Metamorfose de Lysandra - Minha história com Helena de Tróia (Cap. 2 -Novas sensações)

Um conto erótico de CDzinha_discreta
Categoria: Crossdresser
Contém 870 palavras
Data: 14/02/2025 15:18:03

Capítulo 2

Os dias passavam, e Helena se aquietava, mas seu coração permanecia inquieto com perguntas que não ousava fazer diretamente a Lysandra. Algo nela parecia diferente, algo que ia além da magia que a transformara. Havia detalhes, sutilezas em seu comportamento que intrigavam Helena. Para obter respostas sem despertar suspeitas, pediu a Climene, uma de suas damas de confiança, que observasse discretamente os passos de Lysandra.

Climene aceitou a tarefa com discrição. Observou Lysandra no cotidiano do palácio, reparou em como ela interagia com as outras mulheres, em sua postura, seus gestos. Várias vezes notou que Lysandra evitava se despir na frente das outras damas, diferentemente do que era comum entre elas. Quando vinham os momentos de banho coletivo, Lysandra sempre encontrava uma desculpa para se afastar ou se banhava envolta em tecidos finos que ocultavam seu corpo. Isso levantava ainda mais suspeitas em Helena.

Desejando ir mais fundo, Helena instruiu Climene a convidar Lysandra para um passeio. Em um bosque afastado, Climene propôs algo natural entre as mulheres da corte: um banho em um riacho cristalino, refrescante sob o calor do dia. Ela insistiu para que se banhassem nuas, como sempre faziam. Lysandra hesitou, desconversou, fingiu um pudor que não fazia parte de sua personalidade anterior. Por fim, recusou. Climene percebeu que havia algo errado, e quando voltou ao palácio, contou tudo a Helena.

Intrigada e, ao mesmo tempo, sentindo pena de Lysandra, Helena decidiu confrontá-la. Chamou-a para seus aposentos sob o pretexto de uma conversa privada. Lysandra veio, como sempre solícita e respeitosa, mas também com um ar de nervosismo contido.

— Minha querida, tenho observado você e descobri algumas coisas… — disse Helena, suavemente, mas com firmeza.

— O que quer dizer com isso? — Lysandra franziu o cenho, desviando o olhar.

— Sei que tem evitado se despir entre as damas. Sei que se esquiva dos banhos em grupo. E sei o motivo. — Helena se aproximou mais, olhando diretamente nos olhos de Lysandra. — A magia que lancei sobre você não foi completa, foi?

Lysandra engoliu em seco. Havia sido descoberta.

— Não… — murmurou, finalmente. — Eu… ainda tenho… aquilo. — Ela baixou a cabeça, como se admitir aquilo fosse uma derrota.

Helena assentiu lentamente, absorvendo as palavras.

— E como fez para esconder isso todo esse tempo? — perguntou, agora mais curiosa do que confrontadora.

Lysandra respirou fundo antes de responder:

— Uso tecidos amarrados de maneira que não se note… Mas é difícil. E às vezes… às vezes temo ser descoberta. Sempre precisei ser cuidadosa. — Ela ergueu os olhos para Helena, buscando compreender a expressão da mulher que tanto amava.

Helena a abraçou calorosamente.

— Não se preocupe. Entendo sua situação. — Depois, afastou-se um pouco e olhou Lysandra nos olhos com um sorriso brincalhão. — Mas sabe… Acho curioso que o feroz Lysander, que tantas vezes senti como um homem ardente e cheio de desejo, hoje se veja incapaz de possuir uma mulher. Até parece um eunuco! — riu, provocativa.

Lysandra ficou corada, mas também riu, aliviada pela leveza do tom de Helena.

— E então, Lysandra? — Helena continuou, pegando-lhe a mão. — Desde que tudo isso aconteceu… alguma vez sentiu desejo? Alguma vez quis… agir como antes? Porque houve momentos em que me pareceu que sim, mas nunca houve iniciativa de sua parte.

Lysandra suspirou.

— É diferente agora, minha querida. Eu não saberia explicar… — ela olhou para suas próprias mãos, tão delicadas comparadas ao que um dia foram. — Antes, ao te beijar, sentia o fogo do desejo queimando em mim. Eu precisava usar toda minha força para não me perder completamente em você. Mas agora… o que sinto é carinho, ternura. Seu beijo é um convite para apreciarmos juntas as coisas belas da vida, não uma paixão que me consome. — Ela a fitou profundamente. — E você? Também não sente a diferença?

Helena não respondeu de imediato. Sabia que algo havia mudado, mas não podia dizer se era apenas a aparência de Lysandra que influenciava suas emoções, ou se havia algo mais profundo em jogo. Mas uma coisa era certa: Lysander não existia mais da mesma forma.

— Se eu voltasse a ser ele agora, tudo voltaria a ser como antes? Você me amaria da mesma forma? — Lysandra perguntou de súpetão, com um misto de esperança e medo nos olhos.

Helena hesitou, e essa hesitação foi como uma punhalada no coração de Lysandra.

— Eu tentaria… — disse, afinal.

Lysandra sentiu as lágrimas lhe queimarem os olhos. Tentaria. Isso significava que já não tinha certeza.

Ela tentou conter o choro com as mãos, num gesto involuntariamente feminino, e Helena não deixou de notar. O que estava acontecendo com Lysandra? Com Lysander?

Depois de um momento, Lysandra se recompôs, respirou fundo e sorriu, secando as lágrimas.

— Acho que estou muito dramática ultimamente. Devem ser os hormônios! — brincou, rindo. — Mas se eu voltasse a ser Lysander agora, teríamos que resolver nosso problema. Afinal, não esqueça que me tornei Lysandra para proteger nosso segredo. Eu sou um desertor. Não vamos estragar tudo agora, não é? — Ela a olhou com ternura. — Você conseguiria me suportar como Lysandra por mais um tempo?

Helena sorriu, pegou-lhe as mãos e apertou com carinho.

— Eu não apenas suportaria. Eu quero você aqui, ao meu lado.

E assim, por ora, tudo continuaria como estava… Mas as dúvidas de Helena ainda persistiam.

Continua...

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