O relógio da Estação da Luz batia onze horas quando senti a primeira vibração. Não era o metrô sob nossos pés, nem o tilintar dos copos no bar do Hotel Esmeralda. Era Isabelle, minha esposa, que tremia ao meu lado como uma corda de violoncelo recém-tocada. Eu, ao contrário, encontrava-me calmo e sereno. Porém ansioso.
Estávamos andando de mãos dadas em direção ao hotel após uma excelente jantar regado a muitas garrafas de vinho francês. Minha esposa estava levemente alterada pelo álcool. "Sebastian," ela sussurrou, "você já imaginou quantas aventuras cabem numa só noite?" Observei seu reflexo no espelho art déco do saguão. Ela estava linda em seus vinte e oito anos. O vestido de seda verde-absinto, comprado na Galeria do Rock semana passada, abraçava suas curvas como uma segunda pele. Seus seios fartos e pontiagudos pareciam querer furar o tecido.
Seus olhos, como o azul profundo da Represa Guarapiranga ao entardecer, cintilavam com uma luz sensual que eu conhecia bem. Ela era uma esposa dedicada e uma mãe profundamente amorosa, mas naquele momento, ela encarnava o papel de fêmea, exalando uma aura de sedução. Desejávamos uma segunda lua de mel, uma oportunidade de viver intensamente a paixão que nos unia há uma década. Tesão em estado bruto.
Havíamos decidido apimentar nossa vida sexual explorando fetiches que nos permitiriam redescobrir a intimidade e o prazer. Diversão inocente. Era a vez da brincadeira do Hotel. Essas pequenas travessuras eram apenas joguinhos, uma forma de manter a labareda queimando. Era o mesmo brilho dos olhos que via quando líamos nus "Delta de Vênus" em nossa varanda na Rua Augusta, enquanto a cidade pulsava lá embaixo, indiferente e voraz. Isabelle exalava luxúria. Certamente estava molhadíssima.
"Quantas aventuras nós tivermos ousadia de realizar juntos, meu amor," respondi, sentindo o peso da máquina de escrever Olivetti em minha mala. Eu a trouxera para documentar nossa cumplicidade, para transformar traquinagens em literatura, como Anaïs Nin fizera décadas antes. Escrever sobre o que vivíamos fazia parte do jogo. Como professora de literatura, Isabelle amava escritoras transgressoras.
Passamos pelo saguão e paramos em frente ao elevador enlevados por um misto de apreensão e desejo. O elevador chegou com um suspiro pneumático. Entramos, e o aroma de jasmim do perfume de Isabelle misturou-se ao óleo de peroba do painel de madeira. Enquanto subíamos, ela brincava com o pingente em seu pescoço: o espelho de vênus - uma relíquia que a presenteei quando resolvemos nos tornar cúmplices. Aquele pequeno círculo apoiado na cruz designava minha deusa Afrodite (Vênus, na mitologia romana), símbolo do amor e da feminilidade. Nosso amor era infinito.
"Lembra da primeira vez que nós transamos?" ela perguntou, seus dedos agora traçando padrões invisíveis em meu peito. Como poderia esquecer? Foi no carro. Após o Cine Belas Artes, uma retrospectiva sobre as fantasias e desejos proibidos. Dez anos atrás. Eu, a época, um estudante de sociologia. Isabelle, dezoito anos, cabelos presos num coque desalinhado, discutindo Buñuel com a paixão de quem descobriu um novo continente. Que paixão, que noite tórrida. Tudo dentro de um automóvel. Vidros suados e um odor de sexo. Fora ela quem me atacara. Jovem felina ousada. Foi a primeira vez que eu depositei sêmen em sua feminilidade.
“Você afirmou que o cinema não era uma janela, mas um espelho que reverbera os desejos", rememorei. Ela então advertiu: "A telona é um reflexo da realidade tangível, mesmo que a sociedade proíba o que almejamos no campo das vontades implícitas. Assim, temos que cuidar com o que desejamos meu querido, pois o que a psique insinua, o destino pode fazer acontecer". Sua mensagem sobre as contradições entre a fantasia e consequência permaneceu enigmática naquela época, embora suas palavras carregassem estratagemas de uma sabedoria ancestral. Uma verdade cifrada pulsava nas entrelinhas daquelas sentenças, ecoando em minha consciência como um paradoxo insolúvel. Havia algo nas entrelinhas. Essas questões ecoavam em minha mente desde então, trazendo à tona uma inquietação silenciosa, mas inevitável.
Ela sorriu, enigmática. "E o que teremos nós esta noite, Sebastian? Espelho ou janela? Será que temos coragem de viver nossas vontades? O que desejamos neste jogo?" respondi candidamente que a incerteza era afrodisíaca. O elevador parou no terceiro andar. Quarto 308. Isabelle passou o cartão magnético e a porta se abriu com um clique que ecoou como o gatilho de uma arma. Nós dois queríamos realizar travessuras, mas havia apreensão pairando como uma névoa. Qual o limite de uma fantasia?
A janela em arco pleno enquadrava a Catedral da Sé, suas torres góticas iluminadas contra o céu escuro de poluição. Isabelle caminhou até a vidraça, seu corpo uma silhueta recortada contra as luzes da cidade. Enlevada como uma criança que estava prestes a realizar traquinices joviais. Deitei-me na cama e fiquei admirando sua doce figura vislumbrando sob o vestido sua calcinha enterrada na bunda. Isabelle era linda e possuía um corpo delirante. "Vous êtes prêt, mon amour?" ela perguntou em francês, língua que aprendera nos verões passados em Bruxelas com a avó.
Antes que eu pudesse responder, a campainha soou. Antes disso, ao recém-chegarmos no quarto eu criara uma situação, um defeito no chuveiro, para que chamássemos alguém para consertar. Eu desligara o disjuntor e iria me esconder em algum lugar. Então ela deveria ficar nua, apenas com uma toalha cobrindo aquele corpo tentador, e provocar quem viesse. Apenas isso. E depois, finda a exibição, eu sairia e transaríamos movidos por este inocente incentivo. Este era o desafio lúdico que combináramos antes. Ideia dela ainda em casa. Quando adentramos no quarto, e após eu ter armado a farsa do disjuntor, afirmei que ela não teria coragem. Contudo, para minha surpresa ela maliciosamente tirou o vestido de seda, dobrou-o e o colocou em cima da cama. Retirou lentamente sua calcinha e enrolou-se nua em uma toalha rosa e ligou para o serviço de quarto.
Pasmo, ouvi-a declarar ao telefone, com sua minúscula calcinha preta em uma das mãos, que não conseguira fazer o chuveiro aquecer e que, por estar sozinha, necessitava de alguém para revolver aquele defeito. Sua audácia, mais uma vez, revelava-se de forma inequívoca. Sem demora, ela aproximou-se de mim, entregou-me aquela pequena peça íntima e beijou-me com uma intensidade apaixonada. Disse-me que eu teria, naquela noite, uma história digna de ser registrada em minha Olivetti. Concordamos que eu me ocultaria no amplo e sofisticado closet para observá-la durante sua performance provocativa.
Sentei-me em um pequeno banco no interior do closet, posicionando-me de modo a garantir que a estreita abertura me proporcionasse uma visão clara de tudo que acontecia no quarto, sem que minha presença fosse percebida por aqueles que lá estavam. A penumbra que me envolvia contrastava com a luminosidade do cômodo, tornando-se minha cúmplice. Envolta em uma toalha, ela lançou-me um beijo com entusiasmo. Jamais havia visto Isabelle tão excitada. No bolso, a calcinha exalava aquele peculiar aroma de vagina em ebulição, carregado de memórias dos jogos eróticos que fizemos outrora. "Interceda quando achar necessário", declarou ela ao se dirigir à entrada do quarto. "Estou ansiosa para trepar com você, meu amor."
Paulo, o carregador de malas, estava à porta. Vinte e oito anos, lindo, ombros largos sob o uniforme impecável do hotel. Ex-seminarista, como descobriu-se depois, com uma tatuagem no braço esquerdo: "Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará". "A senhora solicitou assistência com o chuveiro?" ele perguntou, olhos fixos na toalha felpuda rosa que a separava do pecado.
Minha esposa assentiu, um sorriso enigmático nos lábios. "Sim, não consigo fazê-lo funcionar. Poderia dar uma olhada?" Paulo entrou, seguido por Rafael, um jovem de vinte e dois anos que não esperávamos. Mais bonito ainda. Estudante de arquitetura da FAU-USP, como contou mais tarde. Fazia bicos para se sustentar. Dois belos espécimes de machos jovens. Amigos no trabalho e na vida.
Isabelle os conduziu ao banheiro, sua voz uma melodia sedutora. Eu, escondido no closet, espiava por uma fresta sentindo meu coração martelar como os pistões da São Paulo Railway. Escutei ela pronunciar que eles eram muito simpáticos e solícitos, além de bonitos. Como sempre, ela manifestava desembaraço na socialização. Eles por sua vez timidamente a elogiaram também. Foram longos três minutos de conversa dentro do banheiro sobre serviços do hotel e um pouco sobre o perfil de cada um dos rapazes. Sempre respeitosamente. De vez em quando resvalavam em assuntos aleatórios, tangenciando ocasionalmente o incidente do chuveiro. Ao retornarem ao quarto logo verificaram o disjuntor desligado. Talvez uma sobrecarga, disseram.
Contudo, Isabelle inadvertidamente confessou que o disjuntor havia sido propositadamente desativado por ela. Ops. Isto não estava no roteiro. Desta forma, agora se tornava cristalina a insinuante motivação daquela casadinha quase nua. Assim, estabeleceu-se um clima inusual. Pairava no ar uma atmosfera de constrangimento, quase palpável. Na tentativa de dissipar o desconforto minha esposa forneceu explicações. Sentou-se candidamente na cama ao lado do vestido dobrado e com uma voz que oscilava entre a casualidade e um nervosismo mal disfarçado, compartilhou que havia chegado ao quarto acompanhada de seu cônjuge para realizarem uma segunda lua de mel. No entanto, este fora convocado subitamente para um compromisso profissional inadiável, o que o manteria ausente por um período considerável. Talvez a noite toda.
Frustrada, ela desativara o disjuntor porque se sentia só e queria conversar com alguém interessante. Os rapazes escutavam pasmos. Isabelle, então, com um sorriso cativante, lançou lhes um convite etílico: “Que tal uma cerveja para aliviar o peso do dia?” Eles, porém, declinaram educadamente, justificando-se com a responsabilidade do trabalho. Sem se deixar abater pela recusa, ela dirigiu-se ao frigobar com passos leves e decididos. Com um gesto ágil, retirou uma latinha gelada e abriu-a com um estalido característico que rompeu o silêncio momentâneo. Levou-a aos lábios com evidente satisfação, saboreando cada gole como se fosse um pequeno ritual de prazer.
Em seguida perguntou se eles eram comprometidos. Os dois escutavam-na em pé. Paulo era casado e Rafael namorava faz anos. “Então a vida sexual de vocês é satisfatória”, brincou ela. Sorriso surgiram denotando um certo embaraço. À medida em ela tecia tais considerações uma tensão erótica se instaurava. E era isto que queríamos. Apenas isto, como combustível para nosso futura transa. “Transar é uma necessidade básica”, complementou ela. Com esta conversa, o ar se tornou muito mais lascivo do que prevíamos, carregado de possibilidades não verbalizadas. Ao longo de tal diálogo nada usual, os olhares se prolongavam um pouco mais do que o socialmente aceitável, e os gestos, antes contidos, ganhavam uma sutileza carregada de intenções veladas. Quase libertinas. E Isabelle estava no comando.
“Eu não posso reclamar do meu casamento”, afirmou Paulo. “Eu e minha esposa fazemos sexo todos os dias. Inclusive transamos hoje de manhã antes de eu vir para cá trabalhar”. “Uau, que felizardo”, exclamou Isabelle. O desejo concupiscente de todos, inicialmente uma presença tímida e quase imperceptível, foi gradualmente se manifestando, permeando cada troca de confissões. Era como uma corrente elétrica invisível, conectando os presentes em uma teia de atração mútua e proibida. “Pois eu não transo de forma decente faz tempo”, mentiu ela em resposta, quase um pedido. Nítido diante deles estava uma jovem mulher quase nua, em um quarto de hotel, carente de carinho. Minha ausência como marido, antes um detalhe trivial, agora parecia um convite silencioso à transgressão. Quão atrevida era ela? Eu estava pagando para ver.
“E você Rafael?”, perguntou ela ao outro rapaz. “Normal”, respondeu ele medindo as palavras. Que conversa era aquela? Naquele quarto de hotel, o que começara como uma brincadeira de casal transformava-se no prelúdio de algo muito mais complexo e potencialmente perigoso. Nossa intenção inicial era apenas provocar. Ou não? Espelho ou janela? O clima de desejo, agora plenamente instaurado, pairava sobre eles como uma névoa densa, prometendo dissipar-se e assim implicar em consequências imprevisíveis. Por que ela não os convidava para se retirarem como fora combinado? Meu pau parecia uma rocha, louco para penetrá-la.
Cogitei intervir, mas não queria constrangê-la. A surrada história do marido no armário surpreendo estranhos com sua esposa não combinava conosco. Além disto, uma força invisível me manteve estático. O semblante de minha esposa era uma confissão silenciosa; algo em sua postura sexy revelava mais do que palavras poderiam expressar. Ela parecia desejar muito mais do que somente provocar. Até onde ela iria? Meus olhos se detiveram no contorno evidente sob o tecido das calças dos rapazes, uma presença impossível de ignorar. Eles estavam duríssimos. E o tempo passava e as interações ganhavam tons lúbricos. “Minha vida sexual com meu esposo é morna, quase insípida”, revelou ela em mais uma fake news.
Ao conversarem sobre este íntimo assunto, ela, de forma intermitente, lançava olhares furtivos em direção à estreita abertura no closet, numa tentativa quase desesperada de decifrar minha mente. Eu, num exercício de autocontrole e aparente inércia, deliberadamente alimentava aquela situação, curioso para vislumbrar seu desfecho. Seu olhar para mim, uma mistura complexa de desafio e súplica, parecia implorar por uma permissão tácita para intensificar suas provocações. Optei, então, por uma estratégia de espera calculada, permitindo que o cenário se desenrolasse em seu próprio ritmo eroticamente sugestivo, enquanto minha mente fervilhava com as possíveis ramificações deste jogo silencioso de sedução. Onde isto iria acabar? “Que pena”, exclamou Paulo. “Todos deveriam ter uma vida sexual saudável como ocorre comigo. Eu como homem sei dar muito prazer a uma mulher”.
Enquanto conversavam, havia uma troca de olhares. Dela para os púbis deles e o deles para as partes nuas do seu corpo. Olhares vorazes, quase palpáveis, como se cada presente na cena carregasse uma intenção não dita, mas plenamente compreendida. Este ambiente carregado de uma tensão palpável, parecia estender-se ad infinitum. Então, num gesto que parecia calculado em sua conhecida ousadia, Isabelle ergueu-se da cama e deixou que a toalha escorregasse de suas mãos até o chão com uma naturalidade desconcertante. E perguntou: “O que acham? Sou assim tão feia a ponto de ser abandonada pelo meu marido?” Que temeridade.
Levei um choque. O que senti transcendeu qualquer concepção tradicional de trato monogâmico. O arrojo de minha esposa não deveria ter me espantado. Contudo, fiquei confuso com a quebra do script. Através da fresta da porta do closet – uma abertura estreita que se tornou uma janela para um universo proibido – testemunhava a intrepidez dos desejos reprimidos de uma jovem mulher que se casara com o único homem com quem teve sexo. Tais anseios desafiavam minha postura como marido. Talvez fosse isto que ela tramava desde o início. Ficar sem roupa alguma diante de homens estranhos seria seu fetiche? O que viria a seguir?
Contemplei, com nitidez cristalina, a insólita cena que se desenrolava diante de meus olhos: minha fiel esposa nua, com seus seios enormes, firmes e pontiagudos, na frente de dois machos jovens de pau duro. O corte retinho em “V” dos seus pelos pubianos era uma imagem extremamente erótica. Inicialmente, os dois rapazes permaneceram estáticos diante dela, como que paralisados por uma mistura de surpresa e hesitação. Apenas balbuciavam que o marido errara ao deixá-la só. O que um homem faria se estivesse em um quarto de hotel diante de uma linda e gostosa mulher completamente despida e desejosa de companhia masculina?
Após breves instantes de incerteza, Paulo, vencendo a vergonha, deu alguns passos à frente em direção a ela. Aproximou-se com cautela, como quem testa os limites de um território desconhecido. Num gesto hesitante, afirmou que ela era linda. Após tais palavras envolveu-a em seus braços, e seus lábios se encontraram pela primeira vez. O beijo nasceu tímido, quase vacilante, como se ambos sondassem a aceitação do outro. No entanto, ao perceber a receptividade de Isabelle, as bocas coladas ganharam intensidade. Os beijos tornaram-se ardentes e carregados de desejo, como uma chama que cresce rapidamente ao encontrar combustível.
Suas línguas entrelaçavam-se em uma dança íntima e hipnotizante, um balé de paixão que me deixou atônito. As mãos de Paulo percorriam todo o corpo macio e desnudo de Isabelle, minha esposa, detendo-se em sua gostosa bunda. Os dois grudados, se esfregando, unidos quase em metamorfose. Momentos de pura entrega carnal aos prazeres. Como marido e observador perplexo daquela cena inesperada, jamais imaginei que presenciaria algo tão profundamente transgressor. Senti-me extremamente desconfortável. Por que não intervi?
Meu ciúme era monumental. Contudo, a cena, embora chocante em sua explicitação, era também hipnotizante em sua coreografia erótica. A transformação de minha esposa em uma rameira acessível que se entrega docemente a outro homem desafiava minha compreensão, mas não podia negar a potência da imagem que se gravava em minha memória. Encontrava-me profundamente excitado com o que via. O fato de eu não interromper era um sinal claro para Isabelle de que eu consentia em seus espontâneos atos lúbricos.
Beijaram-se por minutos sob os olhares sedentos do outro rapaz, Rafael. Entretanto, percebendo a disponibilidade da fêmea nua, o estudante da USP aproximou-se sorrateiramente e a abraçou por trás formando um sanduíche sensual do qual Isabelle era o recheio. Enquanto os beijos de Paulo e Isabelle transcorriam, Rafael esfregava seu cacete duro na racha daquela bunda calipígia. As ancas se moviam para trás em um convite tácito, demonstrando que minha amada aceitava um terceiro elemento na brincadeira, em um triângulo de desejo.
Rafael, cuja atitude inicial sugeria uma personalidade reservada, abaixou-se suavemente e, com gestos deliberados, abriu as nádegas de Isabelle com suas mãos e passou a chupar seu cuzinho e bucetinha. Com movimentos vigorosos e precisos, começou a saborear aquela delícia. Deslizava lambidas ágeis enquanto ela gemia na boca de Paulo. Após um momento de deleite inicial em que beijou e lambeu muito, Rafael passou a enfiar dois dedos naquela bucetinha realizando movimentos intensos e meticulosos. Enquanto isso, os outros dois permaneciam absortos em beijos estalados e gulosos. Rafael prosseguia com sua exploração, inserindo o indicador e o dedo médio profundamente na xana de minha esposa para logo retirá-los com o objetivo de degustar o melzinho que escorria suavemente por entre seus dedos. Introduziu um terceiro dedo e a partir daí começou a realizar um vaivém acelerado. O aroma característico de sexo preencheu o ambiente, despertando os sentidos de quem estava por perto. O jogo inocente de outrora descambou.
Dois espécimes másculos devorando minha esposa, dando-lhe prazer. Esta visão me deixava atônito, incapaz de processar plenamente o que testemunhava. Algum dia eu teria imaginado presenciar ao vivo tal apresentação pornográfica? Quem poderia imaginar que tal momento se desenrolaria diante de meus olhos, como um quadro vivo de entrega de Isabelle, minha esposa e mãe de meu único filho. Inacreditável. Quando se joga uma cartada tão arriscada corre-se este risco. “Temos que cuidar com o que desejamos meu querido, pois o que a psique insinua, o destino pode fazer acontecer".
Paulo desvencilhou-se da boca de minha amada, abaixou sua cabeça e passou a sugar-lhe as auréolas dos carnudos seios enquanto se despia. Foi a vez de Rafael beijar-lhe a boca. Em um segundo estavam os machos nus. Dois paus enormes e duríssimos expondo a virilidade imponente a sua disposição. Inevitável a comparação. Meu pênis não se constituía nem na metade de cada uma daquelas toras em tamanho e grossura. Aqueles suntuosos caralhos eram um convite a uma possível felação, prática que Isabelle ama realizar. E ela não se fez de rogada. Ajoelhou-se entre os dois apoiando seus joelhos em uma almofada e fitou os membros rígidos quase batendo em sua angélica face. Não sem antes dar uma última rápida olhada atrevida para a minha fresta mágica como quem solicita anuência para seguir em frente. E eu inerte na penumbra.
Minha adorada, agora com aqueles membros portentosos em suas mãos delicadas, iniciara uma carícia rítmica e sensual em ambos os vigorosos caralhos segurando um em cada mão. Sorria de felicidade. Em seguida, com uma expressão de desejo ardente, ela começou a explorar com sua língua ávida aquelas colunas de prazer, alternando entre eles. Primeiro lambendo toda a extensão, delicadamente, de olhos fechados. Primeiro um, depois o outro. Após, num movimento esfomeado, ela os acolheu inteiramente em sua boca, em um pequeno intervalo entre um e outro, dedicando-se à tarefa com um fervor quase devocional. Pude vislumbrar os pênis saindo de sua boca molhados e babados por sua saliva. Enquanto sugava um, acariciava languidamente o outro, em uma sincronização perfeita. Como pode caber tudo aquilo naquela boquinha delicada?
Enfiei a mão no bolso e cheirei sua calcinha preta. Minha Olivetti jazia no chão do closet. Cada gemido dos homens, cada som erótico era tinta para minha narrativa ainda não escrita. Sentia agonia, mas ao mesmo tempo excitação. A felação de Isabelle em dois estranhos desenrolando-se diante de meus olhos, na madrugada daquele quarto de hotel, era algo que, como cônjuge, jamais poderia ter concebido. A incerteza pode ser afrodisíaca, mas também agoniante. Isabelle, minha adorada esposa e progenitora de nosso único rebento, encontrava-se completamente insaciável. Ela queria os dois, e naquele instante, não era de ninguém. Tão tarada e safada. Seu júbilo era transparente. Contudo, percebi que isso me deixara muito excitado. Tirei meu pau para fora e comecei a me masturbar.
Com uma destreza surpreendente, ela orquestrava uma chupada magistral em dois homens comprometidos, captando suas masculinidades como uma fêmea no cio, talvez querendo competir com as respectivas parceiras. Os cacetes entrando fundo até quase sua garganta. Durante minutos que pareciam se estender indefinidamente, Isabelle sugou avidamente seus caralhos levando os dois homens a, quase em uníssono, inundarem seus lábios abertos com esperma espesso, líquido engolido por ela como se saboreia um bom vinho. Dois homens desconhecidos haviam gozado dentro da boca de minha esposa.
Percebi algumas gotas do fluido branco escorrendo pelo seu queixo, prontamente limpas com seu dedo indicador e degustados por ela com a mesma reverência que se dedica a um néctar precioso. Sua performance fora a de uma profissional do sexo. Após receber as cargas dos orgasmos masculinos, Isabelle ergueu-se com a elegância de uma bailarina e dirigiu-se calada ao banheiro, deixando seus interlocutores de pé, saciados, como que suspensos em um momento de expectativa. Escutei-a fazendo xixi. Naquele instante, alimentei a ilusão de que a orgia chegara ao fim. Agora eu poderia tê-la em retorno a mim. Ledo engano!
Isabelle, com sua presença imponente, regressou para o aposento após alguns minutos, deparando-se com os rapazes ainda nus reclinados sobre o leito, aparentemente recuperados do clímax precedente. O breve interlúdio de minha esposa no lavatório havia servido não apenas para suas necessidades fisiológicas, mas também como um respiro estratégico, permitindo que seus companheiros se recompusessem do embate anterior. Prerrogativa dos jovens. Com um sorriso maroto, ela proferiu: “Uau. Já estão de pau duro novamente? Quem vai ser o primeiro a foder minha bucetinha?”
Com um movimento gracioso, ela então deitou-se entre eles e abriu totalmente suas pernas com a destreza de uma prostituta experiente. O cetim do lençol em suas costas disposto em sua geometria perfeita, me fornecia uma cena que jamais esquecerei. Paulo, impelido por tal arrebatador desafio, foi o primeiro. Deitou-se sobre ela e atolou de súbito aquele cacete enorme e deixou-o lá no fundo da buceta, parado, certamente para ela se acostumar. Após, iniciou bem devagarzinho o movimento de vai-e-vem. E depois acelerou loucamente. Da posição onde estava pude ver nitidamente o imenso caralho adentrando e saindo daquela gruta hiper molhada de minha esposa. Estava feito. Outro homem estava metendo uma pica gigantesca naquela fenda que só eu conhecia. E ela, apertando seus braços ao redor de seu pescoço, delirava ao receber o gostoso falo pedindo para ele ir mais fundo.
Isabelle gemia muito. Os lábios dos amantes voltaram a se encontrar de forma tórrida. A cena diante de mim transcendia o carnal. Era uma performance ritualística, uma celebração pagã. Minha Vênus paulistana, entregava-se não apenas ao prazer, mas a algo que parecia ter ensaiado fazer por décadas: experimentar algo proibido, como Anais Nin. E Paulo a fodia com força. Entrava tudo. Isabelle gritava de prazer, mexia sua cintura para introduzir mais e mais. Estava ocorrendo uma cópula não prevista.
Como um aparentemente inocente jogo de sedução de um casal monogâmico pôde culminar em tão inesperado desfecho? Diante da cena que se desenrolava ante meus olhos, vi-me imerso em um turbilhão de emoções contraditórias, incapaz de discernir com precisão a natureza exata dos sentimentos que me assolavam. Eu consentia, mas tinha a sensação de perda. Tal qual um jogador de xadrez que, ao realizar um movimento audacioso, vê-se simultaneamente exultante pela ousadia e temeroso pelas consequências, encontrava-me em um estado de profunda ambivalência emocional. Contudo, eu continuava a me masturbar. Mas não gozava.
Por um lado, não podia negar a alegria que me invadia ao contemplar a felicidade estampada no semblante de minha consorte, seu rosto iluminado por um júbilo que há muito não testemunhava. Era como se, por um breve momento, todas as preocupações e tensões do cotidiano tivessem se dissipado, revelando a essência pura e radiante de seus desejos proibidos. Contudo, essa mesma visão desencadeava em mim uma angústia lancinante, uma apreensão que se insinuava sorrateiramente em meu âmago, ameaçando sufocar-me com seu peso. Meu ciúme era monumental.
A possibilidade de perdê-la, antes uma ideia abstrata e distante, agora se materializava diante de mim com uma concretude assustadora. Isabelle estava dando para outro homem. E se este jogo, inicialmente concebido como uma diversão inofensiva, tivesse despertado nela desejos e anseios que eu não mais pudesse satisfazer? E se, ao abrir as portas para novas experiências, tivéssemos inadvertidamente franqueado a entrada para forças capazes de desestabilizar os alicerces de nossa união? E como isto poderia me excitar?
Naquele momento, compreendi com clareza cristalina a fragilidade dos laços que unem duas pessoas e a complexidade dos sentimentos humanos. O amor, que outrora julgava ser uma fortaleza inexpugnável, revelava-se agora como um castelo de areia, belo, mas vulnerável às marés caprichosas do destino e dos desejos sexuais. Contudo, não podia permitir que minha insegurança estragasse tudo. Deveria manter-me forte. Afinal, amor é completamente diferente de sexo. Ademais, eu estava excitado vendo minha esposa ser possuída por um macho vigoroso. Iria ser bom para nosso matrimônio.
Com um bramido vigoroso, Paulo anunciou seu gozo dentro da suculenta bucetinha. Surpreendi-me com a atitude de Isabelle diante do orgasmo de seu amante. Contrariando as expectativas, ela reagiu com uma explosão de júbilo, emitindo gargalhadas de felicidade, qual um maratonista age ao perceber que foi capaz de ultrapassar a linha de chegada, mesmo exausto. A incerteza pairava sobre se ela tivera o mesmo desfecho. Isabelle gozara? Entretanto era inegável que ambos se deleitaram. Por instantes, permaneceram grudados, macho em cima de uma fêmea, trocando carícias, beijando-se, enfim namorando e celebrando o momento.
Subitamente, como se despertasse de um devaneio, Isabelle recordou-se de Rafael que se masturbava em pé diante deles. Com uma delicadeza calculada, solicitou que Paulo gentilmente se retirasse, cedendo lugar ao novo amante. Contudo, ela resolveu mudar de posição. Como quem comanda as trepadas, convidou Rafael a deitar-se de costas e começou a cavalga-lo dando início a uma nova rodada de luxúria. O enorme cacete entrou fácil em sua xaninha aberta e molhada de porra, sendo enfiado até o talo. Ela ficou saltitante enquanto levava as mãos de Rafael até seus fartos seios. Os dedos ágeis do rapaz começaram a manipular os mamilos duros com destreza, levando-a a um prazer desconcertante. Isabelle passou a gemer alto sentando-se e enterrando a vara em sua buceta instruindo Rafael a também a estocar. Queria profundidade.
Foi então que Paulo, num gesto de muito arrojo, aproximou-se da linda bunda de minha esposinha, ajoelhando-se na cama, atrás dos amantes. Com delicadeza, inclinou-se e, com dedos trêmulos de ansiedade, iniciou uma carícia suave em seu cuzinho piscando. Isabelle, num primeiro momento, esboçou uma negativa, alegando que não costumava fazer anal com seu marido. Sua hesitação, entretanto, não soou convincente. Ignorando as tímidas objeções, Paulo – que já havia gozado duas vezes - esboçou um sorriso enigmático e prosseguiu com suas carícias, agora mais intensas. Percebendo a aquiescência silenciosa de Isabelle, ele, num movimento audacioso, lubrificou o pau com saliva e começou lentamente a cutucar o rosado anelzinho. Como ele arranjara tanta energia? Seu membro estava ereto novamente.
Percebendo que Isabelle cessara sua débil reclamação jogando suas ancas para trás, ele foi forçando vagarosamente aquele enorme caralho. Quando a cabeça do pau finalmente entrou, Isabelle, num último suspiro de consciência, murmurou um fraco apelo para que Paulo interrompesse aquela sodomia porque ela certamente não aguentaria aquele portento todo em seu apertado ânus. Ele, demonstrando uma sensibilidade inesperada, deteve-se momentaneamente, permitindo que ela assimilasse a situação e se acostumasse com a porção dianteira do enorme cilindro fincado, enquanto Rafael, alheio a isto, a fodia vigorosamente na buceta, indo e vindo.
Após alguns segundo, Paulo não resistiu e, num ímpeto de tesão deslizou aquele monstro dentro daquele buraquinho enterrando tudo de uma só vez. Inicialmente, ela demonstrou muita dor em um grito lancinante, compreensível diante da grossura do falo. Entretanto, à medida que a foda se aprofundava, no vai-e-vem dos rapazes em seus dois orifícios, o tesão latente floresceu, transformando-a. O que se seguiu foi um dueto de penetração sincronizada, três amantes entregues a um momento de conexão transcendental. Minha amada esposa era empalada por dois machos, na bucetinha e no cuzinho. Essa cena, em toda sua complexidade e nuances, representava um desafio considerável para minha fiel Olivetti. Pensei comigo: a riqueza de detalhes e a profundidade da excitação envolvida exigirão uma habilidade narrativa que me deixa simultaneamente apreensivo e entusiasmado, tal a imensidão de pormenores.
A tênue luz dos faróis que adentrava naquele quarto era testemunha silenciosa daquela prolongada trepada tripla, que nem mesmo um suposto constrangimento dos ruídos provocados pelos amantes interrompera. O aroma forte de sexo fundia-se ao bouquet inebriante do café coado artesanalmente em alguma confeitaria ali perto, que, obstinado, infiltrava-se pela janela entreaberta, mesclando-se às fragrâncias úmidas de suor e desejo dos amantes. Além dos limites daquele recinto, a sinfonia caótica do tráfego paulistano reverberava na madrugada, contrastando com a intimidade da tertúlia libertina.
No epicentro desse cenário, três corpos entrelaçavam-se em uma sensual transa carregada de tesão. Isabelle, embargada pelo fervor, suplicava palavras chulas: “Me fodam, metam, metam na minha buceta e no meu cu, enfiem em mim. Quero pau, quero porra. Gozem dentro de mim seus putos”. Somente Rafael, entre os dois, acatou seu pedido. Após concluir sua performance com uma esporrada que escorria para fora da buceta, permaneceu acoplado, aguardando que seu membro amolecesse. Paulo, por sua vez, prosseguiu bombando o caralho no cu, embora já não demonstrasse a mesma energia de antes. Sua exaustão era evidente. Apesar de seus esforços para prolongar a trepada, era perceptível que ele não suportava mais. Seu pau já exibia sinais de meia-bomba. Subitamente, os movimentos de Paulo cessaram de forma abrupta. Conseguiu gozar pela terceira vez. Seu corpo desabou sobre ela, como uma folha desprendida de um galho, sob o silêncio que se instaurou.
Fez-se um instante de calma e quietude. Aos poucos, primeiro Paulo e após Rafael, vagarosamente saíram de dentro dela largando-a inerte e suja na cama. Também lentamente eles se vestiram em silêncio, sem trocar uma palavra, enquanto eu observava o término de uma batalha épica. Isabelle jazia meio que desmaiada no leito com a bunda para cima, descabelada, toda gozada e saciada. Assim, eles partiram sem se despedir, deixando para trás apenas o som de seus pés ecoando pelo corredor do terceiro andar do hotel e o cheiro de suor de macho no lençol. Usaram, se divertiram e se foram.
Saí do closet com um semblante deliberadamente calmo, carregando ainda minha fiel Olivetti em mãos e a minúscula calcinha preta cuidadosamente guardada no bolso. Dirigi-me à janela, buscando no ar da noite paulistana algum alívio para o turbilhão de emoções que me atravessava. A vastidão escura da cidade cintilava em um silêncio quase reverencial, enquanto eu me sentia tomado por uma gratidão inesperada - uma emoção tão intensa quanto improvável, que jamais imaginei experimentar.
Reinava no quarto 308 um silêncio absoluto após aquela sinfonia erótica absurda. A Calmaria era quase palpável, como se aquele instante tivesse sido suspenso no tempo. Virei-me, e ao mirá-la pelo espelho, seu corpo era uma tela de Modigliani banhada pela luz urbana da noite paulistana. Ela permanecia deitada de bruços na cama, imóvel, mas sua presença nua e jogada, preenchia o ambiente com uma força quase tangível. Percebendo que eu estava perto, sem se virar, murmurou com voz baixa e hesitante: “Ce soir, j'ai réalisé qu'il y avait des désirs cachés ... des forces qui guidaient mon corps par des moyens que je n'ai même jamais rêvé d'aller”.
Em francês ela estava me confessando que esta noite percebera que há nela desejos ocultos, forças que guiaram seu corpo por caminhos que ela nunca sequer sonhou percorrer. Houve uma pausa carregada de significado antes que ela se virasse lentamente para me encarar. Seus olhos encontraram os meus com uma intensidade que parecia despir qualquer barreira entre nós. “Nem eu mesma consigo compreender o que se passou com meu desejo esta noite,” confessou ela, sua voz agora firme, mas tingida por uma vulnerabilidade rara. “As aspirações insondáveis que habitam o reino das vontades ocultas podem emergir de formas incontroláveis... Você está bem com isso, meu amor?” Sua pergunta pairou no ar como um fio delicado de apreensão.
Não precisei responder. Num gesto de ternura, aproximei-me e a trouxe para junto de mim. Isabelle aconchegou-se em meu colo com a inocência de um infante em seu berço. Nossos olhares se entrelaçaram numa dança silenciosa de emoções, e ela, com uma suavidade quase etérea, depositou um beijo carinhoso em meus lábios, sussurrando palavras de amor profundo. Um amor no qual devotava sua vida. Retribuí o sentimento, assegurando-lhe que moveria montanhas para vê-la feliz, apenas implorando que não se aventurasse sozinha. “A aurora desponta, meu amor”, ela murmurou com voz cansada da batalha sexual, “mas nossa odisseia de companheirismo na abertura sexual apenas principia.”
Certamente, respondi afirmativamente, mencionando que estava dando ares a uma nova ideia. A próxima aventura erótica me colocaria como protagonista ao lado de outra mulher, sob a aprovação de Isabelle, como observadora. Minha deusa Afrodite sorriu, concordando que seria justo. Em seguida, começou a tirar minha roupa e me convidou para fazermos sexo. Contudo, antes disso, pediu delicadeza pois havia uma leve dor no ânus. Deitei-me por cima daquele lindo corpo com calma e ternura, oferecendo-lhe conforto, afeto e amor. Foi assim que realizamos a trepada mais memorável de nossas vidas.
Após gozar fartamente naquela xoxota hiper molhada de minha esposa, permanecemos abraçados por um tempo que parecia suspenso no ar. Com o coração ainda aquecido pelo momento, perguntei se ela havia gozado na trepada com os dois rapazes. Ela sorriu com leveza e respondeu: “Você não percebeu? Gozei horrores! Primeiro com Paulo me beijando, enquanto Rafael me dedava a buceta. Depois com Paulo em cima de mim socando aquele caralho gostoso. E por último quando fui duplamente comida, os dois bombando em uníssono. Foi indescritível”.
Naquele momento, envolvidos pelo aroma inebriante do café recém-preparado e pela sinfonia crescente da metrópole que despertava, uma epifania me acometeu: aquela aventura sexual no Hotel Esmeralda com dois desconhecidos não passava de um prelúdio, o primeiro movimento de uma sinfonia complexa que prometia desvelar não apenas os recônditos mais obscuros de um pacto conjugal, mas também os enigmas sombrios dos desejos de ambos. A nova ordem era ter prazer com cumplicidade. Entrar no espelho de Vênus. Sem macular nossa vida privada e profissional. Seriamos personagens de Anais Nin na madrugada da Pauliceia, como ela tão bem descreve em “Pequenos Pássaros”. Uma ode ao erotismo e a liberdade sexual.
E esta cidade, com suas entranhas de concreto e aço, fora testemunha de um novo começo de matrimônio. Nossa jornada, eu pressentia, seria uma exploração não apenas de São Paulo, mas de nós mesmos. Cada passo que déssemos no burburinho frenético da metrópole seria em direção ao autoconhecimento, à compreensão dos nossos desejos mais recônditos e dos nossos receios proibitivos mais profundos. Guiados por Anais Nin.