Arthur e o Objeto Mágico - Capítulo 2

Um conto erótico de Nanda Margô
Categoria: Crossdresser
Contém 855 palavras
Data: 21/03/2025 08:55:17

Arthur e Andressa decidiram que era hora de uma mudança. Sentiam que sua relação estava presa em uma rotina desgastante, e ambos precisavam urgentemente de algo que reacendesse a conexão perdida. Entre conversas longas e reflexões, escolheram São Thomé das Letras como destino, atraídos pela fama mística e pela promessa de algo que fosse além do cotidiano.

A viagem começou cedo, com a cidade ainda envolta em um véu suave de neblina, dando-lhes a sensação de estarem partindo para um lugar mágico. Durante o trajeto, as conversas fluíram com leveza, como há tempos não acontecia entre eles. Arthur dirigia tranquilo, enquanto Andressa, ao seu lado, cantarolava suavemente músicas que lembravam o início do namoro, quando tudo era novidade e paixão.

Ao se aproximarem de São Thomé das Letras, já sentiam a atmosfera diferente. A paisagem mudou, dando lugar a morros, pedras, vegetação rasteira e um céu de azul intenso pontilhado por nuvens brancas. Ao entrar na cidade, notaram imediatamente a arquitetura singular, feita de pedras rústicas e ruas estreitas, criando um cenário que parecia saído de outro tempo.

Instalaram-se em uma pousada charmosa, decorada com objetos antigos e cortinas leves que balançavam com o vento suave das montanhas. Da janela do quarto, tinham uma vista privilegiada das colinas verdes e das casas que pareciam ter brotado diretamente da terra. A energia do lugar já começava a agir sobre eles, acalmando suas mentes agitadas pela vida na metrópole.

Após se acomodarem, decidiram explorar a cidade. Caminhando lentamente pelas ruas de pedras irregulares, encontraram uma pequena loja de artesanato local. Lá dentro, objetos místicos, cristais, livros antigos e incensos criavam uma atmosfera acolhedora e intrigante. Arthur sentiu novamente aquele leve tremor interno, um sinal sutil de que aquela viagem guardava algo especial para ele.

Enquanto Andressa admirava pulseiras e colares feitos de pedras preciosas, Arthur notou um homem observando-os discretamente do balcão. Ele era um senhor de aparência peculiar, com cabelos grisalhos longos presos em um coque alto, uma barba cuidada, olhos penetrantes e um sorriso acolhedor. O homem se aproximou com passos lentos, saudando-os com uma voz profunda e calma.

"Bem-vindos a São Thomé das Letras", disse ele suavemente, com um olhar que parecia enxergar além do que era visível. "Aqui vocês encontrarão aquilo que precisam, mesmo que ainda não saibam exatamente o que é."

Arthur sentiu um arrepio percorrer sua coluna, intrigado com a afirmação enigmática. Andressa sorriu educadamente, apresentando-se. O homem respondeu, revelando-se como o guia local, conhecido simplesmente como Gabriel, e convidou-os para um passeio especial pela cidade na manhã seguinte.

Curiosos e intrigados, aceitaram imediatamente o convite. O restante do dia foi passado explorando a cidade por conta própria, encantados pela simplicidade e beleza rústica que encontravam em cada esquina. Jantaram em um pequeno restaurante aconchegante, iluminado por velas, compartilhando risadas e histórias que há tempos não dividiam com tanta leveza.

No dia seguinte, encontraram Gabriel na praça central, que os aguardava com um sorriso enigmático. O guia vestia roupas claras e confortáveis, e trazia no pescoço um pingente com um cristal translúcido que refletia a luz do sol de maneira hipnotizante. Gabriel começou a contar histórias fascinantes sobre a cidade, falando sobre portais, lendas de seres místicos e objetos antigos que tinham o poder de revelar a verdadeira essência das pessoas.

"Muitos vêm aqui buscando respostas", explicou Gabriel enquanto caminhavam por uma trilha estreita que levava a uma antiga gruta. "E alguns, sem saber, encontram mais do que estavam procurando."

Andressa segurou levemente a mão de Arthur, que sentiu novamente aquela inquietação interna que havia experimentado antes. Ao chegarem à entrada da gruta, Gabriel parou abruptamente, virando-se para encarar diretamente Arthur com um olhar intenso.

"Dizem que nesta gruta há objetos esquecidos pelo tempo, objetos que guardam segredos profundos e capazes de mudar vidas", disse ele pausadamente. "Mas somente aqueles destinados a encontrá-los podem vê-los."

Arthur sentiu seu coração bater descompassado. Andressa apertou sua mão mais forte, intrigada e um pouco receosa. Gabriel sorriu levemente e os convidou a entrar na gruta. Dentro, o ar era fresco e ligeiramente úmido, com uma iluminação natural que vinha de pequenas aberturas na rocha.

Enquanto exploravam o interior, Arthur percebeu um brilho discreto em um canto escuro da gruta. Ao se aproximar lentamente, percebeu que era uma pulseira fina, feita de pequenas pedras luminosas que refletiam suavemente a luz ambiente. Algo dentro dele o impulsionava a pegá-la, e sem pensar duas vezes, colocou-a rapidamente no bolso, sentindo-se culpado por esconder aquele achado de Andressa.

Ao saírem da gruta, Gabriel olhou novamente nos olhos de Arthur com uma expressão misteriosa, como se soubesse exatamente o que havia acontecido. Arthur evitou seu olhar, sentindo novamente a inquietação aumentar dentro dele.

De volta à pousada, Arthur retirou discretamente a pulseira do bolso e, observando-a com cuidado, decidiu colocá-la no pulso. Uma sensação estranha e agradável percorreu seu corpo, como uma corrente elétrica suave, fazendo-o sentir-se conectado a algo profundo e desconhecido.

Ele não sabia ainda, mas aquele simples gesto marcaria o início de uma transformação profunda em sua vida, revelando-lhe aos poucos uma verdade que sempre esteve guardada dentro dele, aguardando o momento certo para florescer plenamente.

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