Segredos do Coração - Superando o Passado. Parte 21

Um conto erótico de Ménage Literário
Categoria: Heterossexual
Contém 5528 palavras
Data: 25/03/2025 14:30:33

Mari sentiu um aperto na garganta, os olhos arderam. Ela precisou parar por um instante, porque era ele. Ali, no meio da cidade, sem saber de sua conversa, sem precisar de palavras ensaiadas ou de justificativas. Para ela, Celo estava reafirmando seu amor da maneira mais natural possível. Mesmo que fosse apenas coincidência.

Ela caminhou até ele sem hesitar. Quando ele a viu, sorriu de leve, ainda tocando. Mas o olhar de Mari dizia tudo. O amor, o arrependimento, a promessa de que nunca mais haveria dúvida.

O artista percebeu a troca de olhares e, com um sorriso cúmplice, deixou que Celo conduzisse os últimos versos sozinho:

"Nunca se esqueça nem um segundo

Que eu tenho o amor maior do mundo

Como é grande o meu amor por você”.

Assim que a última nota foi tocada, Mari se lançou nos braços dele, sem se importar com quem observava. O violão quase caiu do colo de Celo, mas ele a segurou firme, rindo contra os lábios dela antes de beijá-la.

— Eu te amo. — Ela sussurrou contra sua boca, sem hesitação. — Eu sempre te amei. Você é o único. Sempre foi.

Celo sorriu, os olhos brilhando de um jeito que fez o coração dela disparar.

— Eu sei, meu amor. Eu sei.

Ao redor, a cidade continuava seu fluxo caótico, mas para eles, ali, o tempo havia parado. E, naquele momento, ao menos naquele momento, Mari soube que tudo estava no lugar certo.

Continuando:

Parte 21: "Será que eu sei que você é mesmo tudo aquilo que me faltava?"*

O caminho de volta para casa foi tranquilo. Mari e Celo caminharam, lado a lado, com as mãos entrelaçadas, até o carro. O clima da tarde estava ameno, mas o calor no coração da Mari parecia suficiente para afastar qualquer desconforto. Celo manteve os dedos entrelaçados aos dela, mas não disse muito.

Os dias seguintes os trouxeram de volta a rotina. No início, Mari se agarrava à sensação de que tudo estava no lugar certo. Mas, conforme as semanas passaram, mesmo com as sessões de terapia se intensificando, ela começou a notar as sutilezas. Pequenos detalhes que, antes, passariam despercebidos, mas que agora gritavam para ela.

Celo ainda a beijava todas as manhãs ao acordar. Ainda a abraçava à noite, puxando-a para seu peito antes de dormir. Mas algo estava diferente. Ele estava mais calado, menos presente, como se sua mente sempre estivesse em outro lugar.

Os momentos a dois, mesmo que mais intensos, eram pontuados, no final, por silêncios prolongados. Ele a olhava, mas Mari sentia que, às vezes, ele não estava realmente ali. Quando tentava puxar assunto, ele respondia com gentileza, mas sem o mesmo entusiasmo de antes.

Ela tentou não dar importância. Talvez fosse apenas estresse do trabalho. Mas, no fundo, algo lhe dizia que não era só isso. Até que, certa noite, Celo finalmente quebrou o silêncio.

— Amor, preciso conversar com você. — A voz dele era calma, mas carregava um estranho senso de urgência.

Ela largou o livro que estava lendo e virou-se para encará-lo no sofá.

— O que foi? — Perguntou, tentando esconder a ansiedade.

Celo sentou-se ao seu lado, indo direto ao assunto.

— Vou me ausentar por alguns dias. Terei uma sequência de reuniões complicadas em outra cidade ... — Ele fez uma pausa antes de completar. — ... e quando voltar, vou direto para o bar do seu Zé.

Mari não estava preparada para aquilo.

— Por que não volta pra casa primeiro? Está tudo bem? — A inquietação em sua voz era evidente.

Celo sustentou o olhar dela, sem rodeios.

— Porque eu prometi ao seu Zé, disse que manteria as apresentações. E acho que está na hora de cumprir a promessa.

Mari sentiu um frio na espinha. Era só aquilo mesmo? Ou havia algo mais?

— E isso é tudo? — Ela insistiu, a voz hesitante.

Celo forçou um pequeno sorriso, mas havia algo nos olhos dele que a fez estremecer.

— Por enquanto, sim.

Mari se resignou, tentando esconder sua crescente inquietação. Mas, no fundo, ela sabia que algo tinha mudado. Sentiu que, talvez, não fosse algo que ela pudesse controlar.

Ela ficou parada na porta do quarto, observando Celo arrumar a mala com calma. Cada peça dobrada com precisão, as camisas passadas, os sapatos escolhidos sem pressa. Tudo muito formal, profissional. Nada que indicasse qualquer intenção além do trabalho.

E se pegou respirando um pouco mais aliviada. Ele estava sendo honesto. Vendo os documentos sendo guardados com zelo, o notebook … tudo mostrava o Celo profissional, o homem de negócios.

Ele fechou a mala e a ergueu sem dificuldade. Ao passar por Mari, roçou os dedos de leve em sua cintura. Um gesto automático, mas sem a mesma intensidade de antes.

— Se cuide enquanto eu estiver fora. — Celo disse, com um meio sorriso forçado.

Mari assentiu, sem conseguir dizer nada. O som da porta se fechando atrás dele trouxe um silêncio incômodo à casa. Como se, com sua partida, algo essencial tivesse sido levado também.

Ela caminhou até o sofá e pegou o celular. Estava ansiosa, o peito pesava com a incerteza. Sem pensar muito, deslizou os contatos até encontrar o nome de Luciana e apertou para ligar.

— Oi, Mari. — A voz da amiga soou tranquila do outro lado da linha. — O que houve?

— Tem alguma coisa diferente no Celo. Ele foi viajar. E quando voltar, disse que vai ficar um tempo no bar do seu Zé. Ele … ele está se afastando, Lu.

A dra. Luciana ficou em silêncio por um instante antes de responder:

— Ele descobriu muitas coisas nas sessões, Mari. Verdades difíceis. E agora precisa de tempo para digerir tudo o que ouviu.

— Mas por que sozinho? Por que não podemos fazer isso juntos? — Mari tentava, sem sucesso, conter a emoção na voz.

— Porque esse processo é dele. Você já passou pelo seu. Agora ele precisa passar pelo dele, no tempo dele.

Mari fechou os olhos, apoiando a testa na mão.

— Estou com medo. Nunca senti isso antes. — Mari confessou.

— E de que adianta? Você precisa ser forte, respeitar o tempo dele. Você foi honesta, se abriu e confiou. A bola está com ele, amiga.

Mari não estava convencida, tentava processar.

— E se ele não conseguir lidar com isso? Se decidir que não quer mais?

Luciana suspirou do outro lado da linha.

— Mari, você tem que se preparar para todas as possibilidades. Eu sei que não é o que você quer ouvir, mas não adianta fingir que não existe um risco. Ele te ouviu, manteve a calma, fez tudo para entender, mas isso não significa que ele resolveu tudo dentro dele. Às vezes, o perdão dificilmente vem antes da compreensão completa.

Mari sentiu um nó na garganta.

— Mas eu estou aqui, pronta para enfrentar qualquer coisa ao lado dele. Ele sabe disso.

— É claro que ele sabe. Mas será que ele quer enfrentar isso ao seu lado agora? Mari, eu te conheço. Você quer resolver tudo no impulso, na conversa, na emoção. Mas o Celo talvez não seja assim. Talvez ele precise de espaço. E mais do que isso: precise digerir as coisas no próprio tempo dele.

As palavras caíram como um peso sobre Mari.

— E se ele decidir que não sente mais nada? — Sua voz saiu mais baixa, vulnerável.

Luciana hesitou por um momento, depois respondeu:

— Então, você vai precisar aprender a seguir sem ele.

O silêncio se prolongou entre elas.

— Mari, eu não estou dizendo que é o fim. Mas, por mais doloroso que seja, você precisa encarar a realidade: se o Celo voltar e ainda quiser ficar ao seu lado, será porque ele realmente escolheu essa atitude. E não porque foi pressionado pelo medo de te perder.

Mari passou a mão pelo rosto, sentindo as lágrimas ameaçando cair.

— E o que eu faço enquanto isso? Só espero?

— Você vive. Se mantém firme. Ele precisa resolver as coisas dentro dele, e você também. Não se perca nesse medo. Se a relação de vocês for forte o suficiente, ele volta. Mas se não for … melhor saber agora do que mais tarde.

A doutora foi mais direta.

— Sejamos honestas, tudo isso, até agora, é apenas especulação sua. Eu estou apenas reagindo ao que você está me contando. Já pensou que você pode apenas estar interpretando tudo de forma errada?

Mari fechou os olhos, tentando se agarrar às palavras da amiga. Mas nada parecia capaz de acalmar o furacão dentro dela.

No dia seguinte, a um estado de distância, os dias de Celo na capital do estado vizinho seguiram um ritmo intenso e meticuloso. Ele não estava ali para turismo ou distrações. O foco era o trabalho.

As manhãs começavam cedo, com café preto forte e reuniões pontuais. A empresa interessada em seus serviços era uma grande rede de e-commerce, alvo recente de tentativas de invasão e vazamento de dados sensíveis. O CEO e a equipe de TI estavam preocupados, e Celo, com sua postura segura e discurso preciso, rapidamente conquistou a confiança deles.

Nas apresentações, ele dissecava vulnerabilidades, apontava falhas nos protocolos de segurança e oferecia soluções robustas, demonstrando um domínio técnico que impressionava. Explicava com clareza, sem arrogância, mas com autoridade. Quando questionado sobre riscos e custos, respondia com números, cenários concretos e estratégias realistas, deixando claro que não fazia promessas vazias.

Os almoços eram rápidos, muitas vezes ao lado dos executivos da empresa, aproveitando o momento para alinhar detalhes do projeto. Nada de conversas superficiais. Celo era direto, objetivo, mas também sabia ler as pessoas. Sentia a desconfiança inicial de alguns diretores e, pacientemente, quebrava a resistência com argumentos sólidos e exemplos reais de invasões cibernéticas que poderiam custar milhões à empresa.

À noite, ele voltava para o hotel. Não havia tempo para bares ou passeios. Apenas revisava documentos, ajustava propostas e, quando sobrava um momento, checava o celular. Havia mensagens da Mari, que ele sempre respondia com atenção, mas nunca deixava o assunto escalar, se despedindo rapidamente e dizendo que estava tudo bem.

Na última reunião antes de sua partida, fechou o primeiro contrato de consultoria. O diretor de segurança da empresa lhe estendeu a mão com um sorriso satisfeito.

— Estamos em boas mãos, Celo. Espero que essa seja a primeira de muitas parcerias.

Ele retribuiu o aperto de mão firmemente.

— Vocês não vão se arrepender. Segurança digital não é um luxo, é uma questão de sobrevivência.

E, com isso, sua missão estava cumprida. Ao entrar no carro, pronto para a segunda parte da jornada, sentiu um cansaço que não era só físico. O trabalho o preenchia, mas, no fundo, ele sabia que a parte mais difícil ainda estava por vir.

Após longas horas de uma rodovia interminável, Celo respirou fundo o ar puro da cidadezinha tão familiar. Um refúgio para sua solidão. O clima bucólico contrastava com os últimos dias intensos na capital. Ali, longe da tecnologia, dos gráficos de vulnerabilidade e das reuniões formais, ele sentia que poderia simplesmente ser ele mesmo.

O bar do seu Zé já estava cheio quando ele chegou. Algumas mesas eram ocupadas por casais, amigos e moradores locais que sempre apareciam nas noites de música ao vivo. Seu Zé, ao vê-lo, abriu um sorriso largo e apenas acenou com a cabeça, como se já esperasse por ele.

— Guardamos seu lugar, rapaz. — Ele disse, entregando-lhe uma cerveja antes mesmo que ele pedisse.

Celo sorriu, sentindo um calor familiar no peito e, naquela primeira noite, apenas se divertiu, bebendo e jogando conversa fora com seu Zé, os funcionários do bar e alguns clientes que estavam felizes por seu retorno.

A primeira apresentação, na noite seguinte, começou com um tom intimista. Celo subiu ao pequeno palco, ajustou o violão e testou o microfone. O público já estava cheio de expectativas.

A primeira música foi “O Mundo é um Moinho”, de Cartola. O dedilhado preciso, a voz aveludada e melancólica, preencheram o ambiente. O bar inteiro pareceu silenciar, absorvendo cada palavra. O próprio seu Zé, que atendia os clientes atrás do balcão, parou por um instante, como se lembrasse de algo distante.

Depois veio "Blues da Piedade", de Cazuza, e o clima mudou. A batida mais forte, a rouquidão no timbre de Celo, o jeito como ele cantava sem esforço, como se cada frase saísse diretamente do peito, arrepiou os presentes.

O público respondeu bem, aplaudindo, alguns cantando junto. A loira de belos traços, Julia, sentada próxima ao palco, lançou um olhar que dizia tudo. Ela já havia demonstrado interesse por Celo antes e, naquela noite, não era diferente. Quando ele olhou em sua direção, encontrou um sorriso provocante.

Na terceira música, “A Palo Seco”, de Belchior, ele percebeu algumas mulheres sussurrando entre si, comentando não apenas a voz, mas a presença dele. Algumas se aproximavam discretamente, pedindo músicas, rindo de forma exagerada quando ele respondia. Julia, mais direta, esperou até ele descer do palco e se aproximou.

— Você canta como se tivesse vivido tudo o que diz. Isso é sexy. — Ela murmurou, encostando-se no balcão ao lado dele.

Celo apenas sorriu, pegou sua cerveja e desviou o olhar. Não estava ali para isso.

A primeira apresentação seguiu pela noite, por quase duas horas, e Celo, cansado, após terminar, seguiu para a edícula e dormiu imediatamente após se deitar.

Na noite seguinte, o bar estava ainda mais cheio. A notícia de que "o rapaz do violão" estava de volta havia se espalhado.

Ele abriu a segunda apresentação com “Medo da Chuva”, de Raul Seixas. A plateia respondeu rápido, balançando as cabeças no ritmo. Depois, passou para “Casinha Branca”, de Gilson, e o clima ficou mais sentimental. Casais trocavam olhares, alguns dançavam abraçados em um canto.

Julia não desistira. Ela sentou-se bem na frente, cruzando as pernas devagar quando percebeu que ele olhava em sua direção. Outras mulheres também se aproximavam, mas Celo permanecia distante, focado na música.

Foram mais de duas horas na segunda noite, quase três, e ao final, com pedidos de bis, ele fechou com “Tocando em Frente”, de Almir Sater. O público o aplaudiu de pé.

Seu Zé bateu palmas atrás do balcão, satisfeito.

— Eu já estava com saudade dele. Ainda bem que ele cumpriu a promessa. — O velho comentou para um freguês.

Quando Celo desceu do palco, sentiu uma mão em seu braço.

— Vai fugir de novo hoje? — Júlia o abordou mais diretamente.

Celo sorriu novamente, cortês, mas sem responder. Pegou sua cerveja e foi até o balcão. Seu Zé já o esperava, apoiado no balcão de madeira gasta.

— Pronto, rapaz? Ou ainda vai precisar de mais umas noites pra pensar?

Celo soltou um suspiro cansado, bebendo um gole antes de responder.

—Não faço ideia, seu Zé …

Celo deu outro longo gole na cerveja, sentindo o frescor amargo deslizar pela garganta enquanto seus olhos vagavam pelo bar. A movimentação ao redor parecia distante, abafada pela avalanche de pensamentos que o dominavam. Ele pegou o celular, girando-o entre os dedos antes de desbloquear a tela. Nenhuma nova mensagem.

Sentiu uma movimentação ao seu lado e ergueu o olhar. Uma mulher havia se sentado no banco próximo, pedindo uma bebida. Morena, de cabelos presos em um rabo de cavalo alto, vestia uma jaqueta de couro e jeans escuros. O olhar dela encontrou o dele brevemente antes de desviar, como se estivesse analisando se valia a pena puxar conversa.

Celo não queria interações, mas também não queria se afundar ainda mais no próprio isolamento. Era a primeira vez naquela noite que uma mulher se aproximava sem segundas intenções. Ele Respirou fundo e decidiu que talvez uma conversa casual pudesse ajudá-lo a afastar os pensamentos que insistiam em prendê-lo ao mesmo ciclo de autocomiseração.

— Noite difícil? — A voz dela era neutra, curiosa.

Celo apenas olhou de canto, tomando mais um gole antes de responder.

— Algo assim. Você costuma perguntar isso para estranhos em bares?

Ela sorriu, se virando para ele.

— Só para os que parecem estar brigando com os próprios demônios. E você não é um estranho. Eu assisti ao seu show.

Celo soltou um riso curto e balançou a cabeça. Não podia negar que a leitura dela estava certa.

— E você? Está fugindo de alguma coisa ou caçando demônios alheios?

— Um pouco dos dois. — Ela respondeu, erguendo o copo para um brinde silencioso. Ele hesitou por um instante, mas ergueu sua garrafa e tocou levemente na taça dela.

Sem clima para socializar, Celo se despediu educadamente e voltou para a edícula. Mas, diferente da noite anterior, o sono custou a chegar.

Celo acordou cedo na manhã seguinte, sentindo o cheiro do café fresco preenchendo o pequeno ambiente rústico do bar do seu Zé. Dormiu pouco e mal. O sol mal tinha despontado no horizonte quando ele entrou no salão, encontrando o velho dono atrás do balcão, ajeitando uma bandeja simples com pão, queijo branco, manteiga, leite e café preto. O silêncio ainda reinava na cidadezinha, cortado apenas pelo canto dos pássaros e pelo barulho do vento balançando as árvores.

— Bom dia, rapaz. — Seu Zé saudou, entregando-lhe uma caneca fumegante.

Celo agradeceu com um aceno, puxando uma cadeira de madeira e se sentando ao lado do amigo. Tomou um gole do café, sentindo o calor descendo pela garganta, mas não falou nada de imediato. Seu Zé, com sua paciência habitual, apenas esperou.

— Ontem foi bom, né? — O homem comentou, cortando um pedaço do pão. — O povo gostou de te ver de volta.

— Foi, sim. — Celo concordou, mas sua expressão continuava distante.

Seu Zé o observou, percebendo o cansaço por trás dos olhos atentos.

— Mas você tá com essa cara aí de quem não descansou nada.

Celo soltou um riso sem graça, cabisbaixo.

— Porque minha cabeça não descansa, seu Zé. — Ele suspirou, encarando a xícara nas mãos. — Eu amo minha esposa e sei que ela também me ama. Isso não mudou, não vai mudar. Eu não me vejo vivendo sem ela.

Ele apenas escutou, mastigando devagar, deixando que Celo despejasse tudo.

— Mas … — Celo hesitou por um momento, como se as palavras fossem difíceis de serem ditas. — Eu não consigo esquecer. Eu tentei, de verdade. Ela se abriu comigo, foi honesta, fez tudo o que podia. Mas dentro de mim, alguma coisa ainda pesa. Eu me pego lembrando, comparando, revivendo momentos que eu nem queria lembrar. E não é justo … nem com ela, nem comigo.

Seu Zé limpou os cantos da boca com um guardanapo antes de falar.

— Celo, o mais importante vocês já têm ...

— E o que seria? — Perguntou Celo tentando entender o comentário.

— Amor, isso é o mais importante. Contudo não se engane, o amor pode muita coisa, mas não pode tudo. Amor sem entrega e como o alimento que não satisfaz, que não nutre. É o mesmo que palavras sem ação, compromisso sem vontade. — Disse seu Zé do alto de sua experiência de vida.

— Entendi. Mas como eu faço para perdoar, para esquecer?

— Perdoar é diferente de esquecer, filho … Perdoar não é só falar “tá tudo bem” e seguir em frente. Às vezes, a gente acha que perdoou, mas a mágoa ainda tá ali, enraizada. E se você não souber lidar com isso, vira uma sombra. E sombra em casamento … vira um monstro.

Celo encarou o amigo com respeito, mas uma pontada de angústia.

— Então o que eu faço? Porque se eu voltar agora, do jeito que estou, sei que vou acabar jogando essas coisas na cara dela em algum momento. Não quero isso.

Seu Zé respirou fundo, pensando um pouco antes de responder.

— Talvez você precise ficar sozinho um pouco. — Ele disse, com a sabedoria de quem já viu muita coisa na vida. — Não sozinho de tudo, mas sem a Mari. Experimentar a vida sem ela por perto. Ver como é. Quando a gente tá muito dentro de uma coisa, perde a perspectiva. Um afastamento pode te ajudar a enxergar com mais clareza.

Celo baixou o olhar, mexendo na alça da caneca.

— E se, nesse tempo, eu perceber que não consigo viver sem ela?

Seu Zé deu um sorriso leve.

— Então você vai voltar pra ela sabendo disso, sem dúvidas, sem mágoas mal resolvidas. Mas se, ao contrário, perceber que a relação já não é o que deveria ser, também vai saber.

Celo ficou em silêncio por um longo tempo, absorvendo as palavras. Ele sabia que não era uma decisão fácil, mas talvez fosse necessária.

Seu Zé pousou a mão em seu ombro e apertou de leve.

— Seja qual for o caminho, meu filho, só não deixa o medo tomar a decisão por você.

Celo ouviu. Tudo fazia muito sentido. Uma escolha precisava ser feita.

{…}

Após a tarde intensa na casa de Giba e Cora, Paul e Anna voltaram a uma rotina mais leve, como se um peso invisível tivesse sido tirado dos ombros do casal. Anna ainda se mantinha alerta, mas Paul estava mais presente, mais atencioso, e os pequenos gestos de carinho que antes pareciam automáticos, agora tinham um novo significado. Anna, aos poucos, se permitiu relaxar, deixando as inseguranças de lado.

Naquela noite, enquanto terminavam o jantar, Paul segurou a mão dela sobre a mesa e sorriu de um jeito que deixou Anna curiosa.

— Que foi? Tá me olhando assim por quê? — Ela perguntou, desconfiada.

Paul balançou a cabeça, rindo.

— Porque eu gosto de te ver assim, tranquila. Feliz. Desculpa por te preocupar.

Anna sorriu, apertando a mão dele.

— Você também parece estar melhor. Isso me deixa muito feliz.

— Tô, sim. — Ele confirmou, mas havia algo mais no jeito descontraído dele.

Antes que ela pudesse perguntar, Paul puxou um envelope do bolso da jaqueta e colocou sobre a mesa.

— O que é isso? — Anna o encarou desconfiada.

— Abre e descobre.

Anna pegou o envelope e, ao deslizar os dedos pela borda, encontrou duas passagens aéreas. Seus olhos se arregalaram ao ver o destino.

— Gramado? Sério?

Paul sorriu, satisfeito com a reação dela.

— Você vive dizendo que sempre quis conhecer a Serra Gaúcha e eu pensei que a gente podia tirar uns dias pra relaxar, longe de tudo.

Anna abriu um sorriso radiante e pulou no colo do marido, o abraçando apertado.

— Eu não acredito que você fez isso!

— Acredite. — Ele riu, segurando-a firme. — A gente merece.

Ela se afastou o suficiente para olhar nos olhos dele.

— Eu te amo!

Ele acariciou o rosto dela, com um olhar intenso e cheio de ternura.

— Claro que ama … eu sou muito amável. — Ele brincou.

O beijo que veio depois selou a promessa de dias perfeitos em meio às paisagens encantadoras da Serra Gaúcha.

A viagem para Gramado foi tudo o que Anna e Paul precisavam. Desde o momento em que pousaram no aeroporto de Porto Alegre e seguiram de carro pelas curvas da serra gaúcha, a sintonia entre eles parecia restaurada. O friozinho característico da região só tornava cada momento mais íntimo: mãos dadas, risadas espontâneas e aquele brilho nos olhos que só os apaixonados têm.

Paul havia planejado tudo nos mínimos detalhes. O hotel boutique, charmoso e aconchegante, com lareira no quarto e uma vista deslumbrante para as montanhas. Os passeios pelos vinhedos de Bento Gonçalves, onde brindaram à nova fase do relacionamento e o jantar romântico à luz de velas no restaurante mais famoso da cidade, com fondue e vinho aquecendo o coração.

Nos dias que seguiram, se perderam entre as ruas de paralelepípedos de Gramado e Canela, exploraram cafés, se divertiram no Snowland, fizeram o passeio de pedalinho no Lago Negro e dividiram um chocolate quente enquanto assistiam à movimentação no centro da cidade. Tudo fluía com naturalidade, como se aqueles dias fossem um refúgio perfeito da realidade.

Mas, inevitavelmente, a viagem chegou ao fim. No voo de volta, Anna apoiou a cabeça no ombro de Paul e suspirou, relaxada.

— Foi perfeito, sabia? — Ela sorria de forma radiante.

Paul beijou o topo de sua cabeça, sorrindo.

— Precisamos fazer isso mais vezes.

Ela ergueu os olhos para ele, brincalhona.

— Espero que sim. Mas … agora que estamos voltando, preciso te perguntar uma coisa.

— Hum?

Anna ajeitou-se na poltrona e o encarou.

— Você desencanou do Celo?

O sorriso de Paul diminuiu um pouco, mas ele não desviou o olhar.

— Não posso controlar a reação dele, Anna. Eu fiz o que achei certo, mas o resultado foi o oposto. Se ele ainda me vê como o cara que estragou tudo, não posso mudar isso sozinho. Preciso respeitar os limites dele.

— Mas você ainda se culpa, né? — Anna insistiu.

Paul ficou em silêncio por alguns instantes antes de confirmar.

— Me sinto responsável, sim. Muito. Mas acho que agora o melhor é esperar. Deixar que ele e Mari se resolvam sem a minha interferência.

Anna observou a expressão séria do marido.

— Então você desistiu de falar com ele?

— Não. — Paul respirou fundo. — Eu ainda penso em procurá-lo, ter uma conversa definitiva, me desculpar de novo. Mas não para interferir no relacionamento deles. Eu só … não gosto de deixar as coisas mal resolvidas.

Anna pegou a mão dele e entrelaçou os dedos nos seus.

— Isso é muito você.

Paul sorriu, conformado.

— Celo e Mari são pessoas que fariam bem ao nosso grupo, sabe? Mesmo que escolham uma vida mais tradicional. Eles são importantes. E eu queria que tudo voltasse ao normal.

— Nem tudo pode voltar a ser como era antes, amor. Mas, se tem alguém que pode mudar isso, é você.

Paul ficou em silêncio, perdido em pensamentos. Ele sabia que, cedo ou tarde, precisaria enfrentar aquela conversa. E, no fundo, esperava que não fosse tarde demais.

Quando Paul e Anna chegaram em casa, foram recebidos por uma pequena comemoração organizada pelos amigos. Giba e Cora haviam montado uma mesa com petiscos e algumas bebidas, enquanto Chris e Fabi trouxeram um bolo para marcar a volta do casal. O clima era leve, com risadas e brincadeiras sobre a viagem, mas logo a conversa tomou um rumo inevitável.

— E então, Paul? — Giba perguntou, erguendo um copo de cerveja. — Já superou aquele assunto ou ainda tem algo entalado?

Paul suspirou, olhando ao redor. Todos pareciam compartilhar da mesma curiosidade. Ele não fugiria da conversa.

— Vocês me conhecem bem … — Começou, sua voz firme, mas sem agressividade. — ... eu já esperava que esse assunto viesse à tona, mas, sinceramente, fiquei magoado com algumas insinuações.

O silêncio tomou conta do ambiente. Fabi trocou um olhar com Chris, enquanto Cora se aproximou para ouvir melhor.

— Paul ... — Cora tentou intervir, mas ele ergueu a mão suavemente, pedindo para continuar.

— Mari e Celo eram nossos convidados, nossa responsabilidade e eu errei feio com os dois. Foi por isso, por esse único motivo, que eu fiquei chateado, me senti mal. Anna é a única, o amor da minha vida e isso nunca esteve em discussão. — Ele afirmou, puxando a esposa para um abraço.

Anna sorriu, reafirmando o que o marido dizia.

— Nós já conversamos, nos entendemos. E eu acho que, pensando melhor, ficaria preocupada se ele não tivesse reagido da forma que reagiu. — Ela acrescentou. — Eu sei o coração que o Paul tem, sei o homem que escolhi para estar ao meu lado. Ele se importa com as pessoas. Isso nunca foi um defeito.

Chris, que até então escutava em silêncio, soltou um suspiro.

— Acho que todos nós acabamos criando suposições demais. Mas é bom ouvir isso de você, Paul.

— Era só isso que eu queria — Paul completou, com um pequeno sorriso. — Que ficasse claro.

A conversa seguiu para outros assuntos e o clima voltou a ficar descontraído. Os amigos riram, brindaram e aproveitaram a noite, finalmente deixando o passado onde deveria estar.

{…}

A tarde parecia mais cinza do que o normal. Celo dirigia sem pressa, as mãos firmes no volante, mas a mente longe. Cada quilômetro de rodovia parecia um convite para mergulhar mais fundo em seus pensamentos.

Ele tinha plena consciência do que queria e precisava fazer. O que não quer dizer que seria fácil. Voltar para casa significava encarar Mari e ele ainda não sabia como fazer aquilo. Não queria discutir, não queria feri-la, mas, acima de tudo, não queria mentir para si mesmo.

Quando estacionou na garagem, noite alta, ficou alguns segundos apenas olhando para o volante e respirou fundo.

— Vai ser difícil, mas é o certo a se fazer.

Abriu a porta de casa e encontrou Mari no sofá, um livro aberto no colo. Mas ela não estava lendo. O olhar fixo na página entregava que sua mente estava longe. Assim que ele entrou, ela ergueu os olhos e forçou um sorriso hesitante.

— Oi ...

— Oi.

O silêncio que se seguiu foi ensurdecedor.

Celo fechou a porta com calma, tentando não deixar o clima ainda mais pesado. Tirou os sapatos no canto da sala, um hábito automático, enquanto sentia o olhar de Mari sobre ele.

— Como foi lá? — Ela perguntou, tentando soar casual, mas a tensão na voz era evidente.

Ele hesitou por um segundo.

— Tranquilo — Respondeu, sem muita convicção.

Mais silêncio.

— Você já jantou?

— Não tô com fome.

Mari estava tensa, quase surtando. Celo percebeu a forma como ela mordia o lábio inferior, um sinal claro de ansiedade. Ela queria perguntar mais, queria conversar, mas estava se segurando. Ele simplesmente não conseguia lidar com aquela situação. Não naquele momento.

— Eu vou tomar um banho e me deitar. Estou cansado. — Celo disse, por fim.

Mari apenas balançou a cabeça em concordância, voltando a encarar o livro, embora Celo soubesse que ela não estava absorvendo uma única palavra.

Ele se recolheu ao quarto e, enquanto a água quente escorria por seu corpo no chuveiro, sentiu o peso do dia se acumulando sobre seus ombros. Mas não era cansaço físico. Era a exaustão mental de alguém que estava lutando contra os próprios sentimentos.

Quando saiu do banheiro, Mari já estava na cama, deitada de lado, de costas para ele. Celo hesitou por um momento antes de se deitar. Não se lembrava da última vez que dormir ao lado dela pareceu algo tão distante.

Ele apagou o abajur e ficou ali, olhos abertos no escuro, ouvindo a respiração dela.

"Será que ela também está acordada?".

Ele queria tocá-la. Queria puxá-la para perto, sentir o cheiro de seus cabelos e se perder na sensação familiar de tê-la em seus braços.

Mas não podia. Sentia que nada mais era como antes.

Na manhã seguinte, Mari acordou primeiro. Virou-se devagar e encontrou Celo ainda deitado, olhos abertos, encarando o teto.

Havia algo em seu olhar que a fez sentir um frio na espinha. Ele respirou fundo e sentou-se na cama, esfregando o rosto. Mari se ajeitou no colchão, observando-o.

— Celo ...

Ele virou o rosto para ela e, por um instante, tudo o que ela queria era que ele dissesse que estava tudo bem. Mas não estava.

— A gente precisa conversar. — Ele disse, enfim, a voz tensa, cansada.

Mari sentiu o coração acelerar.

— Tudo bem.

Celo procurava as palavras certas. Mas não existia jeito fácil de dizer o que precisava.

— Eu te amo, Mari — Ele começou.

O peito dela apertou.

— Mas eu estou ressentido, magoado. Estou lutando contra esses sentimentos, tentando não deixar que me dominem, mas não tá fácil.

Mari abriu a boca para dizer algo, mas ele ergueu a mão, pedindo que o deixasse continuar.

— Eu preciso de espaço. — Confessou. — Preciso me afastar.

Mari sentiu o golpe, surpresa.

— Eu entendo … — disse rapidamente. — … Se você precisa de um tempo, eu vou respeitar isso.

Celo fechou os olhos por um instante, antes de balançar a cabeça.

— Não é isso que você está pensando. Eu não quero um tempo. Eu não acredito nisso.

O olhar de Mari ficou confuso.

— Como assim?

Ele engoliu seco, sentindo a garganta apertada.

— Eu não posso te fazer esperar por mim, Mari. Isso não seria justo.

O coração dela pulou uma batida.

— Você está falando em divórcio?

Celo desviou o olhar.

— Eu não sei … — Admitiu, num sussurro.

As lágrimas que Mari vinha segurando, escaparam.

— Mas ... você me ama. Você acabou de dizer.

Ele estendeu a mão, tocando o rosto dela, limpando a lágrima que escorria.

— Eu amo. Até demais. — Ele confirmou, com a voz embargada. — Mas nós estamos juntos há tanto tempo ... Desde a faculdade. Eu nunca vivi uma vida adulta sem você. E eu preciso entender esse sentimento ... entender por que eu me sinto preterido, me sinto insuficiente ... se nós ainda somos a escolha certa.

— Celo, meu amor, você sabe que é mais do que suficiente.

— Sei mesmo? Depois do que nós passamos, você realmente acredita que eu me sinta suficiente? — Disse Celo, deixando claro o que estava sentindo.

E completou:

— Mari, uma pessoa muito inteligente me disse que o amor é o sentimento mais importante para um casal, e isso nós temos. Contudo, pode não ser suficiente. Nós dois precisamos pensar e racionalizar o que queremos para a nossa vida. O que nos traz felicidade. O que nos faz ficar em paz. E, principalmente, o que nos faz sentir completos.

Mari sentiu o chão sumir.

— E se eu já souber essa resposta?

Celo a encarou, a dor visível em seu olhar.

— Então me dê tempo para eu descobrir a minha.

Mari fechou os olhos, o rosto molhado pelas lágrimas silenciosas.

Naquele momento, ela percebeu que nada do que dissesse poderia mudar a decisão dele. Ela o conhecia, sabia que estava decidido.

O silêncio se instalou entre os dois. Um silêncio que nunca havia sido tão doloroso.

Continua …

*Trecho da música “Por Onde Andei”, do Nando Reis.

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Comentários

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O Celo tem que parar de ficar com revivendo o que passou,pois casa vez que lembra a raiva aumenta ,o remorso vem junto ,a raiva e vai acabar tomando uma decisão errada no calor da emoção. Como diz um ditado popular "Águas passadas não movem moinho".

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Samas, é complicado se fosse eu no lugar do celo, acho q nem conseguiria mas tocar na Mari.

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Na moral, o Celo está se comportando como se fosse um garoto da geração z ou milenium que é sensivel a tudo. Se ele sente amor e ela também, engole o choro e segue a vida e vão se acertando. se ficar de frescura agora só vai piorar as coisa, depois não chora

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kiquinho, vc ja passou por isso q o Celo ta passando?

Celo queria uma dama e uma puta, só teve a dama, e quem teve a puta foi outro homem, se fosse vc no lugar dele qual seria sua reação?

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O Celo ta com a autoestima completamente destruída, essa é a verdade. Ele de fato tinha vontade de transar com a Anna e poderia ter acontecido se ele não tivesse dormido por conta da bebida, mas o fato dele ver a Mari se entregando totalmente para outro homem de maneira tão fácil, sendo que ele em anos de matrimônio nunca conseguiu chegar perto disso em uma relação carnal, com certeza afetou muito ele, além de trazer fantasmas que ele achou que tinha esquecido. Não tem como julgar ele, pq imagima vcs, que tem um parceiro ou uma parceira e vc quer apimentar um pouco na hora do sexo, mas o companheiro é sempre mais conservador, e na hora que existe uma possibilidade de troca de casal, e ao observar o companheiro(a) se entregando como nunca, a pessoa se sente um merda.

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Mas aí que está o X da questão,ele não leva em consideração que ela foi induzida pelo ex marido a ter relações sexuais com muitos homens e de certa forma indiretamente ela acabou se tornando mais experiente que ele e também não leva el consideração que o Paul é um cara experiente,vivido e conquistou ela facilmente e até se Ana não tivesse bebido teria feito o mesmo com o Celo

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igual a Diana e o Adolfo, a comparação é triste demais.

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por essa eu não esperava, perdoar é diferente de esquecer, a mas pura vdd.

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Muito bom excelente esperando ansioso pelo próximo

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Interessante...

Só fiquei na dúvida se o Celo quer um espaço isolado e esperar a poeira baixar pra depois retomar com a Mari, ou se ele quer tentar a vida de solteiro de fato, buscar uma nova pessoa, experimentar um novo romance e se testar como homem, ver que essa nova mulher se entrega pra ele, sentir que consegue ser suficiente (sexualmente falando) para uma mulher.

O que ele quer de fato ?

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Eu estava pensando assim também.

Com tudo o que viveu, viu e ouviu , do relacionamento passado, e do relacionamento com Mari, Celo está com sua masculinidade e ego feriados.

Parece que ele está querendo provar quem realmente ele é, se é um frouxo, ou se é um comedor nato, um Alfa ou um Beta.

Ele está querendo provar pra si mesmo, tudo aquilo que foi negado pra ele, tudo o que ele foi restrito.

Só sei que o bicho vai pegar, e antes de melhorar, vai ficar pior ainda!

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Então... mas aí fica complicado.

Se ele querer somente se isolar, vai ficar repetitivo, vai ser como a vez que ele fugiu da casa da praia. Acho que não seria a ideia das autoras fazer mais um capítulo somente sobre dúvidas e isolamento. Até pq já foi explicado os traumas e o tamanho da dor né.

Agora se ele se separar da Mari e tentar outro relacionamento, fica chato pra Mari se sujeitar a isso, tipo o cara vai lá no bar do seu Zé, pegar todas e depois decide voltar ? Tá certo isso ?

Ou ele vai escolher uma mulher, se aproximar, namorar, testar o desempenho, se testar como homem, curtir o momento e depois se decidir? Ou perceber que realmente não é bom na cama e voltar pra Mari tendo ela como um seguro, premio de consolação. Tá certo isso?

E a Mari ? Vai esperar como uma esposa de marinheiro das grandes navegações, de forma casta e comportada, aguardando o dia que pode não chegar pra ter o Celo de volta ?

E se Mari decidir curtir a vida, e encontrar um cara qualquer e se soltar com esse cara, ela vai querer o Celo de volta ?

Um encontro entre Mari solteira e desimpedida e o Paul, vai sobrar Paul pra Ana ?

Será que vai rolar hein ?

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Só as autoras para terem está resposta.

O que falarmos, será apenas especulações!

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Ela quer um tempo só para ele ,viver sem ela para saber se vale a pena voltar ou não.

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Pela reposta dele a ela e pela sala do dono do bar acredito que ele que experimentar uma vida de solteiro temporariamente para saber se realmente é isso que ele quer:Talvez você precise ficar sozinho um pouco. "— Ele disse, com a sabedoria de quem já viu muita coisa na vida. — Não sozinho de tudo, mas sem a Mari. Experimentar a vida sem ela por perto. Ver como é. Quando a gente tá muito dentro de uma coisa, perde a perspectiva.".

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Puxa vida! Quando acho que o casal vai se acertar vem esse balde de água fria!! O Celo está muito traumatizado!!

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Ambos estão.

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Sim Id@ ambos!!! Independente da sua vontade de reatar a Mari não está isenta de seus traumas também!!

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Mas ela está mais digamos conformada já que desabafou na consulta,já o Celo ainda está remoendo o que aconteceu e pelo visto essa ferida não vai se fechar tão cedo

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Muito bom meninas!!!

Parabéns!! Ansioso pela continuação!

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Meninas, vcs ainda me matam com este conto!

Que drama! 🙈🙈🙈

Simplesmente, ESPETACULAR!

PARABÉNS!

👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼🌹🌹🌹🌹🌹🌹

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Esse celo é complicado, não sabe oq quer.

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Acredito que uma hora, ele vai descobrir.

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