Arthur e o Objeto Mágico - Capítulo 1

Um conto erótico de Nanda Margô
Categoria: Crossdresser
Contém 935 palavras
Data: 21/03/2025 08:42:40

Arthur deslizou lentamente a ponta dos dedos pelo vidro da vitrine, sentindo uma pequena vibração percorrer-lhe o corpo. À sua frente, um manequim elegante vestia um vestido vermelho de cetim, de alças finas e delicadas, com um decote sutil que sugeria suavidade e sedução. Por um instante, imaginou-se dentro daquela peça, sentindo o tecido frio e macio moldar seu corpo, destacando curvas que ele nem mesmo possuía, mas que seu inconsciente secretamente desejava.

Deu um suspiro profundo, percebendo que seu coração batia acelerado, e afastou-se rapidamente da vitrine, olhando em volta para garantir que ninguém havia percebido seu interesse. Aquela não era a primeira vez que Arthur sentia algo assim. Desde adolescente, guardava em si uma atração reprimida pela delicadeza feminina, pela sensualidade das roupas que transformavam corpos comuns em esculturas vivas e sedutoras.

Enquanto caminhava pelas ruas movimentadas de São Paulo, lembrava-se claramente da última vez que havia se permitido experimentar algo do tipo. Andressa, sua namorada, havia esquecido uma camisola de seda negra em sua casa após passarem a noite juntos. A lembrança daquele tecido delicado contra sua pele voltou-lhe à mente com força avassaladora.

Naquele dia, sozinho em seu apartamento, Arthur não resistira ao impulso. Pegara cuidadosamente a peça, sentindo seu coração palpitar de antecipação e nervosismo. Com uma mistura de receio e excitação, tirou lentamente suas roupas, sentindo o ar frio acariciar sua pele exposta, antes de deslizar a camisola delicadamente sobre sua cabeça.

Ao senti-la descer por seu corpo, teve uma sensação inexplicável de prazer e liberdade. O tecido suave abraçou-o como um amante íntimo, provocando arrepios deliciosos que percorriam cada centímetro de sua pele. Era como se estivesse vestindo uma segunda pele, que despertava nele uma feminilidade oculta e desejada, fazendo-o sentir-se, pela primeira vez em muito tempo, verdadeiramente vivo.

Arthur fechou os olhos naquele instante, permitindo-se saborear plenamente o momento. Suas mãos exploraram lentamente seu corpo, sentindo o toque delicado da seda, enquanto uma onda quente de prazer o invadia. Sua respiração tornava-se irregular, e ele precisou apoiar-se na parede para não cair. Estava tomado por sensações inéditas, proibidas e, justamente por isso, extremamente sedutoras.

Mas a culpa logo invadiu sua mente, afastando abruptamente o prazer recém-descoberto. O peso da vergonha caiu sobre seus ombros como um manto pesado, e ele retirou rapidamente a camisola, devolvendo-a ao local onde Andressa havia deixado, tentando desesperadamente apagar aquele momento de sua memória.

Desde então, Arthur evitava qualquer situação que pudesse reacender aquela chama proibida. Mergulhava-se intensamente no trabalho, pintando telas que refletiam suas emoções reprimidas, usando cores vibrantes e formas abstratas que sugeriam, discretamente, as curvas e linhas suaves do corpo feminino.

Andressa, sempre perceptiva e sensível, notava que algo perturbava Arthur, mas nunca havia tocado diretamente no assunto. Preferia dar-lhe espaço, esperando pacientemente que ele se abrisse no momento certo. Ela, com sua mente aberta e coração generoso, certamente seria capaz de compreender, pensava ele, mas a possibilidade de decepcioná-la ou perdê-la era aterradora demais.

Durante o jantar daquela noite, Arthur observava discretamente Andressa enquanto conversavam sobre banalidades do cotidiano. Seus olhos percorriam as curvas suaves do corpo dela, coberto por uma blusa leve de algodão branco e uma saia fluida de tecido leve que destacava suavemente sua silhueta. Invejava secretamente a facilidade e naturalidade com que ela se movia, livre em sua feminilidade.

Após a refeição, enquanto Andressa lavava a louça na cozinha, Arthur voltou ao quarto, sentindo novamente o desejo tomar conta dele. Abriu discretamente o armário dela, deslizando a mão pelas roupas penduradas. Seus dedos tocaram delicadamente em vestidos, saias e blusas, sentindo a maciez dos tecidos e imaginando-os sobre seu próprio corpo.

Pegou um vestido azul-claro de tecido leve e fluido, sentindo seu coração acelerar. Dessa vez, a tentação foi mais forte que a culpa. Rapidamente tirou suas roupas, vestindo o vestido com mãos trêmulas e ansiosas. Ao olhar-se no espelho, algo dentro dele vibrou intensamente, como se estivesse reencontrando uma parte perdida de si mesmo.

O tecido macio acariciava-lhe a pele, e ele girou lentamente diante do espelho, vendo o vestido rodopiar suavemente ao redor de suas pernas. Sorriu de maneira quase infantil, sentindo um prazer puro e libertador invadir-lhe o peito. A sensação era intoxicante, poderosa, e Arthur percebeu que não queria abrir mão daquilo.

Nesse instante, escutou os passos leves de Andressa se aproximando do quarto. Rapidamente tirou o vestido, sentindo novamente o peso esmagador da culpa e do medo. Colocou-o de volta no armário, tentando controlar sua respiração acelerada e a sensação de calor que tomava conta de seu corpo.

Andressa entrou no quarto sorrindo, completamente alheia ao que havia acabado de acontecer. Abraçou-o ternamente, beijando-lhe os lábios suavemente. Arthur correspondeu ao beijo, ainda com o coração acelerado, desejando poder compartilhar aquele segredo profundo com ela, mas sentindo-se incapaz de encontrar as palavras certas.

Naquela noite, enquanto Andressa dormia profundamente ao seu lado, Arthur ficou acordado por horas, contemplando o teto em silêncio. Sabia que precisava enfrentar seus medos e desejos ocultos, mas não fazia ideia de como começar. Decidiu, naquele momento, que precisava se afastar um pouco, sair daquela rotina angustiante e dar-se um tempo para pensar.

Foi assim que a ideia da viagem surgiu em sua mente. Uma viagem com Andressa para algum lugar diferente, místico e inspirador. Um lugar onde talvez pudesse entender melhor o que acontecia dentro dele. Mal sabia Arthur que aquela decisão mudaria completamente o rumo de sua vida.

E enquanto fechava lentamente os olhos, finalmente permitindo-se descansar, Arthur não imaginava que o destino já havia escolhido para ele uma jornada incrível e transformadora, onde ele finalmente encontraria a coragem para abraçar quem realmente era.

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