Metamorfose de Lysandra-Minha história com Helena de Tróia (Cap. 1 - Capítulo 1 – O Disfarce)

Um conto erótico de CD_discreta
Categoria: Crossdresser
Contém 667 palavras
Data: 14/02/2025 12:27:18

A guerra tornava-se cada vez mais implacável. Espiões circulavam pelos salões do palácio de Menelau, e qualquer deslize poderia significar a ruína de Helena. O rei, desconfiado, ordenara que suas mulheres fossem vigiadas de perto, temendo traições. As servas eram observadas, os guardas revistados, e nada escapava aos olhos atentos dos conselheiros do monarca. Para Helena, manter seu segredo era questão de sobrevivência. E o segredo tinha um nome: Lysander.

Lysander, um dos soldados da guarda pessoal de Menelau, conhecia Helena melhor do que qualquer outro. Sempre a admirara de longe, dedicando-se silenciosamente à sua proteção. E, nos raros momentos em que estavam a sós, permitiam-se trocar palavras carregadas de significado, olhares furtivos que falavam mais do que deveriam. Porém, havia um problema. Alguém desconfiava dele.

A ordem foi clara: qualquer um que se aproximasse demais da rainha sem um motivo legítimo seria eliminado. O castigo era inevitável. Não havia escapatória. Helena sabia que Lysander estava condenado se permanecesse ali. Foi então que, tomada por um ímpeto desesperado, recorreu ao único meio possível para salvá-lo: a magia.

O plano era arriscado, mas necessário. Lysander precisava desaparecer. Ou, melhor dizendo, precisava deixar de existir. O soldado, o homem forte e destemido que caminhava entre os corredores de pedra do palácio, deveria dar lugar a alguém irreconhecível. E, para isso, Helena lançou o feitiço.

Quando a magia tomou conta do corpo de Lysander, uma sensação de calor percorreu-lhe a pele. O guerreiro, acostumado ao peso da armadura e ao cabo áspero da espada, sentiu algo diferente. Os músculos pareceram encolher, os ossos assumiram novas proporções. Seu rosto perdeu a rigidez masculina, a voz tornou-se mais suave, e sua postura se alterou sem que precisasse pensar nisso. A túnica antes apertada contra o peito agora se ajustava de maneira diferente, delineando curvas inesperadas.

O espelho no aposento de Helena refletiu a nova forma de Lysander. Ou melhor, de Lysandra. Seus cabelos estavam um pouco mais longos, os traços delicados. Não havia mais o semblante austero de um soldado, mas sim a expressão de uma jovem dama. Uma criada da rainha.

Helena analisou o resultado com um olhar avaliador.

— Agora ninguém suspeitará — murmurou, satisfeita. — És apenas mais uma entre as minhas damas de companhia.

Lysandra respirou fundo. Tentou falar, mas a voz era diferente. Tentou se mover, mas sua forma de andar parecia estranha. O peso da espada que sempre carregara à cintura havia desaparecido. E, com ele, desaparecera também a identidade que sempre conhecera.

No início, a adaptação foi desconfortável. As vestes femininas eram leves demais, os passos tinham que ser mais curtos e delicados. Não poderia mais andar como um soldado, não poderia mais erguer a voz ou manter o olhar firme demais. Cada gesto precisava ser repensado. O toque das outras mulheres, antes sem importância, agora causava calafrios. O perfume delas parecia mais forte. Tudo estava diferente.

Nos dias seguintes, Lysandra foi integrada às demais damas de companhia de Helena. Elas a receberam com naturalidade, sem imaginar que, até pouco tempo atrás, aquela mulher fora um dos guardas de Menelau. Cada vez que se via refletida nos espelhos do palácio, Lysandra sentia um aperto no peito. O feitiço fora bem-sucedido. Mas até que ponto a transformação era apenas exterior?

O que mais a assustava não era o olhar curioso das outras mulheres ou a necessidade de esconder sua verdadeira identidade. O que a assustava era a forma como começava a se sentir. Quando falavam de tecidos e adornos, ao invés de sentir tédio, começava a se interessar. Quando se reuniam para trançar os cabelos, Lysandra observava com atenção e, certa vez, até pediu que fizessem uma trança nela também. Havia um prazer estranho nisso. Um conforto que não esperava sentir.

E, talvez o mais inquietante de tudo, era como Helena a olhava agora. Não mais como uma rainha observa um soldado, mas como uma amiga observa outra. Com carinho, proximidade. Havia algo ali, algo que mudava lentamente. E Lysandra não sabia mais se queria lutar contra isso.

Continua...

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