Bom dia a todos. Prometo que a partir do próximo capítulo, volto a interagir mais nos comentários. Sem mais delongas....
Personagens do Signo:
ADOLFO (https://postimg.cc/dhTqK4pD)
Outros Personagens:
LAIS (https://postimg.cc/N5C1njvB)
MASCARENHAS (https://postimg.cc/BL8Wx63b)
Características Signo: Resiliente, Tolerante, Confuso, Sujeito a mudanças ou transformações, Capacidade de autocura e Cuidar ou proteger as pessoas.
Elemento: Fogo (Enérgico)
Adolfo (POV)
Eu tinha que falar com meus filhos que falhei na minha missão. Eu não queria falar por telefone, mas foi impossível sustentar a situação.
A Suzy me ligou duas vezes e eu não atendi. Se passasse muito tempo, ela poderia achar que aconteceu algo comigo ou até pensar o pior.
Resolvi ligar e estava ensaiando na minha cabeça o que falar a ela, mas quando Suzy me atendeu, eu fui surpreendido.
Suzy – É isso mesmo, pai! Ela não se casou com aquele safado!
Adolfo – Isso é ótimo, filha! Como você ficou sabendo disso?
Suzy – Foi a Giulia que me falou, mas logo em seguida eu a desbloqueei e conversei com ela.
Adolfo – Está tudo bem com ela?
Suzy – Acho que está. Ela não me deu detalhes, mas disse que quer falar com a gente. Ela me perguntou sobre você e eu disse que você tinha ido para Dubai.
Adolfo – Ela ainda está aqui?
Suzy – Não, pai. Ela já está voltando. Por isso que eu estava te ligando. Pra te falar isso.
Adolfo – Eu não sei se consigo antecipar a viagem, mas vou tentar.
Suzy – Liga pra ela! Ela me disse que tentou ligar pra você.
Adolfo – É melhor a gente se falar pessoalmente. Se ela te ligar de novo, diz que precisamos conversar.
Suzy – Ela falou que antes de conversar com a gente, ela tem que resolver uns assuntos também.
Adolfo – Suzy, como a Giulia ficou sabendo?
Suzy – Acho que a mamãe está com o Caíque.
Adolfo – Aquele filho da mãe não me disse nada! Ele vai ver ... Vou dar uma bateria de presente pro Kauã.
Minha filha riu e eu me despedi dela. Tratei de fazer logo as malas, tentar antecipar o vôo e fui pro aeroporto.
No caminho, percebi um carro me seguindo e fiquei preocupado. Se o Ariano quisesse briga, ele iria ter. Fiquei esperando que o carro tentasse cortar o Uber que eu pedi, mas não aconteceu nada, até a minha chegada ao aeroporto.
A viagem mais uma vez foi cansativa e eu não queria falar com ela pelo celular. O que eu queria dizer, tinha que ser pessoalmente. Desliguei o celular para não me sentir tentado a atender.
E finalmente eu estava de volta ao Brasil, mas ainda parecia que eu estava em Dubai, pois o valor da água no aeroporto era uma loucura e o calor no RJ era intenso.
Meu pai e Suzy me aguardavam no aeroporto e após abraçá-los, começamos a falar sobre Diana.
Adolfo – Eu não estou entendendo nada ... Ela estava apaixonada por ele. Chamava o filho da puta de amor e tudo.
Suzy – Eu também não sei direito ... Eu liguei pra mamãe e ela me disse que era melhor conversar pessoalmente, mas ela falou que estava bem.
Sr. Bandeira – Eu desconfio de uma coisa, mas não quero lhe dar falsas esperanças meu filho.
Adolfo – O que você está pensando?
Sr. Bandeira – Eu já vi de tudo nessa vida ... Me lembrei do seriado da Lassie.
Adolfo – Aquele da cadela?
Sr. Bandeira – Isso! Num episódio, a dona da Lassie não queria que a cadela fosse até onde a dona estava, que era um buraco. Se a Lassie fosse até sua dona, iria cair no buraco e poderia até morrer.
Adolfo – Não lembro desse episódio.
Sr. Bandeira – A Lassie queria ajudar sua dona, mas ela, temendo pela segurança de sua cadela, começou a xingar a cachorra e mandar ela embora, inclusive jogando pedras nela, pra assustá-la.
Fiquei pensativo sobre isso e ficamos em silêncio.
Sr. Bandeira – Eu devo estar ficando “gagá”...
Chegamos na minha casa e abracei meu filho e minha mãe. Depois fiz um breve resumo da minha estadia em Dubai.
Até que o César me liga, e diz que está com Diana e Tati.
César – Dodô, a Diana quer falar contigo. Estamos aqui na casa dela e só falta você.
Adolfo – Eu acabei de chegar agora de viagem.
César – Nós sabemos. Você está sendo vigiado. Na verdade, todos nós estamos sob proteção.
Adolfo – O que?
César – Vem logo pra cá. Precisamos conversar.
Me despedi dele e falei com meus pais e meus filhos que iria ver Diana. Suzy e Jonathan queriam ir, mas achei melhor não.
Troquei de roupa e peguei uma garrafa d’água e um pacote de salgadinho. Em pouco tempo eu estaria de volta. Eu já estava dentro do elevador, quando Suzy apareceu, impedindo que a porta se fechasse.
Suzy – Eu vou pai! Eu quero saber o que ela tem a dizer.
Adolfo – É assunto de adulto, filha.
Suzy – Já estou fazendo autoescola, vou tirar o meu título de eleitor semana que vem, e já tenho vida sexual.
Adolfo – Mesmo assim, você ainda é um projeto de gente. Não tem maturid …
Suzy – Desculpa, pai, mas, às vezes, eu tenho mais maturidade do que você. Nem adianta me impedir – Disse minha filha, interrompendo o que eu dizia.
Adolfo – Ok, adultinha! Mas se o assunto ficar muito pesado, você vai pro quarto ou vai dar uma volta.
Pegamos o meu carro e fomos até o prédio da Diana. Novamente eu percebi que estava sendo seguido, mas depois do que o César disse, achei que era a tal proteção.
Eu estava ansioso e curioso pra saber o que ela tinha a dizer. Eu tinha muitas perguntas e não iria me dar por satisfeito, enquanto ela não me respondesse tudo.
[DIANA (POV)]
Eu já estava impaciente com a demora do Adolfo e não parava quieta.
César – Calma, eles já estão a caminho.
Diana – Eu estou com medo ...
César – Medo de que?
Diana – Eu o amo, César, mas ele não vai me perdoar. Eu o machuquei muito e não foi só uma vez.
Tati – Ele ainda te ama. Lá no fundo, eu tenho certeza de que ele te ama.
Alguns minutos se passaram e eu fiquei surpresa, pois Adolfo havia chegado com Suzy. Eu não contava com isso, e fiquei com mais medo ainda. Ela veio toda feliz me dar um abraço e eu a abracei com força, pois eu conhecia a minha filha e ela não iria aceitar tudo o que eu fiz.
Eu tinha que tirar ela dali.
Diana – Filha, que saudade.
Suzy – Estou tão feliz que você não se casou ...
Diana – Eu também, mas filha eu preciso conversar com seu pai, com a Tati ...
Suzy – Eu sei... Eu também quero conversar contigo.
Diana – Depois a gente conversa, só nós duas ...
Suzy – Eu quero ouvir tudo! Quero entender o que aconteceu contigo.
Diana – Adolfo!
Adolfo – Eu tentei, mas você sabe como ela é.
Diana – Tudo bem! Filha, pode ser que algumas coisas sejam um pouco inapropriadas …
Suzy – Eu acho que aguento.
Era chegada a hora de esclarecer as coisas que eu tinha feito e assumir as consequências.
Diana – Adolfo, eu preciso, em primeiro lugar, te pedir desculpas pelo que te fiz passar, mas, eu te garanto ... foi necessário. Por favor, me deixem contar tudo e seguir uma ordem lógica, caso contrário ficará mais difícil pra você, a Suzy, o César e a Tati, entenderem, assim como, para mim, conseguir esclarecer as minhas atitudes. Então ...
Adolfo – Diana, isto não é necessário. Já passou, e como dizia meu avô, “entre mortos e feridos, salvaram-se todos”. – Disse o amor da minha vida, tentando amenizar o situação.
Diana – Por favor, eu preciso me explicar. Eu sei que você está em um novo relacionamento e fico contente com isto. Era um risco que eu tinha que assumir ... você buscar uma nova vida. Mas, te garanto, eu te amo da mesma forma que sempre te amei, assim como aos nossos filhos, e tudo o que eu fiz foi pensando em vocês. Vou contar desde o início.
Respirei fundo e comecei a descrever a minha história, ou melhor, o meu plano.
Diana – Eu juro para você que fui pega de surpresa quando recebi o vídeo da sua transa com a Helena e a Keyla. Tudo bem que eu conhecia a Helena. Sabia do que ela era capaz, mas pensei que, pelo menos, na família, estaríamos imunes às artimanhas da minha prima. Não posso negar que esta surpresa me fez duvidar de você, por dois motivos: o primeiro, eu sei o quanto você gosta de sexo e o segundo, você já estava demonstrando compulsão pela bebida. Juntar estes dois motivos me fez acreditar que você seria capaz de fazer o que fez. Somente, quando o César me contou sobre a pequena viagem que vocês fizeram à Juiz de Fora, foi que eu realmente descobri do que ela era capaz.
Adolfo – Porra, César ... Eu pedi pra você não contar, seu boca de sacola!
César – Desculpa, meu amigo, mas foi necessário.
Adolfo aproveitou pra colocar o audio da confissão da Keyla e eu pude ter a real dimensão do que o César havia me falado.
Suzy – Eu não esperava isso da Tia Helena.
Diana – Infelizmente ela sempre foi assim, mas eu sempre relevei as “brincadeiras” dela.
Adolfo – Diana, você poderia ter ...
Diana – Calma, Adolfo... me deixe continuar ... Agora, você imagine a minha situação ... ver vocês três transando, em casa, ao mesmo tempo em que eu estava ocupada preparando o almoço para todos nós. Junte a isto o fato de que, na noite anterior, nós termos feito amor de uma forma muito intensa e você me ter feito perguntas sobre se eu recebia cantadas, se era assediada. Naquele momento, você já sabia que eu iria receber o vídeo. Por que não confiou em mim e me disse tudo o que estava acontecendo?
Adolfo – Eu fiquei com medo de você não entender. “Traição não tem perdão”, lembra?
Diana – Touché! Mas agora, junte estes “ingredientes” e imagine como eu me senti?
Adolfo – Eu agora sei ... Foi traumatizante!
Diana – Isso! Traumatizante! Naquele momento, eu não tive forças para ter outra reação e depois que eu saí de casa, e me vi sozinha naquele pequeno apartamento, pude colocar a cabeça no lugar, com a ajuda da Tati e de uma psicóloga [03/02].
Minha voz ficou embargada, pois eu acabei me lembrando de tudo novamente, mas eu tinha que continuar.
Diana – Inclusive, quando você fez aquela pataquada com o carro de som e nós conversamos pessoalmente, eu quase tive uma recaída. O problema, naquela conversa que tivemos, foi que eu ainda estava muito magoada [03/02], muito machucada, e o que você fez ? Tentou justificar o que havia acontecido por conta de um bilionário que queria ter 12 esposas! [03/02]
Adolfo – Mas tinha um bilionário ... – Falou Adolfo, querendo me dizer que estava certo, e ele estava.
Diana – Tinha sim, mas quem, em sã consciência, acreditaria em uma história estapafúrdia destas. Mesmo assim, naquele momento, eu ainda disse que te amava [03/02].
Adolfo – Eu acho que teria acreditado em você, ou pelo menos teria dado a chance de se explicar.
Diana – Eu poderia ter lhe dado a chance de se explicar, entretanto, a mágoa era grande, e eu ainda achava maluca a história que você havia me contado. Mas veio aquele estranho workshop, onde você tentou me impedir de entrar dizendo: “é ele, é ele” [04/01]. Pode ter sido um equívoco, participar daquele evento. Mas, o meu primeiro erro, foi não ter dado um basta na situação, quando ele disse que me queria [04/03]. Por que eu não fiz isto? Ah, você conhece a curiosidade feminina, né?
Tati – Realmente, aquele workshop foi surreal.
Suzy – Que workshop?
Tati – É ... foi um curso que fizemos ... e o coach foi o Ariano.
Suzy – Vindo daquele cara, aposto que teve alguma safadeza.
Eu olhei pra minha filha e como eu e Tati ficamos em silêncio, ela deve ter deduzido que rolou safadeza.
Diana – Eu queria entender o porquê daquele interesse e resolvi dar um pouco de corda. Inclusive, na conversa que eu tive com o Ariano, ainda na cafeteria, ele usou bons argumentos para me convencer, que você seria capaz de fazer o que fez, e esses argumentos, cravaram estacas no meu coração [05/01]. Tanto que, na visita seguinte que você me fez, no mesmo dia da cafeteria, eu te enchi de perguntas sobre o que havia acontecido entre você e elas, lembra? E você me acusou de ter transado com o Ariano [05/01].
Adolfo – Desculpe, eu estava descontrolado.
Diana – Eu entendo. Só que foi uma sucessão de erros. Tomar café com ele e com algumas esposas eu não achei nada demais. Entretanto, na cafeteria aconteceu uma coisa da qual eu me arrependo. Eu presenciei uma transa entre o Ariano e a Valeska. Era a primeira vez que eu via uma transa, ao vivo e em cores e acabei ficando excitada e me deixei envolver pela Flávia [04/03]. Era uma coisa nova para mim. Só que depois que fui flagrada, fiquei envergonhada [04/03]. – Falei, baixando a cabeça por mostrar a minha fraqueza.
Suzy – Envolver com a Flávia? Como assim, mãe? Vocês por acaso ...
Diana – Eu não quero falar sobre isso agora, filha. Mas pra você saber, eu tive algumas experiências sexuais com mulheres.
Suzy – Mamãe!!! – Exclamou Suzy assustada e até sentou-se na cadeira.
Adolfo foi fazer um carinho nela e disse que às vezes essas coisas acontecem. Tive que me recompor e fui até a cozinha pegar um copo d’água. Depois de beber todo o copo num só gole, continuei o relato.
Diana – Bom, depois veio o convite para o evento da Jordana, se bem que eu tentei delegar para você, e você não aceitou ... [05/01].
Adolfo – Sem chance! Eu iria quebrar a cara dele, se eu o visse.
Diana – Acontece, que eu não achei justo punir a Suzy. Mesmo assim, entre o workshop e o evento da Jordana nós tentamos uma reaproximação. Voltamos a trocar mensagens. Algumas até picantes [05/01].
Adolfo – É verdade, eu até achei que ainda tínhamos uma chance.
Diana – E tínhamos. Eu até pensei se deveria te perdoar, eu sentia muito a sua falta [05/02]. Mas aí veio a luta, que também foi surreal, além do after. Quanto a participar da festa, eu realmente tinha a intenção de fazer contatos profissionais. Mas, este foi o meu segundo erro. Eu acabei me deixando envolver pela situação ... Veja bem, até aquele momento eu não sabia do que todos eles eram capazes. Eu deveria ter percebido as intenções, mas algo naquele lugar me fez deixar isto passar, não sei se foi a bebida, ou os aromas, mas alguma coisa me fez ficar anestesiada e deixar acontecer [05/02].
Tati – Você deve ter ficado deslumbrada com toda aquela opulência e exclusividade.
Diana – Acho que não ... Pode ser que tenha sido um conjunto de coisas, se bem que nada sério aconteceu. Pelo menos, era o que eu imaginava.
Adolfo – Mas recebi um vídeo de você e o Ariano ...
Suzy – Era o tal vídeo que não estava no celular?
Diana – O vídeo existiu, mas Adolfo, naquele vídeo era o Ariano e a Babi ... e foi enviado a você pela Letícia, com um propósito. Bom, de qualquer forma, até aquele momento eu acreditava que poderíamos nos reconciliar. Eu teria que engolir o meu orgulho, mas estava disposta a tentar. Entretanto, veio o ponto de ruptura.
Suzy – A putinha-mirim ...
César olhou pra Suzy e quase não se conteve. Era engraçada a forma que a Suzy falava, pois demonstrava o enorme ranço e desprezo que ela tinha pela Agatha.
Diana – Sim! A cena com a Agatha na nossa casa, na nossa cama e principalmente, o fato de você ter feito um comentário sobre o after. Foi só então que eu percebi o quão sórdidos eles poderiam ser. Não sabia exatamente quem era o pior, mas sabia que havia mais de um envolvido. Ninguém estava com celular, porque recolheram e lacraram em caixas logo na entrada. Então como você poderia ter recebido um vídeo de uma transa minha que não aconteceu? Não poderia ter sido somente o Ariano. Tinha mais gente envolvida.
Adolfo – Mas, por que você não conversou comigo? Eu poderia te dizer o que havia visto e ...
Diana – Você disse! – Falei interrompendo-o – … e foi o que me fez começar a pensar de uma forma mais racional. Você fez comentários sobre o vídeo que só poderiam ser feitos por quem estava na festa. Como isso seria possível [07/01] & [07/02] ?
Fiz uma breve pausa e continuei.
Diana – Inclusive questionei o Ariano sobre este fato [08/01]. Nessa conversa eu percebi que tinha mais coisa errada na história.
Adolfo – Eu percebi quando você olhou para mim. Por que não ficou para que nós pudéssemos conversar melhor [07/01] ?
Diana – Por que, Adolfo? Porque foi naquele exato instante que eu tomei uma decisão. Eu percebi que o Ariano me queria, de uma tal forma, que iria utilizar de qualquer arma para conseguir atingir este objetivo. Mesmo eu não tendo a completa noção de até onde ele, ou eles poderiam ir, eu fiquei com medo. Inclusive, coincidência ou não, logo depois você foi roubado em uma situação muito esquisita. O que eu poderia pensar [07/03]? Eu precisava me afastar definitivamente de você para poder acabar com o plano dele, de alguma forma. Se eu simplesmente desse um basta e não aceitasse as investidas do Ariano, eles poderiam retaliar em toda a nossa família.
Adolfo – Nós tínhamos que ter permanecido juntos e enfrentado juntos.
Diana – Era muito arriscado! Você viu o que eles fizeram logo de cara. A tendência era só piorar. Eu tinha que fazer algo que acabasse com o interesse dele por mim, mas para isto, eu teria que me deixar envolver um pouco mais. Deixar que eles pensassem que eu havia desistido, me afastado de você e me aproximado deles. Era um plano arriscado. Mas, seria mais arriscado se eu não fizesse nada.
Tati – Mas, por que você não me contou? Eu poderia ter de ajudado. – Perguntou Tati, me cobrando uma explicação.
Diana – Por dois motivos, minha amiga ...
Tati – Ah, agora eu sou sua amiga? – Falou Tati, não entendendo a minha colocação.
Diana – Tati, você sempre foi minha amiga, mesmo quando achava que não era. Você é, e sempre será, a minha melhor amiga.
Tati – Não estou entendendo ... e quais eram os dois motivos?
Diana – Mas você vai entender ... O primeiro motivo era simples: eu ainda não tinha um plano, o que eu tinha era somente uma ideia, e o segundo, me desculpem todos, eu não sabia em quem poderia confiar.
Tati – Era o que me faltava! – Falou Tati, indignada, indo até ao banheiro e eu fui atrás dela.
Diana – Tati, me desculpa! Ponha-se no meu lugar ... Uma das pessoas que eu considerava amiga, minha ex-pupila, era uma de suas esposas ... O cara é bilionário! Ele poderia te subornar ou chantagear com alguma coisa, caso revirasse a sua vida. Lembre-se que ele me observou durante 3 anos. Isso é obsessão!
Tati – É ... Faz sentido, eu acho, mas eu não gostei. – Disse Tati, ainda inconformada.
Diana – Eu também não gostei do que você fez, mas ...
Tati – Eu já pedi desculpas e pedirei mais um milhão de vezes se for necessário...
Diana – Relaxa, amiga ...
Trouxe a Tati de volta pra sala e perguntei para todos, quem já havia lido o livro A Arte da Guerra de Sun Tzu, e somente eu e o Adolfo havíamos lido. Recomendei a Tati e ao César que também o fizessem e disse o motivo de não os ter envolvido.
Diana – Eu li este livro durante a faculdade e me inspirei em duas citações do mesmo para colocar o minha ideia em prática. A primeira diz : “O sucesso na guerra depende da habilidade de ocultar suas intenções”. A segunda: “Mantém os teus amigos perto e os teus inimigos mais perto”.
Tati – Não concordo, mas tenho que aceitar ... eu ainda era sua amiga.
Diana – Tudo a seu tempo, Tati... Bom, eu vi a primeira oportunidade aparecer quando a Ana Lúcia veio conversar comigo. Fiz um pequeno teatro para não aceitar participar do lançamento do perfume, e me coloquei na linha de fogo quando quiseram fazer BO contra você, Adolfo, e você, Suzy. Mas, no final, acabei aceitando e ela deve ter achado que conseguiu me chantagear, com a ajuda do Ariano, que ela dizia estar revoltado com o que aconteceu [07/02]. E pra finalizar com chave de ouro, aceitei que ela fosse a minha advogada no nosso divórcio ...
Adolfo – Eu acho que foi um erro você ter feito isto. – Retrucou Adolfo, cruzando os braços.
Diana – Eu sei que você achou isto. Inclusive você comentou comigo que, tanto você, como nossos filhos, achava que eu estava agindo de forma estranha. Mas eu também te disse que queria proteger a nossa família [07/03].
Adolfo – Eu lembro, mas ...
Diana – Meu amor, era proposital! – Eu o interrompi novamente e continuei – Meu comportamento, assim como a contratação da Ana Lúcia.
Adolfo – Entendi ... Continue! – Falou Adolfo, bufando.
Diana – Eu queria aumentar os contatos que teria com ela. Confesso que também pensei na parte financeira. A grana envolvida poderia me dar liberdade para financiar algo que fosse necessário no meu plano, ou mesmo que o meu plano não desse certo com relação ao nosso casamento, pelo menos eu poderia ficar tranquila, financeiramente. Desculpe, mas eu tinha que pensar nisto também. A Ana Lúcia foi a primeira esposa com quem eu conversei e tentei tirar informações sobre o Ariano [07/03].
César – Estou de queixo caído, Diana!
Diana – Isso não foi nada! Ah, antes que eu me esqueça, Adolfo, só para você saber, eu nunca acreditei naquela hipótese de você ter forjado o roubo, mas tinha que te contar para ver se você entendia tudo o que estava acontecendo e com quem nós estávamos lidando.
Adolfo – Diana, era muito arriscado, você não conhecia o Ariano, nem ...
Diana – Você também não. Tenha certeza disto! Ele é muito mais maquiavélico do que você pode imaginar, e não envolver nenhum de vocês foi a melhor decisão que eu poderia ter tomado naquele momento.
Tati – Foi muito arriscado fazer isso tudo sozinha! Você tinha que ter confiado em mim, ou em alguém.
Diana – Você está certa! Eu precisava de um aliado e, só mais tarde eu encontrei quem poderia ser meu aliado nesta empreitada.
César – E eu fui o escolhido! – Falou César, se achando, e fazendo uma careta pra Tati, provocando-a.
Diana – Na verdade, não. Eu tive um outro aliado antes.
Adolfo – Quem?
Diana – Como eu disse, tudo a seu tempo. Por favor, me deixem continuar ... Ali começava o meu teatro com todos os envolvidos. Inclusive vocês e as minhas amigas. Eu não poderia deixar que ninguém percebesse as minhas intenções, pois o plano já era arriscado demais para que eu assumisse o risco de envolver outras pessoas e eu não sabia a extensão dos tentáculos do Ariano. Só que este empecilho fez com que aumentasse o nosso sofrimento.
Suzy – Você já sabia de tudo isso e deixou a gente sofrer?
Diana – Filha, eu ainda não tinha certeza de nada. Eu só desconfiava e eu precisava de provas concretas. Eu sei que vocês estavam sofrendo, mas eu também estava.
Adolfo – Não parecia ... Você estava muito focada!
Diana – Caramba, Adolfo! Eu tive que administrar a revolta dos seus filhos com você, ver você se relacionando com a Marisol. Poxa!!! Tudo isto também me machucou, mas eu tinha que suportar esta mágoa, e continuar com meu teatro. Acredito que a viagem que eu fiz com o Ariano para Nápoles também deve ter te machucado. Me desculpe …
Adolfo – Saber daquela viagem, me abalou mesmo.
Diana – Entretanto, eu te garanto que nada aconteceu naquela viagem. Eu juro!
Adolfo – Não é fácil acreditar, mas se você diz ... Não vou ficar te contradizendo. Continue.
Suzy – O papai sofreu muito!
Diana – Eu sei filha, mas você não tem ideia do que eu tive que fazer para manter a minha atuação. Eu tinha os meus motivos [08/03]. Muitas vezes eu tive que, como dizem: “tacar o foda-se”!!!
Tati – A visita que fizemos à Mansão?
Diana – Ali foi uma das vezes ... Você se lembra, né Tati?
Tati – Ôôô, se lembro.
Diana – Foi a primeira vez que visitei a mansão do Ariano, e também foi o meu primeiro contato mais íntimo com uma travesti.
Suzy – MÃÃÃÃEEEE!!! CARALHO!!! – Berrou Suzy, assustada.
Diana – Suzy, acho melhor você não ficar aqui.
Suzy – Nada no mundo vai me fazer sair daqui … nem tentem.
Eu abracei a minha filha e disse que tudo bem, mas pedi a ela que não me julgasse.
Diana – Assim que entramos na Mansão Flores, já foi nos oferecido um drink e eu não aceitei, mas essa maluca aceitou. Fiquei com medo por você e quase te falei pra não beber, mas como eu falaria isso?
Tati – Sim, eu me lembro, que aceitei o drinks e você não ... Bem que eu achei que estava mais soltinha do que o normal ... Nós acabamos até nos envolvendo com a Olga ...
Diana – Você, ne? Eu até deixei rolar, pelo menos um pouco.
Tati – Só de me lembrar daquele ferrão, minha periquita dói – Disse minha amiga, botando a mão na xoxota.
Suzy ficou boiando, mas Adolfo explicou a ela que ferrão era como chamávamos o cacete da Olga, por ela ser de escorpião.
Diana – Eu também estava me sentindo um pouco diferente, mas depois recobrei a razão, e pedi para ela parar e me soltar [08/03].
César – Eita!!! Tati, quer dizer que você encarou um traveco?!?! – Perguntou César, admirado com a revelação.
Tati pigarreou e me pediu pra continuar.
Diana – Continuando e esquecendo um pouco a Olga ... O que você não sabe foi o que eu consegui descobrir na conversa que eu tive com a Martina ...
Tati – Quando você foi conhecer o quarto dela?
Diana – Exatamente. A Martina me confirmou o que eu já desconfiava: Que ele tinha voltado muito feliz da viagem para Nápoles e que existia uma questão sobre ele ter filhos [08/04].
Tati – Muito estranho ele ter um monte de esposas e não ter filhos.
Diana – Mas, o que eu queria descobrir era sobre o relacionamento do Ariano com as esposas, e entendi que ele não queria que elas fossem “troféus” para ele. Ele incentivava as esposas, a terem uma vida comum, negócios, empregos, etc. Mas, ele mantinha o controle sobre estes aspectos da vida delas também. Saber disso me fez pensar e definir melhor a minha estratégia. Se ele as amava mesmo, eu não poderia saber, e acho que nem elas. Somente o Ariano tinha esta resposta. Contudo, a segunda parte da minha descoberta foi mais interessante ...
César – E qual foi a segunda parte?
Diana – Coisas sobre as características de personalidade e sobre o poder do Ariano.
Adolfo – E o que você descobriu?
Diana – Ah, meu amor, palavras da própria Martina. Ela disse que ele não gostava de ser desafiado ou contrariado, e era, ao mesmo tempo, obstinado. Tudo o que ele quer, ele consegue, por bem ou por mal [08/04].
Suzy – Eu nunca gostei dele ... Esse negócio de ter um monte de mulher. Isso não é amor ... É safadeza!
Diana – E o que ele queria, naquele momento? Euzinha !!! Entretanto, uma coisa que a Martina comentou no final da nossa conversa, me deixou intrigada.
Tati – O que foi?
Diana – Estávamos conversando sobre a viagem para Nápoles, inclusive foi ela quem contou sobre a minha família na Sicília para o Ariano. Ela falou que eu, “não estava preparada para ele”, mas que, provavelmente, ele já tinha um plano para me “preparar” – Enfatizei as palavras fazendo aspas com as mãos [08/04].
Tati – Não entendi!
Diana – Mas, vai entender, no seu devido tempo. Bom, para terminar a visita na mansão e as minhas descobertas, a última, foi o poder que ele tem sobre as esposas. A Tati é testemunha. Nenhuma delas o contestou quando ele me deu o biquini dourado [08/04].
Tati – É verdade, eu fiquei até constrangida pela forma que ele se dirigiu a elas.
Diana – Eu também. E foi na volta desta viagem de visita à mansão, que eu tive um insight de quem poderia ser o meu aliado nesta batalha.
Adolfo – Quem?
Diana – O Caíque.
Adolfo – O Caíque? Mas por que ele? – Perguntou Adolfo, sem entender a lógica.
Diana – Adolfo, ele era a única pessoa que eu conhecia, e que eu tinha certeza, que odiava o Ariano. Mas, me deixem continuar a história de forma cronológica ... Me deixe ver ... Ah, o próximo acontecimento, juro, eu nunca imaginei que fosse acontecer. Encontrar você com a Marisol, a sós, no quarto da Suzy.
Suzy – Oi? No meu quarto, pai? Disso eu não sabia. – Comentou Suzy, surpresa e indignada.
Diana – Nem tudo a gente pode contar, filha! Quando você tiver filhos, você vai entender melhor.
Adolfo – Suzy ... Diana, não aconteceu nada aquele dia.
Diana – Pode ser que não, mas você tinha bebido novamente. E bebida e mulher tem sido a sua sina, certo ? E eu aproveitei que você havia descumprido a promessa de não beber mais, e dei mais um passo no meu plano. Assinar o divórcio. Eu sabia que este fato iria chegar aos ouvidos do Ariano pela Ana Lúcia.
Adolfo – Eu não acredito que você assinou o divórcio, só para atender ao “seu plano”! – Exclamou o meu amor, inconformado com a minha atitude.
Diana – Veja bem ... O que havia acontecido, junto com a discussão que tivemos quando você me acusou de ter transado com o Ariano durante a viagem à Nápoles, seria, na visão da Ana Lúcia, o argumento perfeito para eu fazer o que fiz. Estava ficando difícil fazer com que você se desapegasse de mim.
Ele suspirou e baixou a cabeça inconformado ... e até foi se sentar um pouco.
Diana – Além do mais, sua filha estava, cada vez mais, preocupada e magoada com você. Inclusive ela estava começando a pensar na mesma teoria da conspiração que você [08/05].
Suzy – Lógico! Muitas coincidências acontecendo. Tudo muito suspeito ... Só se eu fosse muito burra pra não enxergar que tinha algo muito estranho acontecendo.
Diana – Sim, filha ... e por isso, eu tinha que tirar isto da sua cabeça, ou poderia ter um resultado pior. Bom ... este passo acabou sendo muito importante pois fez o Ariano tomar uma atitude impensada. Na verdade, não uma, mas duas atitudes impensadas.
César – E quais foram estas atitudes?
Diana – Bom a primeira foi me permitir visitar a fábrica onde o perfume Pecado Mortal era feito. No início ele se mostrou bastante relutante, mas a minha insistência o fez mudar de ideia [09/01].
Tati – O que tem o Pecado Mortal a ver com isso?
Diana – Você não sabe da missa a metade, minha amiga ... Esta visita me fez descobrir algumas artimanhas que ele tinha, não só para o Pecado Mortal, como também para um outro produto, que era produzido na mesma fábrica.
Tati – Os extratos que ele usava para seduzir as mulheres, certo?
Diana – Exatamente. Não só o perfume, como o extrato que ele vaporizava na Mansão e, por isso, nós ficamos mais soltinhas naquele dia, não importando se a gente bebeu os drinks, ou não.
Adolfo – Aquele perfume com cheiro de bosta? – Perguntou Adolfo, surpreso.
Suzy – Não acho fedorento. O Biel usa ...
Diana – Adolfo, pelo que entendi, existiam variações do Pecado Mortal e o que foi comercializado era bem agradável, mas aquele que você recebeu, estava adulterado. Já vou chegar nessa parte.
Adolfo – Só de me lembrar daquele cheiro, já fico enjoado.
Diana – Sinto muito ... contudo, eu descobri que ele estava abusando do uso, pois, segundo ele, “eu estava dando mais trabalho que o normal”. Aproveitei para “roubar” um frasco do extrato [09/01].
César – Quem diria ... Diana cometendo um crime! – Falou meu amigo César, zoando a minha conduta.
Diana – Era por uma boa causa.
Adolfo – E qual foi a segunda atitude impensada do Ariano?
Diana – Bom, meu amor, a segunda, nem eu tenho certeza de que foi uma atitude impensada. Eu só não tinha ideia de qual era o objetivo dele em me alçar ao posto de CEO da empresa em que eu trabalhava. Ele pode ter considerado que, como foi um tremendo sucesso o lançamento do perfume, eu merecia esse posto.
Adolfo – Será? Esse cara não dá ponto sem nó! Devia ser mais uma tramóia dele.
Tati – Nem vem, Adolfo ... A Diana mereceu! Foi uma campanha perfeita e até hoje eu colho ou louros daquele trabalho.
Diana – Mesmo assim, eu achei uma atitude estranha. De repente, ele uniu o útil ao agradável ... Talvez ter mais poder e influência sobre mim [09/01]. Não sei. Só sei que, eu teria que mudar o meu comportamento para usar aquela nomeação a meu favor ... [09/01].
Tati – Aí, começaram as indiretas de como você conseguiu o cargo.
César – Isso sempre acontece ... Se lembra quando eu promovi a Kátia lá na empresa? Todo mundo achou que eu tinha comido ela.
Adolfo – Mas você comeu.
César – Depois ... Bem depois ...
Tati – Homens ... – Disse minha amiga, bufando.
Diana – ... Eu nem liguei muito para estes boatos, até porque, pouco tempo depois eu iria fazer uma viajem com a Valeska e iria aproveitar para conseguir mais informações.
Adolfo – Aquela maldita viagem ... – Disse Adolfo, se lamentando e revirando os olhos.
Diana – Sim, foi uma viagem maldita! Naquele momento eu acreditei que aquela viagem seria o movimento que a Martina tinha me falado. Um plano para que eu estivesse “preparada” para o Ariano. Infelizmente, só existia uma forma para eu descobrir. [09/01].
Tati – Você quis “pagar pra ver”, mas foi uma burrice, Diana.
Diana – Não concordo! O problema é que não existe plano perfeito e eu tive que improvisar em alguns momentos, corrigir a rota, mas ir para o Nordeste, me abriu caminho para fechar a tática que eu iria utilizar para me ver livre do Ariano. E, não só a mim, todos nós.
Tati – E qual era essa tática?
Diana – Vejam bem, Como um homem poderia se dizer interessado em uma mulher que ele nem conhecia? Ou melhor, conhecia somente através da investigação que foi feita por três anos. Ele nunca, sequer, tinha conversado comigo, antes do workshop. Como isto era possível?
Todos ficaram em silêncio, pois não entenderem a ligação da minha afirmação com a tática que eu iria pôr em prática.
Diana – O que eu imaginei fazer, naquele momento, foi me tornar indigna dele.
Suzy – Indigna? Como assim?
Diana – Se ele estava interessado em mim pelo meu signo e pelo meu comportamento, eu iria me comportar de uma forma totalmente diferente. Se a intenção dele era que a Valeska me “preparasse” para ele ... Eu iria passar do ponto. Fazer, como fiz, coisas impensadas. Inclusive que ele, provavelmente, abominaria, como transar sem proteção.
Adolfo – Diana!!! – Bradou Adolfo, levantando-se da cadeira.
Diana – Calma, Adolfo!
Suzy – Não, mamãe! Você sempre me disse pra usar proteção! Não tô acreditando nisso!
Diana – Antes de falar sobre a viagem, eu quero comentar sobre o que aconteceu antes. O aniversário da Suzy.
Adolfo – Foi onde eu achei que tinha chegado no fundo do poço e não estava nem na metade do trajeto. Aquele cheiro, aquele beijo ...
Diana – Eu sei. Para você foi só aquele beijo, mas para mim foi muito mais do que aquilo.
Tati – Como assim?
Diana – Primeiro foi a situação, o perfume e depois com o carro, onde o Adolfo deu a entender que eu havia “dado uma rapidinha” com o Ariano e que eu estava me vendendo [09/02].
Adolfo – Era o que parecia e ele aliás, havia me falado isso. Eu não queria acreditar, mas você agia como se realmente estivesse fazendo tudo aquilo.
Diana – Adolfo, você vai se lembrar da minha resposta: “você não sabe o que está falando. E não tem nem ideia do que eu estou passando” [09/02] Lembra?
Adolfo – Me Lembro. Mas quando eu disse que ele tinha ido para Cabo Frio, me afrontar, você não acreditou em mim.
Diana – Então ... Você vai se lembrar também que eu fiz uma vídeo chamada com ele. Minha intenção era confrontar os dois, não só pela visita como por outras coisas e, a única coisa que eu pedi para você, foi para parar de beber. Inclusive você me disse que tinha bebido muito nesta viagem para Cabo Frio.
Ele baixou a cabeça, envergonhado.
Diana – Meu amor, você só estava dando mais munição para o Ariano contra você, mas você não entendeu,..
Adolfo – Mas, por quê você não acreditou que o Ariano seria capaz de fazer as coisas que eu te falei?
Diana – Adolfo, meu amor, eu já sabia que ele seria capaz de fazer o que fez. Aliás, de fazer muito mais do que aquilo. Só que eu acreditava que ele havia concordado em deixar a Jordana ir ao aniversário da Suzy, para me observar. E depois passar as informações do meu comportamento para ele. Entende?
Adolfo – Teve um momento que eu percebi que você ficou me olhando de uma forma diferente. Como se quisesse me dizer alguma coisa, mas nem uma palavra saiu da sua boca [09/02]. Foi este o motivo?
Diana – Exatamente. Só que no final da festa o Ariano veio buscar a Jordana e vocês voltaram a se enfrentar, e eu não poderia tomar uma posição. Até que ele me pediu para conversar.
Adolfo – E foi quando aconteceu o beijo ... quando estava indo para casa eu pensei: “Justo hoje que eu consegui conversar com ela. Tentei mostrar quem realmente é o Ariano. O que eu ganho?” [09/02]. Uma facada ... por que você fez aquilo? – Perguntou meu Adolfo, querendo explicações.
Diana – Eu vou te contar. Foi o pagamento de um acordo.
Tati – Acordo? Com quem?
Diana – Com o Ariano. Adolfo, veja a minha situação: A Suzy queria que a Jordana viesse no aniversário. A Jordana disse que só viria com o Ariano e você não o queria na festa. O que mais eu poderia fazer?
César – Era uma sinuca de pica! Alguém ia se foder.
Adolfo – Sem gracinhas, César ... Pelo visto, quem se fodeu fui eu. – Disse Adolfo bem chateado, cortando o amigo.
Suzy – Não entendi ... Que acordo era esse?
Adolfo – O acordo era que ele não viria na festa, mas sua mãe teria que dar um beijo nele. Acertei?
Diana – Exato! Eu achei que seria o menor dos males. Adolfo, foi só um beijo! Na verdade, aquele foi o primeiro beijo que nós demos! No entanto, eu não sabia o estrago que aquele simples beijo poderia causar em você. Depois que aconteceu foi que eu vi a cagada que eu tinha feito.
Adolfo – Bota cagada nisso ... Como diria o Renato, “... e pro inferno ele foi pela primeira vez”. – Cantarolou Adolfo, o trecho de Faroeste Caboclo, da Legião Urbana.
Diana – Me desculpa, meu amor ... O beijo não precisava ser naquele momento. Contudo, eu, novamente, fiquei embriagada com o perfume dele e aconteceu ... Mesmo assim, quando você estava no hospital, eu repeti para você que havia sido somente um beijo, e que não tinha significado nada, e eu pedi para você acreditar em mim [09/03].
Adolfo – Até hoje eu não sei o que aconteceu comigo. Se foi a bebida, o cheiro, o que eu havia visto, sei lá. Deu algum curto-circuito na minha cabeça.
Diana – Tudo estava ficando fora de controle. Eu me sentia responsável por aquela situação [09/03].
Tati – Se eu fosse você, eu já teria abortado esse plano antes ... O risco era muito alto.
Diana – Você pode estar certa ... Naquela noite, foi a primeira vez que eu senti vontade de desistir de tudo, pegar vocês e sumir no mundo. Mas, eu também sabia que esta não era uma opção. Lembrem-se... Ele é obstinado, investiu tempo e dinheiro ...
César – 3 anos.
Diana – Isso, César! Com certeza, ele não iria parar ... Eu fiz um exercício mental de tentar imaginar o futuro. Sabe o que eu pensei?
Adolfo – Não ! Não faço ideia.
Diana – Você bebendo do jeito que estava ... quebrando a casa ... Fiquei com medo, Adolfo ... e aí ... lá no hospital, após você ter quebrado toda a sala ... você me disse, pela primeira vez que havia desistido de nós, que se conscientizou que havia me perdido [09/03]. Você não poderia estar mais errado.
Adolfo – Errado?
Diana – Meu amor, você nunca me perdeu! Como eu disse no começo da nossa conversa, eu te amo hoje, da mesma forma que sempre te amei. Teve, inclusive, um momento em que eu me emocionei muito e tive vontade de abraçá-lo, e falar para você o que eu estava sentindo, o que eu estava passando, para que a sua dor diminuísse [09/03].
Adolfo – Eu ainda te perguntei se você estava me escondendo ou queria me poupar de mais sofrimento ... [09/03].
Diana – Exato, só que eu fiquei com medo, Adolfo. Sabe o que teria acontecido, se eu tivesse desistido de tudo e voltado para você? O que você acha que o Ariano iria fazer?
Tati – Iria fazer da vida de vocês um inferno.
Diana – Exatamente, Tati! Provavelmente o Adolfo estaria morto, ou num sanatório por causa das bebidas e alucinações. Suzy, encantada com sua idola, Jordana, aceitaria viver naquele mundo com o passar do tempo ...
Suzy – Está redondamente enganada.
Diana – Seus olhos brilharam, quando Jordana te deu o carro de presente ... Eu vi, filha!
Ela baixou a cabeça, um pouco envergonhada.
Diana – E o Jonathan, coitado ... Ele seria o mais fácil de se manipular. Eu sabia disso, porque lá na Mansão tínhamos uma ninfeta que morava lá desde os 12 anos ... Totalmente mimada e deslumbrada.
Adolfo – Não tem como prever isso ... Você está sendo pessimista.
Diana – Talvez, mas eu tinha que fazer alguma coisa, pra isso não acontecer. E Por este motivo, com uma dor enorme no coração, eu continuei com a minha performance. Eu só estava sendo convincente com eles. Você e as pessoas do nosso convívio estavam me achando estranha. Eu pensei: Será que o que eu estou fazendo é um erro [09/03]?
César – Sendo bem honesto, eu achei que você estava sendo burra ... muito burra, mas agora estou em dúvida.
Diana – Eu sempre calculo os riscos, mas pela primeira vez, eu percebi que isso não era uma planilha ou um contrato. Eram as pessoas que eu mais amava ... Foi muito difícil aguentar tudo isso sozinha.
Minha voz embargou e meus olhos marejaram, mas enxuguei rapidamente e continuei.
Diana – Eu tinha que tomar cuidado ... Bom, depois veio a viagem para o nordeste.
César – E, nessa viajem, você meteu o pé na jaca. – Disse meu amigo, quase rindo, tentando amenizar a situação e me fazer relaxar.
Tati – E como ...
Diana – Foi mesmo. Mas o enredo desta tragicomédia, iniciou bem antes. Começou com a manipulação da Valeska para que eu aceitasse viajar. Ficou claro, para mim, que o objetivo dela era me fazer ver o relacionamento deles, a vida deles, por uma outra ótica ... Uma ótica bem específica, e concluí que esta viagem seria boa para as minhas pretensões, além de precisar entender melhor onde eu estava me metendo [09/03].
Adolfo – E quais eram as suas pretensões?
Diana – O meu objetivo principal, naquela viagem, como eu disse antes, era me tornar indigna, aos olhos do Ariano.
Suzy – Eu ainda não estou acreditando ... – Disse minha filha inconformada.
Diana – Mesmo sendo complicado administrar a frustração dos nossos filhos, eu tinha que fazer. Inclusive, você Suzy, me jogou na cara uma série de barbaridades e eu percebi que a nossa relação, também estava saindo do controle [09/03].
Suzy – É ... Eu peguei um pouco pesado, mas eu não estava mais te reconhecendo.
Diana – Eu sei, filha e te entendo, entretanto, eram riscos que eu tinha que correr, se eu quisesse ser, parecer e agir diferente. Ser uma pessoa diferente. Mais “preparada” [09/03].
Adolfo – Acho que funcionou ... Até meus pais notaram que você estava diferente.
Diana – Eu só esperava, nesta viagem, ter uma ajuda que poderia ser necessária. Mas, nem isto aconteceu. Não foi o Caíque que nos levou e eu mandei uma mensagem para ele para cuidar de você, Adolfo.
Adolfo – Por isso que ele, de vez em quando, me ligava ou aparecia lá em casa. Você era quem pedia para ele?
Diana – Exato. Era o que eu, e principalmente ele, podíamos fazer. Nada mais. Voltando à viagem ... foi como eu imaginei que seria. Mesmo assim, eu tive momentos de fraqueza. Ainda no avião eu quase peguei o celular e mandei uma mensagem para você, meu amor – falei olhando para o Adolfo – mas eu não podia. Eu tinha que ser forte e enfrentar tudo sozinha, pois o Caíque não seria o nosso piloto. Só consegui mandar uma mensagem para ele [09/03].
Fiz uma pausa e respirei profundamente.
Diana – E foi a partir daquele momento que a minha “viagem” começou.
Tomei um gole de água e continuei a falar:
Diana – O meu segundo momento de fraqueza foi nos lençóis maranhenses onde eu me peguei pensando em vocês [09/04].
Adolfo – Eu te prometi levar lá um dia, mas não rolou.
Diana – Por isso! Eu me lembrava disso e de você. Ainda mais, quando eu conheci um senhor, lá nos Lençóis, e a história dele era muito parecida com a nossa. Só que, quando eles reataram, a esposa dele faleceu. Depois de ouvir a história, eu fiquei muito triste e Valeska percebeu, mas não me cobrou uma explicação. Entretanto, no final do dia, eu recebi uma ligação do Ariano me perguntando como eu estava. Disse que estava bem e aproveitando a viagem [09/04].
Bebi mais um gole d’água e continuei.
Diana – Aquele foi o momento que eu tive a certeza de que a viagem toda estava sendo monitorada pelo Ariano e as esposas que estavam comigo.
Adolfo – Mesmo assim, no dia seguinte você me ligou, não foi?
Diana – Foi. Consegui me distanciar de Valeska e Olga e te liguei. Eu precisava ouvir a sua voz, até para ter forças para continuar. Você se lembra do que eu disse para você no telefone?
Adolfo – Mais ou menos ... só me lembro de que estava vendo as suas fotos na internet, você ligou e eu perguntei sobre o Ariano.
Diana – E eu te disse, novamente, que ele não estava na viagem. Mas, eu vou refrescar sua memória. Eu disse que independentemente de qualquer coisa ... você sempre seria o pai dos nossos filhos e tudo o que eu ... estava fazendo, podia não parecer, mas era por eles [09/04].
Adolfo – Sim, você disse isso, mas como eu iria saber?
Diana – Não tinha como ... Eu estava tentando me abrir contigo ... E mesmo depois desta declaração ... se não me engano, foi no dia seguinte, eu recebi uma mensagem e algumas fotos da Soninha. Estas fotos mostravam você e Sol passeando no Pão de Açúcar. Você não sabe o quanto aquilo me machucou. Não só pelo local, que você sabia que eu adorava, mas como eu havia falado, você tinha desistido de mim e estava seguindo com a vida, e talvez fosse melhor assim. Era um risco que eu sabia que estava correndo. Mesmo assim, eu fiquei confusa [09/05].
Adolfo – Diana, aquilo era ... aquilo era carência. Mesmo te dizendo que eu havia desistido, eu sentia muito a sua falta, mas você tinha que transar com mulheres ... com a Olga! Usar drogas e fazer sexo com desconhecidos, sem proteção? Precisava tudo isso?
Suzy – Isso eu não admito, mamãe! A gente sempre conversou sobre sexo, e você sempre me advertiu e aconselhou em relação a usar preservativo.
César – Até agora eu não consigo imaginar a Diana, careta e certinha do jeito que é, fazendo essas coisas.
Diana – Não foi fácil ... Eu tinha que fazer, mas era totalmente contra os meus princípios. Comecei a beber muito, pra criar coragem, e mesmo assim, eu não consegui. Decidi fumar maconha e haxixe, pra ver se eu despirocava um pouco ... Foi o que eu pensei na hora, pra apagar a Diana careta e certinha, e fazer brotar uma Diana ousada e safadinha.
Tati – Estou passada ... Você fumando essas coisas.
Suzy – De certinha ela não tem mais nada. – Disse minha filha, sendo sarcástica e me provocando.
Diana – Suzy, quero que você me prometa, que nunca vai fazer o que eu fiz. Drogas e sexo com desconhecidos, ainda mais sem proteção. Prometa, Suzy ... – Falei segurando os ombros dela e olhando-a nós olhos.
Suzy – Eu prometo ... a não ser que eu tenha que salvar a minha família. – Falou a espertinha, piscando os olhos pra mim.
Adolfo – Suzy!!! Você não é a sua mãe.
César – Mas, continue, Diana ... Você bebeu, fumou, botou as aranhas pra brigar …
Tati – Cruzes, César!!! Seu palhaço! – Exclamou Tati, dando um tapa nas costas do César.
César – O clima tava ficando tenso.
Diana – Eu fiz isso tudo, sim. Era o preço que eu tinha que pagar para me tornar o que elas queriam. Ou, segundo o meu entendimento, me tornar o que o Ariano não queria. Entendeu?
Adolfo – Mais ou menos ...
Diana – Bom, eu não vou te contar tudo o que aconteceu na viagem ... não quero que você pense ... Só digo para você que a primeira vez que eu tive contato com a Olga, e foi sem penetração, eu fiquei muito mal, tanto que ela percebeu a minha mudança e me perguntou se eu estava bem e eu disse que queria ir embora, e que estava tudo errado na minha vida [09/05].
César – Diana, você não vai contar nadinha?
Adolfo – Porra, César! Deixa-a continuar ... Seu safado!
Diana – Foi depois disto que que acreditei que para atingir os meus objetivos eu teria que, também, atingir os meus limites. Mas eu estava equivocada. Para atingir os meus objetivos eu teria que extrapolar os meus limites. E eu tinha que começar o mais rápido possível [09/05].
Tati – E o que você começou a fazer?
Diana – Ao mesmo tempo que eu tinha, na minha cabeça, um objetivo, eu precisava conseguir reunir a maior quantidade possível de informação sobre o Ariano. Eu já sabia algumas coisas que ele gostava e outra que ele odiava. Mas eu precisava saber mais. E qual era a melhor maneira de conseguir mais informações?
Tati – As esposas?
Diana – Correto! As esposas. Elas estavam comigo e não custava perguntar. Foi quando eu consegui saber, por exemplo, algumas coisas sobre os “contratos” que ele tem com as esposas. Por exemplo: os contratos não são iguais, tem partes comuns e partes específicas para cada esposa, [09/06] e é por conta disto, que a Olga não pode fazer a cirurgia de transição, que a Valeska tem autorização para transar com outras pessoas, e inclusive tem um Termo de Confidencialidade. Ou seja, uma esposa não conhece totalmente o contrato da outra. Tudo elaborado pela “sua irmã advogata” Ana Lúcia [09/06].
César – Diana, não enrola e fala logo da parte mais ... você sabe ...
Diana – César, você quer saber como aconteceu, certo?
César – Acho que todos nós queremos saber.
Adolfo – Suzy, tape os ouvidos!
Suzy – Ah, pai ... Já sou adulta!
Diana – Ok, “adultinha”... eu havia definido que iria testar os meus limites [09/06] e comecei aceitando o convite da Valeska para ir à piscina do hotel, durante a noite. Lá, na piscina, usamos maconha. Só assim pra eu criar coragem ... E não era algo inédito para mim, então, tudo bem. Só que a Valeska tinha convidado dois “amigos” para se juntarem a nós. E foi o momento que eu testei e ultrapassei o meu limite. Junto com a Valeska, eu transei com um dos “amigos”, sem camisinha ... [09/06].
Suzy – PORRA, MÃE!!! – Berrou minha filha, batendo as mãos na perna.
Diana – Ei, adultinha ... Pisa no freio, aí ... Que eu saiba é o cachorro que faz xixi no poste, e não o contrário ... Tá querendo me testar?
Suzy – Desculpa, mãe.
Adolfo – Diana, a Suzy se excedeu, mas ela tem razão. Você ficou louca? Perdeu a cabeça? Sabia o risco que estava correndo?
Diana – Calma Adolfo, não foi intencional ...
Adolfo – Não foi intencional, o caralho? Você perdeu o juízo. Só pode!
Diana – Não era para ter acontecido daquela forma. Era pra ser só umas sarradas e esfregadas, mas eu bobeei por um segundo e aí, foi sem camisinha mesmo ...
Tati – Nem eu que sou meio doidinha faço isso.
Diana – Gente, a merda, como eu disse e repito, não intencional, já tinha acontecido. Eu sabia o risco que estava correndo. Mas, como eu falei, era o preço que eu tinha que pagar para mostrar a eles que eu era outra pessoa. Se tudo desse certo, eu me tornaria indigna aos olhos do Ariano e ele iria desistir de mim ... Eu sabia que já tinha ultrapassado os meus limites. Se eu tinha a intenção de impressionar, mostrando uma nova Diana ... naquele momento, tinha passado do ponto [09/06].
Tati – E depois?
Diana – Tati, eu já tinha feito uma puta cagada e já iria ter que fazer todos os exames possíveis e necessários para saber se estava tudo bem, e assumir as consequências. Entretanto, não custava nada fazer outra. Como dizem: se você está no inferno, abraça o capeta. No dia seguinte, estávamos na praia e encontramos um dos rapazes que estavam de madrugada na piscina. Ele me convidou e fomos caminhar, e eu olhei pra trás, vendo que as duas estavam rindo e cochichando. Se possível, eu iria mostrar para elas do que a nova Diana era capaz [09/06]. Acabamos indo para uma cabana e transamos, novamente.
Suzy – Outra vez?
César – Suzy, sua mãe já estava cagada! O que seria mais um peidinho?
Suzy olhou pra ele com raiva, e eu achei que ela mandaria o meu amigo tomar no cu, ou ir à merda!
Adolfo – Suzy ... Vamos continuar a escutar a sua mãe.
Diana – Adolfo, eu tinha certeza de que a Valeska e a Olga estavam nos seguindo [09/06]. Eu tinha que mostrar a elas que eu tinha me tornado uma pessoa promíscua, pois era exatamente o que o Ariano odiava. Inclusive, quando saímos da cabana e fomos para o hotel, eu tive uma ideia e dei a minha mão para o Marco e fomos caminhando de mãos dadas pela praia [09/06]. E todos estes acontecimentos, causaram um efeito devastador.
César – Devastador para quem? Para você?
Diana – Pra mim não, seu bocó! Pra Valeska!
César – Por quê?
Diana – César, a Valeska, e também a Olga, estavam lá para me preparar para o Ariano. Nas palavras da própria Olga ... deixa eu ver se me lembro ... Ah, elas estavam “amaciando a carne para o Ariano comer” [09/06].
Suzy – Que horror! – Disse minha filha, indignada.
Diana – Entretanto, pelo que eu entendi, elas também passaram dos limites, pois eu peguei uma conversa das duas onde a Olga disse para a Valeska: “Que o Ariano iria ficar furioso quando soubesse ... que não tinha sido exatamente isto que ele tinha ordenado ... que ela tinha posto o plano dele, a perder ... entre outras coisas” [09/06], ou seja, eu estava no caminho certo. Principalmente quando a Olga me disse que transar sem proteção é algo que o Ariano não tolera, nem para a Valeska [09/06]. Naquele momento, acreditei que os meios justificavam os fins, e que ele desistiria de mim.
Tati – Meu Deus!!!
Diana – Exatamente. Mas ainda teve a “cereja do bolo”.
Adolfo – O ecstasy.
Diana – Sim. Usá-lo ultrapassaria, em muito, os meus limites [09/06].
Adolfo – E por que usou?
Diana – Então, Adolfo, esta parte está um pouco obscura, inclusive para mim...
Tati – Não entendi? Você usou ou não usou, MD?
Diana – Usei, mas não sei se foi por minha vontade ou se eu fui induzida. A Valeska disse que fui eu quem pediu para usar. A Olga confirmou, mas sem muita convicção. Eu me lembro de outra história, mas não tenho como saber o que realmente aconteceu. Na verdade, eu tinha certeza de que não havia acontecido daquela forma [09/07]. Entretanto foi depois de usar, que as coisas saíram realmente do controle. Eu fiquei fora de mim e fiz sexo com a Olga e com a Valeska, além de uma intensa sessão de beijos nos participantes da festa que havia no hotel. No dia seguinte eu as confrontei e o resultado vocês já sabem.
Suzy – Com as duas, mãe? Meu Deus!
Adolfo – Diana, eu acho que a Suzy não deve continuar a ouvir …
Suzy – Eu quero! Eu preciso saber de tudo! Ou eu nunca mais terei confiança em vocês!
Diana – Filha, as coisas vão piorar ...
Suzy – Tem como piorar?
Olhei pro Adolfo e ele baixou a cabeça. Silêncio na sala, até que o César, sempre o bocó do César.
César – Suzy, dá um desconto pra sua mãe. Ela usou MD pela primeira vez, mas, Diana ... Foi só isto?
Diana – César, não sei o que você quer saber, mas não vou contar detalhes. Mas, para terminar, juntou tudo: as bebidas, as drogas, as imagens do Adolfo com a Sol, a minha ressaca física e moral e ... e eu acabei ligando para o Adolfo e foi a maior merda que eu poderia ter feito. Eu decidi que era hora de tentar fazer com que ele soubesse o que estava acontecendo comigo. Tenho certeza de que ele não conseguiu entender o motivo, mas eu tinha que tentar fazê-lo sentir o que eu estava passando [09/07].
Adolfo – Eu me lembro desta ligação sua ... – Retrucou Adolfo, bem sério e chateado.
Diana – Eu imagino o que você se lembra. Eu estava vivendo um pesadelo, mas me lembro de ter te falado que eu gostaria que você estivesse lá comigo ... [09/07].
Adolfo – Você estava me “convidando” para usar, como você disse ... “um pouco desse bagulho”, rsrsrs. – Disse meu Adolfo, rindo de nervoso.
Diana – Foi mesmo! Rsrsrs. Voltando ... depois desta ligação eu fui tomar um banho e tive a noção exata do que eu tinha feito. As marcas no meu corpo eram provas irrefutáveis das minhas atitudes. Eu chorei tomando banho e decidi que a “Nova Diana” não era uma pessoa confiável, mas eu não queria voltar a ser a “Velha Diana” também [09/07]. Na verdade, eu não podia voltar a ser.
Parei de falar por alguns segundos para organizar os pensamentos e continuar a minha confissão.
Diana – E isto foi o fim da viagem. Nos preparamos para voltar e, ainda durante o voo, eu fiquei sabendo do que tinha acontecido entre vocês – Falei olhando para o Adolfo e depois para a Tati.
Tati – Diana, por fav ...
Diana – Calma Tati! Não é o que você está pensando – Cortei minha amiga, tentando tranquilizá-la.
Tati – Mas você brigou comigo, por conta disto ... inclusive ...
Diana – Tati, posso continuar? – Interrompi novamente a minha amiga. – Posso? Bom ... voltando, eu recebi sua mensagem ainda no avião ... E, não posso negar, me abalou. Me abalou muito! Inclusive, naquele momento, eu estava pensando em ligar para você, para conversar, e acabou que eu acreditei ter levado uma rasteira da vida, porém, uma rasteira que eu imaginava que poderia acontecer. Não iria gostar, mas tinha que suportar. Te confesso que a minha vontade era jogar o celular pela janela. O que não seria possível, por estarmos no avião [09/07].
Tati – Por quê? Por que não falou comigo ou me deixou explicar para você?
Diana – Quem estava comigo no avião?
Tati – A Valeska e a Olga? – Perguntou minha amiga assertivamente.
Diana – Exato! Elas me acharam estranha e perguntaram o que havia acontecido e eu tive que mostrar a mensagem e disse para elas que iria conversar com o Adolfo, e depois, virar a página. Meu jogo estava dando certo. Tati, há males que vem para bem [09/07]. Assim que cheguei em casa, senti necessidade de conversar com alguém e acabei ligando para a única pessoa que poderia me ajudar [09/07]. O Caíque.
Adolfo – No dia seguinte da sua volta, você foi até a minha casa ... e por este motivo, o Caíque e a Giulia estavam lá. Foi você que pediu para ele ir?
Diana – Exatamente! Inclusive pedi para levar a Giulia, propositalmente.
Adolfo – Por quê?
Diana – Porque eu sabia que o que acontecesse na sua casa, ou seja, a nossa discussão iria chagar aos ouvidos da Babi, e consequentemente, ao Ariano.
César – Diana, Diana, você é maquiavélica!
Diana – Eu faço o que posso! O problema, Adolfo, foi a nossa discussão ser presenciada pela Suzy. Isso não estava nos meus planos ..., Mas, a discussão com a Tati, kkkk, eu não sabia que ela estaria lá. Eu só aproveitei o momento.
Tati – Hein? – Perguntou minha amiga, admirada com o que ouviu.
Adolfo – Quer dizer que toda aquela discussão sobre a Tati e sobre a viagem foi um teatro seu?
Diana – Claro que sim. Principalmente quando eu disse para você que era uma realidade, que você havia desistido de mim [09/07].
Tati – Você é uma filha da puta! Estava fazendo um teatrinho.
César – Diana, estou em choque, agora!
Diana – Tati, nem adianta fazer esse bico! Você mereceu. – Falei quase rindo, dando um abraço nela!
Tati – Sua puta safada! Me enganou. – Sussurrou minha amiga no meu ouvido.
Diana – Tenho certeza de que a Giulia ouviu. Mas, eu precisava ter certeza de que as minhas atitudes tinham surtido efeito. Eu ainda precisava saber das reações do Ariano ao tomar conhecimento dos detalhes da viagem com a Valeska e a Olga, [09/07] e foi nesta hora, que eu recebi uma piscina de água fria na minha cabeça.
Tati – A reunião na empresa, na segunda feira?
Diana – Exato! Eu achei que seria escorraçada e dispensada sem “justa causa”. Infelizmente, a reação do Ariano foi bem diferente, pois ele disse que precisava conversar comigo. Eu já imaginava qual seria o teor da conversa. Mesmo assim, fiquei receosa sobre qual seria o meu comportamento, dependendo do que ele me falasse [09/07].
Tati – E o que ele disse?
Diana – O que me alarmou foi a forma que ele se dirigiu a ele mesmo. Como foi? Acho que foi assim ... “como você já sabe, eu sou uma pessoa muito obstinada, determinada a conseguir as coisas que eu quero e quando alguma coisa sai fora do meu planejamento, eu fico muito chateado” [09/07]. Depois de me falar um monte, e me dar um esporro, ele disse que eu iria para EUA fazer alguns exames e cursos. Naquele momento eu pensei: Que merda! A reação do Ariano foi enérgica como eu havia imaginado, mas ele continuava interessado em mim. As coisas podem não ter saído como eu imaginei, entretanto eu tinha que encontrar o meu “novo caminho” [09/07]. E foi uma frase que ele me falou antes de nos despedirmos, que me deu esperanças ... nem tudo estava perdido.
Adolfo – O que foi que ele falou?
Diana – Ele falou pela primeira vez: Você nem imagina como estou apaixonado por você [09/07].
Suzy – Que babaca, filho da puta!
Todos nós olhamos pra Suzy e ela ficou surpresa.
Suzy – O que foi, agora? Nem ele eu posso xingar?
Adolfo – Ele pode, filha! Ele pode.
Diana – Tati, como ele estava por perto quando conversamos, eu tive que manter a minha postura contra você, desculpe ... Eu tinha que seguir em frente [09/07], mas eu iria precisar de um novo plano, e eu já tinha ideia de qual seria a nova tática que eu iria utilizar.
César – E qual seria a nova tática?
Diana – Já que eu não tinha conseguido me fazer indesejável para ele, visto que ele ainda me queria e, inclusive, tinha me “obrigado” a viajar para os EUA para fazer os testes que indicavam que eu não tinha sido contaminada, tudo isso travestido de cursos, eu o faria SE APAIXONAR por mim.
Adolfo – Essa seria a sua tática? Sério?
Diana – O meu objetivo continuava o mesmo, me livrar, e livrar a minha família, das garras do Ariano. Se eu não tinha conseguido me livrar dele por me tornar indigna, eu iria fazê-lo se apaixonar e “baixar a guarda”, procurar seus podres e destruí-lo de uma vez.
Adolfo – Caralho, Diana! Você ficou maluca? Você tem consciência do poder, não só financeiro e da influência que esse cara tem? – Indagou Adolfo, quase me dando um esporro.
Diana – Adolfo, que outra opção eu tinha? Eu não poderia, simplesmente, dizer que não queria, ou pior, aceitar os termos dele para que vocês ficassem à salvo, entende? E à salvo até quando? Até quando ele ainda poderia te prejudicar para que eu continuasse colaborando? Eu tinha que tentar.
Tati – E o que aconteceu nos EUA?
Diana – Eu viajei com a Flávia. Conversamos muito e, o mais importante, foi ouvir o que a Flávia falou sobre o meu comportamento e as atitudes do Ariano [10/01].
César – O que ela falou?
Diana – Sobre o comportamento do Ariano e como ele estava me tratando de forma diferente das outras esposas. As coisas que eu havia feito, nunca seria aceito para nenhuma outra. Ela inclusive disse que às vezes não estava entendendo o Ariano[10/07]. Depois desta frase, eu aproveitei a viagem para testas os limites dele. Eu queria saber até onde ele estava apaixonado por mim e, se possível, fazer esse sentimento aumentar.
Tati – O que você fez?
Diana – Eu e a Flávia saímos e fizemos compras. Na volta eu comecei a experimentar as roupas e, qual não foi a minha surpresa, quando a Flávia recebeu uma vídeo chamada do Ariano. Ele estava se divertindo com a Alba, e quando eu me dei por mim, a Flávia já tinha tirado toda a roupa e começou a interagir comigo. O que estava acontecendo não era uma novidade para mim. Eu já tinha passado por mais do que aquilo, na viagem para o nordeste. Resolvi deixar rolar [10/01].
Suzy – De novo com mulher, mãe? A senhora é lésbica?
Diana – Talvez bi, minha filha ... Não posso negar que senti prazer.
César – Caralho!!! – Exclamou César arregalando os olhos.
Diana – Contudo, teve um momento em que ele me tratou como se eu já fosse propriedade dele, mas eu tinha que mostrar para ele que não seria assim tão fácil. Aquela atitude, me deixou puta! Meu tesão esfriou um pouco, e eu inventei uma desculpa de que estava com jetlag e precisava descansar. Flávia percebeu que alguma coisa estava errada, mas não falou nada [10/01].
César – E depois?
Diana – Depois, ele fez um comentário sobre uma das roupas que eu havia experimentado e eu fiquei surpresa. Eu entendi que ele monitorava tudo e iria aproveitar para começar os testes, mostrando a minha indignação.
Adolfo – O que você fez?
Diana – Ele disse que monitorava tudo o que era dele através das câmeras, inclusive naquele apartamento. Eu, como dizem, “subi nas tamancas” e falei poucas e boas para ele, mas achei que tinha ultrapassado os limites. Desliguei a chamada e voltei para o quarto. Me sentei na cama, pensando na loucura que estava a minha vida [10/02]. Só que, aí, aconteceu algo que eu não esperava.
Adolfo – O que?
Diana – Ele tentou me ligar, mas eu não o atendi. Então, ele ligou para a Flávia, e ela veio até o quarto. Ele tentou se desculpar, mas eu não aceitei e disse que não ficaria mais naquele local e iria para um hotel. Eu demonstrava fúria. Me levantei da cama e fui pegar a minha mala. Quando eu saí do apartamento e estava no lobby procurando um hotel, a Flávia apareceu, dizendo que o Ariano estava arrasado com o que havia acontecido e que iria me dizer como desligar as câmeras. Segundo a Flávia, ele nunca tinha agido daquela forma, com ninguém [10/01].
Tati – Ele estava caidinho por você, kkkk.
Diana – Era o que parecia ... Ele agia de forma diferente comigo, e era o que eu queria.
Tati – E você fez os exames?
Diana – Fiz, e o resultado, apesar de não ser nada grave, mostrava que eu havia sido infectada com Clamídia.
Adolfo – Porra, Diana!!! – Esbravejou meu amor, dando um esporro, aumentando um pouco a voz.
Diana – Dos males, o menor.
Tati – Graças a Deus!!!
Diana – Tá vendo, Suzy? Toda ação tem uma reação. Sorte que foi uma IST leve.
Suzy – Por que está falando isso comigo? Quem não se protegeu foi você! Eu sempre me protejo.
Diana – Eu realmente tinha extrapolado e essa era a consequência. Uma coisa com a qual eu não contava [10/02]. Eu ainda tinha esperanças de que o Ariano, depois destes resultados, desistisse de mim. Inclusive perguntei para a Flávia se ela iria contar para ele e ela me confirmou [10/02]. Enquanto ainda estava no médico, recebi uma ligação do Ariano. Estava esperando outro esporro e, qual não foi a minha surpresa, quando ele foi bastante razoável e cordato, disse que temos que aprender com os nossos erros. Eu fiquei chocada [10/02].
César – E você acabou fazendo os cursos também?
Diana – Ah, César, me poupe ... Os cursos eram de menos. Meu interesse era outro. Conseguir informações sobre o Ariano. E foi quando a providência divina me atendeu.
Tati – Por quê?
Diana – Eu achava que a companhia da Flávia, era por ela ser médica também e eu iria fazer exames. Só que eu presenciei uma conversa dela com o médico, que me deixou empolgada.
Adolfo – Por qual motivo?
Diana – Adolfo, meu amor. Eu descobri que o Ariano não era tudo isso. – Falei bem debochada.
Tati – Não entendi.
Diana – O Ariano faz uso de substâncias afrodisíacas para subjugar as mulheres e ter um desempenho fora do normal durante o sexo.
Adolfo – Como é que é?
Diana – Exatamente! Ele tem um chip de um extrato de testosterona implantado no corpo e, para aumentar a eficiência, ainda aplicava injeções no cacete.
César – Tá de brincadeira?
Suzy – Injeção no pênis? Meu Deus, que cara maluco!!! – Disse minha filha, chocada.
Diana – Tô não ... É verdade! Eu fiquei passada e até tentei conseguir mais informações do médico, mas ele não colaborou. Depois disto, voltamos para o Brasil e eu tive a noção exata das consequências dos meus atos e do meu plano.
Tati – Por quê?
Diana – Porque, Tati, assim que pousamos eu soube que o Adolfo tinha liberado o seu namoro, filha.
Suzy – Não entendi.
Diana – Você me disse que o seu pai estava diferente, mais alegre. Eu associei essa alegria a uma nova mulher, ou seja, que o Adolfo poderia estar apaixonado por outra.
César – Caralho, mulher é foda! Como conseguem captar esses pequenos detalhes?
Tati – Intuição feminina ... – Disse minha amiga, fazendo uma careta pro César.
Diana – Eu imaginava que isso poderia acontecer. Eu já sabia que esse risco existia [10/02]. Inclusive, enquanto estava com meus filhos em casa, ele até fez vídeo chamada, mas não quis falar comigo e eu achei aquilo muito estranho. Ao se despedir deles, pediu que me dessem um abraço por ele, e só [10/02].
Adolfo – A vida segue, Diana ... Eu tinha que continuar a viver.
Diana – Eu sei ... Contudo, quando eu ia voltar para o trabalho, aconteceu um fato que fez com que eu conseguisse dar um “up” no meu Plano “Ariano Apaixonado”. Era o que eu estava precisando, naquele momento. Só que o sofrimento da Tati teria que aumentar.
Tati – Meu sofrimento?
Diana – Sim, Tati! O seu sofrimento. O Ariano me chamou para conversar e me mostrou um dossiê com diversas fotos que mostravam o Adolfo, entrando e saindo da sua casa. Ele queria que eu acreditasse que vocês estavam tendo um caso.
Adolfo – Diana, eu já te ...
Diana – Calma, Adolfo... eu já sabia, pelo teor da mensagem da Tati, quando eu estava voltando do nordeste, que aquilo não era verdade, mas eu tinha que aproveitar. Se ele já estava apaixonado por mim, eu iria me tornar a melhor esposa que ele poderia ter. Iria me mostrar, também apaixonada por ele. Eu queria que ele se submetesse aos meus encantos.
César – Diana, só pra constar e não ter dúvidas ... O Adolfo me contou que foi só aquela vez com a Tati ...
Adolfo – Caralho, César! Você é um bocudo mesmo. Puta que o pariu ...
Tati – Tá vendo por que a gente não deu certo? Você é muito língua solta.
César – Se tivessem me pedido segredo, eu não falaria.
Adolfo – Eu te pedi ... na gravação da Keyla. – Disse Adolfo, jogando uma almofada no César.
César – Nesse caso, eu só confirmei, porque ela já desconfiava ... Foi mal, amigo.
Diana – Continuando... Eu achei aquela situação toda anormal. Mas eu tinha que me controlar ao máximo para não transparecer minha inquietude e disse a ele, que eu resolveria aquele problema. Como eu disse, naquele exato instante, eu tive um insight, e me dei conta de que sabia exatamente o que eu tinha que fazer com cada um deles. Tudo se encaixou, como que por um passe de mágica. Era a minha hora de fazer as coisas acontecerem. E acontecerem como eu queria que acontecessem [10/02].
Tati – Por este motivo, você pediu demissão e falou tudo o que falou para mim?
Diana – Exatamente, e quem estava do meu lado, pronto para escutar tudo?
Tati – Ariano!
Diana – Foi por esse motivo que eu falei da traição, e tudo mais [10/02]. Só que você não presenciou a minha conversa com ele.
Tati – O que você disse para ele?
Diana – Eu disse que os motivos que eu tinha para tomar aquelas atitudes eram não admitir qualquer tipo de traição, e que estava com vontade de abandonar alguns preconceitos e viver uma nova experiência. Não queria misturar vida profissional com a pessoal, e ... namorar o dono da empresa está fora de questão [10/02].
César – Caralho, Diana ... Você é muito danada!
Diana – E tem mais, eu iria aproveitar e aumentar a pressão sobre ele. Propus de viajarmos para Cabo Frio, naquele momento e o impedi de conversar com qualquer outra esposa. Eu não queria que ele tivesse tempo de planejar nada. Tudo teria que ser no improviso. Ainda no carro, comecei com o meu jogo.
Adolfo – O que você fez?
Diana – Desculpe, Adolfo, eu sei o impacto que teve em você, essa viagem. Acredito que o que eu vou narrar agora, vai te causar mais dor.
Adolfo – Diana, pode parar por aí ... Eu não quero que a Suzy escute isso!
Suzy – Não, pai! Eu quero escutar! Você me disse lá em casa, que não haveria mais segredos.
Adolfo – É que …
Suzy – Anda, mãe! Continua.
Diana – Filha, me perdoa! Adolfo, me perdoa! Ainda no carro eu disse para ele: Eu quero esse cacete só pra mim – e completei – Eu quero você só para mim.
Adolfo – Tudo bem, isso não é pior do que o vídeo!
Suzy – Que vídeo?
Continua ...
