. Aproveitei para voltar ao curso pré-vestibular do Enem. Ali, a rotina era intensa, mas a ideia de conquistar algo maior me motivava a cada aula. Fora isso, retomei minhas atividades no posto, atendendo os mesmos caminhoneiros de sempre.
Era um dia como outro qualquer, até que um cliente diferente apareceu. Ele não estava em um caminhão, mas em uma Kombi adaptada como motorhome. O veículo, com sua pintura desbotada e detalhes personalizados, logo chamou a atenção de todos. O dono era Tiago, um homem alto e musculoso, com uma barba rala e diversos brincos brilhando nas orelhas. Ele tinha um sotaque carregado de Recife e uma presença que não passava despercebida.
Assim que Tiago estacionou, os funcionários se aproximaram para conhecer a famosa Kombi. Ele, simpático, mostrou o interior do veículo. Era pequeno, mas bem organizado: um sofá que virava cama, armários para utensílios, e uma pequena pia com fogão acoplado. Lucas, como de costume, não perdeu a oportunidade de soltar uma piada sem graça:
— Imagina quantas gatinhas tú comeu aqui. — disse Lucas, com aquele ar provocador que ele achava engraçado.
— Lucas! — Paloma o repreendeu, mas Tiago apenas sorriu.
— Relaxa. Já trouxe algumas, sim. Mas hoje é noite de descanso. Vocês têm banheiro por aqui? Tá um frio da moléstia.
— Tem sim — explicou Paloma, apontando para o lado do posto. — Fica pela lateral. Qualquer coisa, é só pedir a chave.
— Beleza. Vou fazer uma janta rápida e tomar um banho depois.
Voltamos às nossas atividades enquanto Tiago organizava as coisas na Kombi. Pouco depois, ele apareceu para pedir a chave do banheiro. Aproveitei para acompanhá-lo, pois precisava levar o lixo até a caçamba, que ficava no mesmo caminho.
— E você viaja sozinho mesmo? — perguntei, enquanto caminhávamos juntos pelo lado escuro do posto.
— Sim. Na verdade, eu fui até a Argentina com a minha ex, mas a vida na estrada não é para todo mundo. — ele respondeu com naturalidade.
— Argentina? Caramba! Outro dia passou por aqui um trio que também foi pra lá, mas eles tinham um ônibus adaptado. Deve ser meio solitário viajar só.
— Às vezes é, mas aprendi a ficar sozinho. É como dizem: a vida ensina na paulada. E você? Apronta muito por aqui? Imagino que um moreno gato como você chama bastante atenção.
— O "B" não é de biscoito. — Pensei comigo mesmo antes de responder. — Apronto um pouco, ainda mais quando aparece gente bonita igual a você. — falei, num tom provocador.
Chegamos ao banheiro, e Tiago abriu a porta com a chave que eu tinha entregado.
— Tem problema se você me fizer uma visita na madrugada? — ele perguntou, olhando para mim com um sorriso sugestivo.
— Claro que não. Meus colegas me cobrem. É só me chamar. — Respondi, jogando o lixo na caçamba. — Dica: estaciona aqui perto do banheiro. É mais discreto. Quando for 2h, eu passo aqui pra dar um jeito. Que tal?
— Perfeito. Vou tomar banho e estacionar a Kombi aqui. Estarei te esperando.
O resto do meu turno seguiu como de costume. Lucas estava inspirado, atendeu três clientes naquela noite e ainda encontrou tempo para fazer suas brincadeiras. Paloma teve sorte também, ganhando uma gorjeta generosa. Até o Heitor, que eu nunca tinha visto em ação, saiu acompanhado de uma cliente mais velha para o quartinho dos fundos.
Quando o relógio marcou 2h, cumpri minha promessa e fui até a Kombi. Tiago já me esperava, encostado na porta do veículo, usando apenas uma sunga preta que destacava o corpo musculoso. Apesar do frio da noite, ele parecia relaxado e confiante.
Entrei na Kombi, e a sensação de aconchego foi imediata. O espaço era pequeno, mas incrivelmente acolhedor. Almofadas macias, luzes fracas vindas de pequenas lâmpadas penduradas e o aroma leve de alguma especiaria que ele devia ter usado na janta criavam um ambiente quase íntimo.
Tiago me puxou para perto, segurando minha cintura enquanto seus olhos fixavam os meus. Começamos com um beijo lento, explorando o tempo e o toque. Seu corpo quente contrastava com o ar gelado lá fora, e em nenhum momento o espaço apertado pareceu desconfortável. Pelo contrário, era quase como se aquele ambiente pequeno aumentasse a intensidade do que acontecia ali.
Eu me impressionei com a suavidade de Tiago. Apesar da aparência viril, seus movimentos eram cuidadosos, quase reverentes. Sua mão deslizou pelo meu rosto, pelo meu pescoço, antes de descer pelo meu corpo. Havia algo de cativante na forma como ele não tinha pressa, como se estivesse me redescobrindo a cada toque.
— E essa boquinha também chupa? — ele perguntou.
— Vem cá. — o deitei na cama e fiquei por cima.
Nossos corpos pelados e quentes deixavam o ambiente mais sensual. Beijei cada parte do corpo do Thiago até chegar em seu pau, que estava com cheiro de sabonete. O mamei com calma para não engasgar. Os gemidos dele ecoavam pelo veículo. Enquanto o masturbava, passei a língua em suas bolas.
— Deixa eu sentar? — pedi.
— Só se for agora. — o Thiago pegou o preservativo e encapou o pau.
Fui por cima e sentei. O pau dele foi me preenchendo aos poucos. Comecei a fazer movimentos leves, enquanto passava as mãos naquele peitoral gostoso. Já Thiago segurava na minha cintura auxiliando os movimentos. Então, fiquei de cocaras e intensifiquei a metida. O encontro dos corpos fez um barulho que me deixou com mais tesão.
— Vou gozar, caralho! — a voz de Thiago anunciou.
Depois de uma noite intensa, voltei para casa exausto, joguei minhas coisas no canto e desabei na cama. O sono me dominou como um soco direto, pesado e profundo. Quando acordei, já era meio-dia. O despertador insistia, mas o friozinho de São Paulo parecia conspirar contra mim, me puxando de volta para os lençóis. Ainda assim, forcei meu corpo a levantar. A vida não ia esperar, e muito menos os meus objetivos.
Fui direto para o chuveiro, deixando a água quente escorrer pelas minhas costas, tentando lavar o cansaço e as frustrações. Depois, esquentei a comida que tinha preparado no dia anterior. Era simples, mas estava boa. Almocei em silêncio, com a mente já focada na rotina do dia: estudar, aprender, construir o futuro.
Meu curso pré-vestibular não ficava longe de casa, e eu estava determinado. Entrar na universidade para estudar psicologia ou pedagogia era meu grande sonho, algo que sempre me motivou. Quando entrei na sala de aula, vi rostos de todos os tipos: jovens cheios de energia e ambição, adultos mais velhos buscando uma nova chance. Eu me encaixava em algum lugar ali no meio. Peguei meu caderno, aquele que comprei só para organizar meus pensamentos e metas, e me concentrei em cada explicação, cada exemplo, cada exercício. Era como se cada palavra do professor fosse um degrau a mais na minha escalada.
Depois da aula, segui para a academia. Cuidar do corpo era tão importante quanto cuidar da mente. Sou inteligente e gostoso, afinal. Enquanto fazia meus exercícios, observei as pessoas ao meu redor. Pareciam tão confortáveis, tão alheias ao esforço que precisam fazer para manter o que têm. Às vezes, isso me irrita.
Como órfão, a vida sempre foi uma luta. Tudo que eu conquistei até agora foi na força do braço, no suor, sem ninguém para me estender a mão. Eu precisava me esforçar dez vezes mais do que a maioria das pessoas naquela sala para ter as mesmas chances.
A frustração me atingiu de repente, como um soco no estômago. Segurei os pesos no supino com mais força e descarreguei tudo ali. Fiz mais repetições do que o necessário, sentindo os músculos queimarem, como se fosse uma forma de punir o mundo por ser tão injusto.
— Acorda, Joel! — a voz animada de Murilo me tirou dos meus pensamentos. Ele deu um tapa leve nas minhas costas, me puxando de volta à realidade.
— Porra, Murilo! — retruquei, ainda ofegante. — Já não basta me torturar aqui na academia, ainda vem me assustar?
Ele deu aquela risada descontraída que era tão típica dele. — Relaxa, gato. Tá afim de curtir um pouco? O pessoal da administração já foi.
Olhei para ele por um segundo, avaliando o convite. Murilo era do tipo que não aceitava um "não" com facilidade.
— Claro. Não precisa falar duas vezes.
Seguimos para uma área mais reservada da academia, um canto que eu nunca tinha explorado antes. Assim que chegamos, Murilo praticamente me atacou. Ele era direto, intenso, e tinha uma energia quase agressiva. Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, ele já estava ali, colado em mim, os olhos brilhando com desejo.
Tudo aconteceu rápido, sem espaço para preliminares. Ele me empurrou contra a parede e me tomou com uma pressa inabalável, quase desesperada. Eu mal tive tempo de pensar ou reagir. Era tudo instinto, tudo necessidade. Mesmo com a falta de delicadeza, havia algo cravado na intensidade daquele momento.
— Abre esse cú pra mim. — ele pediu, colocando lubrificante nos dedos e me penetrando. — Caralho, entrou três dedos de uma vez só.
— Devagar. — soltei, mordendo os lábios e abrandi a minha bunda para o Murilo.
— Cê gosta, né? É um putão do caralho.
Murilo enfiava os dedos com uma força bruta. Ainda bem que na noite anterior o Thiago abriu o caminho. Ele enfiava até onde dava e tirava tudo. Aproveitei para me masturbar, pois não consegui gozar na última transa.
De repente, senti uma pressão maior no meu cú. O Murilo estava tentando enfiar o punho. Soltei um grito abafado, mas não o impedi. Queria testar os meus limites. Coloquei as mãos na parede e fechei os olhos.
— Gostoso. — Murilo afirmou, antes de morder a minha bunda e ficar em pé. Colocou a camisinha no pau e socou de uma vez me tirando um gemido.
O meu corpo estava suado devido ao aquecimento da academia. O Murilo bombava com força e uma velocidade única. O seu pau entrava e saía do meu cú que já estava todo arrombado.
— Vou gozar, seu puto. Mas quero gozar na tua boca. — ele tirou o pau e a camisinha.
— Goza. — me virei e fiquei de joelhos.
— Porra, Joel! — ele exclamou ao se masturbar. O leite dele entrou em vários jatos dentro da minha boca.
Quando tudo terminou, fiquei encostado na parede, respirando fundo, tentando recuperar o fôlego. Murilo me deu um sorriso sacana e soltou um comentário casual, como se nada tivesse acontecido.
— Tá vendo? Precisava relaxar, cara. Agora, bora voltar.
Revirei os olhos, mas ri de leve. Ele tinha razão. Apesar de tudo, aquele momento de loucura foi o escape que eu precisava para aliviar a pressão acumulada.
Quando voltei para casa, ainda sentia a adrenalina correndo pelas veias. Mas no fundo, sabia que precisava de mais do que isso. O esforço físico, o desejo momentâneo, tudo isso só aliviava a superfície. A verdadeira batalha continuava, dentro de mim e contra o mundo. Amanhã seria outro dia, outro passo na direção do meu futuro. E eu estava pronto para lutar.