Por Amor e Vingança — Capítulo Dois.

Um conto erótico de Ana do Diário
Categoria: Heterossexual
Contém 3363 palavras
Data: 07/03/2025 19:33:47

Seguindo:

André chegou otimista à imobiliária. Vestia um bonito terno escuro, impecável, com gravata clara ajustada. E na mão direita, trazia uma maleta onde havia o contrato de compra das ações de Luiz Otávio.

Chegou à recepção apressado, cumprimentou rapidamente, Sofia, a secretária de Luiz Otávio, e disse:

— “Bom dia. O senhor Luiz Otávio? Quero falar com ele sobre a conclusão do nosso acordo.” — disse André, a Sofia.

Ela fez uma afeição de espanto e ronronou, não entendendo a pergunta, ajeitou os óculos sobre o nariz. Os dedos apertaram algumas teclas do teclado antes de parar e responde-lo.

— “Bom dia, seu André… O senhor Luiz Otávio viajou esta manhã para a Itália. — Ela pausou, tentando explicar a situação… “O Luiz Otávio, é… é… pediu para avisá-lo, que preferiu vender a parte dele na imobiliária para outro comprador.

O coração de André congelou, parou de bombear. Sua visão escureceu. Sua felicidade se dissolveu em incredulidade, quase desmaiou, a pressão caiu e voltou.

— “O quê? — a voz saiu alta, como um rugido. — Para quem?”

Sofia demorou a falar… desviando o olhar para a tela do computador à sua frente antes de responder: “Bom… para o Doutor Humberto. Agora ele é sócio majoritário da empresa”.

A resposta da secretária foi um impacto para André. Foi como ser atingindo por um tiro no estômago. Sua respiração se tornou errática, as veias do pescoço latejaram, explodiu.

Em estado de fúria, sem conseguir pensar direito. André caminhou até a sala do homem que lhe passou a perna. Abriu a porta do escritório de Luiz Otávio, ignorando totalmente os protestos da secretária que estava atrás.

A sala vazia, o cheiro da mobília de mogno, a poltrona de couro levemente girada, como se Luiz Otávio tivesse acabado de sair.

Tudo aquilo fez seu sangue ferver. Ele tinha sido enganado, usado como um peão, e pior, entregou Antônia, sua linda esposa a um pilantra, onde o rosto da loira fora gozado…

— “Maldito! Maldito! Ele vai me pagar caro” — André rosnou, sua voz reverberava na sala e fora dela. Seu rosto, puro ódio.

André pegou o notebook da mesa e o arremessou contra a estante, estilhaçando o equipamento e alguns objetos de vidro. Algumas pessoas que estavam perto, foram testemunhas da raiva do homem.

Em seguida, André virou a mesa, porta-retratos, documentos e outros objetos voaram e caíram pelo chão. Ele pegou a cadeira e a arremessou contra a parede. Seu peito subia e descia descontrolado.

— “André, pare!” — gritou Sofia, desesperada, chamando os seguranças pelo rádio comunicador.

O som de passos apressados ressoou pelo corredor. Dois seguranças altos e corpulentos invadiram a sala, prontos para conte-lo.

André, ofegante e furioso, virou-se para eles com olhar selvagem.

— “Não me toquem, seus desgraçados!” — rugiu, mas foi em vão.

Em segundos, teve os braços imobilizados, sentiu a força dos homens o arrastando para fora. Era expulso da imobiliária para sempre, tendo sua entrada proibida na empresa.

Seu sonho de crescimento financeiro virou pó. Sacrificou a esposa por um acordo que não aconteceu. O casamento agora se encontrava por um fio. E tudo que restava dentro dele era raiva, desespero e vingança. André saiu acelerando o veículo pelas vias, dando murros na porta e no volante.

Nesse intervalo, longe da imobiliária, em outro canto da cidade.

Gemidos, ganidos e sussurros. Lilia era uma mulher com suas qualidades. Tinha olhos castanhos apertadinhos, que naquele instante, brilhavam em prazer. Seus cabelos pretos encaracolados, orlavam seu rosto. — Seu corpo esguio, encontrava-se de quatro perante a cama. Lilia sugava o cacete do esposo. Chuchava o membro de Humberto com efervescência. Ele adorava quando a esposa lhe dava carinho matinal. E naquela manhã, a mulher estava com o diabo no corpo.

Sua língua movia-se em cadência, os seios pequenos e durinhos, sacudiam suavemente diante dos seus movimentos. Era difícil para Humberto resistir, que reclinado, fitava o corpo nu da amada, admirando cada curva e contorno dela.

“Shhhh. Vem, meu amor. Deite-se, querida.” — Humberto ciciou, pedia. — “Quero sentir seu gosto.”

Lilia não precisou ser solicitada duas vezes. Retirou o pênis da boca, deitou-se na cama e abriu as pernas para ele.

Humberto aproximou-se, traçando um caminho de beijos pelo pescoço de Lilia, provocando arrepios nela. Ela encurvou as costas, oferecendo-se a ele, e Humberto correspondeu, chupando os bicos durinhos dos seios, massageando-os com devoção.

A boca gulosa do esposo encontrou a de Lilia em um beijo esfomeado. Suas línguas bailavam em eurritmia. Ela deslizou as mãos, agarrando nos cabelos de Humberto, enquanto sua xota latejava de vontades.

Humberto queria mais. Assim, eles trocaram de posição na cama, deitou e Lilia sentou-se sobre seu rosto, ofereceu-lhe sua tentadora buceta. Ele a invadiu com a língua, a abertura dela, lambia e sugava.

Lilia teve que controlar os gemidos, para não soar fora do quarto.

Em um pequeno movimento. Humberto brincou com o botão sensível do clitóris e suas mãos apertavam as nádegas. Ela gania alto, suas ancas moviam-se em uma pulsação agitada.

Humberto a devorava com gamação. Ele adorava o sabor dela, e sua língua girava em círculos, a levando ao prazer. Agora Lilia se agarrava nos próprios cabelos, seus dedos se enrolando nos fios encaracolados, e seu corpo se contorcia em êxtase.

“Ah, oh, uh… Amor… sim… sim… isso é gostoso…” — ela gemeu, sussurrando, rebolando sobre a boca dele.

Concentrado, o marido atingiu em seu ponto mais sensível, levando Lilia a um orgasmo inflamado. Ela berrou seu nome, as paredes de sua vagina pulsavam em torno da língua.

Após gozar, a mulher desceu, beijando Humberto. Ela podia sentir o gosto dela mesma em seus lábios, e isso a excitava ainda mais.

Humberto, completamente dominado pelo tesão, virou-a, posicionando-a de quatro. Ele adorava a visão de Lilia naquela posição, os seios soltos, suas costas arqueadas, e as curvas de suas nádegas convidando-o. Beijou e lambeu as costas, descendo até o cu, chupando-o, lambendo-o, apreciando a maciez de sua abertura.

Lilia gemia, sentindo o calor da respiração de Humberto entre suas nádegas. Ele a queria, era evidente, e seus frenesis cresciam.

Assim que se ajoelhou atrás dela, segurou seu cacete e, com uma estocada suave, penetrou-a até a metade.

“Ah, meu Deus… que pauzão gostoso!” — Lilia exclamou e gemeu, sentindo o membro alongar cada milímetro da entrada de seu reto.

Humberto iniciou-se a mover-se, estocando-a, sua barriga rasurando contra o traseiro. Lilia empurrava-se contra ele, rebolando, ansiando por mais, e Humberto correspondeu, empurrando-a contra ela, agarrado nos seus cabelos, aumentando a velocidade das inseridas.

“Você é tão apertadinha, meu amor” — Humberto murmurou, gemendo alto, a voz de desejo. “Me aperta, me faz seu.”

Lilia sorriu tesuda e ouviu. A safada apertou os músculos internos do reto, abraçando o membro do marido. Humberto gemeu intenso, sentindo-se feliz e dominado pela amada.

Agora agarrado no traseiro de Lilia, as estocadas tornaram-se pesadas. A dama chiava, transpirava e sacolejava. Os gemidos enchiam o quarto. Ela sentia-se completa, e um orgasmo emergente ameaçava levá-la à loucura.

“Vou gozar, Humberto” — ela gritou. — “Quero dentro, amor”.

Atendendo ao seu comando, acelerou no compasso, estocando forte a esposa. Lilia berrou, o corpo tremulou num apogeu poderoso.

Ela não conseguiu se conter. Os gemidos retumbaram longe.

Logo após, Humberto não conseguiu suportar a ereção e gozou no fundo da esposa, sentindo suas contrações, sentindo espasmos, sentindo o membro jorrar sêmen fresco dentro.

Logo após do ápice, marido e mulher permaneceram na cama aos beijos. Humberto chupou os seios da esposa, saboreando o suor salgado em sua pele.

Lilia abriu um animado riso e, então, disse: “Eu te amo, meu amor, mais do que tudo nessa vida.” — Lilia declarou, sussurrando, acariciando o rosto do amado.

Os olhos de Humberto brilhavam de amor, respondeu. “Eu também te amo, meu amor. Cada dia ao seu lado é um presente de Deus.”

E assim, naquela manhã de sexta-feira. Humberto e Lilia começaram o dia relaxados, reafirmando os votos de união. Porém, o dia havia somente começado, e muita coisa estava para acontecer.

Horas depois…

Antônia encontrava-se dormindo quando recebeu uma ligação urgente. “Bom dia. Aqui é do Hospital Walter Ribas. Por favor, a senhora Antônia, por gentileza.” — disse a atendente do outro lado da ligação.

Antônia, sonolenta, despertou em segundos, tirando o lenço do corpo. — “Sim, aqui é ela. Quem gostaria?”

“A senhora é esposa de André dos Campos?” — perguntou a secretária.

“Sim… Sim… o que aconteceu?” — Antônia ergueu o corpo, preocupada, saindo da cama.

“Ele sofreu um acidente de carro. A senhora pode comparecer ao hospital Walter Ribas?” — perguntou a recepcionista.

Antônia ficou desesperada, querendo saber como o esposo se acidentou e qual era seu estado clínico. Ela fez perguntas, tendo somente respostas irrelevantes.

Algum tempo depois…

Antônia chega desesperada ao hospital, onde soube, por Carlos, o médico plantonista, que André, seu esposo, havia falecido.

A loira desmaiou ao receber a notícia, foi levada para a enfermaria, onde recebeu cuidados médicos.

Parentes de ambos foram avisados da tragédia. Humberto, quando chegou à imobiliária, soube o que havia acontecido na sala de Luiz Otávio e depois, Sofia o avisou do acidente de trânsito, do homem que destruiu a sala do amigo de longa data.

André se suicidou, faleceu carbonizado, batendo a 220 km/h de frente em uma carreta na principal estrada da cidade. Além da batida, o carro pegou fogo.

Horas mais tarde…

Após o pai lhe tirar o carro por indisciplina. Marcelo chegou em casa trazido de carona pelo amigo Fabrício. O ronco forte do motor e a batida alta da música ressoaram pela casa toda.

Humberto, que já havia chegado cedo do trabalho e se encontrava em seu escritório. Irritado, ele saiu e foi até a entrada da casa.

Seu olhar encontrou Fabrício, que, sem se importar, continuou com o som alto.

“Baixa esse som, garoto. Aqui não é pista de dança” — reclamou, super irritado.

De dentro do carro, Marcelo revirou os olhos antes de se despedir do amigo.

“Meu pai é um chato, cara” — reclamou Marcelo para Fabrício, antes de sair e fechar a porta do carro e caminhar para dentro da casa.

No dia seguinte…

Dia muito triste. O velório de André foi de muito choro, dor e sofrimento. Amigos e parentes se reuniram para se despedir, muitos sem acreditar na tragédia. O caixão veio lacrado, aumentando ainda mais o pesar entre os presentes.

Antônia encontrava-se devastada, amparada por amigas, parentes, que tentavam, sem sucesso, consolá-la. Seus lindos olhos azuis estavam inchados de tanto chorar, a maquiagem borrada e o vestido preto abraçando suas curvas, sem o brilho sedutor de outrora.

O tempo passou. Duas semanas depois. O silêncio na casa ainda pesava sobre os ombros de Antônia. Agora viúva, tentava entender o que motivara o suicídio do marido. Ninguém tinha respostas concretas, apenas especulações.

Valente a encontrar alguma verdade, ela decidiu ir até a imobiliária e buscar por informações que poderiam esclarecer os últimos momentos de vida de André.

Ao chegar lá, Sofia, a recepcionista, a recebeu com um olhar solidário. Agora, secretária de Humberto, foi quem revelou tudo.

“Seu marido… ele veio aqui antes do acidente. Chegou calmo, mas quando descobriu que Luiz Otávio mentiu e vendeu a parte da imobiliária que ele queria comprar, ficou furioso.” … disse Sofia.

“Pra quem ele vendeu, moça?” … perguntou Antônia.

“É… foi vendida para o Seu Humberto. André ficou furioso, e destruiu a sala do Luiz Otávio, sendo expulso daqui pelos seguranças.” — Revelou Sofia.

O peso daquela revelação foi esmagador. Antônia sentiu muita raiva. Seu marido se matou por desespero.

As dívidas que ele deixou, eram imensas. Mas o pior… o seguro de vida de André não cobria morte por suicídio. Ela estava arruinada financeiramente e na vida.

Antônia cerrou os punhos, apertando a bolsa contra o corpo, sentia a raiva percorrer suas veias. Seu olhar, antes extraviado, agora estava fixo em um objetivo: vingança.

Não podia deixar impune aqueles que destruíram sua vida.

Saiu da imobiliária quieta, os saltos estalando contra o chão de mármore branco. Sua mente trabalhava rápido. Alterou clandestinamente a placa do seu veículo.

Passou a seguir Humberto, descobriu onde ele morava, os horários que seguia, entendendo seus hábitos, os lugares que frequentava, que bares visitava após o expediente.

Depois, voltou sua atenção para Lilia. Seguiu-a da casa para o trabalho, observando-a de longe, entendendo seus horários e rotina.

Por fim, sua investigação levou-a até Marcelo, descobriu que ele estudava em um colégio renomado, viu ali uma oportunidade.

No outro dia. Vestiu uma vestimenta casual, prendeu os cabelos em um coque e foi ao colégio onde o rapaz estudava.

Ao chegar à escola, dirigiu-se à diretoria, apresentando-se para uma vaga como professora de matemática. Seu currículo era impecável, todavia, a resposta foi desapontadora.

Segundo a diretora, o quadro de professores estava completo.

No entanto, uma porta se abriu: reforço escolar. Seu nome ficou registrado para futuras oportunidades. Antônia não recuou. Sabia que era apenas uma questão de tempo até encontrar uma brecha.

Ao sair da escola, sentiu-se cada vez mais próxima de seus alvos, agora era descobrir o paradeiro de Luiz Otávio, principal responsável pela morte de André. E quando chegasse o momento, faria com que cada um deles pagassem.

Três dias depois…

O empresário voltara da Europa, e foi à imobiliária assinar os últimos papéis antes de sua aposentadoria. Assim que deixou a empresa, Antônia o seguiu até sua residência.

Luiz Otávio, vivia em uma mansão de alto padrão, muro alto de pedra, que davam ao lugar um ar de fortaleza, mas isso não a intimidou. Foi embora, se preparando para a vingança.

Quando a noite caiu sobre a cidade…

Antônia havia traçado um plano. Voltou lá, porém, dessa vez de táxi. Desceu há um quilômetro da mansão. Usou uma máscara de carnaval na face para esconder o rosto, e completou o restante do percurso a pé. Pensou em cada passo, para não ser rastreada pelas autoridades.

A loiraça trajava um vestido preto colado ao corpo, que marcava suas lindas curvas, e calçava sandálias de salto, cor prata.

Chegou em frente a casona do empresário, observando a mansão. — A iluminação da residência e do jardim, todas acesas. O empresário era viúvo, morava sozinho, e não tinha seguranças.

A mulher que Luiz Otávio conhecera antes era apenas uma esposa dedicada. Agora, Antônia era uma viúva vingativa e perigosa.

Tocou a campainha, ajustando a fivela da bolsa no ombro. — Alguns segundos depois… a voz de Luiz Otávio retumbou pelo interfone: “Quem é?”

“É a Antônia, mulher do André Campos, seu Luiz Otávio. Poderíamos conversar um minuto?” — perguntou ela, aguardando.

Houve um silêncio de cinco segundos do outro lado da linha, seguido pelo clique do portão destravando.

Antônia entrou, retirando a máscara do rosto, guardando-a na bolsa, sentindo a adrenalina correr por suas veias.

Quando a porta da mansão se abriu, lá estava ele, Luiz Otávio, o principal responsável pela morte de André.

A raiva dela arfava em seu peito como um animal selvagem enjaulado. Seus olhos cortavam a noite, fixos nele. Ela não sabia exatamente como faria, todavia, tinha certeza de uma coisa: Luiz Otávio pagaria pelo que fez.

O empresário vestia uma camisa bege social aberta no colarinho e uma calça de linho. Seus olhos fitaram o corpo dela, demorando-se no decote benevolente. Um meio-sorriso, surgiu em seus lábios.

— “Ora, ora… ora… Que surpresa, dona Antônia.” — Ele pousou as mãos sob os ombros dela, analisando-a de cima a baixo. — “A que devo a honra?”

Ela se debruçou para frente, deixando seu decote ainda mais evidente, e sorriu com falsa docilidade.

“Queria conversar. O senhor ficou sabendo da morte do André?” — Perguntou Antônia, o encarando, aguardando a resposta.

Ele ronronou e ficou intrigado com a pergunta da viúva.

“Fiquei, que tragédia, meus pêsames, o André era um homem promissor nos negócios” — disse ele, esboçando tristeza.

“Sim… foi uma tragédia.” — falou ela, fitando-o com os olhos, sentindo uma raiva mortal.

Ele a convidou para entrar, movendo-se lentamente para o lado, permitindo que ela passasse. O aroma doce do perfume feminino da loira, entrou em suas narinas enquanto ela cruzava o batente.

A mansão era linda. A sala espaçosa, decorada com móveis de luxo. — Sobre a mesa de centro, um copo com uísque pela metade, indicava que ele já havia começado a relaxar. Na televisão, passava um documentário sobre a savana africana.

“Fique à vontade. Sente-se. Aceita uma bebida?” — perguntou ele, a olhando alegre, curioso.

“Sim… eu aceito.” — respondeu ela, mordendo de leve o lábio inferior afim de seduzi-lo.

Antônia se sentou cruzando as curvilíneas pernas, expondo as coxas suculentas através da fenda do vestido. Luiz Otávio acompanhou o curso com olhos gananciosos. Exatamente como ela queria.

Ele sorriu, enchendo a taça dela.

“O que a traz aqui? Achei que nunca mais fosse vê-la.” — Luiz Otávio virou-se contra o sofá, observando-a.

Antônia deslizou o dedo pela borda da taça, e disse:

“Acho que temos negócios inacabados, Luiz Otávio. Não lembra? Lá em casa? Achei que era hora de resolvermos isso.”

Ele tossiu, se engasgando com a bebida, sabendo que havia sido trapaceiro com André. O olhar do empresário faiscou de apreensão.

“O André não te contou? É que eu vendi minha parte na imobiliária para o Humberto. Ele me ofereceu uma proposta maior que o André, então aceitei.” — Tentou explicar o injustificável, gesticulando as mãos, como se estivesse numa peça teatral.

“Mas a gente tinha um acordo? Não lembra? E como pretende resolver isso?” — perguntou ela, olhando seriamente para ele.

“Bom… Antônia. O acordo foi cancelado, no momento em que assinei os papéis na sala do Humberto.” — anunciou Luiz Otávio, debochando da viúva. Sorriu enquanto falava, girando a taça antes de beber o resto de sua bebida.

Dentro dela, queimava de raiva, como lava preste a estourar. Ele não fazia ideia do que estava por vir, após sua declaração infame.

Sentada ao lado dele. Antônia mal piscava. Ofegou fundo, inclinou-se levemente, colocou a taça na mesinha de centro, e ergueu-se devagar, deslizando as mãos pela alça da bolsa, que trazia presa ao antebraço.

“Por favor… Um momento. Vou te mostrar um documento” — avisou ela, a voz baixa, doce e tranquila.

Luiz Otávio, não moveu um músculo, além disso. Ele estava acostumado a ter o controle das situações, e essa era só mais uma.

Antônia abriu a bolsa e, ao invés de puxar papéis, tirou o revólver de André. O peito da viúva subia e descia rapidamente, porém sua expressão era de fúria. Ela ergueu a arma e mirou diretamente no peito de Luiz Otávio. Ao ver a arma, ele ergueu os braços para os lados, em forma de rendição.

“Calma, podemos…”

BANG… Antes de pudesse completar a frase, Antônia deu o primeiro disparo. O tiro foi certeiro, atingindo-o bem no coração.

Ele soltou um grunhido seco, levando a mão ao local atingido, enquanto sua taça tombava na mesinha, estilhaçando-se no chão.

BANG…

Antônia deu o segundo tiro acertou-o no pulmão, fazendo seu corpo tombar para o lado, arquejando, lutando para respirar.

O olhar dele era de incredulidade e súplica. Todavia. Antônia não sentia piedade. Ela deu dois passos até ele, vendo o sangue manchar a camisa de linho. Luiz Otávio… ainda tentou alcançar o celular na mesa de centro, mas Antônia foi mais rápida. Pegou o aparelho e o arremessou na parede quebrando-o, espatifando o smartphone.

Ela ficou ali, fria, observando a vida se esvair do corpo do homem que arruinou seu marido e, de certa forma, a própria vida dela.

Só depois de um minuto que pareceu uma eternidade, Antônia finalmente piscou, saindo de seu estado de torpor.

Ela rapidamente se moveu. Tirou da bolsa luvas pretas. Apagou as luzes externas. Foi até o sistema de segurança, pegou os cartões de memórias que gravava as imagens das câmeras.

Depois, fez um rápido percurso pela casa. Roubou os relógios caríssimos do defunto. Subtraiu dólares, euros e libras esterlinas.

Antônia limpou os vestígios por onde passou. Antes de sair, voltou na sala para ver Luiz Otávio uma última vez.

O inimigo encontrava-se com o rosto esbranquiçado por falta de circulação do sangue. Os olhos parados, sem vida, traziam uma cena macabra. Seu corpo jazia sobre o tapete de veludo escuro, o sangue se espalhando ao redor dele.

Antônia saiu vingada pela porta dos fundos. Usava máscara, ria friamente. A viúva desapareceu como um espírito amaldiçoado pela escuridão da noite gelada.

— Seguimos para o terceiro capítulo —

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 66 estrelas.
Incentive Ana do Diário a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.
Foto de perfil de Ana do DiárioAna do DiárioContos: 63Seguidores: 111Seguindo: 1Mensagem Meu nome é Ana do Diário, e aos meus 32 anos de idade, carrego uma vida repleta de experiências que moldaram quem sou hoje. Ser mãe de um filho é uma das bênçãos mais preciosas que já recebi, e encontro nele uma fonte inesgotável de amor e inspiração. Desde muito jovem, descobri minha paixão pela escrita. Sou uma escritora amadora, mas minhas palavras têm o poder de transportar os leitores para outros mundos e despertar emoções profundas. Minha mente é um caldeirão de ideias e minha imaginação corre livremente em cada página que escrevo. No entanto, nem sempre foi fácil trilhar esse caminho. Antes de seguir minha vocação literária, enfrentei obstáculos como ex-garota de programa. Essa fase da minha vida me proporcionou uma visão única sobre o mundo e me ensinou a valorizar cada oportunidade de transformação e crescimento pessoal. Acredito que é fundamental abraçar nossa história e aprender com ela. Minhas experiências passadas me deram coragem para desafiar estereótipos e quebrar tabus. Por meio da minha escrita, busco empoderar outras mulheres e combater o estigma social, compartilhando histórias de superação e força interior. Ser mãe é uma dádiva que me impulsiona a ser a melhor versão de mim mesma. Meu filho me ensina diariamente sobre a importância do amor incondicional e da dedicação. É por ele que enfrento os desafios da vida com coragem e determinação, lutando para criar um mundo melhor para ele e para as futuras gerações. Hoje, sou uma mulher resiliente e destemida. Uso minhas palavras como uma arma poderosa para inspirar e motivar os outros. Cada linha que escrevo é uma expressão autêntica do meu ser, uma voz que desafia limites e derruba barreiras. Acredito que, mesmo nas adversidades, podemos encontrar beleza e crescimento. Minha jornada é um testemunho vivo disso. Sigo em frente, compartilhando minha história de superação, mostrando que é possível transformar as dificuldades em triunfos e escrever cada capítulo da vida com coragem, esperança e amor.

Comentários

Foto de perfil de Ana do Diário

Como quase ninguém acessa o site no final de semana. Resolvi soltar o terceiro capítulo apenas na segunda-feira. 😘

0 0
Foto de perfil de Samas

Eu acesso quase todo dia mas como também não é todo dia que tem um conto tão bom quanto o seu , é melhor mesmo deixar para Segunda feira 😉

0 0
Foto de perfil genérica

Muito boa, mas ela deveria transferido toda a grana do Humberto, da transferência do negócio q o Luiz Otávio tinha na conta. Pelo menos ela pegou os relógios e a grana em espécie. Nota 10 pelo conto.👏

1 0
Foto de perfil de Ana do Diário

Quando se comete um crime dessa gravidade, ninguém pensa direito, ninguém fica muito tempo na cena do crime. Fora a adrenalina no corpo da pessoa. Entendeu?

0 0
Foto de perfil de Samas

Eita que a Viuva Negra fez sua primeira vítima.Agora ela está errada ao ir atrás do Humberto,esposa e filho

1 0
Foto de perfil de Himerus

André esqueceu a regra de ouro da prostituição: " dinheiro na mão, calcinha no chão"... Entregar a esposa para concretizar um negócio já é sórdido, mas entregar o "brinde" sem a assinatura do negócio é muita burrice!

A vingança foi perfeita, um pouco direta demais para meu gosto, talvez ela devesse ter atirado para ferir, imobilizado o sujeito e só ter concluído o serviço depois de conseguir suas senhas bancárias... Estou inspirado, assisti "Cassino" ontem...

2 0
Foto de perfil genérica

Isso se chama: Ganancia e burrice da parte do André. Só um detalhe. O André falou que não era a primeira vez que ela fazia isso, de se entregar para outro homem. Qual é o mistério dessa mulher?

0 0
Foto de perfil de Ana do Diário

Como disse no comentário da Tati. Ninguém pensa direito após cometer um crime tão grave. Pense na raiva dela? Na adrenalina? No medo de ser pega em flagrante? Tudo isso pesa na hora...

0 0
Foto de perfil de RoseRosa

Mulher quando quer se vingar saí da frente. Gostei dos dois capítulos, espero que os outros sejam emocionantes.

1 0
Foto de perfil genérica

Olha, pensei que a Antônia ia transar com o vigarista e depois matá-lo. Foi direta 🙄, Tô curiosa pra saber como ela vai matar o Humberto. Na minha opinião, ele não teve culpa.

1 0
Foto de perfil de Ana do Diário

Ela preferiu ser direta, tamanha raiva do canalha. Espere e verás. 💖

0 0