Eu voltei pra casa na esperança de que o Vitor esquecesse aquilo, aquela proposta insana. Estava com medo. Se eu ficasse com a Ana, como seria depois? Será que as coisas voltariam ao normal?
No dia seguinte, antes de sair do trabalho, o Vitor me acordou do meu transe:
Vitor:
"Mano, você só acorda de pica dura, é?" — ele riu alto.
Carlos:
"Qual é, cara?" — dei uma risada nervosa. "O que você quer?"
Vitor:
"Preciso da sua resposta sobre o que te falei ontem."
Carlos:
"Porra, mano, isso não me parece uma boa ideia..."
Vitor:
"Mano, só me dá sua resposta."
Ele me encarou diretamente nos olhos. Eu estava nervoso, meu coração disparado. Queria a Ana loucamente, mas o medo das consequências me corroía.
Carlos:
"Tá bom, mano. Eu topo!"
Vitor abriu um sorriso, deu um tapa leve no meu ombro e disse:
Vitor:
"Boa, cara! Olha, acha que ela vai curtir? Tipo, será que ela vai sentir o quanto eu a amo com essa atitude?"
Eu não sabia o que dizer. Quanto mais ele falava, mais eu percebia o quanto dependia dela — uma dependência que não parecia saudável.
Carlos:
"Não sei, mano. Não faço ideia de como ela vai reagir..."
Vitor:
"Tudo bem. Vou preparar tudo pra essa noite. Só preciso que você chegue, tome um banho caprichado e deixa o resto comigo."
Carlos:
"Ok..."
Meu dia foi um inferno. Não conseguia me concentrar no trabalho nem em nada ao meu redor. À medida que a hora de ir pra casa se aproximava, eu fazia tudo devagar, torcendo pra que o tempo passasse mais lentamente. Estava tão nervoso que temi broxar na hora H.
Chegando em casa, parei na porta. Fiquei um tempo ali, pensando. Poderia simplesmente dar meia-volta e ir embora, ou entrar e dizer que aquilo era uma loucura, que não podia arriscar nossa amizade assim. Mas eu entrei. Vi o Vitor no sofá, as mãos trêmulas, o rosto carregado de um medo que eu reconhecia.
Vitor:
"Até que enfim, mano!" — ele riu, tentando disfarçar a tensão. "Parecia uma eternidade. Ela tá... ela tá no quarto. Vai tomar banho e depois vai pra lá."
Foi o banho mais longo da minha vida. A ansiedade me consumia. Quando entrei no quarto, lá estava ela: linda, mas com uma expressão séria.
Ana:
"Pensei que você não viria."
Carlos:
"Acho isso uma loucura, mas..."
Ana:
"Eu... eu entendo."
Ela se levantou, tirou a roupa com uma lentidão provocadora e veio até mim. Seus olhos brilhavam com desejo.
Ana:
"Deixa eu cuidar de você..."
Ela começou a desabotoar minha camisa, descendo as mãos até minha calça. Meu pau já estava duro, pulsando dentro da cueca. Ela o acariciou por cima do tecido, os dedos leves deslizando com malícia.
Ana:
"Quando vi essa rola naquela noite, minha boca salivou. Nunca vi uma assim, tão grande, tão grossa... nunca senti algo assim. Será que um dia vou ter ela inteira dentro de mim?"
Não entendi a pergunta. Como assim "um dia"? Era pra ser naquela noite! Antes que eu pudesse responder, Ana se ajoelhou na minha frente, o rostinho perfeito me encarando. Ela beijou a cabeça do meu pau, lambendo devagar, provocante, e então o engoliu, mantendo os olhos fixos nos meus. Mas, de repente, parou.
Olhou pra porta e chamou:
Ana:
"Vitoooor!"
Ele respondeu da sala, hesitante. Ela chamou de novo, e ele entrou, vendo-a ainda com meu pau na mão.
Ana:
"Amor, quero que você assista."
Vitor:
"Amor, eu... eu não sei..."
Ana:
"Para. Vem assistir sua esposa sentir prazer. Você que arrumou essa rola linda do Carlos pra mim. Quero que veja o quanto sou grata, meu amor."
Vitor:
"Tá bem... eu vou assistir."
Ele sorriu, mas o rosto dela permaneceu frio. Vitor se sentou na cama. Ana voltou a me chupar, agora com mais fome, os lábios escorregando pelo meu pau enquanto encarava o marido. Um volume crescia na calça dele.
Ana:
"Amor, tira a calça. Quero ver sua pica enquanto mamo a do seu amigo."
Vitor obedeceu na hora, revelando o pau duro, a ponta brilhando de excitação.
Ana:
"Humm, amor, essa rola grossa tá uma delícia. É o dobro da sua... imagina ela me rasgando, amor, abrindo minha bucetinha apertada."
Ela falava entre chupadas lentas e profundas, a língua dançando na cabeça do meu pau. Eu estava explodindo de tesão. Vitor não dizia nada, mas seu olhar entregava o quanto aquilo o excitava.
Ana:
"Amor, mudei de ideia. Não quero só uma vez. Quero várias. Você vai ser meu marido, mas quem vai me comer é o Carlos."
Vitor:
"Mas, Ana, eu..."
Ana:
"Não. Sem ‘mas’. Vou te dar também, mas ele vai ser meu macho na cama. Assim, amor, a gente nunca mais vai ter problema."
Ela lambeu a cabeça do meu pau com um olhar fixo no Vitor, a língua girando devagar, me levando à loucura.
Carlos:
"Porra..."
Eu gemi alto, perdido naquele tesão. Vitor balbuciou:
Vitor:
"O-ok, amor. Eu aceito."
O rosto da Ana mudou na hora. Ela o encarou com desprezo, como se algo dentro dela tivesse quebrado. Levantou-se, foi até ele e deu um tapa forte no rosto do Vitor — a mesma mão que ainda estava úmida de me segurar.
Ana:
"Seu monstro!"
Lágrimas escorriam dos olhos dela.
Vitor:
"Ana, eu..."
Ana:
"Para! Não quero ouvir você. Saí de casa, fiquei com outro, achei que isso ia acender um alerta na sua cabeça, que o medo de me perder ia te mudar. Mas não, Vitor. Você me ofereceu outro homem e ainda aceitou ver ele me fodendo!"
Vitor:
"Amor, pensei que você queria, eu..."
Ana:
"CALA A BOCA, PORRA! Você ia aceitar ele me comendo no seu lugar! Ia aceitar que ele fosse meu macho! E os nossos juramentos? Nossa parceria? Você nunca me respeitou como sua parceira. Sabia que não é a primeira vez que ele me oferece, Carlos?"
Eu ouvia tudo calado, sem saber o que dizer.
Ana:
"Ele sempre insistiu nisso: casa de swing, troca de casais, me ver com outro cara... E eu me mantive como parceira, amiga — uma trouxa, isso sim! Mas agora chega. Cansei."
Ela foi até o guarda-roupa e pegou uma mala já pronta, cheia de roupas.
Vitor:
"Ana, espera, calma, amor. Vamos conversar, eu posso consertar isso!"
Ana:
"Chega. Vou pedir o divórcio. Vou pra casa dos meus pais. Não me procura. Se eu contar pra eles o que você fez, sabe o que vai acontecer, né? Eles já te odeiam."
Vitor:
"Ana, espera, vamos sentar e conversar como adultos!"
Ana:
"Kkkk, como adultos? Vai se foder, cara. A única coisa que sinto por você agora é nojo. Casei achando que você era homem, mas você não passa de um palhaço."
Ela saiu. Eu fiquei sem reação. O que eu podia dizer? Vitor correu atrás dela, mas foi em vão. Ana pegou um Uber pro aeroporto e sumiu.
Eu me culpava naquele momento. No fundo, sabia que a Ana aceitar aquilo era estranho, difícil de acreditar, mas meu desejo por ela me cegou. Deixei tudo avançar.
Foram dias difíceis. Acho que, no fundo, o Vitor ainda tinha esperança de que a Ana voltasse, como da outra vez. Ele mantinha essa ideia fixa na cabeça. Mas o mundo dele desmoronou quando a carta de divórcio chegou. Nunca o vi tão mal. Meses se passaram sem nenhum contato dela. Eu ligava, nada. Ele tentava, nada.
O trabalho na obra estava me matando. Vitor aceitou dividir a cama comigo, o que ajudou um pouco. Outra mudança em nossas vidas foi a presença constante da Natália em casa. Ela aparecia pra dar uma mão nos afazeres, e eu e ela conversávamos muito. Um dia, ela me chamou pra ir à casa dela. Me apresentou o filho, mas ele não estava lá — ficara com uma amiga, o que achei estranho.
Éramos só nós dois. Ela me ofereceu cerveja, e ficamos batendo papo.
Natália:
“O Vitor tá acabado. Tenho pena dele. Sem a Ana, ele parece perdido.”
Carlos:
“E eu não sei? Ele tá muito mal. Perto de você, ele ainda tenta disfarçar, mas não é o mesmo. Alguma notícia dela?”
Natália:
“Não. Ela não atende o celular. Os pais dela nunca curtiram o casamento com o Vitor. Agora devem estar bem felizes.”
Carlos:
“Sei... Imagino a felicidade deles. Cara, nunca pensei que chegaria nisso.”
Natália:
“Pois é. Mas o Vitor pediu por isso. Toda aquela paranoia com a Ana... ele foi afastando ela.”
Carlos:
“Eu sei. Mesmo assim, nunca imaginei que eles fossem se separar, sabe?”
Natália:
“Sei... Quer mais cerveja?”
Carlos:
“Não vou recusar, kkk!”
Ela se levantou. Usava um shortinho curto e uma blusinha que deixava a barriga à mostra. Era meio gordinha, mas que rabão! Eu não era fã desse tipo, mas quanto mais tempo passava com a Nat, mais ela me excitava.
Natália:
“Aqui!”
Ficamos conversando. Ela era muito legal. Depois de vários goles, a conversa já estava mais solta, mais liberal.
Natália:
“Você acha que o Vitor pode jogar no outro time?” — ela riu alto.
Carlos:
“Como assim?”
Natália:
“Sei lá, kkk! É uma coisa que me passou pela cabeça. O cara fica muito excitado vendo outro homem comendo a mulher dele... ou será que ele gosta de ver outro homem mesmo e ainda não sabe?”
Lembrei de uma vez que peguei o Vitor olhando meu pau...
Carlos:
“Acho que não é isso. Acho que ele gosta mesmo de ver a mulher com outro. Se ele quisesse ver homem, era só ir atrás.”
Natália:
“Verdade. Mas ele pode não ter consciência disso. Posso estar louca, kkk! Ele me passa essa vibe. Teve uma vez, kkk, que eu tava me trocando na casa deles pra sair com a Ana...”
Ela falava com a língua meio enrolada.
Natália:
“Aí ele entrou no quarto e me viu nua. A reação dele foi meio indiferente. Fechou os olhos, se virou correndo. Eu pedi desculpas e tal, mas olhei pra bermuda dele e... nada. Ok, eu não sou lá grande coisa, mas sei lá, cara.”
Carlos:
“Olha, acho que é coisa da sua cabeça. E para de falar assim, você é muito bonita.”
Natália:
“Para, eu sei da minha realidade, tá? Tô meio fora de forma. Diz aí, Carlos, você faria amor comigo?”
Carlos:
“Quer saber? Eu te comeria sim, kkk!”
Natália:
“Credo, kkk! Me comeria? Sou o quê, uma janta? Vai me botar num prato e comer a Natzinha de jantar?” — ela gargalhou.
Carlos:
“Kkk, para, você entendeu!”
Natália:
“Sei lá... Só acredito vendo.”
Ela me olhou nos olhos. Peguei sua nuca e a puxei pra um beijo. Ela retribuiu com vontade, um beijo com gosto de cerveja, mas quente, delicioso. Que boca gostosa ela tinha!
Natália subiu no meu colo. Agarrei aquela bunda com força, sentindo a carne macia sob meus dedos. Que bundão, cara!
Natália:
“Vamos pro quarto?”
Carlos:
“Mostra o caminho!”
No quarto, já fui tirando a roupa dela, sentindo a pele quente sob minhas mãos. Ela usava uma calcinha vermelha atolada no rabo. Abri aquela bunda gostosa e caí de boca no cuzinho escuro dela.
Natália:
“Não, não! Eu nunca dei aí!”
O cuzinho dela trancou num piscar de olhos, não passava nem agulha. Fiquei a mil. Um cuzinho virgem? Talvez não fosse naquela noite, mas eu teria aquele cu pra mim.
Carlos:
“Relaxa. Hoje ele passa livre, mas esse cu ainda vai ser meu, ouviu?”
Dei um tapa forte na bunda dela. Ela gemeu, empinando ainda mais. Não aguentei: caí de boca na xereca dela. Que delícia! Nunca senti tanto tesão por uma mulher mais gordinha como senti pela Nat. Aquele rabão me deixava louco.
Tirei meu pau pra fora, e ela se assustou.
Natália:
“Puta que pariu... É como a Ana falou...”
Carlos:
“Vem aqui. Agora esse pau é seu.”
Ela começou a me chupar, e que mamada foi aquela! Fenomenal. Aquela boca quente e faminta me engolia inteiro, a língua deslizando com maestria. Eu tava alucinado.
Natália:
“Amo ver meu macho se contorcendo assim pra mim. Amo!”
Carlos:
“Tá toda orgulhosa, né, sua puta safada? Vem aqui!”
Coloquei ela de quatro e fui enfiando na buceta dela. Que buceta linda: meio cabeludinha, gordinha, rosinha. Eu tava fora de mim de tesão — não sei se era o álcool ou a Natália.
Natália:
“Aaaah, filho da puta! Acaba com minha buceta, acaba!”
Carlos:
“Safada do caralho, Nat! Quem diria, hein?”
Natália:
“Kkk, fode, porra! Fode, caralho! Acho que logo vamos descobrir qual é a do Vitor.”
Carlos:
“Por quê?”
Natália:
“Dormindo na mesma casa que o dono dessa pica... Se ele for viado, logo vai se revelar pra você, kkk!”
Meti mais forte, castigando aquela mente pervertida dela. Ela urrou, gozando como louca, o corpo tremendo sob mim.
Carlos:
“Vou gozar também, porra!”
Natália:
“Goza fora, não é seguro, amor!”
Não queria, mas tirei. Meu desejo era encher aquela buceta de leite.
Caímos exaustos, abraçados. Que mulher, meus amigos, que mulher! Mas, depois daquela foda incrível, um peso me atingiu. Não sei se era a bebida ou minha própria consciência. Enquanto eu vivia uma das melhores transas da minha vida, meu melhor amigo estava em casa, afundado na depressão — e parte da culpa, mesmo que pequena, era minha. Isso me corroía.
Natália:
“O que foi? Não gostou?”
Carlos:
“Não é isso, linda. Foi maravilhoso. Você fode pra caralho.”
Natália:
“Então por que tá com essa carinha?”
Carlos:
“Tô pensando no Vitor. Enquanto eu tô aqui com você, ele pode estar lá sofrendo. Ele me abriu um caminho que eu nem tinha mais esperança de ter, Nat.”
Natália:
“Não é sua culpa. Olha pra mim!” — ela segurou meu rosto. “Não é sua culpa. Isso ia acontecer cedo ou tarde. Eles já estavam assim antes de você chegar. Talvez tenha acelerado as coisas, mas ia rolar de qualquer jeito.”
Passei a noite com a Nat.
Meses depois, Ana e Vitor tiveram a audiência de divórcio. Estava consumado. Ela falou comigo brevemente, sem entrar em detalhes. Foi fria, mas disse que me procuraria quando estivesse pronta pra conversar. Respeitei. Vitor, por outro lado, se afundou na bebida. Quem mais ajudava era a Nat. Ela e eu pegamos firme pra tentar tirá-lo do buraco, mas ela não largava umas ideias malucas.
O tempo passou. Dois anos desde que Ana saiu das nossas vidas. Vitor ainda sofria, mas estava melhor. Eu e Natália firmamos compromisso havia um tempo. Eu consegui um emprego novo, fui puxado pelo coordenador pra equipe dele, e trabalho não faltava. Fiz Natália parar de trabalhar como babá. Ela e o filhinho agora eram minha responsabilidade.
Vitor e Natália tinham uma amizade bem próxima. Eu não ligava, mas várias vezes as coisas esquentaram entre nós três. O dia mais quente foi numa noite que vou narrar pra vocês.
Kelvin foi pra casa da amiga da Nat, e ficamos eu, Vitor e Natália, bebendo até tarde.
Natália:
“Humm, que noite boa, kkk! Vitor, sabe pra que esse tipo de noite serve?”
Vitor:
“Pra quê?”
Natália:
“Pra fuder, kkk!”
Carlos:
“Para, Nat! Você perde o controle quando bebe, kkk.”
Vitor:
“É sacanagem, porra. Eu sozinho e vocês não me dão sossego, kkk. Quase toda noite eu tenho que ouvir vocês fudendo e essa puta gemendo que nem animal!”
Carlos:
“Você sabe que eu não gosto de transar com ela na casa dela por causa do garoto, pow. Pode ser traumático pra ele. A gente se dá bem, quero manter assim.”
Natália:
“Sim, ele é um ótimo pai mesmo o Kelvin não sendo filho dele. Você não sabe o quanto eu te amo por isso, meu amor.”
Vitor:
“Ok, aí eu fui lá e tive a brilhante ideia de sugerir que vocês transassem aqui, kkk.”
Natália:
“Agora não reclama, kkk!”
Vitor:
“Eu sei. É que às vezes me pego pensando em como eu e a Ana poderíamos ter sido, sabe...”
Um silêncio pairou, mas Nat logo o quebrou.
Natália:
“Para de melancolia, Vitor. Ela foi embora sem olhar pra trás. Tá na hora de você seguir sua vida, poxa. Olha, que tal assistir o Carlos me fudendo?”
Carlos:
“Natália!”
Natália:
“O quê? Nós dois sabemos que ele gosta disso. Eu não tenho nenhum problema com isso.”
Carlos:
“É, tô percebendo, kkk.”
Vitor ficou sem graça, mas não recusou.
Natália:
“Vamos dar um show pra ele, amor!”
Ela passou a mão na minha pica, ainda por cima da bermuda, esfregando com vontade até sentir o volume crescer. Tirou meu pau pra fora e caiu de boca, chupando com uma gula que me fez gemer baixo. Não tinha como não lembrar daquele dia com a Ana — e eu sabia que Vitor também estava se lembrando.
Natália arrancou a roupa, ficando completamente nua. Subiu no meu colo, ajeitando o corpo até minha rola deslizar pra dentro dela. A buceta quente e molhada engolia meu pau centímetro por centímetro, o calor dela me envolvendo enquanto ela rebolava devagar, me provocando.
Vitor batia uma punheta no sofá, os olhos grudados em nós.
Natália:
“Olha, Vi, como minha buceta engole essa pica grande e gostosa desse macho!”
Vitor obedecia aos comandos dela, o pau duro na mão, se masturbando com tesão. Naquela noite, eu fodi a Nat de todo jeito. Primeiro de ladinho, sentindo a bunda dela quicando contra meu quadril. Depois de quatro, agarrando aquele rabão enquanto metia fundo, os gemidos dela ecoando pelo quarto. Por fim, ela deitada de barriga pra cima, as pernas abertas, me implorando pra ir mais forte. Gozei dentro da safada, enchendo aquela buceta de porra quente, enquanto Vitor gozava pela terceira vez só de assistir, os jatos sujando o próprio peito.
Mas o tempo passou, e eu comecei a notar uma proximidade maior entre os dois. Já tinha flagrado Vitor alisando as pernas da Nat no sofá, e às vezes os pegava em conversas cochichadas. Não dava muita bola — confiava, principalmente no Vitor. Até que um dia precisei fazer hora extra na fábrica. Só chegaria no outro dia, mas uma barreira rompeu na estrada, e eu nem consegui chegar ao local.
Voltei pra casa. Chegando lá, Kelvin disse que Nat estava na casa do Vitor. Estranhei — ela não costumava deixar o garoto sozinho —, mas ele falou que não era a primeira vez e que ficava bem. Fui até a casa do Vitor. Usei minha chave e entrei sem fazer barulho. Já dava pra ouvir gemidos desde a entrada. Meu coração disparou. Será que isso estava mesmo acontecendo?
Quando me aproximei do quarto, vi algo que nunca imaginei. Eles estavam me traindo, sim, mas de um jeito que eu não esperava.
Natália usava uma cinta com um consolo preto, grosso e brilhante. Vitor estava deitado na cama, de pernas abertas, o corpo suado e entregue. Ela metia nele com ritmo, o pau de borracha entrando e saindo do cu dele enquanto ela batia uma punheta pra ele, a mão escorregadia no pau duro.
Vitor:
“Aaaah, porra, que sensação do caralho, Nat!”
Natália:
“Tá gostando, safado?” — ela riu. “Sabia que você ia curtir, lindo. Sempre desconfiei. Agora que seu cu tá treinado, você aguenta até o fundo, né?”
Vitor:
“Aaaaah, porra, sim! Mete todo, piranha, mete! Que sensação boa, Nat, parece que eu vou me mijar todo, kkk!”
Natália:
“Kkk, é assim mesmo! Logo você vai gozar sem nem usar as mãos.”
Ela meteu mais forte, o consolo afundando no cu dele, esticando-o enquanto Vitor gemia alto, perdido no prazer. Até que ele gozou na mão dela — uma quantidade absurda de porra, jatos grossos que espirraram nos peitos dela, quase acertando o rosto. Nunca vi alguém gozar tão farto. Natália tirou o consolo do cu dele, lambuzou o pau de borracha com a própria porra do Vitor e voltou a metê-lo, agora mais fundo, o líquido viscoso escorrendo entre as coxas dele.
Natália:
“Essa noite eu vou esgotar seu saco, kkk!”
Não aguentei mais. Entrei no quarto.
Carlos:
“Que porra é essa, caralho?! Me responde, Natália!”
Vitor deu um salto da cama, assustado. Natália ficou vermelha, o consolo ainda pendurado na cinta.
Vitor:
“Mano, eu posso explicar...”
Carlos:
“Sério? De você eu não esperava isso. Literalmente, eu não esperava nada disso.”
Natália:
“Amor, eu só estava...”
Carlos:
“Chega. Você eu não quero ouvir. Sai daqui, Natália. Me deixa ter um papo de homem com ele — se é que posso chamar esse cara de homem.”
Vitor baixou os olhos, envergonhado.
Natália:
“Mas, amor, deixa eu explicar o que...”
Carlos:
“SAI, NATÁLIA, PORRA!”
Ela se assustou, pegou as roupas e saiu correndo.
Carlos:
“Vai lá, mano. Me explica?”
Vitor:
“Me desculpa, cara. A Nat ficou no meu pé com umas ideias aí. Eu tava curioso, a gente resolveu tentar e...”
Carlos:
“Quanto tempo?”
Vitor:
“Essa é a quarta vez.”
Carlos:
“Porra...”
Vitor:
“Mano, não tinha sentimento nem nada, pow. Ela só me comia mesmo. Nunca me deu, eu juro, não faria isso.”
Carlos:
“A Ana tinha razão. Você é doente, cara.”
Vitor:
“Que isso, irmão, não fala assim.”
Carlos:
“Tô fora!”
Vitor:
“Mano, espera!”
Saí de lá, peguei Natália pelo braço e a levei pra casa. Discutimos feio. Ela disse que eu sabia, que eu ignorava os detalhes. Mas não era verdade. Eu só não imaginava que aqueles toques e conversas iam tão longe. Ela jurava que não tinha feito nada de mais, que nunca deu pra ninguém enquanto estava comigo, que o lance com o Vitor não era traição. Mas pra mim era. E de duas pessoas que eu confiava.
Saí de casa com medo de perder a cabeça e partir pra cima dela. Foi difícil. Já estava acostumado com o Kelvin. Mas fui embora. Fiquei na casa da firma até arrumar algo. No fim daquele mês, recebi uma mensagem. Era a Ana, pedindo pra se encontrar comigo.
O que mais vai rolar nessa história toda?
Resolvi ir vê-la. Ela marcou num restaurante por perto. Chegando lá, vi Ana depois de tanto tempo. Estava linda, tinha ganhado mais corpo, curvas que a deixavam extremamente gostosa — os quadris mais cheios, os seios fartos marcando a blusa. Era impossível não reparar.
Ana:
“Carlos!!”
Nos sentamos e conversamos como dois bons amigos.
Ana:
“Soube que você tá com a Nat. Tô feliz por vocês...”
Não parecia sincero. Contei a ela o que tinha acontecido. No começo, ela ficou incrédula, mas depois de muita conversa, juntando os detalhes, chegamos à conclusão de que não era um absurdo esperar aquilo.
Ana:
“Você não vai mais ficar com essa vadia, né?”
Carlos:
“Não. Ela quebrou minha confiança. Se queria fazer isso e não achava errado, por que não falou comigo? Éramos bem próximos, sem segredos... Mas não posso me afastar de vez.”
Ana:
“Por que não? Ainda gosta dela?”
Carlos:
“Não. Mas gosto do muleque. Como te falei, ela não tá trabalhando, e fui eu que pedi pra ela parar. Não posso deixar ele na mão assim.”
Ana:
“Entendo... É lindo da sua parte isso.”
Carlos:
“Mas e você? Por que voltou? Por que agora?”
Ana:
“Bem... Fui morar com meus pais, mas eles são controladores. Querem mandar na minha vida. Nunca gostei disso. Sempre quis viver do meu jeito. Não aguentei e saí.”
Carlos:
“Tem onde ficar?”
Ana:
“Quando ouvi sobre você e a Natália, pensei que seria perfeito, pois são dois amigos. Mas o Vitor estragou até isso...”
Carlos:
“A culpa não é só dele. Ela é tão culpada quanto. Mas olha, eu tô na casa da firma, como te falei. Estou vendo um canto pra mim. Amanhã mesmo vou visitar uma casa perto do trabalho. Quer ir comigo?”
Ana:
“Sério? Super topo! Arrumo um emprego e ajudo nas contas. Você sabe que sou trabalhadora.”
Carlos:
“Sei, kkk! Não ligo pra isso. Você e o Vitor me abriram as portas no pior momento da minha vida. Fico até meio estranho lembrando disso, olhando tudo que aconteceu depois. Às vezes acho que devo conversar com ele. Deve tá confuso. Ele sempre me ajudou, me estendeu a mão.”
Ana:
“Sim, na verdade ele não é má pessoa. Mas o que ele fez com você foi vacilo também. Por mais que nada seja 8 ou 80, foi vacilo. Não sei como você deveria reagir, mas segue seu coração. Se acha que deve sentar e conversar mais uma vez, agora com calma, quem sabe seja uma boa ideia.”
Carlos:
“Tem razão... Onde você vai dormir?”
Ana:
“Boa pergunta, kkk! Talvez eu pegue um hotel, mas vai levar minhas economias...”
Carlos:
“Não é permitido mulheres nos alojamentos da empresa, mas os caras burlam essa regra. É só entrar pela porta de trás. O segurança é nosso parceiro. A cama é estreita, mas cabe nós dois.”
Ana:
“Tem certeza? Se você perder esse emprego, estamos ferrados, kkk!”
Carlos:
“Sério, sem erro. Vai ficar tudo bem.”
Saímos do restaurante e fomos. Chegando lá, o segurança deixou passar, como combinado. No quarto, quase ficamos sem espaço com todas as coisas da Ana. Mas conseguimos nos ajeitar. Na hora de dormir, foi outra dificuldade. Ana estava colada em mim, o calor do corpo dela contra o meu. Meu pau ficou duro rapidinho, pulsando contra ela, e ela percebia — não tinha como não perceber.
Ela abriu as pernas de leve, só o suficiente pra minha rola encaixar entre suas coxas, roçando bem perto da calcinha. Senti o tecido fino e quente contra minha pele. Ela deu um sorriso de canto, malicioso, enquanto nossos corpos se ajustavam naquela cama apertada. O tesão era insuportável, mas logo adormecemos, exaustos.
No dia seguinte, combinamos de sair cedo pra visitar as casas. Eu tava ansioso, mas também empolgado. Ter a Ana de volta na minha vida, mesmo que só como amiga por enquanto, era um alívio depois de tudo que rolou com Natália e Vitor. Pegamos o ônibus e fomos até o bairro onde ficavam as casas que o corretor tinha indicado. O sol tava forte, e a Ana já começou a reclamar.
Ana:
“Porra, Carlos, você disse que era perto do trabalho, mas esse ônibus tá mais demorado que minha mãe escolhendo roupa pra sair!”
Carlos:
“Kkk, relaxa, mulher! É logo ali. E olha, se reclamar muito, te deixo escolher a casa sozinha e eu fico só olhando.”
Ana:
“Olhando o quê? Meu suor escorrendo? Porque é só isso que você vai ver nesse calor!”
Dei uma risada e passei o braço por cima do ombro dela, num gesto descontraído, mas aproveitei pra puxá-la mais pra perto. Ela me olhou de lado, com um sorrisinho, e não se afastou. O clima já tava leve, mas eu sentia uma faísca ali, algo que não dava pra ignorar.
Chegamos no ponto e encontramos a corretora esperando na frente da primeira casa. O nome dela era Jéssica — uma morena alta, cabelo liso até a cintura, corpo de quem malha todo dia e um sorriso que parecia propaganda de pasta de dente. Ela usava um vestido justo que marcava cada curva, e eu, bom, sou homem, né? Não deu pra não reparar.
Jéssica:
“Vocês devem ser o Carlos e a Ana, né? Prazer, sou a Jéssica. Vamos encontrar o lar perfeito pra vocês hoje!”
Carlos:
“Prazer, Jéssica. É isso aí, queremos algo simples, mas que dê pra viver bem.”
Ana:
“Sim, e que não seja um forno no verão, porque eu não aguento mais esse calor!”
Jéssica riu e abriu a porta da primeira casa. Era pequena, mas arrumada: sala, cozinha, um quarto e um banheiro apertado. Enquanto ela explicava os detalhes, eu percebi que Ana tava de olho em mim — ou melhor, no jeito que eu olhava pra corretora.
Jéssica:
“Aqui a ventilação é ótima, olha só essa janela. Dá pra sentir o vento entrando direitinho.”
Ela se inclinou pra abrir a janela, e o vestido subiu um pouco, mostrando as coxas. Eu dei uma olhada rápida, mas logo senti o cotovelo da Ana cutucando minha costela.
Ana:
“Ei, Carlos, a janela é legal, mas você acha que a vista aí tá boa mesmo ou tá olhando outra coisa?”
Carlos:
“Kkk, que isso, Ana? Tá com ciúmes da janela agora?”
Ana:
“Ciúmes? Eu? Imagina! Só não quero que você escolha a casa pela ‘ventilação’ errada!”
Jéssica riu, percebendo o clima, e deu uma piscadinha pra mim que não ajudou em nada. Entramos no quarto, e a corretora começou a falar sobre o espaço.
Jéssica:
“Olha, o quarto é pequeno, mas cabe uma cama de casal tranquilo. Vocês dois vão dividir ou...?”
Carlos:
“A gente ainda tá decidindo, né, Ana? Mas se for pra dividir, eu não ronco, então ela tá safe.”
Ana:
“Safe? Você tava quase babando no meu ombro ontem à noite, Carlos! Acho que o perigo sou eu acordar com você grudado em mim!”
Jéssica:
“Kkk, vocês são um casal bem animado, hein? Adoro trabalhar com gente assim.”
Ana:
“Casal? Não, não, a gente é só... amigos. Por enquanto.”
Ela falou “por enquanto” com um tom que me fez virar pra olhar pra ela. Ana sorriu de lado e passou a mão no cabelo, jogando uma mecha pra trás de um jeito que me deixou bobo. Jéssica percebeu e entrou na brincadeira.
Jéssica:
“Amigos, claro. Mas olha, Carlos, se precisar de ajuda pra escolher a cama, eu posso dar umas dicas. Tenho olho bom pra conforto.”
Ela se aproximou de mim pra mostrar um armário embutido, e o perfume dela — algo doce, meio viciante — bateu no meu nariz. Ana cruzou os braços, claramente irritada.
Ana:
“Ô, Jéssica, ele já tem quem dê dicas de conforto. Eu sou especialista em deixar ele bem à vontade, né, Carlos?”
Carlos:
“Kkk, verdade. A Ana me deixa tão à vontade que eu quase não saí da cama ontem.”
Ana deu uma risada alta, mas lançou um olhar pra Jéssica que dizia “ele é meu território”. Fomos pra cozinha, e eu decidi cutucar um pouco mais.
Carlos:
“Ana, imagina a gente cozinhando aqui. Você fazendo aquele macarrão com molho que eu amo, eu te ajudando a... provar o tempero.”
Ana:
“Provando o tempero, sei. Você ia é ficar me atrapalhando, grudado nas minhas costas, aposto!”
Jéssica:
“Vocês são fofos, sério. Mas olha, a pia aqui é ótima pra lavar louça juntos. Dá pra fazer um clima, sabe?”
Ela passou a mão na bancada de um jeito quase sensual, e eu juro que vi os olhos da Ana faiscarem. Ela se meteu entre mim e a corretora, pegando meu braço.
Ana:
“A gente já tem clima de sobra, Jéssica. Não precisa de pia pra isso. Né, Carlos?”
Carlos:
“Com certeza. A Ana já me esquenta sem precisar de fogão.”
Ana riu e me deu um tapinha no peito, mas ficou mais pertinho de mim enquanto saíamos pra ver a próxima casa. No caminho, Jéssica ia na frente, o rebolado natural dela chamando atenção. Ana sussurrou no meu ouvido:
Ana:
“Se você continuar olhando pra bunda dessa corretora, eu juro que te faço dormir no chão da próxima casa!”
Carlos:
“Kkk, relaxa, Ana. A única bunda que eu quero ver é a sua... digo, se você deixar, claro.”
Ela ficou vermelha, mas deu um sorriso malandro e me empurrou de leve. Chegamos na segunda casa, um pouco maior, com um quintalzinho nos fundos. Jéssica abriu a porta e começou o tour de novo.
Jéssica:
“Aqui tem mais espaço, olha esse quintal! Dá pra fazer um churrasco, receber amigos...”
Carlos:
“Legal. Imagina, Ana, eu no churrasco, você trazendo a cerveja gelada, a gente aproveitando a noite...”
Ana:
“Você no churrasco? Carlos, você queimou o dedo tentando acender a churrasqueira da última vez! Eu é que vou ter que salvar o dia.”
Jéssica:
“Kkk, vocês são um show. Mas olha, Carlos, se precisar de alguém pra ajudar no fogo, eu sou boa com brasas.”
Ela jogou o cabelo pra trás e me olhou nos olhos. Ana bufou alto o suficiente pra todo mundo ouvir.
Ana:
“Ele já tem quem apague o fogo dele, Jéssica. Eu sou especialista em... esfriar as coisas quando precisa.”
Carlos:
“Esfriar? Ana, você só esquenta, isso sim. Tá vendo o calor que eu tô sentindo agora?”
Ela riu e passou a mão no meu braço, num gesto que era ao mesmo tempo carinhoso e possessivo. Entramos no quarto da segunda casa, e Jéssica apontou pra janela.
Jéssica:
“Aqui tem uma vista ótima, e o quarto é bem ventilado. Perfeito pra noites quentes, sabe?”
Ana:
“Noites quentes, né? Carlos, acho que a gente já sabe lidar com calor, não é? Ontem mesmo tava um forno naquela cama.”
Carlos:
“Verdade. E você ainda abriu as pernas pra me deixar mais quente, né?”
Ana arregalou os olhos e me deu um tapa no ombro, mas caiu na gargalhada.
Ana:
“Para, seu idiota! Tá querendo me queimar na frente da Jéssica?”
Jéssica:
“Kkk, relaxa, Ana. Eu já vi de tudo nesse ramo. Vocês são um casal que se diverte, isso é o que importa.”
Ana:
“Amigos, Jéssica. Só amigos. Mas, sim, a gente se diverte.”
Fomos pro quintal, e eu puxei Ana pra perto, fingindo mostrar algo na cerca.
Carlos:
“Olha ali, Ana. Dá pra plantar umas flores. Ou quem sabe a gente usa esse espaço pra... outras coisas à noite, hein?”
Ana:
“Outras coisas? Tipo o quê, Carlos? Me fala, vai, tô curiosa!”
Carlos:
“Tipo eu te jogando na grama, te fazendo rir até você pedir pra parar...”
Ana:
“Pedir pra parar? Duvido. Eu ia é te provocar até você não aguentar mais.”
Ela mordeu o lábio de leve, e eu senti um frio na espinha. Jéssica se aproximou, interrompendo o momento.
Jéssica:
“E aí, gostaram dessa? Tenho mais uma pra mostrar. Essa próxima tem um banheiro maior, ótimo pra banhos a dois.”
Ana:
“Banhos a dois? Jéssica, eu mal consigo fazer o Carlos lavar a louça, imagina tomar banho comigo!”
Carlos:
“Ei, eu lavo a louça sim! E se for banho com você, Ana, eu entro até com roupa pra não perder a chance.”
Ana riu alto, mas lançou outro olhar fulminante pra Jéssica, que só sorria, aproveitando o jogo. Na terceira casa, o clima ficou ainda mais quente — literal e figurativamente. Era uma casa simples, mas com um banheiro espaçoso e um quarto com varanda. Jéssica abriu a porta do banheiro e entrou na frente.
Jéssica:
“Olha esse chuveiro, Carlos. Cabe duas pessoas fácil. Já pensou num banho relaxante depois do trabalho?”
Ela virou a torneira, e um jato d’água gelada espirrou nela por acidente, molhando o vestido. O tecido grudou no corpo, marcando tudo — e eu, bom, tentei disfarçar, mas Ana me pegou no flagra.
Ana:
“Carlos, fecha a boca, tá pingando baba aí! Jéssica, deixa que eu mostro pra ele como é um chuveiro. Ele não precisa de demonstração ao vivo!”
Jéssica:
“Kkk, foi sem querer, Ana! Mas olha, se precisar de ajuda pra testar, eu...”
Ana:
“Não precisa, querida. Eu texto com ele sozinha, obrigada.”
Ela me puxou pro quarto, quase me arrastando, e fechou a porta na cara da Jéssica por um segundo, só pra abrir de novo e rir.
Ana:
“Essa mulher tá achando que eu sou boba, Carlos. Tá na cara que ela tá te cantando!”
Carlos:
“Kkk, e você tá com ciúmes mesmo, hein? Relaxa, Ana. Eu só tenho olhos pra uma mulher aqui.”
Ana:
“É bom que tenha, porque eu não divido atenção com corretora metida a gostosa!”
Fomos pra varanda, e eu aproveitei pra chegar mais perto dela, encostando meu peito nas costas dela enquanto apontava pro horizonte.
Carlos:
“Olha essa vista, Ana. Imagina a gente aqui, tomando uma cerveja, eu te abraçando assim...”
Ana:
“Humm, abraçando? E o que mais, hein? Vai me contar ou vai ficar só na imaginação?”
Carlos:
“Que tal eu te mostrar um dia? Te puxar pra dentro, te jogar na cama e...”
Ela virou o rosto, ficando a centímetros do meu, os olhos brilhando.
Ana:
“Você tá muito convencido hoje, Carlos. Mas confesso que eu ia gostar de ver você tentar.”
Jéssica apareceu na porta, interrompendo de novo, agora com o vestido ainda úmido e um sorriso provocador.
Jéssica:
“E aí, decidiram? Essa é a minha favorita. Acho que combina com vocês.”
Ana:
“Combina, né? Vamos pensar, Jéssica. Mas pode mandar o contrato rapidinho antes que o Carlos resolva contratar você pra decorar o banheiro!”
Rimos todos, mas o clima entre mim e Ana tava elétrico. No fim, escolhemos a terceira casa — o banheiro grande e a varanda pesaram na decisão. Enquanto Jéssica anotava nossos dados, Ana se encostou em mim, sussurrando:
Ana:
“Você me deve um banho pra testar esse chuveiro, hein. E sem corretoras por perto!”
Carlos:
“Fechado, Ana. Só você e eu. E quem sabe a gente aquece essa casa logo no primeiro dia...”
Ela riu, me deu um empurrãozinho, e saímos dali com a promessa de algo mais entre nós — e uma corretora que, no fundo, só serviu pra deixar tudo mais divertido.
A mudança pra nova casa foi marcada pra uma sexta-feira. Eu consegui uma caminhonete emprestada com um colega da firma, e a Ana passou a semana animada, juntando as coisas dela numas caixas que pareciam não acabar nunca. O dia chegou com um sol de rachar, e a gente começou cedo, carregando tudo do alojamento e do hotel vagabundo onde ela tava até então.
Ana:
“Carlos, você já viu quanta tralha eu tenho? Acho que a gente vai precisar de duas casas só pra guardar isso!”
Carlos:
“Kkk, sério, Ana? Tem caixa aí que eu juro que tá cheia de pedra! O que você trouxe, o estoque de tijolos dos seus pais?”
Ana:
“Engraçadinho! É só roupa, uns livros... e talvez uns sapatos que eu não uso há uns dez anos, mas vai que eu preciso, né?”
Dei uma risada e peguei uma das caixas, fingindo que tava pesado demais e quase caindo no chão. Ela veio correndo e me deu um empurrão, mas acabou ficando pertinho, as mãos no meu peito. O calor dela contra mim me fez esquecer o peso por um segundo.
Ana:
“Para de drama, seu fraco! Se não aguenta minhas caixas, como vai aguentar me carregar pra dentro da casa?”
Carlos:
“Te carregar? Ana, eu te jogo no ombro e te levo pro quarto rapidinho, quer apostar?”
Ela mordeu o lábio e me olhou com aquele jeito provocador que tava virando costume.
Ana:
“Quero ver você tentar, grandão. Mas cuidado pra não travar as costas, hein!”
Rimos e seguimos carregando. Enquanto eu amarrava as caixas na caminhonete, meu pensamento vagou pro Vitor. Fazia tempo que eu não falava com ele direito, desde aquela confusão com a Natália. Ele tava tentando se reerguer, mas eu sabia que ele ainda sentia falta da Ana. Imaginar ele descobrindo que eu e ela távamos tão próximos — quase virando algo mais — me deu um aperto no peito. Ele me ajudou tanto no passado... Será que isso ia parecer traição pra ele? Eu sacudi a cabeça, tentando afastar o peso, mas a culpa ficou ali, rondando.
Chegamos na casa nova já perto do meio-dia. O quintal tava uma bagunça com as caixas espalhadas, e a Ana começou a abrir tudo como se fosse Natal.
Ana:
“Olha, Carlos, minha frigideira! Agora eu faço aquele macarrão com molho pra você. Ou você prefere que eu te cozinhe de outra forma?”
Carlos:
“Kkk, me cozinhar? Ana, se você me botar no fogo, eu derreto rapidinho com esse calor que você tá jogando em mim.”
Ela riu e passou por mim, roçando o ombro de propósito enquanto ia pra cozinha. Eu segui atrás, carregando uma caixa com panelas, e deixei ela cair com um barulho alto só pra zoar.
Carlos:
“Ops, acho que suas panelas tão dizendo que querem ficar no chão!”
Ana:
“Você é um desastre, Carlos! Se eu te deixar cozinhar, a gente morre de fome ou incendeia a casa!”
Carlos:
“Incendiar a casa eu não prometo, mas te esquentar na cozinha eu garanto.”
Ela jogou um pano de prato na minha cara, rindo, e eu devolvi segurando os pulsos dela por um segundo. Nossos olhos se encontraram, e o clima mudou. Eu soltei devagar, sentindo o coração acelerar, e ela virou pro lado, disfarçando com um sorriso.
Ana:
“Vamos arrumar o quarto antes que eu te coloque pra lavar louça imaginária!”
Fomos pro quarto, que já tinha uma cama simples que eu trouxe da firma. A Ana começou a abrir uma caixa com lençóis, e eu me joguei na cama, fingindo cansaço.
Carlos:
“Olha, Ana, essa cama tá pedindo um teste. Vem cá, deita comigo pra ver se aguenta a gente.”
Ana:
“Kkk, aguentar a gente? Carlos, depois de ontem, eu sei que ela aguenta você babando em mim a noite toda!”
Carlos:
“Babando? Eu tava só... te aquecendo. Vem cá, deixa eu te mostrar como eu trato bem quem divide a cama comigo.”
Ela riu e jogou um travesseiro na minha cara, mas acabou cedendo e deitou do meu lado, os braços quase se tocando. Ficamos ali, olhando o teto, e eu senti o calor dela de novo, o cheiro suave do cabelo dela me envolvendo. Meu pau deu sinal de vida, mas eu me controlei — ou tentei.
Ana:
“Tá confortável mesmo, hein. Mas se você roncar, eu te jogo pra varanda!”
Carlos:
“Roncar? Eu? Ana, o único barulho que você vai ouvir é você gemendo de satisfação com meu abraço.”
Ela virou o rosto pra mim, os olhos brilhando, e chegou mais perto, quase encostando os lábios nos meus.
Ana:
“Você tá muito convencido hoje, Carlos. Mas confesso que um abraço seu não seria má ideia...”
O momento foi cortado por um barulho na porta. Era o vizinho, um cara baixinho e careca chamado Seu Zé, que veio se apresentar com uma garrafa de pinga na mão.
Seu Zé:
“Ô, pessoal novo! Trouxe um presente pra inaugurar a casa. Aceitam uma dose?”
Carlos:
“Valeu, Seu Zé! Mas acho que a gente vai deixar pra depois, ainda tem muita coisa pra arrumar.”
Ana:
“É, e se o Carlos tomar essa pinga agora, ele vai é desmaiar no quintal e eu fico carregando tudo sozinha!”
Seu Zé:
“Kkk, entendi! Então fica pra próxima. Bem-vindos, hein!”
Ele saiu, e a Ana caiu na gargalhada, mas o clima entre nós voltou rapidinho. Enquanto ela arrumava os lençóis, eu fui pegar água na cozinha e me peguei pensando no Vitor de novo. Ele e a Ana tinham dividido uma vida inteira, e agora eu tava aqui, quase tomando o lugar dele — não como amigo, mas como algo mais. Será que ele ia me odiar por isso? Será que eu tava traindo ele só por sentir o que sentia pela Ana? Meu peito pesou, mas então ouvi ela me chamar.
Ana:
“Carlos, vem cá ajudar com essa cortina! Você é alto, aproveita essa vantagem!”
Voltei pro quarto, e ela tava na ponta dos pés, tentando pendurar a cortina na varanda. Eu cheguei por trás, segurando a cintura dela pra dar apoio, e subi a cortina com uma mão. O corpo dela encostou no meu, e eu senti ela relaxar contra mim.
Carlos:
“Prontinho. Agora a varanda tá com a sua cara, Ana.”
Ana:
“Com a minha cara? Então tá perfeita, né? Mas olha, você tá muito colado, hein. Tá querendo me prender aqui?”
Carlos:
“Prender? Não, só tô aproveitando pra sentir você pertinho. É melhor que carregar caixa.”
Ela virou o rosto, e nossos narizes quase se tocaram. O ar ficou pesado, cheio de tensão. Eu podia sentir o hálito dela, quente e doce, e meus pensamentos sobre Vitor evaporaram por um instante.
Ana:
“Você é perigoso, Carlos. Se continuar assim, eu vou ter que te botar pra dormir no quintal pra me proteger.”
Carlos:
“Me proteger de quê? De você me agarrando no meio da noite? Porque eu não ia reclamar...”
Ela riu baixo, mas não se afastou. Ficamos ali, presos naquele momento, até que ela deu um passo pra trás, quebrando o encanto com um sorriso.
Ana:
“Vamos acabar de arrumar isso, seu safado. Senão a gente não sai do quarto hoje.”
Passamos o resto da tarde arrumando a casa, entre brincadeiras e provocações. À noite, com tudo no lugar, sentamos na varanda com duas cervejas que eu tinha guardado. O céu tava estrelado, e a Ana se encostou em mim, a cabeça no meu ombro.
Ana:
“Essa casa tá ficando com a nossa cara, né?”
Carlos:
“Com certeza. Mas sabe o que ia deixar ela ainda mais nossa?”
Ana:
“O quê?”
Carlos:
“A gente estreando ela direito. Tipo... agora.”
Ela levantou o rosto, os olhos fixos nos meus, e dessa vez não tinha brincadeira no sorriso dela. Era um convite. Mas antes que eu pudesse agir, meu celular vibrou no bolso. Uma mensagem do Vitor: “Mano, como você tá? Precisava conversar.” Meu coração afundou. A culpa voltou com tudo, mas a Ana segurou minha mão, como se sentisse o que tava passando na minha cabeça.
Ana:
“É ele, né? Você decide o que fazer, Carlos. Mas eu tô aqui com você agora.”
Eu olhei pra ela, dividido entre o passado e o que tava bem na minha frente. Respirei fundo, guardei o celular e puxei ela pra mais perto.
Carlos:
“Vitor pode esperar um pouco. Hoje é sobre a gente, Ana.”
Ela sorriu, e o beijo que veio depois foi lento, quente, um começo que prometia muito mais. A casa nova tava pronta, e nós dois também — prontos pra dar um passo que não tinha mais volta.
Alguns dias se passaram desde a mudança. A casa nova já tava com nossa cara: as cortinas da Ana na varanda, minhas botas jogadas perto da porta e o cheiro do café que ela insistia em fazer toda manhã. A gente tava se acostumando a dividir o espaço, e o clima entre nós só esquentava.
Numa manhã de quarta, eu tava na cozinha tentando fritar uns ovos enquanto Ana arrumava a mesa. Ela usava uma camiseta larga minha que eu tinha emprestado pra ela dormir, e as pernas de fora me desconcentravam pra caralho.
Ana:
“Carlos, você tá fritando ovo ou tentando incendiar a casa de novo? Tá saindo mais fumaça que comida!”
Carlos:
“Kkk, relaxa, mulher! Tô só aquecendo as coisas pra você. Igual eu faço de noite, né?”
Ela riu e veio pra trás de mim, encostando o corpo no meu enquanto pegava a espátula da minha mão. O calor dela contra minhas costas me fez esquecer os ovos na hora.
Ana:
“Deixa eu salvar isso antes que a gente tenha que chamar os bombeiros. Mas confesso, você aquecendo as coisas de noite é bem mais interessante...”
Carlos:
“Interessante? Ana, se eu te pegar agora, esses ovos vão virar carvão e você vai gostar.”
Ela me deu um tapa no ombro, mas ficou ali, roçando de leve enquanto terminava o ovo. O café da manhã foi cheio de olhares e provocações, e eu já tava imaginando como seria arrastar ela pro quarto logo depois. Mas meu celular vibrou na mesa — era o Vitor de novo: “Mano, sério, preciso te ver. Tô no bar do Zé às 10h. Aparece?” Olhei pro relógio. Era quase isso.
Ana:
“É ele, né? Vai lá?”
Carlos:
“Vou. Acho que devo isso a ele. Mas volto rápido pra te ajudar a... arrumar a cama.”
Ela sorriu malandra e me deu um beijo no canto da boca, rápido, mas o suficiente pra me deixar louco.
Ana:
“Arrumar a cama, sei. Vai lá, mas não demora, hein? Tô gostando de ter você por aqui.”
Saí de casa com o coração dividido. O bar do Zé ficava a umas três quadras, um boteco simples com mesas de plástico e um rádio tocando sertanejo. Cheguei e vi o Vitor num canto, com uma cerveja pela metade e cara de quem não dormia direito. Ele levantou a cabeça quando me viu.
Vitor:
“Mano, valeu por vir. Tava achando que você ia me ignorar pra sempre.”
Carlos:
“Que isso, Vitor. Você sabe que não é assim. Só precisava de um tempo depois daquela merda toda.”
Ele baixou os olhos, mexendo no copo. Tava claro que ele se sentia mal.
Vitor:
“Eu sei que vacilei, Carlos. Aquilo com a Nat... eu não sei o que me deu, mano. Tava curioso, ela insistiu, e eu deixei rolar. Mas juro, não era pra te ferrar. Você é meu irmão.”
Eu respirei fundo. A imagem dele com a cinta ainda me dava um nó no estômago, mas olhando pra ele ali, tão quebrado, eu senti que a raiva tava passando. Ele tinha errado feio, mas eu também não era santo — e tinha minhas próprias coisas pra esconder agora.
Carlos:
“Tá tranquilo, mano. Foi foda, mas eu te perdoo. Você sempre me ajudou quando eu precisei. Só não faz mais merda dessas, tá?”
Vitor:
“Sem chance, cara. Tô tentando me acertar. Mas e você? Como tá? Ouvi dizer que saiu da casa da Nat.”
Eu hesitei. Era o momento perfeito pra falar da Ana, mas algo me segurou. Não queria jogar isso na cara dele agora, não enquanto ele tava tão na merda. E, no fundo, eu sabia que isso podia explodir mais pra frente.
Carlos:
“Tô numa casa nova, perto do trabalho. Tô de boa, mano. E você, como tá segurando as pontas?”
Vitor:
“Devagar. A saudade da Ana ainda pega, mas tô tentando. Quem sabe um dia ela me dá uma chance de conversar...”
Ele deu um sorriso triste, e meu estômago revirou. Ele não fazia ideia de que a Ana tava comigo, e eu não ia ser o cara a jogar essa bomba agora. Terminamos a cerveja, trocamos um abraço apertado, e eu prometi aparecer mais vezes. Mas saí de lá com um peso novo — o segredo que eu tava carregando.
Cheguei em casa no começo da tarde. A Ana tava na varanda, mexendo nas plantas que a gente tinha comprado pra enfeitar. Ela usava um shortinho que mostrava as coxas, e o sol batia no cabelo dela de um jeito que me fez parar pra olhar.
Ana:
“Demorou, hein! Resolveu virar sócio do bar do Zé?”
Carlos:
“Kkk, quase! Mas voltei pra minha chefe preferida. Como foi com o Vitor?”
Ana:
“Depois te conto. Agora vem cá me ajudar com essas plantas antes que eu te coloque pra regar o quintal inteiro!”
Eu me aproximei, peguei o regador da mão dela e deixei meus dedos roçarem os dela de propósito. Ela me olhou, arqueando a sobrancelha.
Ana:
“Tá querendo regar planta ou me molhar, Carlos?”
Carlos:
“Depende. Se eu te molhar, você vai reclamar ou vai gostar?”
Ela riu e jogou um punhado de terra na minha camisa, começando uma guerra boba que terminou com a gente rindo no chão do quintal, sujos e ofegantes. Eu segurei o rosto dela, limpando um pouco da terra da bochecha, e o clima mudou de novo.
Ana:
“Você é um perigo, sabia? Tô começando a gostar demais de bagunçar contigo.”
Carlos:
“Bagunçar comigo? Ana, eu tô louco pra bagunçar você inteira, e não é só com terra.”
Ela ficou quieta por um segundo, os olhos fixos nos meus, e então se inclinou, roçando os lábios nos meus de leve, um toque que era quase um teste. Eu não deixei passar. Puxei ela pra mim, e o beijo veio quente, faminto, nossas bocas se encontrando como se a gente tivesse esperado por isso desde o primeiro dia. Minhas mãos desceram pra cintura dela, apertando com força, e ela gemeu baixinho contra mim.
Ana:
“Porra, Carlos... Se você continuar assim, a gente vai ter que estrear esse quintal agora.”
Carlos:
“Quintal, quarto, cozinha... Eu te pego onde você quiser, Ana.”
Ela riu, mas o fogo nos olhos dela dizia que não era brincadeira. A gente se levantou, ainda grudados, e foi pra dentro de casa. Na sala, ela me empurrou contra a parede, subindo as mãos pelo meu peito.
Ana:
“Tô falando sério, hein. Não começa o que você não vai terminar.”
Carlos:
“Terminar? Ana, eu vou é te fazer implorar pra eu parar.”
Ela me beijou de novo, mais fundo, as unhas cravando nas minhas costas por cima da camisa. O calor subia rápido, mas o som do celular dela tocando no quarto nos fez parar, ofegantes. Ela bufou, irritada.
Ana:
“Porra, timing perfeito! Vou pegar isso, mas você me deve, Carlos.”
Carlos:
“Pode mandar a conta quando quiser. Eu pago com juros.”
Ela riu e correu pro quarto, me deixando ali, duro e com a cabeça a mil. Enquanto ela atendia, eu me joguei no sofá, tentando me acalmar. Mas o pensamento no Vitor voltou, só um instante. Eu tinha perdoado ele, mas não contei a verdade. E agora, com a Ana tão perto de ser minha, eu sabia que esse segredo ia pesar mais cedo ou mais tarde. Por enquanto, guardei isso no fundo da mente. O que importava era ela — e o que a gente tava prestes a viver naquela casa.
Depois daquela tarde no quintal, o ar entre mim e a Ana ficou pesado, carregado de uma tensão que a gente não podia mais ignorar. O beijo na sala tinha sido só o começo, e o resto do dia passou com olhares, toques disfarçados e provocações que só aumentavam o fogo. A noite caiu, e a gente decidiu pedir uma pizza pra comemorar a casa nova — mas eu sabia que a verdadeira comemoração tava por vir.
Sentamos no sofá, a pizza aberta na mesinha, mas nenhum dos dois tava muito focado na comida. Ana pegou um pedaço, deu uma mordida lenta e me olhou por cima da fatia, os olhos brilhando.
Ana:
“Você já tá cheio, Carlos? Ou tá guardando espaço pra outra coisa?”
Carlos:
“Kkk, cheia tá você, Ana, de me provocar desde cedo. Acho que a pizza vai ter que esperar.”
Ela riu, largou o pedaço na caixa e se aproximou, subindo no meu colo com uma naturalidade que me pegou desprevenido. As coxas dela encaixaram nas minhas, o shortinho subindo e deixando a pele quente à mostra. Meu pau já tava dando sinal, e ela percebeu, porque deu um sorrisinho malandro enquanto passava os braços pelo meu pescoço.
Ana:
“Você é um perigo, sabia? Tô tentando comer em paz, mas você não deixa.”
Carlos:
“Comer em paz? Ana, eu tô louco pra te devorar desde que você jogou terra em mim hoje.”
Ela riu baixo e se inclinou, roçando os lábios nos meus. Não tinha mais volta. O beijo começou devagar, quase tímido, como se a gente tão estivesse testando o terreno. Mas logo ela abriu a boca, a língua encontrando a minha com um gosto de pizza e algo mais doce, mais dela. Minhas mãos subiram pelas coxas dela, apertando a carne macia, e ela suspirou contra mim, o som me deixando louco.
Ana:
“Porra, Carlos... Vamos pro quarto? Não quero estrear o sofá antes da cama.”
Carlos:
“Quarto, sofá, qualquer lugar. Eu te levo agora.”
Levantei com ela no colo, as pernas dela travadas na minha cintura, e fomos pro quarto aos tropeços, rindo entre beijos. Chegando lá, eu a deitei na cama com cuidado, como se ela fosse algo precioso — porque, pra mim, ela era. Ana me puxou pra cima dela, os olhos brilhando com algo que ia além de tesão. Tinha sentimento ali.
Ela tirou a camiseta que tava usando, revelando os seios firmes, os mamilos já duros sob o tecido fino do sutiã. Eu tirei minha camisa rápido, jogando pro canto, e voltei pra ela, beijando o pescoço dela enquanto minhas mãos desciam pra abrir o short. Ana arqueou o corpo, ajudando, e logo tava só de calcinha, a pele quente sob meus dedos.
Carlos:
“Você é linda pra caralho, Ana...”
Ana:
“Para de falar e me mostra, seu idiota...”
Mas o tom dela era suave, quase um pedido. Tirei minha calça e a cueca, ficando nu na frente dela, e vi os olhos dela percorrerem meu corpo, parando no meu pau duro, pulsando de vontade. Ela abriu as pernas devagar, me chamando sem dizer nada, e eu me encaixei entre elas, sentindo o calor da buceta dela mesmo com a calcinha ainda no caminho.
Beijei ela de novo, agora mais fundo, enquanto minhas mãos subiam pros seios, apertando por cima do sutiã antes de puxar ele pra baixo. Chupei um mamilo devagar, a língua girando em círculos, e ela gemeu baixo, as mãos agarrando meu cabelo. Ana pensava no passado enquanto eu descia os beijos pelo corpo dela — lembrava daquela noite com o Vitor, o pau do Carlos na mão dela, o olhar dele assistindo. Mas agora era diferente. Carlos tava ali por ela, inteiro, sem jogos. Comparado ao Vitor, que sempre quis dividir ela, Carlos a fazia se sentir desejada, única.
Ana:
“Carlos... vai devagar, tá? Eu quero sentir você...”
Eu tirei a calcinha dela, jogando pro lado, e me perdi na visão da buceta dela — rosinha, molhada, pronta pra mim. Passei os dedos ali, sentindo ela tremer, e então me abaixei, beijando a parte interna das coxas antes de chegar onde ela queria. Minha língua encontrou ela quente, o gosto salgado me enchendo a boca enquanto eu chupava devagar, explorando cada pedaço. Ana gemia baixinho, as pernas se abrindo mais, e eu senti ela se entregar.
Carlos:
“Você é gostosa demais, Ana...”
Ela não respondeu, só puxou minha cabeça pra cima, me beijando com urgência. Eu me posicionei, a cabeça do meu pau roçando na entrada dela, e entrei devagar, sentindo ela me engolir centímetro por centímetro. Ana arfou, os olhos fechados, e eu parei um segundo, deixando ela se acostumar. Era doce, quase sagrado, a forma como a gente se conectava ali.
Ana:
“Porra, Carlos... Você é tão... diferente.”
Eu sabia que ela tava pensando no Vitor, mas não perguntei. Comecei a me mover, lento, profundo, sentindo cada gemido dela como uma música. Minhas mãos seguraram as dela, nossos dedos entrelaçados, e eu acelerei só um pouco, o calor dos nossos corpos se misturando. Ela gozou primeiro, o corpo tremendo sob mim, os olhos abertos me encarando com algo que parecia amor. Eu vim logo depois, gozando dentro dela, o prazer me derrubando enquanto eu caía sobre ela, ofegante.
Ficamos abraçados, suados, rindo baixo enquanto o silêncio tomava conta. Aquela primeira vez foi mais que sexo — foi um começo, um marco pra nós dois.
Dois dias depois, o clima na casa tava diferente. A tensão doce tinha dado lugar a uma safadeza que a gente não escondia mais. Era sábado à noite, e a Ana decidiu fazer um jantar simples — arroz, feijão e um bife que ela jurava que ia ficar perfeito. Eu tava na sala, mexendo no rádio, quando ela apareceu na porta da cozinha, só de avental, sem nada por baixo.
Ana:
“E aí, Carlos, quer ajudar ou só vai ficar olhando?”
Carlos:
“Porra, Ana, assim? Se você quer ajuda, eu te como agora mesmo nessa cozinha!”
Ela riu e virou de costas, o avental subindo e mostrando o rabão dela, redondo e perfeito. Meu pau ficou duro na hora, e eu larguei o rádio pra ir atrás. Cheguei por trás, agarrando ela pela cintura, e senti ela empinar contra mim, o tecido do avental roçando minha calça.
Ana:
“Tá com fome, é? Então vem pegar seu prato, safado.”
Carlos:
“Prato? Eu vou é te devorar inteira, sua puta gostosa.”
Ela virou o rosto, me beijando com força, a língua invadindo minha boca enquanto eu puxava o avental pra cima. Minhas mãos foram direto pra bunda dela, apertando com vontade, e ela gemeu alto, se esfregando em mim. Ana pensava no Vitor de novo — ele nunca tinha sido assim, tão bruto, tão faminto por ela. Carlos era puro tesão, um macho que a pegava sem rodeios, e ela adorava isso.
Ana:
“Me fode aqui mesmo, Carlos. Não aguento mais esperar.”
Eu não precisei de mais convite. Tirei a calça e a cueca num segundo, meu pau já babando de vontade. Levantei uma perna dela na bancada, abrindo ela pra mim, e meti de uma vez, sem aviso. Ana gritou, metade surpresa, metade prazer, e eu segurei os quadris dela, bombando forte enquanto a cozinha virava um palco pros nossos gemidos.
Carlos:
“Caralho, Ana, que buceta apertada... Você me mata assim.”
Ana:
“Mata nada, fode mais, porra! Me rasga, vai!”
Ela era puro fogo agora, jogando o corpo pra trás pra me encontrar em cada estocada. Eu puxei o cabelo dela, virando o rosto pra beijá-la enquanto metia mais fundo, o som da pele batendo ecoando no ar. Ela gozou rápido, as pernas tremendo, mas eu não parei — virei ela de frente, deitando ela na bancada, e voltei pra dentro, os olhos dela me desafiando.
Ana:
“Isso, Carlos, me fode como se eu fosse sua. Mostra quem manda aqui.”
Carlos:
“Sua? Você já é minha, safada. Toma essa pica toda.”
Eu meti com tudo, os seios dela quicando a cada movimento, o avental jogado pro lado. Ela cravou as unhas nas minhas costas, gritando meu nome, e eu senti o segundo gozo dela me apertando, quente e molhado. Não aguentei mais — gozei forte, jorrando dentro dela, o corpo colado no dela enquanto a bancada rangia sob nosso peso.
Caímos no chão, rindo, suados e bagunçados. O jantar tava frio, o arroz queimado no fogão, mas a gente não ligava. Ana se aninhou no meu peito, ainda ofegante.
Ana:
“Porra, Carlos, você é um animal... Mas eu amo isso.”
Carlos:
“E eu amo te fazer minha, Ana. De todo jeito.”
Ela riu, e a gente ficou ali, curtindo o depois, sabendo que a casa nova tava sendo devidamente estreada — e que o que vinha pela frente ia ser ainda mais intenso.
Os dias seguintes àquela noite na cozinha foram como um sonho quente e bagunçado. A casa nova virou nosso playground, e a rotina com a Ana misturava o caos do dia a dia com um tesão que não dava trégua. Acordávamos cedo por causa do meu trabalho na firma, mas as manhãs sempre tinham um toque de comédia e provocação.
Numa quinta-feira, eu tava tentando fazer café enquanto Ana saía do banho, enrolada numa toalha que mal cobria o rabo. Ela passou por mim na cozinha, roubando um gole do meu copo antes que eu terminasse.
Ana:
“Porra, Carlos, esse café tá mais fraco que você ontem à noite!”
Carlos:
“Kkk, fraco? Ana, você tava gemendo tanto que eu achei que ia acordar o Seu Zé do outro lado da rua!”
Ana:
“Engraçadinho! Se o Seu Zé ouviu, foi porque você não sabe fazer silêncio, seu animal!”
Ela riu e deu um tapa na minha bunda enquanto eu tentava pegar o copo de volta. Acabei derrubando café na camisa, e ela caiu na gargalhada, apontando pra mim como se eu fosse o maior palhaço do mundo.
Carlos:
“Olha o que você fez, Ana! Agora vou pro trabalho cheirando a café frio!”
Ana:
“Melhor que cheirando a suor, né? Mas vem cá, deixa eu te ajudar...”
Ela se aproximou, ainda de toalha, e passou a mão no meu peito, fingindo limpar a mancha. O pano caiu um pouco, mostrando o decote, e meu pau já tava acordando antes do segundo café. Eu puxei ela pela cintura, colando ela em mim.
Carlos:
“Se você continuar assim, eu perco o horário e te fodo aqui mesmo na pia.”
Ana:
“Pia? Carlos, eu te dou cinco minutos antes de você queimar o dedo no fogão de novo!”
Rimos, mas o beijo que veio depois foi rápido e quente, minha mão descendo pra apertar a bunda dela por baixo da toalha. Ela gemeu baixinho, mas me empurrou de leve, rindo.
Ana:
“Vai trabalhar, seu safado! A gente continua isso mais tarde.”
Saí de casa com um sorriso idiota e uma promessa no ar. As noites eram assim: a gente jantava qualquer coisa — às vezes só pão com manteiga quando o cansaço batia —, e o tesão sempre encontrava um jeito de tomar conta. Num fim de tarde, eu cheguei da firma e encontrei a Ana na varanda, regando as plantas só de calcinha e uma camiseta velha minha. O sol batia nas coxas dela, e eu larguei a mochila na porta.
Carlos:
“Porra, Ana, você quer me matar antes do jantar?”
Ana:
“Kkk, matar? Só tô cuidando das plantas, Carlos. Mas se você quiser cuidar de mim...”
Ela virou de costas, empinando o rabo enquanto jogava água numa samambaia, e eu não resisti. Cheguei por trás, agarrando ela com força, meu pau já duro roçando na bunda dela por cima da calça. Beijei o pescoço dela, mordendo de leve, e ela deixou o regador cair, gemendo.
Ana:
“Carlos, seu tarado... Tá com fome mesmo, hein?”
Carlos:
“Fome de você, safada. Vem cá.”
Virei ela de frente, levantando a camiseta pra chupar os seios dela ali mesmo na varanda. Ela agarrou meu cabelo, puxando com força enquanto eu descia a mão pra dentro da calcinha, sentindo ela molhada pra mim. Dois dedos entraram fácil, e ela jogou a cabeça pra trás, gemendo alto.
Ana:
“Porra, Carlos... Se o Seu Zé ver isso, ele vai ter um troço!”
Carlos:
“Deixa ele assistir, vai aprender alguma coisa!”
Ela riu entre os gemidos, mas me puxou pra dentro antes que eu tirasse a calça. Terminamos no sofá, ela cavalgando em mim com a calcinha jogada pro lado, o corpo suado quicando enquanto eu segurava os quadris dela. Gozamos rápido, ofegantes, rindo da bagunça que ficou — o regador derramado na varanda e a camiseta dela no chão.
Os dias seguiam assim, entre trabalho, brincadeiras e sexo que parecia nunca esfriar. Mas numa sexta-feira, o jogo mudou um pouco. Eu tava na cozinha tentando consertar uma torneira que pingava — Ana tinha jurado que ia chamar um encanador, mas eu quis bancar o macho alfa. Ela tava na sala vendo TV quando a campainha tocou. Eu ouvi a voz dela e levantei a cabeça, curioso.
Era a Jéssica, a corretora. Ela entrou com aquele sorriso de comercial, trazendo um envelope na mão e um vestido vermelho que abraçava cada curva do corpo dela. Eu larguei a chave de fenda e fui pra sala, limpando as mãos na calça.
Jéssica:
“Oi, Carlos! Oi, Ana! Vim trazer o contrato assinado da casa e ver como vocês tão se virando aqui.”
Ana:
“Ô, Jéssica, que surpresa! Tamo de boa, né, Carlos? Só tentando não afogar a casa com essa torneira idiota.”
Carlos:
“Kkk, é verdade. Mas valeu, Jéssica. Quer uma água ou algo assim?”
Jéssica:
“Água seria ótimo. Mas olha, Carlos, você tá todo sujo de graxa! Quer ajuda pra limpar isso?”
Ela se aproximou, passando a mão no meu braço como quem não quer nada, e eu vi os olhos da Ana faiscarem na hora. Ela se levantou do sofá, cruzando os braços.
Ana:
“Ele sabe se limpar sozinho, Jéssica. Né, amor? Ou você tá precisando de uma corretora pra te esfregar agora?”
Carlos:
“Kkk, relaxa, Ana. Eu me viro. Mas valeu a oferta, Jéssica.”
Jéssica:
“Kkk, calma, Ana, só brincando! Vocês formam um casal tão fofo, não resisto em zoar um pouco.”
Ana:
“Casal? A gente é... bom, deixa pra lá. Senta aí, Jéssica, mas sem ideias de decorar meu homem junto com a casa, hein!”
Jéssica riu e sentou, mas o clima ficou engraçado e tenso ao mesmo tempo. Enquanto eu pegava a água, Ana se grudou em mim na cozinha, sussurrando no meu ouvido.
Ana:
“Essa mulher não desiste, né? Tá achando que vai te roubar de mim com esse vestido de piranha!”
Carlos:
“Kkk, roubar? Ana, você já me tem na palma da mão. Mas confessa, você fica linda com ciúmes.”
Ela me deu um tapa no peito, mas sorriu, e quando voltei pra sala com a água, ela ficou do meu lado o tempo todo, marcando território. Jéssica ficou uns vinte minutos, falando sobre o bairro e jogando umas indiretas que Ana rebatia com sarcasmo afiado. Quando ela foi embora, Ana trancou a porta com força e virou pra mim.
Ana:
“Essa corretora metida... Se ela aparecer de novo, eu juro que te amarro na cama pra ela não ter chance!”
Carlos:
“Amarrar na cama? Ana, se for você me amarrando, eu topo até sem corretora!”
Ela riu e me puxou pra um beijo, as mãos descendo pra minha calça com uma urgência que mostrava que o ciúme tinha acendido ela. Terminamos trepando ali na sala mesmo, ela de quatro no tapete, eu metendo forte enquanto ela gemia alto, como se quisesse provar que eu era dela. Foi rápido, suado, e acabamos rindo no chão, com ela me dando um soco de leve no ombro.
Ana:
“Você é meu, tá? Nada de Jéssicas por aí!”
Carlos:
“Só você, Ana. Sempre você.”
Os dias voaram assim, entre trabalho, risadas e sexo que parecia parte do ar da casa. Mas o fim de semana trouxe algo que eu não esperava. Era domingo à tarde, e a gente tava na varanda de novo — eu com uma cerveja na mão, Ana deitada no meu colo, só de short e top, me provocando enquanto passava os dedos no meu peito.
Ana:
“Sabe, Carlos, eu podia te fazer um strip aqui na varanda agora. O que acha?”
Carlos:
“Porra, Ana, você quer me matar? Faz isso e eu te pego na frente do bairro inteiro!”
Ela riu alto, subindo no meu colo, e me beijou com vontade, as mãos já descendo pra abrir meu cinto. Eu tava perdido nela, o tesão subindo rápido, quando ouvi um barulho na cerca. Levantei os olhos, e meu coração parou.
Era o Vitor. Ele tava ali, parado, com uma expressão que misturava choque e dor. A lata de cerveja que ele segurava caiu no chão, o som ecoando enquanto ele nos encarava — Ana no meu colo, as mãos dela na minha calça, o clima inegável entre nós.
Vitor:
“Que porra é essa, Carlos? Ana?!”
Ana:
“Vitor? Caralho, o que você tá fazendo aqui?!”
Ela pulou do meu colo, tentando se ajeitar, mas o estrago tava feito. Eu me levantei, o coração na boca, sem saber o que dizer.
Carlos:
“Mano, calma, eu posso explicar...”
Vitor:
“Explicar o quê, porra? Minha ex-mulher no seu colo? Quanto tempo vocês tão me fazendo de idiota?!”
Ana:
“Vitor, não é assim, porra! Eu não te devo mais nada, lembra?”
Vitor:
“E você, Carlos? Meu irmão, hein? Me perdoa na frente e me fode pelas costas?”
Ele deu um passo pra trás, os olhos vermelhos, e eu senti o peso do segredo que eu tinha guardado explodir na minha cara. Antes que eu pudesse falar mais, ele virou e saiu, batendo o portão com força. Ana me olhou, o rosto pálido, mas segurou minha mão.
Ana:
“Merda, Carlos... Ele não ia entender mesmo.”
Carlos:
“Eu devia ter falado com ele antes, Ana. Isso vai foder tudo.”
Ela apertou minha mão mais forte, os olhos firmes nos meus.
Ana:
“A gente vai resolver isso. Mas agora somos nós, tá? Ele não muda isso.”
Ficamos ali, o silêncio pesando, o barulho da lata rolando na rua ainda ecoando na minha cabeça. A casa nova, que tinha sido nosso refúgio, agora carregava uma sombra. E eu sabia que o próximo encontro com o Vitor não ia ser só uma conversa
ANA!
Os dias depois do flagra do Vitor foram estranhos. A casa, que antes era nosso canto de risadas e tesão, agora parecia carregada de um silêncio que eu e o Carlos tentávamos ignorar. Não falávamos muito sobre o que tinha rolado na varanda — ele saía pro trabalho com um peso nos ombros, e eu ficava arrumando coisas que não precisavam de arrumação, só pra ocupar a cabeça. Mas naquela quarta-feira, eu resolvi sair pra respirar, comprar umas coisas no mercado e tentar tirar o Vitor da mente por umas horas.
O sol tava forte, e eu caminhei até o mercadinho do bairro, com uma bolsa jogada no ombro e o cabelo preso num rabo de cavalo bagunçado. Entrei, peguei um carrinho e comecei a andar pelos corredores, distraída, quando ouvi uma voz que me fez congelar.
Jéssica:
“Ana? É você mesmo ou eu tô vendo miragem nesse calor?”
Virei o rosto e lá tava ela — Jéssica, a corretora metida a femme fatale, com uma cesta na mão e um sorriso que parecia debochar da minha cara de surpresa. Ela usava um macacão jeans curto, que marcava a cintura e deixava as pernas bronzeadas de fora, o cabelo solto caindo em ondas perfeitas. Tinha que admitir: a mulher era um espetáculo, mas eu não ia dar esse gosto a ela.
Ana:
“Jéssica? Caramba, você tá me perseguindo agora? Primeiro minha casa, agora o mercado?”
Jéssica:
“Kkk, persegue nada, Ana! Eu moro aqui perto, acredita? Esse é meu point de compras. Mas adorei te encontrar, você tá com uma cara de quem precisa de um café — ou de algo mais forte.”
Ela deu uma piscadinha, e eu revirei os olhos, mas não consegui segurar um sorriso. O jeito dela era irritante, mas tinha um charme que desarmava. Peguei um pacote de macarrão do corredor e joguei no carrinho, tentando manter a pose.
Ana:
“Café eu aceitaria, mas com você? Acho que ia precisar de algo mais forte mesmo pra aguentar suas indiretas!”
Jéssica:
“Indiretas? Eu? Sou direta, gata. Inclusive, você tá linda assim, toda desgrenhada. Dá um ar de quem acabou de sair de uma noite agitada com o Carlos.”
Ela se aproximou pra pegar um vidro de molho na prateleira, roçando o braço no meu de propósito, e eu senti um calor subir — não sei se era raiva ou outra coisa. O tom dela era leve, brincalhão, mas tinha algo mais ali, uma provocação que me pegou desprevenida.
Ana:
“Olha quem fala, Jéssica. Você com esse macacão parece que tá pronta pra desfilar, não pra comprar macarrão!”
Jéssica:
“Kkk, desfilar pra quem? Pros velhos do caixa? Ou pra você, quem sabe? Você já me olhou tanto que eu tô começando a gostar.”
Ela inclinou o corpo, apoiando a mão no carrinho, e me encarou com um sorriso torto. Eu ri alto, tentando disfarçar o nervoso, mas meus olhos traíram e desceram rápido pelo corpo dela. Ela percebeu e jogou o cabelo pra trás, se aproveitando.
Ana:
“Para, Jéssica, você tá ficando louca! Eu olho porque você não para de se exibir, só isso!”
Jéssica:
“Sei, Ana. Mas confessa, eu te deixo curiosa, né? Aposto que o Carlos não ia reclamar se eu aparecesse pra um jantar a três...”
O tom era pura zoação, mas os olhos dela brilharam de um jeito que me fez engolir em seco. Por um segundo, imaginei a cena — ela na nossa mesa, aquele corpo, aquele sorriso —, e um calor subiu pelo meu pescoço. Sacudi a cabeça, rindo pra espantar o pensamento.
Ana:
“Jantar a três? Você ia é queimar o jantar tentando impressionar, Jéssica! E eu não divido meu prato com ninguém, nem comida, nem... outras coisas.”
Jéssica:
“Kkk, possessiva, hein? Mas olha, Ana, se um dia você cansar do Carlos, me avisa. Eu tenho um lado que você ia adorar conhecer.”
Ela deu um passo pra mais perto, o perfume dela — algo floral e doce — invadindo meu espaço, e passou a mão de leve no meu braço, num toque que era ao mesmo tempo brincalhão e sensual. Eu dei um passo pra trás, rindo, mas o coração tava acelerado.
Ana:
“Você é um perigo, Jéssica! Mas eu fico com o meu Carlos, tá? Ele já me dá trabalho suficiente!”
Jéssica:
“Justo! Mas se mudar de ideia, eu tô por aí. E, sério, vocês dois são um casalzinho que dá gosto de zoar. Cuida dele pra mim, hein?”
Ela piscou de novo e seguiu pro caixa, o rebolado natural marcando cada passo. Eu fiquei ali, o carrinho parado, sentindo um misto de graça e algo que eu não queria admitir — um tesão leve, inesperado, que me pegou de surpresa. Peguei o resto das coisas rápido e voltei pra casa, a cabeça girando entre o flerte bobo da Jéssica e o peso que o Vitor tinha deixado na gente.
Quando cheguei, Carlos tava no sofá, mexendo no celular, ainda com a camisa da firma e cara de quem tava perdido em pensamentos. Larguei as sacolas na cozinha e me joguei do lado dele, decidindo contar tudo — ou quase tudo.
Ana:
“Você não vai acreditar quem eu encontrei no mercado.”
Carlos:
“Quem? O Seu Zé vendendo pinga no corredor?”
Ana:
“Kkk, não! A Jéssica, sua corretora favorita. Ela tava lá, toda produzida, jogando indiretas como se eu fosse o próximo contrato dela!”
Carlos levantou a sobrancelha, rindo, e largou o celular no canto.
Carlos:
“Sério? E o que ela queria? Me trocar por outra casa?”
Ana:
“Pior! Ela me cantou, Carlos! Disse que eu ia adorar conhecer o lado dela, que eu tava linda desgrenhada... e eu juro que ela me deu um toque que até me deixou... sei lá, com um calor estranho.”
Eu ri, tentando manter leve, mas vi os olhos dele brilharem com curiosidade e algo mais. Ele se aproximou, puxando minhas pernas pro colo dele.
Carlos:
“Calor estranho? Ana, você tá me dizendo que a Jéssica te deixou com tesão?”
Ana:
“Kkk, não exagera! Foi só... sei lá, uma zoação que mexeu comigo. Mas eu disse que você já me dá trabalho suficiente, então ela que se vire!”
Carlos riu alto, mas as mãos dele subiram pelas minhas coxas, apertando de leve enquanto ele me olhava com um fogo que eu conhecia bem.
Carlos:
“Então a Jéssica te acendeu, e eu que vou apagar o fogo? Tá justo isso.”
Ana:
“Justo pra caralho, né? Mas sério, ela é um caso. Você já imaginou ela na nossa mesa, jogando esse charme todo?”
Eu tava brincando, mas a imagem voltou — Jéssica, o sorriso, o toque —, e misturada com o olhar do Carlos, me deixou quente de novo. Ele me puxou pra mais perto, as mãos agora na minha cintura, e me beijou devagar, a língua explorando minha boca como se quisesse apagar qualquer outro pensamento.
Carlos:
“Imagina o que quiser, Ana, mas agora sou eu aqui. E eu te quero só pra mim.”
O beijo ficou mais fundo, e eu subi no colo dele, sentindo o pau dele duro por baixo da calça. Minhas mãos foram pro cabelo dele, puxando com força, e ele gemeu baixo, deslizando os dedos por baixo da minha blusa. O clima era leve, mas o tesão tava ali, quente e simples. Eu pensava no Vitor por um segundo — o jeito que ele olhou pra gente, a dor nos olhos dele —, e me perguntei como o Carlos ia lidar com isso. Mas o toque dele me trouxe de volta.
Ana:
“Porra, Carlos... Você me ganha fácil assim, sabia?”
Carlos:
“E você me deixa louco fácil assim, Ana. Vem cá, deixa eu te mostrar.”
Ele me levantou, me carregando pro quarto com um sorriso bobo, e me jogou na cama com cuidado. Tirei a blusa rápido, e ele veio por cima, beijando meu pescoço enquanto abria meu short. Era leve, quase uma dança, a gente rindo entre os beijos. Ele tirou a calça, e eu puxei ele pra mim, as pernas abertas o chamando. Ele entrou devagar, me enchendo com um gemido baixo, e eu me perdi no calor dele.
Ana:
“Você é gostoso pra caralho, Carlos...”
Carlos:
“E você é minha, Ana. Só minha.”
Ele meteu mais fundo, mas sem pressa, os olhos fixos nos meus enquanto eu arranhava as costas dele. O prazer veio suave, um gozo que me fez tremer nos braços dele, e ele gozou logo depois, caindo do meu lado com um suspiro satisfeito. Ficamos ali, abraçados, o suor misturado, rindo baixo enquanto o peso do Vitor voltava devagar.
Ana:
“Sabe, Carlos... O Vitor ainda tá na minha cabeça. Como você vai lidar com ele?”
Carlos:
“Eu sei, Ana. Ele tá na minha também. Mas a gente vai resolver isso juntos, tá? Por agora, deixa ele de lado. Somos nós aqui.”
Eu assenti, mas o pensamento ficou. Jéssica tinha animado meu dia, me dado um alívio cômico e um tesão inesperado, mas o Vitor era uma sombra que não ia embora fácil. E enquanto eu me aninhava no peito do Carlos, sentindo o calor dele, sabia que o próximo passo dessa história ia ser mais complicado do que qualquer flerte no mercado.
Eu nunca fui boa em ficar remoendo as coisas, mas depois do flagra do Vitor na varanda, parecia que o passado tava me rondando como um cachorro atrás de osso. O Carlos saía pro trabalho todo dia tentando fingir que tava tudo bem, mas eu via nos olhos dele que ele tava preocupado com o que ia rolar com o Vitor. Eu também tava, mas tentava me distrair — varria a casa, mexia nas plantas, fazia café forte pra acordar a cabeça. Até que, numa tarde de quinta, resolvi sair pra pegar pão na padaria do bairro. Precisava de ar, de movimento, de qualquer coisa que me tirasse daquele looping na minha mente.
O sol tava começando a baixar, e o calor tinha dado uma trégua. Caminhei pelas ruas conhecidas, a bolsa balançando no ombro, quando vi uma figura que me fez parar no meio da calçada. Era a Natália. Ela tava saindo de uma lojinha de conveniência, carregando uma sacola, o cabelo preso num coque frouxo e um vestido soltinho que não escondia as curvas que o Carlos já tinha elogiado um dia. Meu estômago revirou na hora. Não falava com ela desde que o Carlos saiu de casa, desde que descobri o lance dela com o Vitor e a cinta. E agora lá tava ela, a poucos metros de mim.
Ela me viu antes que eu pudesse decidir se virava o rosto. Os olhos dela arregalaram por um segundo, mas logo endureceram, como se tivesse colocado uma máscara.
Natália:
“Ana? Caralho, você por aqui? Achei que tinha sumido de vez.”
O tom dela era ácido, quase um desafio, e eu senti o sangue subir. Respirei fundo, tentando manter a calma, mas minha voz saiu cortante mesmo assim.
Ana:
“Sumido? Eu? Quem saiu da minha vida foi você, Natália. Ou você esqueceu como me apunhalou pelas costas?”
Ela deu um passo pra frente, largando a sacola no chão como se preparasse pra uma briga de rua. O olhar dela era puro veneno, mas tinha um quê de culpa que ela não conseguia esconder.
Natália:
“Apunhalou? Ana, você que foi embora, que largou o Vitor e me deixou pra trás como se eu fosse nada! Eu era sua amiga, porra, e você nem olhou pra trás!”
Ana:
“Amiga? Amiga não fode meu ex-marido com uma cinta enquanto eu tô tentando reconstruir minha vida, Natália! Você e o Vitor me fizeram de palhaça, e agora quer jogar a culpa em mim?”
Minha voz subiu, e eu senti as lágrimas querendo vir, mas segurei firme. Ela abriu a boca pra retrucar, o rosto vermelho, mas antes que pudesse dizer mais, uma voz cortou o ar.
Jéssica:
“Eita, que clima é esse aqui? Dá pra sentir a tensão de longe!”
Virei a cabeça, surpresa, e lá tava a Jéssica, saindo de um carro estacionado do outro lado da rua. Ela vinha com aquele sorriso de quem adora uma confusão, o cabelo solto balançando no vento e um short jeans que gritava confiança. Natália franziu a testa, claramente sem entender quem ela era, mas eu senti um alívio estranho — como se uma aliada tivesse aparecido do nada.
Ana:
“Jéssica? O que você tá fazendo aqui?”
Jéssica:
“Passando pra ver uma cliente, mas vi você e essa... moça aqui armando um barraco e resolvi salvar o dia. Quem é ela, Ana? Uma ex que você não me contou?”
Ela deu uma piscadinha pra mim, mas o tom era debochado o suficiente pra irritar a Natália ainda mais. Eu ri sem querer, mas mantive os olhos na minha ex-amiga.
Ana:
“Ex-amiga, Jéssica. Natália, essa é a Jéssica. Ela me ajudou a encontrar a casa nova — a que eu divido com o Carlos agora.”
O nome do Carlos caiu como uma bomba. Natália arregalou os olhos, e eu vi a raiva dela virar algo mais confuso, mais ferido.
Natália:
“Carlos? Você tá com o Carlos? Porra, Ana, você não perde tempo, hein? Primeiro abandona o Vitor, agora rouba o cara que eu...”
Ela parou, engolindo o resto da frase, mas eu sabia o que ela ia dizer. Minha vontade foi gritar, mas Jéssica se meteu entre nós, levantando as mãos como árbitra.
Jéssica:
“Calma, meninas! Isso tá parecendo novela mexicana, e eu amo um drama, mas ninguém precisa sair no tapa aqui. Natália, foi mal, mas a Ana tá feliz com o Carlos. E você, Ana, respira fundo antes que eu tenha que te carregar pra casa!”
Natália me lançou um último olhar, pegou a sacola e virou as costas, batendo o pé enquanto se afastava. Eu fiquei ali, o coração disparado, o peso do Vitor e da traição dela voltando com tudo. Jéssica colocou a mão no meu ombro, me trazendo de volta.
Jéssica:
“Tá tudo bem, Ana? Quem era essa furiosa?”
Ana:
“Minha ex-melhor amiga... É uma longa história, Jéssica. Mas valeu por aparecer. Acho que eu ia acabar fazendo merda se você não tivesse chegado.”
Jéssica:
“Kkk, eu sou o anjo da guarda que você não pediu! Vem, te levo pra casa. Você tá precisando de um café ou uma cerveja, e eu quero saber mais desse rolo todo.”
Eu hesitei, mas o jeito dela — leve, provocador, mas estranhamente acolhedor — me convenceu. Peguei minhas coisas no mercado rapidinho, e fomos pro carro dela. No caminho, fiquei quieta, pensando no Vitor, no Carlos, na Natália. Como tudo tinha virado esse caos? Jéssica me olhou de lado, quebrando o silêncio.
Jéssica:
“Tá com cara de quem viu fantasma, Ana. Relaxa, você tá viva, tá com o Carlos, e eu não vou te cobrar pra me contar o que rolou.”
Ana:
“Kkk, você é um caso, Jéssica. Tá bom, quando chegar em casa eu te conto. Mas já aviso que é uma bagunça.”
Chegamos na casa, e eu abri a porta, ainda sentindo o eco da briga com a Natália. Jéssica entrou atrás de mim, jogando a bolsa no sofá como se fosse dona do lugar. Peguei duas cervejas na geladeira e sentei com ela na sala, o peso do dia me puxando pra baixo.
Ana:
“Tá, Jéssica, quer saber? Eu era casada com o Vitor. Ele era meu mundo, mas começou a ficar obcecado com umas ideias loucas — me ver com outros caras, trocar casais, essas merdas. Uma noite, ele me ofereceu o Carlos, meu amigo, pra... você sabe. Eu entrei na dele, mas foi o fim. Saí de casa, larguei tudo.”
Jéssica ouviu em silêncio, os olhos arregalados, tomando um gole da cerveja. Eu continuei, o peito apertado.
Ana:
“A Natália era minha melhor amiga. Depois que eu saí, ela ficou com o Carlos. Até aí, tudo bem, eu tava fora da jogada. Mas aí descobri que ela e o Vitor tavam se pegando pelas minhas costas, e não era só isso — ela tava comendo ele com uma cinta, Jéssica! Meu ex-marido e minha ex-amiga, fazendo coisas que eu nem imaginava!”
Jéssica engasgou com a cerveja, rindo alto e batendo no peito pra se recuperar.
Jéssica:
“Porra, Ana, isso é melhor que reality show! Uma cinta? Sério? Eu sabia que vocês tinham história, mas isso é nível expert!”
Ana:
“Kkk, pode rir, mas na hora não teve graça nenhuma. O Carlos pegou eles no flagra e terminou tudo com ela. Aí eu voltei, e agora eu e ele... bom, a gente tá junto. Mas o Vitor apareceu aqui outro dia, viu a gente na varanda e pirou. Tô com medo do que ele vai fazer, Jéssica.”
Ela parou de rir, me olhando com um misto de pena e curiosidade. Passou a mão no meu braço, num gesto que era quase carinhoso demais pra ela.
Jéssica:
“Caralho, Ana, vocês vivem num furacão, hein? Mas olha, o Carlos te ama, dá pra ver. E esse Vitor... ele que se foda. Você merece estar feliz depois dessa novela toda.”
Eu suspirei, sentindo o peso aliviar um pouco. A cerveja tava gelada, o papo com a Jéssica tava me animando, e a casa parecia viva de novo. Aí ela se inclinou, o sorriso voltando com malícia.
Jéssica:
“Sabe, Ana, eu ainda acho que vocês dois são quentes juntos. Mas se precisar de uma terceira pra apimentar, eu me candidato!”
Ana:
“Kkk, você não presta, Jéssica! Mas fica pra próxima vida, tá? O Carlos já me dá trabalho demais.”
A gente riu, e o clima ficou leve, mas eu sabia que ela tava só brincando — ou quase. O dia passou rápido com ela ali, e quando o sol caiu, eu convidei ela pra ficar pra um jantar improvisado. Ela topou na hora, e eu comecei a mexer na cozinha, pensando no Carlos e no Vitor enquanto fritava uns bifes.
Ele chegou umas sete da noite, a camisa suada da firma e um olhar cansado que mudou quando viu a Jéssica na sala. Eu tava na cozinha, e ele veio direto pra mim, me abraçando por trás enquanto eu virava o arroz.
Carlos:
“Porra, Ana, a Jéssica aqui de novo? O que eu perdi?”
Ana:
“Kkk, muita coisa, amor. Pega uma cerveja pra ela e senta aí que eu te conto.”
Ele me deu um beijo no pescoço, as mãos descendo pra minha cintura, e eu senti o calor dele me acender mesmo com o dia pesado. Jéssica gritou da sala:
Jéssica:
“Ei, Carlos, traz duas! E não me deixa esperando enquanto você agarra a Ana aí!”
Carlos:
“Kkk, calma, Jéssica, já vou! Mas a Ana é irresistível, fazer o quê?”
Ele pegou as cervejas e foi pra sala, e eu terminei o jantar — arroz, feijão, bife e uma salada meia-boca que era o melhor que eu podia fazer. Sentamos na mesinha da sala, os três espremidos, e o clima ficou quente rapidinho, mas não só por causa da comida.
Ana:
“Então, Carlos, hoje eu trombei com a Natália no mercado. Foi um barraco, mas a Jéssica apareceu pra me salvar.”
Carlos:
“Sério? Natália? Porra, Ana, você tá bem?”
Ana:
“Tô, graças a ela. Mas foi foda, amor. Ela jogou tudo na minha cara, como se eu fosse a vilã da história.”
Jéssica:
“E eu cheguei bem na hora do tapa, Carlos! Sua mulher é brava, hein? Mas eu gosto dela assim, toda feroz.”
Ela deu uma piscadinha pra mim, e eu ri, mas o Carlos levantou a sobrancelha, entrando na brincadeira.
Carlos:
“Feroz, né? Eu sei bem, Jéssica. Mas o que você tá fazendo aqui além de salvar o dia?”
Jéssica:
“Kkk, vim comer o jantar da Ana e zoar vocês dois. Vocês são um casal que dá gosto de provocar. Olha, Ana, se o Carlos não te tratar bem, eu te roubo pra mim!”
Ela se inclinou na mesa, o decote do macacão mostrando mais do que precisava, e eu senti um calor subir — não de ciúmes, mas de algo mais travesso. Carlos riu, mas me puxou pra mais perto, a mão na minha coxa por baixo da mesa.
Ana:
“Roubar? Jéssica, você ia ter que cozinhar pra mim, e eu sei que você só sabe queimar água!”
Jéssica:
“Kkk, verdade, mas eu compensaria de outros jeitos, Ana. Sou boa em... aquecer as coisas.”
O tom dela era puro deboche, mas os olhos brilharam, e eu troquei um olhar com o Carlos que dizia tudo. Ele apertou minha coxa, o polegar roçando a pele, e eu mordi o lábio, sentindo o tesão voltar.
Carlos:
“Aquecer as coisas? Jéssica, aqui já tá um forno com a Ana do meu lado. Você ia derreter rapidinho.”
Ana:
“Derreter, sei. Mas olha, Carlos, se a Jéssica ficar, ela vai ter que lavar a louça pra pagar o jantar!”
Jéssica:
“Lavar louça? Prefiro lamber o prato do que sujar as mãos, Ana!”
A gente caiu na gargalhada, mas o ar tava carregado de provocações que iam além da brincadeira. O jantar terminou com a mesa bagunçada, as cervejas vazias e um clima que misturava risadas com algo mais quente. Jéssica se levantou, pegando a bolsa.
Jéssica:
“Valeu, casal. Foi um prazer, como sempre. Ana, se precisar de mim pra mais barracos, me chama. E Carlos, cuida dela, hein? Ela é um espetáculo.”
Ana:
“Kkk, vai com calma, Jéssica. E obrigada por hoje, sério.”
Ela saiu, e eu me virei pro Carlos, o coração ainda acelerado da tensão com a Natália e do fogo que o jantar tinha acendido. Ele me puxou pra um beijo, lento e quente, as mãos subindo pela minha blusa enquanto eu pensava no Vitor, na Natália, e em como tudo tava tão fora de controle. Mas ali, com ele, eu me sentia viva.
Ana:
“Você é meu porto seguro, sabia? Mesmo com essa bagunça toda.”
Carlos:
“E você é o meu, Ana. Vamos enfrentar o que vier juntos.”
A noite terminou com a gente no quarto, os corpos se encontrando num sexo que era mais alívio que tesão puro, mas que selava o que éramos agora — um time, mesmo com o passado batendo à porta.
Era uma tarde de sábado preguiçosa, o tipo de dia que eu e o Carlos normalmente passávamos jogados no sofá ou zoando na varanda. Ele tinha saído pra resolver algo na firma — uma entrega extra que o chefe jogou no colo dele —, e eu fiquei em casa, mexendo nas plantas da varanda e tentando não pensar no Vitor, na Natália ou no peso que pairava desde aquele flagra. O sol tava baixo, o calor abafado, e eu tava de short e uma regata velha, suada e com terra nas mãos, quando a campainha tocou.
Abri a porta sem nem pensar, e lá tava a Jéssica, com aquele sorriso de quem sabe que é um evento por si só. Ela usava uma saia rodada curtinha e uma blusa cropped que deixava a barriga tanquinho à mostra, o cabelo solto caindo como uma cortina perfeita. Carregava uma garrafa de vinho na mão e um olhar que dizia que ela não tava ali só pra uma visita casual.
Jéssica:
“Surpresa, Ana! Trouxe um mimo pra gente relaxar. O Carlos tá em casa ou eu vou ter você só pra mim hoje?”
Eu ri, limpando as mãos na regata, e deixei ela entrar, ainda achando que era mais uma das provocações dela. O jeito dela sempre tinha essa malícia divertida, e eu tava acostumada a rebater na mesma moeda.
Ana:
“Ele saiu, mas volta mais tarde. E você, Jéssica, tá achando que vinho vai me conquistar tão fácil?”
Jéssica:
“Kkk, conquistar? Ana, eu só quero te ver soltinha. Você tá com essa cara de quem precisa de um break, e eu sou ótima em quebrar tensões!”
Ela piscou, entrando na sala como se fosse dona do pedaço, e eu fechei a porta, balançando a cabeça. Peguei duas taças na cozinha, e a gente sentou no sofá, o vinho tinto enchendo o ar com um cheiro doce que misturava com o calor do dia. O papo começou leve — ela falando de clientes chatos na imobiliária, eu contando sobre o fiasco do Carlos tentando consertar a torneira de novo —, mas o clima mudou devagar, como uma onda que você não vê vindo.
Jéssica se inclinou pra encher minha taça, o braço roçando no meu de propósito, e ficou mais perto do que precisava, os olhos fixos nos meus. Eu ri, achando que era só ela sendo ela.
Ana:
“Porra, Jéssica, você tá quase no meu colo! Tá querendo derrubar o vinho ou me derrubar?”
Jéssica:
“Kkk, e se for os dois, Ana? Você é gostosa demais pra ficar só com esse short sujo de terra. Deixa eu te ajudar a relaxar de verdade.”
O tom dela era brincalhão, mas tinha um fogo ali que eu não tinha captado antes. Ela passou a mão no meu cabelo, tirando uma mecha do rosto, e os dedos demoraram na minha nuca, descendo devagar pro ombro. Meu corpo reagiu antes da minha cabeça — um calor subiu pelo pescoço, o coração acelerou —, e eu dei um gole no vinho pra disfarçar, rindo.
Ana:
“Você é louca, Jéssica! Para de zoar, vai, antes que eu te jogue na varanda!”
Mas ela não parou. Se aproximou mais, a coxa dela encostando na minha, e o perfume dela — aquele floral doce que eu já conhecia — me envolveu. Ela mordeu o lábio, os olhos descendo pro meu decote, e falou baixo, quase um sussurro.
Jéssica:
“Não é zoação, Ana. Você já pensou como ia ser eu e você? Só uma vez, pra sentir. Você é quente pra caralho, e eu tô louca pra te provar.”
O ar mudou. Não era mais brincadeira. Ela inclinou o rosto, os lábios a centímetros dos meus, e eu senti o calor da respiração dela, o vinho na boca dela misturado com o desejo puro que eu não esperava. Meu corpo tava em chamas — os mamilos endurecendo sob a regata, um pulsar entre as pernas —, e por um segundo eu quase cedi, imaginando a boca dela na minha, as mãos dela descendo. Mas aí a ficha caiu.
Eu me levantei do sofá num pulo, derrubando um pouco de vinho na almofada, o coração disparado e a raiva subindo tão rápido quanto o tesão tinha vindo.
Ana:
“Que porra é essa, Jéssica?! Você tá louca? Eu achei que era brincadeira, mas você tá falando sério? Eu não sou assim, caralho!”
Jéssica levantou as mãos, surpresa, mas sem perder o sorriso, como se ainda achasse que podia me dobrar.
Jéssica:
“Calma, Ana! Tá tudo bem, eu só... você é incrível, e eu quis tentar. Não precisa surtar, foi só um momento!”
Ana:
“Um momento? Você tá tentando me comer na minha própria casa, porra! Eu tenho o Carlos, Jéssica, e mesmo que eu não tivesse, eu não sou seu brinquedo pra você testar suas fantasias!”
Eu tava tremendo, indignada, o rosto quente de raiva e de um resto de tesão que eu não queria admitir. Enquanto gritava, minha cabeça girava. Com o Vitor, eu nunca teria nem imaginado uma cena assim — ele era controlador, fechado, mesmo com suas ideias loucas de me dividir. Mas com o Carlos, eu tinha mudado. Ele me deixava livre, segura, e minha mente tinha se aberto de um jeito que eu nem reconhecia. O tesão com a Jéssica tinha sido real, por um segundo, e isso me assustava pra caralho.
Jéssica:
“Tá bom, tá bom, Ana! Me desculpa, eu passei do ponto. Você é linda, e eu me empolguei, mas não vou forçar nada. Amigos?”
Ela estendeu a mão, o olhar agora mais suave, e eu respirei fundo, ainda puta, mas sem querer explodir a casa por causa dela.
Ana:
“Amigos, Jéssica, mas sem essa merda de novo, tá? Pega seu vinho e fica na sua, ou eu te boto pra fora na próxima!”
Ela riu, pegando a garrafa, e ficou mais um pouco, o clima voltando a um leve constrangimento que a gente disfarçava com piadas. Quando ela foi embora, eu tranquei a porta e me joguei no sofá, o coração ainda acelerado. Minha mente tava uma bagunça — o Vitor nunca me deixou sentir isso, essa liberdade de desejar, de me assustar comigo mesma. O Carlos tinha aberto essa porta, e eu não sabia se gostava ou odiava isso.
Quando ele chegou, já era noite. Eu tava na cozinha, mexendo num macarrão meia-boca, ainda com a cabeça a mil. Ele entrou, largando a mochila no canto, e me abraçou por trás, beijando meu pescoço como sempre fazia.
Carlos:
“Tá cheirosa, Ana. O que rolou hoje?”
Eu virei pra ele, o fogo da raiva voltando, mas misturado com algo quente que eu não conseguia controlar. Larguei a colher na pia e encarei ele, as palavras saindo como um trovão.
Ana:
“Você não vai acreditar, Carlos. A Jéssica veio aqui hoje, trouxe um vinho e começou a me provocar como sempre. Eu achei que era zoação, mas aí ela me cantou de verdade, porra! Tentou me beijar, me pegou de jeito no sofá, e eu quase... caralho, eu quase deixei, mas me levantei e mandei ela se foder!”
Ele arregalou os olhos, a boca entreaberta, e eu vi o ciúme brilhar ali, mas também um tesão que ele não escondia. Ele deu um passo pra perto, as mãos na minha cintura, o olhar fixo no meu.
Carlos:
“Quase deixou? Porra, Ana, você e a Jéssica? Conta mais, vai, eu quero saber cada detalhe.”
Eu tava puta, mas a voz dele, rouca e quente, me desarmou. Respirei fundo, o corpo ainda tremendo da adrenalina.
Ana:
“Ela tava no sofá, Carlos, toda colada em mim, o vinho na mão, dizendo que eu sou gostosa, que queria me provar. Os olhos dela tavam pegando fogo, ela passou a mão no meu cabelo, desceu pro ombro, e eu senti ela tão perto que meu corpo... porra, meu corpo quis, mas eu não sou assim! Eu gritei com ela, mandei parar, mas antes disso eu... eu quase beijei ela, caralho!”
Ele me puxou pra ele, os olhos escuros de desejo e ciúmes, e me beijou com força, as mãos apertando minha bunda por cima do short. Eu gemi contra a boca dele, a raiva se misturando com o tesão que ele tava sentindo — e que eu tava sentindo de novo, só de contar.
Carlos:
“Porra, Ana, você quase se pegando com a Jéssica? Eu fico puto só de imaginar ela te tocando, mas... caralho, isso me deixou duro pra cacete.”
Ana:
“Você é louco, Carlos! Eu tava indignada, e você tá com tesão? Mas confessa, você queria ver, né, seu tarado?”
Ele riu, me levantando pra me sentar na bancada, as mãos subindo por baixo da regata enquanto me beijava o pescoço, mordendo de leve.
Carlos:
“Queria ver você mandando ela se foder, isso sim. Mas agora eu te quero, Ana. Só você.”
Ele abriu meu short rápido, puxando ele pra baixo junto com a calcinha, e eu abri as pernas, ainda puta com a Jéssica, mas louca por ele. Ele me penetrou ali mesmo, na cozinha, o pau duro me enchendo enquanto eu agarrava os ombros dele, gemendo alto. Era quente, rápido, o ciúme dele e a raiva minha virando um fogo que nos consumiu. Gozamos juntos, ofegantes, e eu caí no peito dele, rindo baixo apesar de tudo.
Ana:
“Você me mudou, Carlos. Com o Vitor, eu nunca ia nem pensar nisso. Você me deixa livre... e eu não sei se amo ou odeio isso.”
Carlos:
“Eu te amo assim, Ana. Livre, brava, minha. E a Jéssica que se foda.”
Eu ri, me aninhando nele, mas a cabeça ainda girava. O Vitor me prendia, o Carlos me soltava, e a Jéssica tinha mexido numa parte de mim que eu não conhecia. O que mais ia rolar nessa casa?
Era um domingo preguiçoso, o ventilador girando devagar no teto do quarto, o calor do fim de tarde grudando na pele. Eu tava deitada na cama, perdida nos meus pensamentos, quando senti o Carlos me abraçando por trás, o peito dele quente contra minhas costas. Ele ficou quieto por um tempo, só respirando no meu pescoço, até que a voz dele cortou o silêncio.
Carlos:
“Ana, você me ama de verdade?”
A pergunta me pegou desprevenida. Virei o rosto pra ele, os olhos arregalados, tentando entender de onde vinha aquilo. Ele tava sério, mas tinha um brilho tranquilo no olhar, um sorriso leve no canto da boca.
Ana:
“Claro que sim, seu idiota! Eu te amo muito, Carlos. Mais do que eu achei que podia amar alguém.”
Ele riu baixo, aquele som que sempre me acalmava, e me apertou mais contra ele, os lábios roçando meu ombro antes de continuar.
Carlos:
“Então tá livre pra explorar o que quiser, Ana. Inclusive com a Jéssica.”
Eu me virei inteira na cama, sentando pra encarar ele de frente. Meu coração disparou, uma mistura de choque e alívio que eu não esperava sentir.
Ana:
“Quê? Carlos, você tá falando sério? Tá me dizendo que eu posso... com ela?”
Ele segurou meu olhar, calmo, como se tivesse pensado muito antes de falar.
Carlos:
“Olha, Ana, eu percebi como você ficou depois daquela noite na cozinha. Você descobriu um sentimento novo, algo que tá te mexendo por dentro. E eu confio em você pra explorar isso. Confio no que a gente tem.”
Eu pisquei, ainda processando. Com o Vitor, tudo era diferente — ele me prendia nas regras dele, nas vontades dele. O Carlos tava me soltando, me dando asas, e isso me deixava sem chão.
Ana:
“Mas... e o lance com a Natália e o Vitor? Você ficou puto com eles, e agora tá me liberando pra isso?”
Carlos:
“É diferente, Ana. Eles tavam me traindo, fazendo tudo nas minhas costas. Aqui, a gente tá combinando, tá conversando. Não é às escondidas, não é sobre ciúmes. É sobre confiança.”
Ele pegou minha mão, os dedos dele se entrelaçando nos meus, e eu senti um calor subir pelo peito. Era mais do que amor — era respeito, liberdade. Olhando pra ele ali, tão seguro de mim, eu percebi uma coisa que nunca tinha sido tão clara: eu amava o Carlos muito mais do que um dia tinha amado o Vitor. O Vitor me sufocava; o Carlos me deixava respirar.
Ana:
“Você é incrível, sabia? Eu te amo de um jeito que o Vitor nunca chegou nem perto.”
Ele sorriu, me puxando pra um beijo demorado, e eu me perdi no calor dele, na certeza de que, com ele, eu podia ser quem eu quisesse.
Uns dias depois, marquei de encontrar a Jéssica num café perto da casa dela. Não era nada planejado, só um papo casual — pelo menos era o que eu dizia pra mim mesma. Mas depois da conversa com o Carlos, eu sabia que o clima podia esquentar. Ela chegou no horário, com um vestido leve que marcava o corpo e aquele sorriso que sempre parecia carregar uma promessa.
Jéssica:
“Ana! Tava com saudade de te zoar, sabia? O que você quer hoje? Café ou algo mais... quente?”
Eu ri, mas dessa vez não desviei do flerte. Me inclinei na mesa, apoiando o queixo na mão, e encarei ela com um olhar que eu sabia que ia mexer com ela.
Ana:
“Depende, Jéssica. Você tá oferecendo o quê?”
Ela arregalou os olhos por um instante, surpresa, mas logo o sorriso voltou, mais provocador do que nunca. Ela se aproximou, a perna roçando na minha por baixo da mesa, o calor dela me fazendo prender o fôlego.
Jéssica:
“Humm, a Ana tá diferente hoje, hein? O Carlos te liberou ou você tá só me testando?”
Ana:
“Um pouco dos dois, talvez. Mas eu tô curiosa, Jéssica. Você fala tanto, mas será que aguenta o tranco?”
Eu vi o corpo dela reagir — a respiração acelerou, os olhos brilharam com algo que não era só brincadeira. Ela mordeu o lábio, se inclinando mais pra mim, o decote do vestido revelando o suficiente pra me deixar nervosa.
Jéssica:
“Quer mesmo brincar comigo, Ana? Porque eu não sou de fugir, gata.”
O calor subiu pelo meu pescoço, e eu dei um gole no café pra disfarçar. Minha cabeça tava a mil — eu queria, mas não sabia se tinha coragem de ir até o fim. O Carlos tinha me dado liberdade, mas eu ainda tava com um pé no freio.
Ana:
“Brincar? Quem sabe, Jéssica. Mas hoje eu só quero te deixar com gosto de quero mais.”
Eu pisquei pra ela, e ela riu alto, batendo a mão na mesa como se eu tivesse dito a melhor coisa do mundo.
Jéssica:
“Porra, Ana, você é um perigo! Tá me deixando louca aqui, e eu nem sei se você vai me dar ou me torturar!”
Ana:
“Torturar é mais divertido, não acha? Mas quem sabe um dia, Jéssica. Quem sabe.”
O papo continuou leve, mas o ar entre nós tava pesado, carregado de uma tensão que eu não podia ignorar. Quando nos despedimos, ela me deu um beijo no canto da boca, demorando um segundo a mais, e meu corpo tremeu inteiro — não de medo, mas de um desejo que eu ainda não tava pronta pra enfrentar. Fui embora com o coração na garganta, sabendo que aquele “quem sabe” era um gancho pra algo que ainda ia acontecer.
Eu, Ana, estava sentada no sofá, com uma xícara de chá nas mãos, tentando organizar os pensamentos que giravam na minha cabeça desde aquela conversa com Carlos. Ele tinha me dado liberdade para explorar, para me permitir sentir, mas eu ainda não sabia como lidar com isso. O som da campainha quebrou o silêncio, e quando abri a porta, lá estava Jéssica, com um sorriso tímido e uma garrafa de vinho tinto nas mãos.
Jéssica:
“Oi, Ana. Trouxe um mimo pra gente de novo kkkkk. Achei que você podia querer uma companhia hoje.”
Eu sorri, um pouco desconcertada, mas abri espaço para ela entrar. Jéssica tinha aparecido na minha vida como um furacão — confiante, provocadora, sempre com um comentário esperto na ponta da língua. Mas hoje, havia algo diferente no jeito dela. Ela parecia mais suave, quase hesitante. Peguei duas taças na cozinha e me sentei ao lado dela no sofá. Ela abriu o vinho com calma, servindo as duas, e por um instante, ficamos em silêncio, apenas apreciando o som do líquido enchendo as taças.
Ana:
“Vinho de novo, Jéssica? Tá querendo me deixar tonta?”
Ela riu, mas foi um riso baixo, sem a energia brincalhona de sempre.
Jéssica:
“Não, prometo que não. Hoje eu só... quero conversar. Sem joguinhos, sem provocações. Só a gente.”
Eu levantei uma sobrancelha, surpresa. Jéssica sem provocações era uma novidade que eu não esperava. Coloquei a xícara de chá de lado e peguei a taça que ela me ofereceu, dando um gole pequeno enquanto a observava. Ela tomou um gole maior, como se estivesse buscando coragem, e então colocou a taça na mesinha à frente, virando-se para mim com um olhar que eu nunca tinha visto antes — aberto, quase vulnerável.
Ana:
“Tá tudo bem, Jéssica? Você tá diferente hoje. Parece... sei lá, mais quieta.”
Ela suspirou fundo, passando a mão pelos cabelos castanhos, que caíam em ondas soltas sobre os ombros. Quando me olhou de novo, havia uma sinceridade crua nos olhos dela, algo que me pegou desprevenida.
Jéssica:
“É que eu... eu sei que você me vê como essa pessoa que chega chegando, que brinca com tudo, que não leva nada a sério. E eu sou assim, às vezes. Mas tem muito mais por trás disso, Ana. Eu queria te contar quem eu sou de verdade, se você quiser ouvir.”
Eu assenti, inclinando-me um pouco mais para ela, curiosa. Jéssica sempre foi um enigma — uma mulher que exsudava confiança, mas que, de repente, estava se despindo de toda aquela armadura bem na minha frente. Ela respirou fundo, como se estivesse se preparando para mergulhar em algo profundo.
Jéssica:
“Eu cresci numa casa que nunca foi um lar de verdade. Meu pai foi embora quando eu tinha uns sete anos, deixou minha mãe sozinha com três filhos pra criar. Ela trabalhava em dois empregos, saía antes do sol nascer e voltava tarde da noite, exausta. Eu era a mais velha, então tive que cuidar dos meus irmãos, fazer comida, limpar a casa... Eu aprendi a ser independente porque não tinha escolha. Mas isso também me fez sentir que eu precisava ser forte o tempo todo, sabe? Não podia fraquejar, não podia pedir ajuda.”
Ela parou por um segundo, olhando para as mãos, os dedos entrelaçados com força. Eu podia sentir o peso das palavras dela, e uma pontada de empatia começou a crescer no meu peito.
Jéssica:
“Na escola, eu era a garota que não se encaixava. Não tinha dinheiro pra roupas da moda, então me zoavam. Eu comecei a usar o humor como escudo — fazia piada antes que os outros pudessem rir de mim. E funcionou. Mas aí veio a adolescência, e tudo ficou mais confuso. Eu comecei a perceber que gostava de meninas tanto quanto gostava de meninos. Só que onde eu morava, isso não era algo que você podia dizer em voz alta. Minha mãe era religiosa, meus amigos não entenderiam... então eu guardei isso pra mim. Tive uns namoricos escondidos, mas sempre terminava rápido, porque eu tinha medo de alguém descobrir.”
Os olhos dela ficaram distantes por um momento, perdidos em memórias que pareciam doer. Eu coloquei a mão sobre a dela, um gesto simples, mas que fez ela me olhar de novo, com um sorriso pequeno e triste.
Jéssica:
“Quando eu fiz 18 anos, conheci uma menina, a Lara. Ela foi a primeira pessoa que me fez sentir que eu não precisava me esconder. A gente se apaixonou tão rápido, Ana... era intenso, como se o mundo finalmente fizesse sentido. Mas ela tinha depressão, e eu não sabia como ajudar. Um dia, ela simplesmente... não aguentou mais. Depois que ela se foi, eu me fechei. Comecei a viver no automático — saindo com quem aparecesse, provocando, brincando, mas nunca deixando ninguém chegar perto de verdade. É mais fácil assim, sabe? Não dói.”
A voz dela falhou no final, e eu vi uma lágrima escorrer pelo canto do olho dela. Ela limpou rápido, quase envergonhada, mas eu apertei a mão dela com mais força.
Ana:
“Jéssica, eu... eu não sabia de nada disso. Você é tão forte, cara. Passar por tudo isso e ainda estar aqui, sorrindo, sendo você... isso é incrível.”
Ela riu baixinho, um som meio quebrado, mas genuíno.
Jéssica:
“Forte, né? Às vezes eu acho que só tô fingindo bem. Mas com você, Ana, eu não sinto que preciso fingir tanto. Você me faz querer ser mais... verdadeira.”
O ar entre nós mudou. A confissão dela, a vulnerabilidade exposta, criou uma ponte que eu não esperava cruzar. Ela se aproximou devagar, os olhos fixos nos meus, e eu senti meu coração acelerar. O espaço entre nós diminuiu, e de repente, estávamos tão perto que eu podia sentir o calor do corpo dela, o cheiro suave do vinho misturado com o perfume floral que ela usava.
Jéssica:
“Você é especial, Ana. Mais do que eu sei explicar.”
Os lábios dela estavam a centímetros dos meus, e eu podia sentir o magnetismo daquele momento. Meu corpo inteiro parecia responder, um calor subindo pelo peito, um formigamento nas mãos que eu não conseguia controlar. Ela hesitou por um segundo, como se me desse a chance de recuar, mas eu não recuei. Não ainda. Em vez disso, fui eu quem deu o primeiro passo, fechando a distância com um beijo leve, quase experimental.
Foi como acender uma faísca. O beijo dela era suave no começo, mas logo ganhou intensidade. As mãos dela subiram até meu rosto, os dedos traçando minha pele com uma delicadeza que contrastava com a urgência do toque. Eu respondi, puxando ela mais pra perto, sentindo o corpo dela se moldar ao meu no sofá. Ela deslizou os lábios pro meu pescoço, mordiscando de leve a pele sensível logo abaixo da orelha, e eu deixei escapar um suspiro baixo, as mãos apertando as costas dela sem nem perceber.
O ar estava carregado, denso de desejo. Ela voltou a me beijar, mais fundo dessa vez, a língua roçando a minha com uma sensualidade que me deixou tonta. As mãos dela desceram devagar, os dedos dançando sobre a curva da minha cintura, subindo por baixo da blusa até roçar a pele nua das minhas costas. Eu arqueei o corpo contra ela, o calor da pele dela contra a minha me fazendo perder qualquer resquício de controle. Ela gemeu baixinho contra meus lábios, um som que reverberou em mim, e eu senti as pernas dela se entrelaçando nas minhas, os corpos tão próximos que era quase impossível distinguir onde eu terminava e ela começava.
Mas então, no meio daquele turbilhão, uma imagem cortou tudo como um raio — Carlos. O rosto dele, o sorriso tranquilo, a maneira como ele me abraçava à noite, a segurança que ele me dava. Meu coração, que já batia rápido, deu um salto de pânico. Eu nunca tinha ficado com uma mulher antes, e o peso disso me atingiu de uma vez. E se Carlos se arrependesse? Ele tinha me dado permissão, mas e se isso mudasse tudo entre nós? E se eu o perdesse por causa disso?
Eu me afastei de repente, ofegante, as mãos tremendo enquanto tentava me recompor. Jéssica me olhou, surpresa, mas não insistiu. O desejo ainda queimava nos olhos dela, mas havia compreensão ali também.
Ana:
“Jéssica, espera... eu não sei se consigo. Eu nunca... eu nunca fiz isso com uma mulher, e o Carlos... ele disse que tudo bem, mas eu tenho tanto medo de ele mudar de ideia. De perder ele. Eu não posso arriscar isso.”
Ela respirou fundo, assentindo devagar. Seus dedos ainda estavam na minha cintura, mas o toque agora era mais suave, quase reconfortante. Ela se inclinou e beijou minha testa, um gesto terno que contrastava com a intensidade de momentos antes.
Jéssica:
“Eu entendo, Ana. Não vou te forçar a nada. Quando — ou se — você estiver pronta, eu vou estar aqui. Sem cobrança.”
Eu assenti, ainda sentindo o calor do corpo dela tão perto, o gosto dela nos meus lábios, o “quase” pulsando no ar como uma promessa não cumprida. Meu corpo gritava por ela, mas minha mente estava em guerra. Ficamos ali por mais um momento, em silêncio, as mãos entrelaçadas, o desejo suspenso como uma corda esticada que ainda não tinha sido cortada.
Era uma noite abafada de sexta-feira, dessas que parecem grudar a roupa na pele. Carlos tinha saído pra resolver algo na firma — uma entrega atrasada de última hora —, e eu fiquei em casa, inquieta, tentando ocupar a mente com qualquer coisa que me distraísse dos pensamentos que vinham girando desde aquele último encontro com Jéssica. O quase-beijo no sofá ainda queimava nos meus lábios, uma lembrança que eu não conseguia apagar. Eu tava na cozinha, mexendo num chá que eu nem queria tomar, quando a campainha tocou, um som que fez meu coração dar um salto.
Abri a porta e lá estava ela, Jéssica, com um vestido preto colado que desenhava cada curva do corpo dela, o cabelo solto caindo em ondas escuras sobre os ombros nus, os olhos brilhando com uma mistura de ousadia e algo mais suave, quase expectante. Ela segurava uma garrafa de licor de chocolate, um sorriso torto nos lábios.
Jéssica:
“Oi, Ana. Vim trazer uma desculpa pra gente conversar de novo. Ou... sei lá, pra algo mais, se você quiser.”
Eu ri, nervosa, mas deixei ela entrar, sentindo o ar mudar assim que ela passou por mim, o perfume dela — doce, com um toque de baunilha — invadindo meu espaço. Fechei a porta e fui pegar duas taças pequenas, tentando manter as mãos firmes enquanto ela se jogava no sofá como se fosse a dona da casa.
Ana:
“Licor de chocolate, Jéssica? Você tá tentando me seduzir ou me engordar?”
Ela riu, um som quente que ecoou na sala, e serviu o licor nas taças, me entregando uma com um olhar que parecia me despir sem nem tocar.
Jéssica:
“Os dois, talvez. Mas confesso, Ana, eu não paro de pensar em você desde a outra noite. Você me deixou com um gosto que eu não consigo tirar da cabeça.”
Eu engoli em seco, sentando ao lado dela, o calor subindo pelo pescoço enquanto tomava um gole do licor, o doce queimando na garganta. Meu coração tava acelerado, e eu sabia que aquilo não ia ser só uma conversa. O jeito que ela me olhava, a forma como os dedos dela roçaram os meus ao me passar a taça, tudo gritava perigo — um perigo que eu queria enfrentar, mesmo que só um pouco.
Ana:
“Você é insistente, hein? Mas eu já te disse, Jéssica, eu não sei se consigo... não sei se sou assim.”
Ela se aproximou devagar, o joelho dela encostando no meu, os olhos fixos nos meus com uma intensidade que me fez prender o fôlego.
Jéssica:
“Você não precisa ser nada, Ana. Só precisa deixar acontecer... comigo, agora, só por um momento.”
A voz dela era um sussurro rouco, quase hipnótico, e antes que eu pudesse responder, ela inclinou o rosto e me beijou. Não foi leve como da última vez — foi um beijo faminto, os lábios dela macios e quentes contra os meus, a língua invadindo minha boca com uma ousadia que me deixou tonta. Eu respondi sem pensar, as mãos subindo pro cabelo dela, os fios sedosos escorregando entre meus dedos enquanto puxava ela mais pra perto.
O beijo se aprofundou, e ela gemeu baixo contra meus lábios, um som que reverberou no meu peito e fez meu corpo inteiro reagir. Ela deslizou uma mão pela minha coxa, subindo devagar por baixo do short, os dedos traçando círculos leves na pele sensível da parte interna, tão perto de onde eu já tava começando a sentir um pulsar quente. Eu arfei, o ar preso na garganta, e ela aproveitou pra descer os lábios pro meu pescoço, chupando a pele logo abaixo da orelha com uma pressão que me fez fechar os olhos.
Ana:
“Porra, Jéssica... você tá me matando...”
Ela riu contra minha pele, os dentes roçando de leve enquanto a mão subia mais, os dedos agora brincando na borda da minha calcinha, o toque tão leve que era quase tortura.
Jéssica:
“Matando não, Ana. Só te acordando. Deixa eu te mostrar como pode ser bom...”
Ela me puxou pro colo dela, as pernas dela abertas me encaixando perfeitamente enquanto eu sentia o calor do corpo dela contra o meu. Minhas mãos foram pros ombros dela, apertando a pele nua, e ela levantou minha blusa devagar, os olhos brilhando ao ver meus seios livres — eu não tava de sutiã por causa do calor. Ela gemeu alto, quase um rosnado, e inclinou a cabeça pra chupar um dos mamilos, a língua girando em círculos lentos e molhados enquanto a outra mão apertava meu quadril com força.
Eu joguei a cabeça pra trás, gemendo alto, o som ecoando na sala enquanto o prazer me atravessava como uma corrente elétrica. Meu corpo tava em chamas, cada toque dela me levando mais fundo num lugar que eu nunca tinha explorado. Ela trocou de seio, chupando o outro com a mesma fome, os dentes roçando de leve enquanto os dedos dela finalmente escorregavam por baixo da calcinha, roçando minha buceta já molhada com uma lentidão que me fez arquear contra ela.
Jéssica:
“Caralho, Ana, você tá tão molhada pra mim... deixa eu te sentir inteira, vai...”
A voz dela era puro desejo, e eu tava quase cedendo, as pernas tremendo enquanto os dedos dela deslizavam entre meus lábios, roçando o clitóris com uma pressão que me fez gritar. Ela me beijou de novo, a boca faminta engolindo meus gemidos, e eu senti o corpo dela se mexer contra o meu, as coxas dela se esfregando nas minhas como se ela também precisasse de alívio. Eu desci as mãos pro vestido dela, puxando pra cima, expondo a pele macia da barriga, os dedos traçando o contorno da calcinha preta que ela usava, o tecido fino já úmido entre as pernas.
Ela gemeu mais alto, empurrando o quadril contra minha mão, e eu quase enfiei os dedos ali, sentindo o calor dela, o desejo dela pulsando tão forte quanto o meu. O sofá parecia pequeno demais pra nós, os corpos colados, suados, o ar carregado com o som dos nossos suspiros e gemidos. Ela abriu o zíper do vestido com uma puxada rápida, deixando ele cair pros lados, os seios dela livres, os mamilos duros implorando por toque. Eu inclinei a cabeça, chupando um deles com fome, a língua dançando na pele quente enquanto ela agarrava meu cabelo, puxando com força.
Jéssica:
“Porra, Ana, assim... você é tão gostosa, caralho, me deixa te comer inteira...”
Ela deslizou a mão mais fundo, dois dedos quase entrando em mim, o polegar ainda brincando no clitóris, e eu senti o corpo inteiro se contrair, o prazer me levando a um ponto sem volta. Mas então, como um soco no peito, o rosto do Carlos surgiu na minha mente — o sorriso dele, a confiança dele me dizendo que eu tava livre, mas e se ele não aguentasse me ver assim com outra? E se eu o perdesse por isso?
Eu me afastei de repente, quase caindo do sofá, o coração batendo tão rápido que parecia que ia explodir. Minha blusa tava levantada, o short torto, o corpo tremendo de tesão e pânico. Jéssica me olhou, ofegante, os olhos arregalados de surpresa e desejo frustrado.
Ana:
“Jéssica, para... eu não consigo, caralho! Tá quente pra porra, eu quero você, mas... eu não posso. O Carlos, ele me deu liberdade, mas eu não sei se ele aguenta isso de verdade. Eu não posso perder ele, não posso!”
Minha voz saiu alta, quase um grito, e eu puxei a blusa pra baixo, tentando cobrir o que ainda pulsava de vontade. Jéssica respirou fundo, o peito subindo e descendo rápido, e passou as mãos no rosto, tentando se acalmar.
Jéssica:
“Tá tudo bem, Ana. Eu não vou te forçar, nunca. Você tá tremendo, vem cá...”
Ela me puxou pro colo dela de novo, mas dessa vez foi só um abraço, os braços dela me envolvendo enquanto eu tentava respirar direito. O desejo ainda tava ali, latejando entre nós, os corpos tão próximos que eu podia sentir o calor dela, o perfume dela misturado com o suor, o quase tão real que doía. Ficamos assim por um tempo, ela acariciando minhas costas, eu com a cabeça no ombro dela, o tesão suspenso como uma promessa que eu não sabia se ia cumprir.
Jéssica:
“Quando você quiser, Ana. Eu não vou a lugar nenhum. Mas só quando tiver certeza.”
Eu assenti, ainda sentindo o gosto dela na boca, o toque dela na pele, o “quase” que tinha sido mais quente e mais perto do que nunca. Ela se levantou devagar, ajeitando o vestido, os olhos ainda queimando de desejo enquanto me dava um último beijo na testa.
Jéssica:
“Vou te deixar pensar, gata. Mas você sabe onde me encontrar.”
Ela saiu, e eu fiquei ali, no sofá, o licor derramado na mesinha, o corpo em brasas e a mente em guerra. Eu queria ela, queria tanto que doía, mas o Carlos era meu mundo, e eu não podia arriscar isso.
O barulho da porta me tirou do transe. Era o Carlos, entrando com a mochila no ombro, o rosto cansado mas com um brilho nos olhos que me fez levantar rápido. Ele largou tudo no canto e veio direto pra mim, me abraçando forte antes de falar.
Carlos:
“Ana, eu decidi. Vou ter aquela conversa com o Vitor. Tá na hora de resolver isso de uma vez.”
Eu congelei, o coração ainda acelerado do que quase tinha rolado com a Jéssica, agora misturado com o peso do nome do Vitor. Olhei pra ele, o homem que eu amava mais do que tudo, e senti um nó na garganta.
Ana:
“Você tem certeza, amor? Isso... isso pode mudar tudo.”
Carlos:
“Eu sei. Mas a gente precisa disso, Ana. E eu confio em você, em nós.”
Ele me beijou, um beijo quente e seguro, e eu me agarrei a ele, o desejo por Jéssica ainda queimando na minha pele, mas o amor por ele me ancorando. O que ia acontecer com o Vitor? E o que ia acontecer comigo e com a Jéssica? Eu não sabia, mas o quase daquela noite tinha aberto uma porta que eu não podia mais fechar.
Era uma manhã de sábado, o céu cinzento prometendo chuva, e o ar dentro da casa parecia pesado, como se soubesse o que estava por vir. Carlos estava na sala, calçando os tênis, o rosto sério enquanto amarrava os cadarços com uma determinação que eu não via fazia tempo. Ele tinha decidido conversar com o Vitor, resolver de uma vez por todas o que ficou pendente desde aquele flagra na varanda. Eu tava na porta da cozinha, segurando uma xícara de café que já tinha esfriado, o nervosismo me corroendo por dentro.
Ana:
“Você tem certeza disso, Carlos? Não sei se eu aguento ficar aqui imaginando o que vocês vão falar.”
Ele levantou os olhos pra mim, um sorriso pequeno tentando me tranquilizar, mas eu via a tensão nas ruguinhas ao redor dos olhos dele.
Carlos:
“Eu tenho, Ana. A gente precisa disso. Eu volto logo, tá? Te amo.”
Ele me deu um beijo rápido na testa, pegou a chave e saiu, a porta batendo com um som que ecoou na casa vazia. Eu fiquei ali, parada, o coração disparado, imaginando mil cenários — Vitor gritando, Carlos voltando machucado, ou pior, os dois cortando de vez qualquer laço. Minha cabeça girava, e eu sabia que não ia aguentar ficar sozinha com aquela ansiedade me comendo viva.
Peguei o celular com as mãos trêmulas e liguei pra Jéssica. Não era só tesão ou curiosidade dessa vez — eu precisava de uma amiga, alguém pra me segurar naquele momento. Ela atendeu no terceiro toque, a voz leve como sempre.
Jéssica:
“Ana? Tá tudo bem, gata? Você tá com uma voz estranha.”
Ana:
“Não tá tudo bem, Jéssica. O Carlos saiu pra conversar com o Vitor, e eu tô um caco aqui. Você... você pode vir? Só pra me fazer companhia?”
Ela ficou quieta por um segundo, e eu quase ouvi o sorriso na voz dela quando respondeu.
Jéssica:
“Claro, Ana. Tô aí em dez minutos. Não surta sem mim, hein?”
Ela desligou, e eu fiquei andando de um lado pro outro, o café esquecido na mesa, o peito apertado. Quando a campainha tocou, abri a porta rápido demais, e lá tava ela — jeans apertado, uma blusa solta que mostrava um ombro, o cabelo preso num rabo de cavalo bagunçado. Ela entrou, me abraçando sem dizer nada, e o calor daquele abraço me fez soltar um suspiro que eu nem sabia que tava segurando.
Ana:
“Valeu por vir, Jéssica. Eu tô um nervo só.”
Ela se afastou, segurando meus ombros, os olhos verdes me encarando com uma mistura de preocupação e algo mais quente.
Jéssica:
“Eu vejo isso, Ana. Vem, senta aqui comigo. Vamos respirar juntas, tá?”
A gente foi pro sofá, e ela pegou minha mão, os dedos dela traçando círculos leves nas costas da minha palma enquanto eu contava, aos pedaços, o que tava me matando por dentro — o medo do que Vitor podia dizer, o pavor de perder o Carlos praquele passado que eu mesma tinha ajudado a criar. Ela ouviu tudo, paciente, só me interrompendo com um “vai ficar bem” baixinho de vez em quando.
Mas o clima mudou devagar, como sempre acontecia com ela. O toque na minha mão ficou mais demorado, os olhos dela desceram pros meus lábios, e eu senti o ar ficar mais denso, o nervosismo se misturando com um calor que eu conhecia bem. Ela se aproximou, o joelho roçando o meu, e falou baixo, quase um sussurro.
Jéssica:
“Você precisa relaxar, Ana. Deixa eu te ajudar com isso...”
Eu sabia o que vinha, mas dessa vez não recuei. Quando ela me beijou, foi como se uma barreira dentro de mim desmoronasse. Os lábios dela eram macios, quentes, movendo-se contra os meus com uma urgência que me puxou pra dentro daquele momento. Eu respondi, insegura no começo, mas faminta, as mãos subindo pro pescoço dela enquanto ela me puxava pro colo dela.
Jéssica:
“Relaxa, Ana. Eu te guio, tá? Só sente.”
A voz dela era calma, segura, e eu assenti, o coração batendo tão alto que parecia ecoar na sala. Ela levantou minha blusa devagar, os dedos roçando minha barriga, e eu arfei quando ela tirou ela inteira, deixando meus seios expostos pro ar fresco. Eu nunca tinha feito isso com uma mulher, e cada toque dela me deixava tonta, inexperiente, mas louca pra aprender. Ela gemeu baixo, os olhos fixos nos meus mamilos, e inclinou a cabeça pra chupar um deles, a língua quente dançando em círculos enquanto a mão dela apertava o outro seio com uma pressão que me fez gemer.
Ana:
“Porra, Jéssica... eu não sei o que eu faço...”
Ela levantou o rosto, sorrindo, os lábios brilhando de saliva enquanto me puxava pra mais perto.
Jéssica:
“Você não precisa saber, Ana. Só me deixa te mostrar. Tira meu jeans, vai.”
Eu hesitei, as mãos tremendo enquanto abria o botão do jeans dela, o zíper descendo com um som que parecia alto demais no silêncio da casa. Ela me ajudou, puxando a calça pra baixo, revelando uma calcinha preta rendada que tava úmida entre as pernas. Meu corpo inteiro reagiu — um calor subiu pela espinha, e eu senti minha própria calcinha ficar molhada só de olhar pra ela.
Ela me guiou de novo, pegando minha mão e levando pros seios dela, ainda cobertos pela blusa.
Jéssica:
“Toca aqui, Ana. Sente como eu quero você.”
Eu levantei a blusa dela, os seios dela aparecendo livres, os mamilos rosados endurecendo no ar. Minhas mãos subiram, hesitantes, apertando a carne macia, e ela gemeu alto, jogando a cabeça pra trás enquanto eu explorava, insegura mas curiosa. Ela riu baixo, me puxando pra um beijo mais fundo, a língua dela brincando com a minha enquanto as mãos dela desciam pro meu short.
Jéssica:
“Você é tão linda, Ana... deixa eu te tirar isso.”
Ela abriu o short com dedos rápidos, puxando ele junto com a calcinha num movimento só, me deixando nua no sofá. Eu corei, o corpo exposto, mas ela me olhou como se eu fosse uma obra de arte, os olhos brilhando de desejo. Ela se inclinou, beijando minha barriga, descendo devagar até as coxas, as mãos abrindo minhas pernas com cuidado enquanto eu tremia, sem saber o que vinha depois.
Ana:
“Jéssica, eu... eu nunca fiz isso...”
Jéssica:
“Shhh, relaxa, gata. Só fecha os olhos e me deixa cuidar de você.”
Eu obedeci, fechando os olhos enquanto sentia a respiração quente dela entre minhas pernas. A primeira lambida foi suave, a língua dela roçando meu clitóris com uma delicadeza que me fez arquear as costas, um gemido escapando alto demais. Ela riu contra mim, o som vibrando na minha pele, e então chupou devagar, a boca quente e molhada me envolvendo enquanto eu agarrava o sofá, perdida num prazer que eu nunca tinha sentido assim.
Jéssica:
“Você tem um gosto tão bom, Ana... relaxa mais, deixa eu te levar lá.”
Ela deslizou um dedo dentro de mim, lento, me abrindo enquanto a língua continuava dançando no clitóris, e eu gemi alto, as pernas tremendo enquanto ela me guiava, o ritmo aumentando aos poucos. Eu tava tão molhada que ouvia o som dos dedos dela entrando e saindo, o prazer me levando a um lugar que eu não conhecia. Ela subiu de novo, me beijando com o gosto de mim na boca dela, e eu puxei ela pra mim, as mãos descendo pro meio das pernas dela, hesitando na borda da calcinha.
Ana:
“Me mostra... o que eu faço com você?”
Ela sorriu, guiando minha mão pra baixo do tecido, os dedos meus deslizando pelos lábios dela, quentes e encharcados. Ela gemeu alto, jogando o quadril contra minha mão enquanto eu explorava, insegura mas fascinada, sentindo ela pulsar contra mim.
Jéssica:
“Assim, Ana... porra, você aprende rápido...”
A gente caiu na cama — nem sei como chegamos lá —, os corpos nus se esfregando, o suor misturando enquanto ela me puxava pra cima dela, as coxas dela entre as minhas, o clitóris dela roçando o meu numa fricção que me fez gritar. Ela agarrou meu cabelo, me beijando com força, os gemidos dela ecoando nos meus enquanto o prazer subia, quente e avassalador. Eu gozei primeiro, o corpo tremendo contra ela, os olhos abertos vendo ela me encarar com um fogo que me queimava. Ela veio logo depois, o quadril dela se mexendo rápido contra o meu, o grito dela enchendo o quarto enquanto caía sobre mim, exausta.
A gente desabou na cama, os corpos suados e entrelaçados, o ar pesado com o cheiro de sexo e licor. Eu mal conseguia respirar, o coração ainda disparado, e Jéssica riu baixo, acariciando meu rosto enquanto eu apagava, o cansaço me puxando pro sono.
Acordei com o som da porta abrindo. Meu corpo ainda tava quente, pesado, e eu senti o peso do braço da Jéssica sobre mim antes de abrir os olhos. Carlos tava na porta do quarto, os olhos arregalados, a mochila caindo devagar pro chão enquanto ele nos encarava — eu e Jéssica, nuas, desabadas na cama. Jéssica ainda dormia, o rosto sereno contra o travesseiro, mas eu me sentei rápido, puxando o lençol pra me cobrir, o coração na garganta.
Ana:
“Carlos... porra, você tá aqui.”
Ele deu um passo pra dentro, o olhar misturando surpresa, ciúmes e algo que parecia tesão. Ele sentou na beira da cama, os olhos fixos nos meus enquanto eu tentava encontrar palavras.
Carlos:
“Parece que você não ficou tão nervosa assim, hein? O que rolou aqui, Ana?”
Eu respirei fundo, o calor subindo de novo enquanto contava, as palavras saindo quase sem filtro.
Ana:
“Eu tava um caco depois que você saiu. Liguei pra Jéssica pra me fazer companhia, mas... caralho, Carlos, a gente não segurou. Ela me beijou, e eu deixei, e aí ela me guiou, me mostrou tudo. Eu nunca fiz isso antes, tava com medo, mas ela... ela me chupou, me tocou, e eu toquei ela também. A gente se esfregou até gozar, foi quente pra caralho, e eu... eu gostei, amor.”
Ele ouviu em silêncio, os olhos escurecendo, o pau dele endurecendo visível na calça enquanto eu falava. Ele se inclinou, me puxando pra um beijo quente, as mãos agarrando minha nuca com força.
Carlos:
“Porra, Ana, você me contando isso... eu tô com ciúmes, mas tô duro pra caralho. Você é minha, mas ver você assim é foda.”
Eu sorri, aliviada, o amor dele me ancorando mesmo depois do que tinha rolado.
Ana:
“E você? Como foi com o Vitor?”
Ele abriu a boca pra responder, os olhos carregados de algo que eu não consegui ler, mas antes que ele falasse, a voz dele travou, e o silêncio caiu, deixando tudo no ar.