Cada um tem sua fantasia, e eu não sou diferente.
As minhas, em particular, envolvem uma mistura de desejo, entrega e a excitação de observar sem necessariamente participar.
Uma delas, que me fascina profundamente, é ver minha esposa com outro homem, entregando-se sem restrições, experimentando cada toque, cada sensação, enquanto eu fico ali, apenas assistindo.
Não se trata de posse ou ciúme, mas de um prazer que vem do voyeurismo, da contemplação do prazer dela, do brilho nos olhos, da respiração ofegante, do arrepio na pele. O simples fato de estar presente, de ser um espectador silencioso, me dá uma satisfação única. Saber que ela está curtindo ao máximo, que está se permitindo viver intensamente aquele momento, me faz sentir parte da experiência, mesmo sem tocá-la. E se, em algum momento, ela precisar de algo—um toque, um olhar, uma palavra—estarei ali, atento, pronto para oferecer o que for necessário.
Muitos maridos morrem de ciúmes e eu de vontade, infelizmente minha esposa é cristã, cheia de tabus e moralidade.
Será que algum dia, irei realizar esta fantasia?
Ver ela transando com outros, imaginar ela fazendo um belo boguete, sentando forte e olhando para mim
Minha outra fantasia tem um tom diferente, mas me excita da mesma forma. Como condutor de ambulância no centro de São Paulo, trabalhando para uma empresa particular, passo horas no trânsito caótico, vivenciando todo tipo de situação. Entre um chamado e outro, minha mente viaja, e uma ideia sempre retorna: a cena de um casal se entregando ao desejo ali, dentro da ambulância que eu dirijo. A tensão do ambiente, o contraste entre o espaço destinado a salvar vidas e a explosão de prazer acontecendo no banco de trás, tudo isso torna a fantasia ainda mais intensa. Imagino os corpos se movendo, os sussurros abafados pelo ronco do motor, a respiração pesada misturada ao barulho da cidade. Penso no olhar rápido que daria pelo retrovisor, no jogo de tentar manter a concentração na direção enquanto a atmosfera dentro do veículo se carrega de um erotismo quase proibido. A adrenalina, o risco, a sensação de algo espontâneo e incontrolável acontecendo bem ali, a poucos metros de mim, me fascina.
Talvez essas fantasias nunca se realizem, talvez fiquem apenas no campo do desejo e da imaginação. Mas, para mim, parte da excitação está exatamente aí: no poder que elas têm de me instigar, de me fazer explorar limites, de transformar simples pensamentos em algo que acelera meu coração e me prende a cada detalhe.