Meu nome é Sônia, tenho 33 anos, e a vida me jogou num canto que eu nunca quis estar. Sou morena, o cabelo preso num coque frouxo que escapa o dia todo, as mãos calejadas de esfregar chão, o uniforme azul desbotado cobrindo um corpo que, mesmo depois de dois filhos, ainda segura as curvas — bunda cheia e firme, coxas grossas de tanto andar, seios redondos que o sutiã simples aperta, um rosto comum, sem graça, que ninguém olha duas vezes. Trabalho como empregada na casa de um casal de bancários, o Seu Roberto e a Dona Cláudia, num condomínio fechado em Barueri, uma cidade de muros altos e ruas limpas que não me pertencem. Eles têm um filho, o Gabriel, que fez 18 anos há uma semana, um menino calado, de pele clara, olhos fundos que fogem dos meus quando passo o pano na sala. A casa é enorme, paredes brancas, móveis de revista, o silêncio cortado pelo zumbido do ar-condicionado e pelo rodo que arrasto até as seis da tarde, seis dias por semana.
Sou pobre, do tipo que vive contando trocado pra comprar arroz, morando num barraco de dois cômodos em Carapicuíba com o Zé, meu marido, 38 anos, magrelo, pedreiro que gasta mais em cachaça do que traz pra casa, e nossos filhos, a Jéssica de 12 e o Cauã de 8. Meu salário é 1.800 reais por mês, mas o Zé não aparece com nada há três semanas, o aluguel tá atrasado em dois meses, e o dono do barraco já ameaçou me botar na rua, o grito dele ecoando na minha cabeça toda noite. Hoje é quinta-feira, 13 de março de 2025, o céu cinza lá fora carregado de nuvens, o calor abafado grudando o uniforme na pele enquanto limpo a cozinha, o cheiro de detergente misturado com o suor que escorre pelo pescoço, o relógio marcando cinco e meia da tarde.
O Seu Roberto me chama antes de eu sair, o “Sônia, vem aqui um minuto” saindo rouco da sala, onde ele tá largado no sofá de couro, a camisa social aberta até o peito, o cabelo grisalho penteado pra trás, os óculos de leitura pendurados no pescoço como um enfeite caro. Ele é gerente de banco, 50 anos, alto, a voz baixa carregada de um peso que me atravessa. Eu largo o rodo, o coração batendo mais rápido sem motivo claro, os pés arrastando no piso gelado enquanto caminho até ele, o uniforme úmido marcando a cintura, o silêncio da casa me engolindo como um buraco, a Dona Cláudia ainda no banco, o Gabriel trancado no quarto.
“Senta aí”, ele diz, apontando o sofá à frente, o tom calmo mas firme, sem espaço pra recusa. Eu sento, o couro frio contra as coxas, os olhos baixos enquanto ele me encara, as mãos cruzadas no colo, o olhar verde cortando o ar como uma lâmina. “Você tá apertada de grana, né?”, ele começa, a voz quase suave, mas com algo por trás que me aperta as tripas, o “dá pra ver na sua cara que as coisas não tão fáceis” saindo como se ele me conhecesse demais. “Tô sim, Seu Roberto. O Zé tá sem obra, o aluguel atrasou, e as crianças...”, murmuro, a voz fraca, os dedos mexendo na barra do uniforme, o peso da miséria me sufocando enquanto o cheiro de café da xícara dele sobe, amargo como o que eu sinto.
“Eu tenho uma coisa pra te oferecer, pra te tirar desse sufoco”, ele diz, o tom caindo mais baixo, os olhos brilhando com uma luz que me gela a espinha, o silêncio da casa virando uma pressão no peito, o tique-taque do relógio na parede batendo como um tambor fúnebre. “O Gabriel fez 18 anos sábado passado. Ele nunca... nunca ficou com mulher, tá entendendo? Quero que você faça isso por ele. Que tire a virgindade dele. Te pago 600 reais, em dinheiro, hoje mesmo.” As palavras caem como um trovão, o ar sumindo dos pulmões enquanto o encaro, o cérebro girando, o coração disparando tão alto que parece que vai rasgar a pele, o terror subindo como uma sombra que eu não vejo, mas sinto.
“O senhor tá falando sério?”, pergunto, a voz tremendo, os olhos subindo pra ele, o rosto dele frio, os lábios retos, como se tivesse me mandado varrer o quintal. “Sério, Sônia. É só uma vez. A Cláudia fica no banco até as sete, o Gabriel tá no quarto agora. Você faz isso antes de ir embora, pega o dinheiro e some. Ninguém nunca vai saber”, ele responde, a voz firme, tirando seis notas de 100 do bolso da calça, o papel novo estalando enquanto coloca na mesinha de centro, o verde brilhando na luz fraca como um anzol que eu não quero morder. Eu fico muda, o estômago revirando, o rosto do Zé passando na minha cabeça, a Jéssica chorando por um caderno novo, o Cauã tossindo na cama úmida, os 600 reais me chamando como uma corda no pescoço, o terror me engolindo enquanto o relógio marca cinco e cinquenta.
“Eu sou casada, Seu Roberto. Tenho filhos, um marido”, murmuro, a voz quase sumindo, os olhos caindo pras notas, o pecado pesando como chumbo, o som da chuva começando lá fora, gotas batendo no telhado como unhas arranhando. “Eu sei disso. E eu sou casado também. Não é sobre família, Sônia. É sobre necessidade. O Zé não vai saber, seus filhos não vão saber. É só um instante, e você resolve sua vida. Pensa no aluguel, nas crianças”, ele retruca, o tom suave agora, quase um veneno doce, os olhos verdes me prendendo como uma corrente, o barulho da chuva ficando mais forte, o som de passos leves vindo do corredor, o Gabriel passando pro banheiro, a porta batendo como um aviso que eu não quero ouvir.
“E se ele não quiser? Ele é só um menino”, pergunto, a voz falhando, o suor escorrendo pela nuca, o terror crescendo como uma onda que vai me afogar, o pensamento de tocar o garoto me virando do avesso. “Ele quer, Sônia. Eu já falei com ele. Tá nervoso, claro, mas ele quer. E quer com você. Sabe por quê? Ele bate punheta pensando em você. Me disse isso ontem, envergonhado, mas disse. Fala que te acha bonita, que te vê limpando aqui e... enfim, ele vai aceitar”, ele responde, o tom seco, os olhos brilhando com algo que me dá náusea, o peso das palavras me esmagando, o rosto do Gabriel — magro, cabelo liso na testa, olhos fundos — virando outra coisa na minha cabeça, o terror misturado com um calor que eu odeio sentir.
“Toma um banho antes, se quiser. No banheiro da área. Se limpa, fica mais tranquila, e vai lá. É rápido”, ele completa, apontando pro corredor dos fundos, o banheiro que eu esfreguei hoje cedo, o lugar onde posso lavar o medo antes de me afundar nele. Eu fico quieta, o cérebro gritando pra correr, o corpo paralisado, os 600 reais na mesa me puxando como um buraco negro, o Zé sumindo da mente, os filhos virando ecos, o relógio marcando seis em ponto, a chuva lá fora batendo mais forte, o peso da decisão me arrancando o ar. “Eu penso e te falo amanhã”, murmuro, a voz morta, levantando devagar, as pernas moles enquanto pego o rodo, o Seu Roberto assentindo, o “não demora pra decidir” saindo baixo enquanto volto pra cozinha, as notas na mesa me seguindo como um demônio até o ponto de ônibus, o vento gelado da chuva cortando o rosto, o terror me devorando enquanto penso no barraco, no Zé bêbado, nos filhos com fome.
A noite é um pesadelo sem fim. O barraco tá escuro, o telhado pingando com a chuva que não para, o Zé roncando no colchão ao meu lado, o fedor de cachaça subindo dele como uma nuvem, a Jéssica e o Cauã encolhidos no canto, o cobertor fino tremendo com o vento que entra pelas rachaduras. Eu não durmo, os olhos cravados no teto de zinco, o som da chuva batendo como facas, o peso dos 600 reais me sufocando, o rosto do Gabriel dançando na minha mente — os olhos fundos, o cabelo liso, a voz baixa dizendo “oi, tia Sônia” —, o terror crescendo como um tumor, a revelação do Seu Roberto ecoando sem parar: ele bate punheta pensando em mim. Penso no Zé, na cara dele se soubesse, nos filhos que me olham com olhos famintos, no aluguel que vai me jogar na rua, o dono do barraco gritando na minha cabeça, o frio da chuva misturado com o calor do medo, uma voz gritando que isso é errado, outra sussurrando que é o único caminho.
Chego na casa às sete da manhã, o uniforme azul grudado na pele com o suor da caminhada, as mãos trêmulas enquanto abro o portão, o Seu Roberto na sala, a mesma camisa social, os olhos verdes me esperando como se já soubesse o que eu ia dizer. “E aí, Sônia? Pensou?”, ele pergunta, a voz baixa, as notas ainda na mesinha, o ar-condicionado zumbindo no silêncio. “Eu faço”, murmuro, a voz morta, os olhos caindo pro chão, o coração batendo tão forte que parece que vai estourar, o terror me engolindo enquanto ele assente, o “toma o banho antes, ele tá no quarto” saindo seco enquanto aponta pro corredor, o relógio marcando sete e quinze, a chuva parando lá fora, o calor voltando devagar.
O banheiro da área é apertado, o azulejo branco brilhando na luz fraca, o chuveiro jogando água morna que escorre pela pele, as mãos esfregando o sabonete com força, tentando lavar o medo, o uniforme caindo no chão, o espelho embaçado me devolvendo um rosto comum, os olhos fundos de quem não dormiu, o corpo enxuto tremendo enquanto me enxugo com uma toalha velha, a calcinha subindo pelas coxas, o sutiã apertando os seios, o uniforme voltando como uma máscara que não engana. Saio devagar, o corredor escuro me levando pro quarto do Gabriel, o coração na garganta, o terror me puxando pra trás, os pés indo em frente, o som do ventilador dele zumbindo atrás da porta, o peso do que vou fazer me arrancando a alma.
Ele tá sentado na cama, a luz do abajur jogando sombras no rosto pálido, o cabelo liso caindo na testa, uma camiseta preta e um short de moletom, os olhos fundos subindo pra mim devagar, o “oi, tia Sônia” saindo baixo, a voz tremendo mais que a minha. “Oi, Gabriel”, murmuro, a voz falhando, a porta fechando com um clique que ecoa como um trovão, o quarto pequeno com pôsteres nas paredes, o cheiro de desodorante misturado com o calor dele, o silêncio me sufocando enquanto fico parada, o terror me esmagando como uma prensa. “O pai falou contigo?”, pergunto, as mãos mexendo na barra do uniforme, o coração batendo tão alto que parece que vai quebrar o peito, o abajur piscando, a luz vacilante dançando nas paredes como vultos.
“Falou. Disse que você ia... que você ia me ensinar”, ele responde, a voz fraca, os olhos caindo pro chão, as mãos tremendo no colo enquanto o ventilador sopra um ar quente que não alivia. Eu respiro fundo, o terror subindo pela espinha, o “tá bem, então deita” saindo seco enquanto me aproximo, as pernas moles, o uniforme caindo devagar, a calcinha e o sutiã no chão, o corpo nu na luz fraca, o frio do quarto batendo na pele enquanto ele me encara, os olhos fundos arregalados, o short descendo com um movimento rápido, o pau saltando pra fora — o maior que eu já vi, grosso como meu pulso, comprido, duro como pedra —, o coração parando por um segundo enquanto o terror vira um grito preso na garganta, o tamanho me assustando mais que o ato.
“Deita aí”, murmuro, a voz morta, apontando a cama, o colchão afundando enquanto ele se joga, o corpo magro tremendo na luz do abajur, o pau apontando pro teto enquanto subo em cima dele, as coxas abertas, o calor dele me queimando enquanto alinho, a cabeça larga forçando entrada, o gemido dele subindo baixo, o “meu Deus, Sônia” saindo rouco enquanto empurro devagar, o tamanho me abrindo ao meio, o ar sumindo dos pulmões enquanto meto, o ritmo lento no começo, o terror misturado com um calor que me rasga por dentro. “Vai devagar, por favor”, ele pede, a voz falhando, os olhos fundos me encarando com um misto de medo e desejo, mas eu ignoro, os quadris descendo mais fundo, o pau me preenchendo inteiro, a dor misturada com algo que eu não quero nomear.
Eu acelero, o colchão rangendo sob o peso, o pau entrando e saindo com força, o calor subindo pelo ventre enquanto gemo baixo, o som abafado pelo ventilador, as coxas grossas tremendo enquanto monto, o tamanho me esticando a cada movimento, o suor escorrendo pelo pescoço, o terror dançando na minha cabeça como um filme que não para. “Você é tão gostosa”, ele murmura, a voz rouca, as mãos subindo pras minhas costas, os dedos magros cravando na pele enquanto empurro mais forte, o pau batendo fundo, o líquido escorrendo pelas coxas, o gemido dele subindo mais alto, o “tá muito bom” ecoando no quarto enquanto o ritmo vira um desespero, o sexo me puxando pra um lugar que eu não controlo, o terror virando um vazio que me engole.
“Quer no cu?”, ele pergunta de repente, a voz tremendo, os olhos fundos brilhando com um fogo que me paralisa, o pedido me congelando enquanto paro, o pau ainda dentro, o coração disparando mais forte, o terror subindo como uma faca no peito. “Se você quer”, murmuro, a voz morta, saindo devagar, o líquido quente escorrendo enquanto viro de costas, as mãos apoiando na cama, o cu exposto enquanto ele se levanta, o cuspe dele caindo quente antes de alinhar, a cabeça forçando entrada, o grito subindo pela garganta, o “calma, Gabriel” saindo rouco enquanto ele empurra, o tamanho me rasgando com força, o ritmo bruto enquanto geme, o “que delícia” ecoando no quarto, o terror me sufocando enquanto aguento, o corpo tremendo na cama, o sexo virando um castigo que eu não sei parar.
Ele goza rápido, o jato quente jorrando dentro, o gemido dele alto enquanto cai na cama, o pau amolecendo enquanto eu desabo ao lado, o cu ardendo, o coração batendo tão forte que parece que vai explodir, o terror me engolindo enquanto pego o uniforme, o “valeu, Sônia” dele saindo baixo, a voz fraca enquanto me visto, os 600 reais na mão do Seu Roberto me esperando na sala, o “você fez bem” dele cortando o ar enquanto saio, o ônibus me levando pra casa, o barraco me esperando com o Zé roncando, os filhos dormindo, o peso do que fiz me enterrando viva.
Passam cinco dias, o calor voltou com força, o uniforme azul grudado na pele enquanto limpo a casa, o Seu Roberto e a Dona Cláudia no banco, o Gabriel sozinho no quarto, o silêncio me apertando enquanto passo o pano na sala, o som da TV dele ecoando pelo corredor, o relógio marcando cinco da tarde. O terror não sumiu, mas algo quebrou — os 600 reais pagaram o aluguel, mas o Zé não me toca mais na cabeça, os filhos viraram vultos, o desejo subindo no peito como uma febre que eu não explico. Largo o pano, os pés me levando pro quarto dele, a porta entreaberta, o coração batendo rápido, o terror virando um fogo que me consome enquanto entro, o “Gabriel, vem cá” saindo baixo, a voz firme, o uniforme caindo devagar, o corpo nu na luz do dia, o desejo me guiando enquanto ele me encara, os olhos fundos arregalados, o short descendo de novo.
“De novo?”, ele pergunta, a voz falhando, mas eu não falo, subo na cama, as coxas abertas, o pau dele me enchendo enquanto meto, o ritmo bruto, o calor subindo mais forte, o cu oferecido sem ele pedir, o gemido dele subindo alto, o “Sônia, você é demais” ecoando no quarto, o terror sumindo no desejo que me toma, o Zé apagado, os filhos esquecidos, o sexo virando uma vontade crua, o líquido escorrendo na cama, o silêncio voltando devagar, o vazio me esperando do outro lado.