O Casamento Arranjado! Cap.13 Segunda Temporada

Um conto erótico de Alex Lima Silva
Categoria: Gay
Contém 1841 palavras
Data: 05/03/2025 09:53:27

A fazenda estava mais tranquila naquele momento, sem o caos habitual de trabalho, e isso me dava uma sensação de paz. Porém, algo no ar estava diferente hoje.

Eu estava na parte dos estábulos, ajudando a organizar os arreios e equipamentos dos cavalos, quando vi Miguel caminhando até a área de banho com Tobias, o cachorro que sempre estava por perto, correndo alegremente ao lado dele. Os cavalos estavam prontos para o seu banho diário, e Miguel, com sua postura confiante e os movimentos suaves, parecia estar em seu elemento.

Túlio apareceu de repente ao meu lado, quase sem fazer barulho, como se fosse mais uma sombra nas sombras da fazenda. Seu olhar estava distante, como se estivesse concentrado em algo que não conseguia verbalizar. No entanto, quando ele olhou para Miguel, algo mudou. Havia uma tensão no ar, algo que eu não sabia como identificar, mas que me deixava curioso.

— Você vai me ajudar a dar banho nos cavalos? — Miguel perguntou com um sorriso, sem perceber a atmosfera carregada.

Túlio olhou para Miguel, e por um momento, parecia hesitar. Mas, com um suspiro, ele concordou.

— Claro. Por que não? — respondeu Túlio, mas com uma leveza na voz que não condizia com o desconforto que eu via em seus olhos.

Juntos, eles começaram a preparar os cavalos para o banho. Miguel, com sua habilidade natural, guiava as criaturas com facilidade, enquanto Túlio, mais tenso e nervoso, tentava acompanhar o ritmo. O som das mangueiras e da água batendo nas pelagens dos animais encheu o ambiente. O cheiro da grama molhada misturado com o aroma da terra e do couro dos arreios era revigorante, mas havia algo mais no ar, algo que eu não conseguia exatamente identificar, mas que estava crescendo.

Miguel, com uma expressão concentrada e calma, orientava Túlio sobre como passar a esponja nas partes mais difíceis dos cavalos. O contato entre as mãos deles, no entanto, parecia prolongado demais para ser apenas uma interação de trabalho. Quando Miguel aproximou a mão de Túlio para ajeitar um arreio, algo nos olhos de Túlio mudou. Ele olhou para Miguel de maneira diferente, de uma maneira que eu não tinha visto antes. Era uma mistura de desconforto e algo mais... talvez curiosidade ou até desejo.

— Você está indo bem — Miguel disse, quase num sussurro, fazendo Túlio se desviar do olhar por um momento, corando levemente.

Túlio não respondeu de imediato, apenas forçou um sorriso nervoso. Mas o ar parecia mais denso entre eles, como se algo estivesse prestes a acontecer. Enquanto Miguel se concentrava no cavalo que estava à sua frente, Túlio tentava esconder a ansiedade. No entanto, ao sentir o toque das mãos de Miguel, mesmo que breve, algo em seu corpo parecia relaxar, e ele se permitiu um sorriso.

— Acho que você tem razão. — Túlio olhou para Miguel, dessa vez com mais segurança em seu olhar. — Acho que já peguei o jeito.

Miguel, sem perceber a mudança na dinâmica, apenas acenou com a cabeça, satisfeito. Mas então, o que parecia ser uma simples interação de trabalho se transformou em algo mais pessoal. A cada toque, a cada olhar, a química entre os dois aumentava, sem que nenhum dos dois parecesse disposto a admitir.

Quando terminaram com os cavalos, Miguel se abaixou para pegar a coleira de Tobias, o cachorro. Ele estava brincando ao redor, dando saltos animados. O calor da água no corpo dos animais ainda estava lá, e o cenário parecia perfeito para uma pausa. O cachorro, feliz com a atenção, correu em círculos ao redor de Miguel, fazendo-o rir, e algo na risada de Miguel fez o clima se tornar ainda mais tenso.

Túlio, que estava agora ao lado de Miguel, observava com um olhar distante, ainda absorvendo a situação. O silêncio que se seguiu foi interrompido pelo som de Tobias se agachando para beber água da bacia que Miguel tinha colocado no chão.

— Você se dá bem com todos os animais, não é? — Túlio disse, de repente, em um tom mais suave, como se tentasse entender melhor Miguel.

Miguel olhou para ele com um sorriso despreocupado.

— Eu gosto deles. Não tem mistério. É só saber dar atenção e ser paciente. — respondeu ele, passando a mão na cabeça do cachorro.

Túlio o observava atentamente, sem dizer mais nada por um tempo, mas o olhar dele estava carregado de uma mistura de admiração e algo mais. Quando Miguel se abaixou para acariciar Tobias, Túlio não pôde deixar de se aproximar um pouco mais, como se alguma força o puxasse para perto.

Ele estava começando a relaxar na presença de Miguel, e algo no ar mudou. O ambiente, antes tenso, parecia agora carregado de uma energia diferente.

— É bom saber que há mais pessoas no mundo como você. Pessoas que cuidam... — Túlio disse, sua voz um pouco mais suave, mais baixa.

Miguel olhou para ele, surpreso pela sinceridade em sua voz.

— Eu só faço o que posso. Todo mundo tem algo a oferecer, e animais precisam de carinho como qualquer pessoa.

Túlio parecia perdido nos olhos de Miguel por um momento, e a troca entre eles foi silenciosa, mas carregada de algo que não podia ser ignorado. Eu, que observava de longe, percebia o clima crescente entre eles, algo que me fazia sentir um misto de curiosidade e uma sensação estranha no peito.

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O sol já estava alto quando Catarina apareceu no pomar, usando um vestido leve e um sorriso esperto no rosto. Ela tinha aquela presença marcante, como alguém que sabia exatamente o que queria e como conseguir. E naquele momento, o que ela queria era Eduardo.

Eu a vi de longe, indo na direção dele, que estava com um cesto na mão, colhendo laranjas maduras para levar para a sede. Ela se aproximou com passos calculados, a expressão inocente, mas os olhos brilhando com malícia.

— Posso ajudar? — perguntou, inclinando a cabeça de lado e sorrindo.

Eduardo ergueu os olhos da laranjeira e deu um meio sorriso, sempre educado.

— Claro, se quiser — respondeu, estendendo um cesto vazio para ela.

Catarina pegou o cesto, mas em vez de começar a colher as frutas, ficou observando Eduardo trabalhar. Ele esticava os braços para alcançar as laranjas mais altas, o suor escorrendo pela testa devido ao calor. Ela mordeu o lábio inferior discretamente antes de finalmente começar a pegar algumas frutas também.

— Você faz isso com tanta facilidade… — comentou, se aproximando mais.

Eduardo deu um riso leve.

— A gente acostuma.

Ela se colocou ao lado dele, bem mais perto do que o necessário, e fingiu dificuldade para alcançar uma laranja em um galho alto.

— Ah, não alcanço… — murmurou, inclinando-se levemente na direção dele.

Eduardo, percebendo o joguinho, pegou a laranja e entregou a ela sem cerimônia.

— Aqui.

Catarina segurou a fruta, mas, em vez de colocá-la no cesto, esfregou-a entre os dedos, olhando para ele de um jeito sugestivo.

— Você trabalha tanto, Eduardo… e ainda tem tempo para ajudar todo mundo. Isso é admirável.

Eduardo continuou colhendo as frutas, tentando não dar espaço para a conversa ir para onde ela claramente queria levar.

— Todo mundo trabalha duro por aqui — respondeu simplesmente.

Catarina deu uma risadinha e tocou de leve no braço dele.

— Mas nem todo mundo tem o seu jeito, sabe? Você tem essa coisa… — Ela fez uma pausa, como se procurasse a palavra certa. — Forte, mas ao mesmo tempo gentil. Isso é raro num homem.

Eduardo ficou em silêncio por um segundo, segurando uma laranja na mão, como se processasse o comentário. Então, ao invés de responder diretamente, olhou para ela com um sorriso curto e disse:

— Acho que as laranjas já são suficientes, né?

Ela percebeu a sutileza. Ele não a rejeitava diretamente, mas também não deixava brechas. Catarina apertou os lábios, mas não desistiu.

— Podemos sentar um pouco ali, na sombra, e comer algumas? — sugeriu, apontando para uma árvore com uma sombra agradável.

Eduardo, ainda mantendo a gentileza, fez um gesto com a cabeça.

— Pode ir, eu já levo os cestos.

Catarina hesitou por um instante, percebendo que ele estava, mais uma vez, desviando. Suspirou, forçando um sorriso, e foi até a sombra. Eduardo pegou os cestos e, sem demora, começou a caminhar na direção da sede, sem dar espaço para que ela continuasse o jogo.

Ela ficou ali, sentada, segurando uma laranja e observando Eduardo se afastar. Não tinha conseguido o que queria, mas não parecia disposta a desistir tão fácil.

Aproveitei que Eduardo se afastou e fui até ela. Me aproximei devagar, mas sem disfarçar minha presença. Catarina notou e ergueu os olhos, sorrindo como se nada estivesse acontecendo.

— Oi, André — disse, com a voz doce. — Veio pegar uma laranja também?

Cruzei os braços, sem paciência para joguinhos.

— Não. Vim falar com você.

O sorriso dela se manteve, mas seus olhos ficaram atentos.

— Falar comigo? Sobre o quê?

Inclinei um pouco a cabeça e apertei os olhos.

— Catarina, eu não sei o que você acha que tá fazendo, mas tá na hora de parar.

Ela piscou, fingindo inocência.

— Do que você tá falando?

Revirei os olhos.

— Ah, para. Você sabe muito bem do que eu tô falando. Você tá o tempo todo em cima do Eduardo, sempre com essa conversa mole, esses toques “inocentes”, esses sorrisos. Achei que depois da última vez que você tentou alguma coisa, já tinha entendido.

Ela soltou um risinho, cruzando as pernas devagar.

— Nossa, que exagero, André. Eu só estou sendo simpática. Não posso conversar com um amigo?

Soltei uma risada curta, debochada.

— Amiga? Você acha que eu sou burro? Isso aqui — fiz um gesto apontando entre ela e Eduardo, que já estava longe — não é amizade.

O sorriso dela vacilou um pouco, mas logo se recuperou.

— Você tá com ciúmes, é isso?

Cheguei mais perto, mantendo minha postura firme.

— Não. Porque eu sei que o Eduardo não te quer. Mas isso não significa que eu vou ficar quieto enquanto você continua insistindo.

Ela franziu as sobrancelhas, começando a perder um pouco da pose.

— Você não manda nele, André.

Dei um passo ainda mais perto, olhando diretamente nos olhos dela.

— Não. Mas ele é meu marido. E eu exijo respeito.

O rosto dela ficou rígido. Ela abriu a boca, como se fosse retrucar, mas desistiu no último segundo. Em vez disso, bufou e se levantou, limpando a poeira do vestido.

— Vocês homens são todos iguais, sempre tão inseguros.

Dei um meio sorriso irônico.

— Não sou eu que tô me humilhando por atenção.

Catarina apertou os lábios, segurando a raiva.

— Você não precisa se preocupar. Eduardo não é meu tipo mesmo.

— Ótimo — respondi, seco. — Então, age como uma adulta e para com essa palhaçada.

Ela me lançou um último olhar antes de virar nos calcanhares e sair dali, andando rápido.

Fiquei vendo ela se afastar, sentindo meu peito subir e descer com a respiração ainda tensa. Eu confiava em Eduardo, mas Catarina precisava entender que aqui, nessa fazenda, ela não ia encontrar espaço para plantar nenhuma dúvida entre nós dois.

Ela queria jogar? Pois bem, eu sabia jogar melhor.

Continua ...

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Comentários

Foto de perfil de Xandão Sá

até que enfim Andre reagiu, já tava chata a passividade dele diante do assédio dessa pirralha

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