Acordei no dia seguinte e ia tomar uma ducha para fazer uma corridinha. Enquanto escovava os dentes, olhei o celular. Havia uma chamada perdida da minha sogra; só então lembrei que Júlia havia confirmado a nossa ida para lá.
Geralmente, amo ir para a pousada, e, levando em conta o meu atual estado, a paz que aquele lugar me dá, com certeza me faria bem. Mas eu estava sem vontade alguma de me deslocar até lá. Para falar a verdade, percebi que nem correr eu estava afim.
Olhei para a minha gatinha e ela estava toda enrolada no lençol, no último sono. Com muita dó e alguns beijinhos, fui tomando coragem para acordá-la. Ela me abraçou, sem abrir os olhos, e se aconchegou, tentando voltar a dormir. Isso me fez rir um pouco.
— Amor, é hoje que vamos lá nos seus pais, não? A sogrinha já me ligou, deve estar à nossa espera — falei, e ela então abriu os olhos.
Mas só se agarrou mais a mim, e eu, que já não estava tão animada, não resisti e acabei adormecendo novamente. Despertei com Júh em uma ligação, aparentemente com Dona Jacira, e agradeci mentalmente quando a ouvi desmarcando a nossa ida. Embora também tenha ficado sentida por ter furado com minha sogrinha, e logo quando ela estava tão empolgada...
— Ainda bem que você desistiu, porque eu não sei se levanto dessa cama hoje — disse-lhe, puxando-a pela cintura.
Ela me deu um beijo e vi que Júh usava uma roupa esportiva.
— Achei que íamos correr, pelo menos — falou, e eu neguei com a cabeça, depositando beijos em seu rosto.
— Tá tudo bem? Quer conversar? — Júh questionou, e eu continuei negando.
— Amor, fala alguma coisa... — ela pediu.
— Não sei, amor, acordei indisposta... Quero ficar aqui contigo... — falei.
Ela deitou sobre mim e ficou me encarando. Parecia chateada, porém mudou rapidamente de expressão, como se acabasse de ter um lampejo de ideias.
— Quer que eu use outro tipo de linguagem? — perguntou, se aproximando, sem me dar direito ou tempo para resposta, e me beijou.
Fui ajustando a nossa altura e não perdi tempo, entrei com minha mão por baixo do short colado e fui tentando ter acesso a aquela raba maravilhosa.
O meu baby doll era muito mais fácil de ser tirado, Júlia arrancou a parte de baixo com pressa e cheia de vontade, se enfiou no meio das minhas pernas. Eu fui em segundos do céu a terra, quando ela começou a me chupar. Juh estava com fome e sede de mim, e eu me encontrava ardendo em desejo para saciá-la.
O jeito que ela me pegou, com força e firmeza foi delicioso, a gatinha tinha um olhar marcante e intenso, que não deixou de me fitar por um segundo sequer.
— Filha da puta! — Exclamei sem conseguir me conter, quando ela começou a me penetrar com seus dedos enquanto, movimentava sua língua no meu clitóris. Juh sorriu, sem parar de me encarar.
Duas sanfonadas e acaba o forró, eu tinha plena convicção de que não aguentaria muito.
Gozei abundantemente, segurando seu rosto em mim, o a máximo que eu conseguia. Meu corpo tremia inteiro, arrepiado dos pés a cabeça, meu ritmo respiratório estava bem acelerado, eu inspirava e expirava rapidamente buscando ar, que não parecia ser suficiente. O movimento do meu peito era perceptível, a sensação era de que o meu pulmão não estava se expandindo completamente. Eu buscava oxigênio, tentando o recuperar e ele não vinha... E mesmo assim, era maravilhoso me sentir dessa maneira!
Senti minha mulher se engatinhando para cima de mim, beijando o percurso até minha boca, queria olhar para ela, mas não tinha forças nem para isso, aposto que Júlia sorria, eu podia sentir.
Quando consegui me recuperar, a beijei, fui avançar para cima dela, mas Juh me impediu pondo a mão no meu ombro.
— Você disse que não ia levantar da cama hoje, esqueceu?! — Perguntou de forma sinuosa, segurando no meu queixo.
— Me deu uma disposição repentina, você nem imagina... — Falei sorrindo e tentando voltar, mas novamente fui impedida.
— Não... — Ela passou uma perna por cima do meu tronco e eu percebi que ela havia tirado a parte de baixo da roupa — Precisa... — Concluiu, tirando a blusa e o top.
Aproveitei para jogar longe também a minha blusinha.
— Quero te beijar... Vem cá... — A chamei com o dedo.
Juh veio se aproximando devagar e quando chegou bem perto, eu sussurrei: — Esses lábios eu já beijei, quero os de baixo... — E sorri, passando a língua sobre sua boca.
Segurei com vigor em seu quadril, mas nem precisava, afinal, Júlia já se posicionava, com sua pepeca em minha boca. Abracei suas coxas com carinho e cheirava sua pele, fazendo-a suspirar a todo instante.
Fui beijando e passei levemente a língua para dentro dela, sentindo seu corpo ansiar por meus toques. Eu queria brincar mais um pouco com essa situação, porém seria uma tortura para, eu estava doidinha para devorá-la também.
Saboreei cada centímetro em que explorei, a gatinha começou a grunir baixinho, cada vez mais buscando contato e eu me esbaldei, movimentando a língua por toda parte externa e introduzindo, fazendo Juh gemer meu nome diversas vezes, suplicando que eu não parasse e é lógico que isso nem passava pela minha cabeça.
Em dado momento, nós perdemos o controle da situação, nossos movimentos não faziam sentido, eram claramente desordenados, impulsivos e até um pouco selvagens. Juh esfregava a pepeca por todo o meu rosto. Eu apertava e dava tapas, forçando-a contra mim.
~ Se eu morresse asfixiada ali, eu morria feliz demais 🤣
Senti Júlia derretendo em meus lábios e desaguei novamente quando ela foi se ajeitando sobre mim, encaixando seu rosto no meu pescoço, tentando me abraçar, toda molinhas, rastejando e deixando seu rastro por todo meu corpo.
Ficamos um bom tempo agarradinhas, sem trocar uma só palavra, apenas nossas respirações ecoavam pelo quarto e do nada ela começou a rir, rir muito, eu não sabia o porquê, mas me contagiou e fui rindo também.
— Você xingou minha mãe, amoooor — Juh brincou e me deu um tapinha.
Eu nem estava lembrando mais daquilo, mas convenhamos que é necessário entrar em um consenso de que, quando a gente chama alguém de "filha da puta", o objetivo não é de jeito nenhum atingir a mãe da pessoa.
— Você me deixou louquinha — falei, acariciando seu rosto.
— Vou contar para minha mãe que a nora que tanto puxa o saco dela a chamou de puta — Juh zoou, rindo.
— Conte... Eu detalho o que estávamos fazendo. Minha sogrinha vai adorar saber que a filhinha que ela juuura que é um anjinho faz e ainda ri sinicamente, olhando dentro dos meus olhos — brinquei de volta.
— Vamos parando por aqui... — ela disse, convencida, e nós demos vários selinhos.
No banho o clima esquentou novamente, e tudo se iniciou em uma pegação rápida, mas gostosa. Só saímos de lá depois estaremos plenamente realizadas.
Enquanto eu me vestia, senti o desânimo retornar ao meu corpo. Eu não estava cansada ou com sono, só não tinha vontade de fazer nada.
— Vê com o João se ele pode te atender online — disse Juh.
— Não, não... Segunda vejo isso... — respondi e a abracei, empurrando-a sobre a cama.
— Amor... Nem começa, ou melhor, nem recomeça — ela disse, rindo.
— Um segundo round... — ri e dei uma sequência de beijinhos no pescoço dela.
— Mas já teve segundo round!!!! — Juh exclamou, segurando meu queixo e depois deu um selinho.
Fiquei insistindo nos carinhos e quaaaase consegui, mas Juh conseguiu se desvencilhar de mim, achando graça da situação.
— Liga para o João... — ela disse, de pé na cama, esticando a mão com meu celular.
Só que ela estava sem roupa, o celular era a última coisa que eu queria pegar naquele momento. Júlia falando, falando, falando e eu não entendia nada, completamente perdida no corpo dela bem a minha frente.
Fui me aproximando, fingindo que era para atender a sugestão, mas ela percebeu e começou a se afastar rindo de mim. Quando me dei conta, estávamos correndo pelo quarto. Me joguei por cima dela e caímos em cima da cama, o beijo foi inevitável, apenas interrompidos por nossos risos.
— Liga... — ela pediu ao sair de dentro dos meus braços.
— Não, amor... Nem sei se ele está atendendo hoje... — disse-lhe.
— Tenta, pergunta... Você sabe que tá precisando agora! — Juh falou bem séria nesse momento.
— Não, dá para segurar até segunda — disse-lhe, mesmo tendo plena certeza do quanto ela estava correta.
A muié me conhece demais!
— Se você não ligar, eu ligo e conto tudo — Juh disse, determinada, apontando para o aparelho.
Comecei a tentar pegar o celular da mão dela, mas parei quando ela mexeu e colocou no ouvido.
— Oi, Dr. João, é Júlia, esposa de Lore — ela disse, me encarando com um ar seguro.
Pqp, foi a única coisa que pensei, colocando as mãos na cabeça, sem acreditar que aquilo estava acontecendo.
— Então, ela queria saber se o senhor pode atendê-la online hoje, tá precisando bastante, sabe? — Juh continuou.
— Porra, Juh... — falei baixinho.
— Ahhhh, que bom, pode mandar o link que ela entra, sim... Tchau e muito obrigada! — ela finalizou.
Pulou para mim e eu a segurei, carregando-a.
— Não fica bravinha, fiz isso para o seu bem — Juh disse, tentando um contato visual.
— Não gostei, de verdade. — falei.
— Você concorda que tá precisando? — me perguntou, e eu confirmei balançando a cabeça. — E se fosse comigo, você me faria procurar ajuda? — confirmei novamente.
— Então... — ela disse e me deu um beijo, um longo beijo, um beijaço, e que, lógico, foi retribuído.
— Só vou perdoar porque você é uma gostosa! — Falei, apertando a bunda dela, que riu.
— Agora liga para o João de verdade, porque eu só estava brincando — Juh disse e me deu diversos selinhos enquanto eu estava completamente desacreditada.
Liguei para o meu amigo e marquei, não precisou ser online, porque ele estava atendendo em outra clínica, e como o movimento estava calmo, fui até ele.
— Amor, eu fiz uma mochila com roupas para você correr quando sair da sessão, aí você me liga e nós vamos. — disse a gatinha.
Júlia é uma pessoa muito atenciosa, ela pensa nos detalhes, cuida de uma maneira sem igual. Esse carinho todo não tem preço.
Quando cheguei na sala, Kaique e Milena estavam dividindo o café com Brad, fizeram aquela expressão típica de flagras e riram para mim.
— Ai, ai, aí... Vou fingir que não estou vendo isso... — falei.
Assim que Juh desceu, o cachorro esqueceu a comida e colou nela. Fiz um cafezinho para mim e Kaique, que, ainda manhoso, ficou sentado no balcão. A gatinha, na intenção de dar um colinho, o carregou.
— AAAAAAI — Juh gritou e nos assustou.
Colocou Kaká no chão e ficamos olhando, espantados, para ela.
— O que foi??? — perguntei, preocupada, me aproximando.
Júlia estava curvada e tinha as mãos sobre o ventre, como se estivesse com cólica.
— Não sei... Doeu bem aqui... — e pôs minha mão.
Ela foi ao banheiro do nosso quarto e eu fui atrás. As crianças queriam nos acompanhar, mas pedi que ficassem.
— Amor, eu te machuquei? Durante o sexo sentiu alguma dor? — Perguntei.
— Não, não... Foi quando carreguei Kaká — ela explicou, ainda com uma feição de sofrimento em seu rosto.
Observamos um sangramento e isso nos deixou em alerta. Eu já havia observado que o ciclo menstrual dela estava bem desregulado, conversamos sobre isso e eu pedi que ela procurasse uma especialista, isso antes da minha viagem para o RJ.
— Gatinha, e a ginecologista? — perguntei.
Ela colocou as mãos na cabeça, como se estivesse acabado de lembrar de algo.
— Eu fui, ela passou exames, eu fiz... Mas esqueci de pegar os resultados... — me respondeu.
— Então, segunda-feira veremos isso, tá? Vou contigo. — afirmei.
Não queria mais sair para cuidar do meu amor, mas Júlia disse que estava tudo bem. A dor era mesmo uma cólica, ela tomou um analgésico e deitou com as crianças. Obviamente, o meu substituto ocupou o meu lugar.
A minha consulta foi maravilhosa, era tudo que eu precisava MESMO. Saí de lá com o encaminhamento para a psiquiatria e o diagnóstico do meu primeiro transtorno, o famoso F41 - CID-10, também conhecido como Transtorno Ansioso. Demorei um pouco para sair de lá porque o João fez um laudo bem detalhado. Era cedo para especificar uma subdivisão, contudo, não era difícil imaginar uma...
Eu nem ia correr, mas Juh foi tão atenciosa preparando aquela mochila que eu me sentiria culpada em não fazer. Ponderei o melhor percurso para bater com a volta para casa e fui.
Quando cheguei, avistei o carro do meu sogro e fiquei feliz. Não conseguimos ir, mas eles vieram. Iam matar a minha curiosidade, eu não fazia ideia do que eles tinham para contar, porém a animação deles era evidente.
Os cumprimentei, Kaká estava mostrando a orelha com uma cara de coitadinho, sentado no colo do avô e mostrando imagens de como ficam algumas.
— Filho, se ficar assim não tem problema, a gente pede para seu amigo fazer na outra e elas ficam iguais — eu zoei.
Eles chegaram numa idade em que a minha diversão era tirá-los do sério. Acho essas coisas muito cômicas e prático até hoje.
Obviamente, ele ficou bravo e eu assumi que era uma brincadeira, enchendo meu neném de beijinho.
— Tá melhor, gatinha? — perguntei, sentando onde ela estava e colocando a cabeça dela sobre o meu colo.
— Melhor de quê? — perguntou a minha sogra, visivelmente confusa.
Percebi que ela não tinha comentado e talvez eu tivesse estragado tudo.
— Cólica. Quando Lore saiu eu estava com cólica, mas já passou — Juh se apressou em explicar.
Pelo jeitinho dela, eu sabia que ainda estava sentindo, pelo menos um pouco, e fiquei acariciando seu cabelo e abdômen.
Antes do almoço, Júlia precisou tomar um banho e fiquei conversando com D. Jacira e Sr. José. Minha sogra perguntou se eu estava em uma consulta de rotina e demorei um pouco para respondê-la.
Eu poderia mentir e só afirmar que sim. Minto muito mal, mas não teria dificuldade em confirmar a suposição da minha sogra, com certeza o assunto se encerraria ali.
Sempre fui cautelosa, pode não parecer, mas sou uma pessoa reservada. O processo de adoção do Kaká foi mantido em segredo até que tudo estivesse formalizado, as tentativas de gravidez só foram reveladas quando já estava claro que Juh havia conseguido engravidar. Sempre busquei ter as respostas, as certezas, antes de compartilhar com a família. Mas naquele momento, sem explicação, algo parecia me conduzir a abrir a porta para eles dois, algo dentro de mim me fez ir além, algo me impulsionou a compartilhar o que estava guardado entre minha esposa, meu terapeuta e eu.
Olhei para a varanda e Brad estava correndo de um lado para o outro.
— Gente, coloquem o almoço do doguinho e brinquem um pouco com ele... Olhem como o bicho está agitado... — falei para despistar as crianças e elas foram empolgadas.
— Na verdade, não foi uma consulta de rotina — eu comecei a dizer, respirando fundo. — Tenho passado por algumas questões...
Expliquei brevemente o meu quadro clínico e deixar de lado essa rigidez, baixar a guarda e simplesmente permitir que mais alguém soubesse o que estava acontecendo comigo foi surpreendentemente bom. Embora eu me sentisse completamente vulnerável, notei estar em um ambiente seguro. Falei de uma maneira clara e de um jeito que não os preocupasse, deixando claro que eu estava tendo toda ajuda que precisava e também um tratamento adequado.
Apesar da grande diferença de idade entre Juh e eu ser uma questão para a maioria das pessoas quando falamos, porque não aparenta, dentro da nossa família nunca foi. Se eu puder dizer que tive um bônus no início do nosso relacionamento, foi esse. Apesar de não aceitarem, o fato de eu ser mais velha passou confiança para meus sogros. Eles acreditavam que a filhinha deles estava segura comigo, no sentido de responsabilidade. A minha única insegurança nesse momento era eles ficarem apreensivos e duvidosos quanto a isso.
Respirei aliviada quando recebi um abraço dos dois. Eles disseram que, qualquer coisa, eu poderia contar com eles. Se ofereceram para ficar um tempo com a gente, levar as crianças mais vezes na Pousada e até para cozinhar, mas eu disse que não precisava e era verdade. Passar tempo com minha família era o meu refúgio.
Dividir a experiência e sentir mais aquele acolhimento foi importante, além de me fazer bem, me deu uma sensação de fortalecimento de vínculo também.
Quando Juh desceu, ela logo percebeu o que eu havia feito e sentou no meu colo, me dando um abraço e um beijinho.
Almoçamos e a tarde foi se esticando. Os vovós resolveram dar um passeio até a praia com as crianças, que foram de bicicleta. Fiquei com minha muiezinha, cuidamos uma da outra, conversamos sobre o meu diagnóstico e rolou um papo sobre o que provavelmente viria mais para frente.
— Se me passarem um ansiolítico, e for um que mexa com a minha libido, eu vou pedir para trocar — falei.
— Amoooor, essa é sua preocupação? — ela perguntou, rindo.
— Não me importo com insônia, sei lidar com sonolência, tô nem aí se vou engordar, emagrecer, comer demais ou de menos... Mas deixa minha libido em paz — confirmei, rindo.
— Você não tem jeito — Juh disse, intercalando cada palavra com um selinho.
Meus sogros chegaram, a gente se despediu e fomos todos tomar banho. Eu demorei um pouco mais e, quando retornei ao quarto, as crianças estavam exaltadas em uma conversa com a mamãe.
— Não pode, mamãe, NÃO PODEEEEE!!! — ouvi Kaique dizendo.
Juh me olhou com um rostinho confuso, quase que pedindo socorro, ela tinha alguns papéis em mãos.
— Achei o código, login e site do resultado dos exames no meu e-mail — ela me disse.
Ao perceber que eu já estava no quarto, Milena me puxou pela mão até a cama.
— Mãe, a mamãe fez uma coisa errada — denunciou minha filha.
— Amor, eles não estão entendendo o que é um ginecologista — Juh falou, toda sem jeito.
— A mamãe deixou uma pessoa vê-la pelada — falou Kaique, assustadíssimo.
— Ué, mas às vezes vocês também não ficam sem roupa nos médicos? Para eles analisarem e verem se está tudo bem? — perguntei, rindo.
— Mas nós somos crianças!!!! — Kaique falou, cheio de razão.
— Quando vocês avançarem em idade, vão fazer outros tipos de avaliações, foi o que a mamãe fez. Quando Mih crescer, também fará esses exames, tudo no momento certo — expliquei.
— Eu não vou mostrar a minha periquita para ninguém!!! — minha filha concluiu, brava.
Fiz um breve esclarecimento sobre a função da ginecologia e a saúde das meninas, menstruação, nascimento de bebês, citei Sabrine e, para facilitar o entendimento de Kaique, também falei sobre a urologia, que ele frequenta anualmente. Cite também que era relacionado a rim e bexiga e os ânimos foram acalmando.
Eles acharam um absurdo a mãe deles sem roupa para outra pessoa, e eu amei saber disso, rs! Não foi por ciúme, mas por entenderem que o corpo é algo íntimo e que nem todos podem ter acesso. O que a gente estava ensinando em casa já estava mostrando resultado.
Os babys foram dormir e Juh me entregou os exames, ela estava quietinha o tempo inteiro, com medo dos resultados.
O que mais me chamou a atenção foi o estrogênio, baixíssimo, e isso explicava muita coisa. Não a assustei, falei que com certeza a médica dela faria um tratamento e tudo se resolveria, não era nenhum bicho de sete cabeças.
Juh só encontrou os hormonais, os outros só indo na clínica e faríamos isso logo na segunda.
Para aquela noite, resolvemos focar nas coisas boas.
PS: Só depois de algum tempo consegui entender que meus sogros não contaram a grande novidade que tinham em razão do meu desabafo.