Fogo Ruivo, a tentação da minha Cunhada

Um conto erótico de pedrocamargo
Categoria: Heterossexual
Contém 6829 palavras
Data: 16/03/2025 13:01:51
Última revisão: 23/03/2025 11:44:14

Marcelo tinha 42 anos, uma vida plena ao lado de Ana, sua esposa, e das duas filhas que cresciam rápido demais. Era contador, um homem de números e rotinas, mas ultimamente algo vinha desafiando a precisão de sua existência. Não era uma crise, nem um erro a ser corrigido. Era Juliana, sua cunhada, a esposa de Ricardo, irmão mais novo de Ana. Aos 38 anos, Juliana era uma força da natureza: ruiva, com cabelos que pareciam capturar a luz do sol, olhos verdes que brilhavam com uma mistura de mistério e calor, e um jeito de ser que preenchia qualquer ambiente.

Não havia nada de errado em notar Juliana. Marcelo nunca viu isso como uma ameaça ao que tinha com Ana, nem como um desejo que o afastasse dela. Era diferente, algo que existia em paralelo, como uma melodia que não competia com a música principal, mas a complementava. Tudo começou num churrasco de família, um domingo qualquer na casa dos sogros. Juliana estava lá, com um vestido leve que dançava ao vento, ajudando a organizar as coisas com aquela energia que era só dela. Marcelo a observou por um instante — o modo como ela ria com as crianças, a curva suave do pescoço quando jogava o cabelo para trás. Não era um olhar furtivo ou culpado. Era curiosidade, admiração, talvez o início de algo que ele ainda não sabia nomear.

Naquela noite, ele sonhou com ela. Estavam em um lugar indefinido, uma mistura de realidade e imaginação. Juliana o encarava, os olhos verdes quase luminescentes, e havia um sorriso que parecia um convite. Não havia palavras, mas a sensação era de proximidade, de um entendimento silencioso. Quando acordou, ao lado de Ana, não sentiu culpa. Sentiu-se vivo, como se tivesse tocado algo que não sabia que precisava.

Juliana, por sua vez, também parecia perceber algo. Nos encontros seguintes, os olhares começaram a se cruzar com mais frequência. Não eram olhares de segredo ou vergonha, mas de reconhecimento. Num almoço na casa dela e de Ricardo, ela se sentou à frente de Marcelo, e por um momento os dois ficaram presos num instante que ninguém mais notou. Ela sorriu — um sorriso leve, quase cúmplice — e voltou a conversar com os outros. Marcelo sentiu o coração acelerar, mas não era medo. Era excitação, uma faísca que não queria apagar.

Ele começou a reparar mais nela, e ela nele. Não era sobre trair Ana ou Ricardo. Marcelo amava sua esposa, assim como Juliana parecia amar o marido. O que nascia entre eles não era uma substituição, mas uma conexão à parte, algo que não diminuía o que já tinham. Nos sonhos, que se tornaram mais frequentes, Marcelo a encontrava em cenários simples: uma cozinha vazia, um quintal ao entardecer. Ela se aproximava, os dedos roçando os dele, e havia uma eletricidade que não precisava de explicações. Ele acordava com um sorriso, sem arrependimentos, apenas com a sensação de que algo maior estava se formando.

Numa tarde de sábado, na casa de Ricardo e Juliana, a família se reuniu mais uma vez. O sol estava baixo, tingindo o céu de laranja, e o cheiro de carne na churrasqueira se misturava ao som de risadas e conversas desconexas. Marcelo chegou com Ana, carregando uma travessa de sobremesa que ela havia preparado, e cumprimentou todos com a naturalidade de sempre. Juliana estava no quintal, arrumando a mesa, os cabelos ruivos soltos caindo sobre um ombro enquanto ela ria de algo que Ricardo dizia. Quando seus olhos encontraram os de Marcelo, houve uma pausa — sutil, quase imperceptível para os outros, mas carregada de significado para eles.

Ela o cumprimentou com um aceno e um "Oi, cunhado!", a voz leve como sempre, mas havia algo no tom, um calor que parecia só para ele. Marcelo respondeu com um sorriso, sentindo aquele já familiar formigamento na nuca. Durante o almoço, eles não trocaram muitas palavras diretamente, mas a presença um do outro era como uma corrente elétrica invisível. Quando Juliana passou por ele para pegar mais bebidas na cozinha, o braço dela roçou o dele de leve, e Marcelo sentiu o toque reverberar por mais tempo do que deveria. Ela virou o rosto por um instante, os olhos verdes encontrando os dele, e ele soube que ela sentiu o mesmo.

Não era um plano, nem uma traição tramada. Era espontâneo, como o vento que levanta as folhas sem aviso. Mais tarde, enquanto as crianças brincavam no quintal e os adultos se espalhavam em conversas, Marcelo foi até a cozinha pegar um copo d’água. Juliana estava lá, sozinha, enxugando as mãos num pano de prato. O silêncio entre eles era confortável, mas denso. Ela olhou para ele, apoiando-se na pia, e disse, quase como se pensasse em voz alta:

— Você já reparou como o tempo passa rápido nesses almoços?

Marcelo riu, um pouco desconcertado, mas respondeu:

— Sim, às vezes parece que a gente pisca e já acabou.

Ela assentiu, mexendo no cabelo distraidamente, e então seus olhos se fixaram nos dele por um segundo a mais. Não havia culpa ali, nem hesitação. Apenas uma pergunta silenciosa, uma possibilidade que nenhum dos dois precisava verbalizar ainda. Marcelo sentiu o peito se aquecer, mas não era o peso da traição — era leveza, como se compartilhar aquele momento com ela fosse natural.

— Às vezes, sinto saudade antes mesmo de ir embora — ela acrescentou, quase como um segredo, antes de sorrir e voltar para o quintal.

Ele ficou ali, segurando o copo vazio, processando as palavras dela. Não era sobre abandonar suas vidas, suas famílias. Era sobre reconhecer que existia algo entre eles, uma chama que não precisava consumir tudo para existir. Nos dias que se seguiram, Marcelo percebeu que pensava nela com mais frequência, mas não como uma obsessão. Era um pensamento tranquilo, um canto suave na mente. E os sonhos continuaram — agora, ele a via rindo num campo aberto, os cabelos ruivos voando ao vento, e quando ela se aproximava, não havia urgência, apenas a certeza de que estavam ali, juntos, de algum modo.

Numa noite, enquanto Ana assistia TV ao seu lado, Marcelo se pegou imaginando como seria se ele e Juliana tivessem um momento só deles, sem pressa, sem consequências. Não para destruir o que tinham com seus parceiros, mas para explorar o que já existia entre eles, como uma dança que não precisava de plateia. Ele sabia que Juliana sentia o mesmo — os olhares, os gestos sutis, o jeito como ela parecia mais viva quando estavam no mesmo espaço. Era mútuo, e isso tornava tudo mais real, mais leve.

O próximo encontro de família estava marcado para dali a duas semanas, e Marcelo percebeu que, pela primeira vez, contava os dias. Não por arrependimento ou por um desejo de romper limites, mas por curiosidade. Queria saber até onde aquela chama os levaria, sem queimar o que já era deles.

Numa tarde de sábado, na casa de Ricardo e Juliana, a família se reuniu mais uma vez. O sol estava baixo, tingindo o céu de laranja, e o cheiro de carne na churrasqueira se misturava ao som de risadas e conversas desconexas. Marcelo chegou com Ana, carregando uma travessa de sobremesa que ela havia preparado, e cumprimentou todos com a naturalidade de sempre. Juliana estava no quintal, arrumando a mesa, os cabelos ruivos soltos caindo sobre um ombro enquanto ela ria de algo que Ricardo dizia. Quando seus olhos encontraram os de Marcelo, houve uma pausa — sutil, quase imperceptível para os outros, mas carregada de significado para eles.

Ela o cumprimentou com um aceno e um "Oi, cunhado!", a voz leve como sempre, mas havia algo no tom, um calor que parecia só para ele. Marcelo respondeu com um sorriso, sentindo aquele já familiar formigamento na nuca. Durante o almoço, eles não trocaram muitas palavras diretamente, mas a presença um do outro era como uma corrente elétrica invisível. Quando Juliana passou por ele para pegar mais bebidas na cozinha, o braço dela roçou o dele de leve, e Marcelo sentiu o toque reverberar por mais tempo do que deveria. Ela virou o rosto por um instante, os olhos verdes encontrando os dele, e ele soube que ela sentiu o mesmo.

Não era um plano, nem uma traição tramada. Era espontâneo, como o vento que levanta as folhas sem aviso. Mais tarde, enquanto as crianças brincavam no quintal e os adultos se espalhavam em conversas, Marcelo foi até a cozinha pegar um copo d’água. Juliana estava lá, sozinha, enxugando as mãos num pano de prato. O silêncio entre eles era confortável, mas denso. Ela olhou para ele, apoiando-se na pia, e disse, quase como se pensasse em voz alta:

— Você já reparou como o tempo passa rápido nesses almoços?

Marcelo riu, um pouco desconcertado, mas respondeu:

— Sim, às vezes parece que a gente pisca e já acabou.

Ela assentiu, mexendo no cabelo distraidamente, e então seus olhos se fixaram nos dele por um segundo a mais. Não havia culpa ali, nem hesitação. Apenas uma pergunta silenciosa, uma possibilidade que nenhum dos dois precisava verbalizar ainda. Marcelo sentiu o peito se aquecer, mas não era o peso da traição — era leveza, como se compartilhar aquele momento com ela fosse natural.

— Às vezes, sinto saudade antes mesmo de ir embora — ela acrescentou, quase como um segredo, antes de sorrir e voltar para o quintal.

Ele ficou ali, segurando o copo vazio, processando as palavras dela. Não era sobre abandonar suas vidas, suas famílias. Era sobre reconhecer que existia algo entre eles, uma chama que não precisava consumir tudo para existir. Nos dias que se seguiram, Marcelo percebeu que pensava nela com mais frequência, mas não como uma obsessão. Era um pensamento tranquilo, um canto suave na mente. E os sonhos continuaram — agora, ele a via rindo num campo aberto, os cabelos ruivos voando ao vento, e quando ela se aproximava, não havia urgência, apenas a certeza de que estavam ali, juntos, de algum modo.

Numa noite, enquanto Ana assistia TV ao seu lado, Marcelo se pegou imaginando como seria se ele e Juliana tivessem um momento só deles, sem pressa, sem consequências. Não para destruir o que tinham com seus parceiros, mas para explorar o que já existia entre eles, como uma dança que não precisava de plateia. Ele sabia que Juliana sentia o mesmo — os olhares, os gestos sutis, o jeito como ela parecia mais viva quando estavam no mesmo espaço. Era mútuo, e isso tornava tudo mais real, mais leve.

O próximo encontro de família estava marcado para dali a duas semanas, e Marcelo percebeu que, pela primeira vez, contava os dias. Não por arrependimento ou por um desejo de romper limites, mas por curiosidade. Queria saber até onde aquela chama os levaria, sem queimar o que já era deles.

Duas semanas depois, a família se reuniu novamente, desta vez na casa de Ricardo e Juliana. Era uma noite quente de março, o tipo de calor que deixa a pele pegajosa e os pensamentos mais soltos. Marcelo chegou com Ana, carregando uma garrafa de vinho como contribuição, mas sua mente já estava em outro lugar. O selinho "sem querer" de Juliana ainda ecoava nele, uma lembrança que aquecia seu peito toda vez que pensava nela. Ele sabia que ela também carregava aquele momento — o jeito como o provocara na cozinha, o brilho nos olhos verdes, o toque sutil que prometia mais.

A casa estava cheia, mas Juliana parecia estar em todos os lugares que Marcelo olhava. Ela usava um vestido preto simples, justo o suficiente para destacar as curvas, os cabelos ruivos soltos caindo como uma cascata de fogo. Durante o jantar, os dois mantiveram o jogo de sempre: olhares rápidos, sorrisos disfarçados, uma tensão que vibrava sob a superfície da normalidade. Ana conversava animadamente com Ricardo, as crianças corriam pelo quintal, e ninguém parecia notar o que se passava entre Marcelo e Juliana. Ou talvez eles fossem bons demais em esconder.

O momento veio depois, quando a noite já estava avançada. A maioria dos convidados havia migrado para a sala, mas Marcelo precisava de ar. Ele saiu para o quintal, o som abafado da festa ficando para trás, e ficou ali, olhando as estrelas, o copo de vinho ainda na mão. Não demorou muito para ouvir passos leves atrás dele. Era ela.

— Fugindo de novo? — perguntou Juliana, a voz baixa, carregada de um tom que ele já conhecia bem.

Ele virou-se, encontrando-a a poucos metros, os olhos brilhando sob a luz fraca do quintal. Ela segurava uma taça de vinho, os lábios úmidos do último gole.

— Só vim respirar um pouco — respondeu ele, mas o sorriso que deu entregava que esperava por isso.

Ela se aproximou, parando a uma distância perigosa, mas deliciosa. O calor da noite parecia amplificar o cheiro dela — algo floral, misturado ao vinho e à própria pele. Por um instante, ficaram em silêncio, apenas se olhando, o ar entre eles carregado de eletricidade.

— Sabe — começou ela, dando um passo mais perto, o tom quase conspiratório —, eu não paro de pensar naquele dia na cozinha.

Marcelo sentiu o pulso acelerar, mas manteve o controle, inclinando a cabeça como se a desafiasse.

— Que dia? — perguntou, fingindo inocência, mas o brilho nos olhos o traiu.

Juliana riu baixo, um som que fez o corpo dele reagir antes que a mente pudesse acompanhar. Ela deu outro passo, agora tão perto que ele podia sentir o calor dela. Seus dedos roçaram o braço dele, subindo devagar até o ombro, um toque que era ao mesmo tempo leve e intencional.

— Você sabe qual — sussurrou ela, inclinando-se como se fosse beijá-lo no rosto outra vez. Mas dessa vez, não houve erro de cálculo. Os lábios dela encontraram os dele, não por acidente, mas com uma certeza quente e deliberada. O beijo começou suave, quase hesitante, mas logo se aprofundou. Marcelo deixou o copo de vinho escorregar para o chão, as mãos encontrando a cintura dela, puxando-a contra si. O vestido era fino demais, e ele podia sentir cada curva do corpo dela sob o tecido.

Ela gemeu baixinho contra a boca dele, os dedos deslizando para a nuca, enroscando-se nos cabelos dele enquanto o beijo ficava mais urgente. O gosto de vinho nos lábios dela misturava-se ao calor da língua, e Marcelo sentiu o mundo encolher até restar só eles dois. Ele a pressionou contra a parede do quintal, escondida pela sombra de uma árvore, as mãos subindo pelas costas dela, traçando a linha da coluna. Juliana arqueou o corpo contra o dele, o peito subindo e descendo rápido, e por um momento ele pensou que perderia o controle ali mesmo.

Mas ela recuou um pouco, os lábios vermelhos e inchados, os olhos semicerrados de desejo. Sorriu, ofegante, e murmurou:

— Isso não muda nada, né? Só… aquece um pouco mais.

Marcelo respirou fundo, o corpo ainda zunindo, mas concordou com um aceno. Não era sobre mudar suas vidas ou abandonar o que tinham. Era sobre isso — o calor, a chama, o agora. Ele a puxou de volta para um último beijo, mais lento, quase reverente, antes de se afastarem. Ela alisou o vestido, pegou a taça do chão como se nada tivesse acontecido, e lançou um último olhar provocador antes de voltar para dentro.

— Até a próxima, cunhado — disse ela, a voz carregada de promessa.

Marcelo ficou no quintal, o coração disparado, o corpo ainda sentindo o fantasma do toque dela. Não havia culpa, só um fogo que queimava limpo, alimentado por algo que os dois entendiam sem precisar explicar.

Marcelo ficou no quintal por mais alguns minutos, tentando acalmar o fogo que ainda corria nas veias. O copo de vinho jazia esquecido na grama, o líquido derramado manchando a terra, mas ele não se importava. O gosto dos lábios de Juliana ainda estava na boca dele, misturado ao calor do beijo, ao som abafado do gemido dela contra sua pele. Ele passou a mão pelo rosto, rindo sozinho da intensidade daquele momento. Não era pra ser assim, mas era — e ele não queria que fosse diferente.

Dentro da casa, a festa seguia viva. O volume das vozes aumentava à medida que o álcool fazia seu trabalho, soltando risadas e histórias que ninguém lembraria no dia seguinte. Marcelo voltou para a sala, pegando outro copo de vinho no caminho, sentindo o líquido descer quente pela garganta. Precisava de algo para ocupar as mãos, para disfarçar o calor que ainda subia pelo pescoço. Ana estava no sofá, rindo com uma prima, alheia ao que acontecia com ele. Ricardo, o marido de Juliana, contava uma piada alta demais perto da churrasqueira. Tudo parecia normal, exceto pelo que não era.

Juliana reapareceu logo depois, a taça de vinho na mão quase vazia, os olhos brilhando com uma mistura de álcool e algo mais selvagem. Ela passou por ele na sala, o quadril roçando de leve contra o dele enquanto se espremia entre os convidados. Não foi acidental — o olhar que ela lançou por cima do ombro confirmava isso. Marcelo sentiu o pulso disparar de novo, o vinho começando a nublar os cantos da mente, tornando tudo mais vívido, mais urgente.

— Tá precisando de mais? — perguntou ela, apontando para o copo dele com um sorriso torto, a voz arrastada pelo álcool.

— Acho que sim — respondeu ele, erguendo o copo quase vazio, mas os olhos fixos nos dela diziam outra coisa.

Ela riu, um som rouco que fez o estômago dele dar um nó, e fez um gesto para que ele a seguisse até a cozinha. O caminho era curto, mas parecia infinito, cada passo carregado de antecipação. Na cozinha, longe dos olhos da festa, Juliana pegou a garrafa de vinho na bancada e encheu a taça dela primeiro, derramando um pouco no processo. Ela riu de novo, lambendo o dedo onde o líquido escorreu, e Marcelo sentiu o ar ficar mais denso.

— Você é um desastre com isso — brincou ele, mas a voz saiu mais grave do que pretendia.

— Só quando quero — retrucou ela, inclinando-se para encher o copo dele, o corpo tão perto que ele podia sentir o calor dela outra vez. O vestido preto escorregou um pouco no ombro, revelando a pele clara salpicada de sardas, e Marcelo teve que se segurar para não tocar ali, bem ali.

Ela não recuou depois de encher o copo. Em vez disso, ficou parada, os olhos verdes quase líquidos sob a luz fraca da cozinha, o peito subindo e descendo rápido demais. O álcool tinha soltado algo nela — e nele também. Juliana deu um gole no vinho, os lábios ficando vermelhos do líquido, e então, num movimento lento, quase teatral, inclinou-se para ele. Não houve selinho dessa vez. Ela o beijou com fome, os lábios abertos, a língua encontrando a dele num choque quente e úmido. Marcelo deixou o copo na bancada com um baque surdo, as mãos agarrando os quadris dela, puxando-a contra si com uma força que não sabia que tinha.

O beijo era desleixado, urgente, carregado do gosto de vinho e do calor da noite. Juliana pressionou o corpo contra o dele, as mãos subindo pelo peito até a nuca, os dedos enroscando-se nos cabelos enquanto ela mordia o lábio inferior dele, arrancando um som rouco da garganta dele. Marcelo a empurrou contra a bancada, o corpo dela se moldando ao dele, as pernas entreabrindo-se instintivamente para deixá-lo mais perto. Ele sentiu o calor entre as coxas dela através do vestido, e suas mãos desceram, apertando-a com uma mistura de desejo e reverência.

— Isso tá ficando perigoso — murmurou ele contra a boca dela, mas não parou, as mãos subindo por baixo do vestido, sentindo a pele quente e macia das coxas.

— Perigoso é bom — respondeu ela, ofegante, os olhos semicerrados enquanto o puxava de volta para outro beijo, os quadris se movendo contra os dele num ritmo que dizia tudo.

O som de passos no corredor os fez congelar por um instante, mas ninguém entrou. Eles se separaram, respirando pesado, os rostos vermelhos do vinho e do calor. Juliana alisou o cabelo, rindo baixo, o peito ainda arfando.

— Acho que a gente tá ficando bom nisso — disse ela, pegando a taça como se nada tivesse acontecido, mas o olhar que lançou era puro fogo.

Marcelo riu, ainda sentindo o corpo dela impresso no seu, o gosto dela na boca. O álcool tornava tudo mais fácil, mais solto, mas não mudava o que já existia entre eles. Era uma dança, uma chama que não precisava de justificativas.

— Até a próxima rodada — brincou ele, erguendo o copo num brinde silencioso.

Ela piscou, saindo da cozinha com um rebolado sutil, deixando-o ali, o coração disparado e o corpo implorando por mais.

A cozinha ainda parecia pulsar com o calor do que tinha acontecido. Marcelo ficou lá por mais um instante, o copo de vinho na mão, tentando recuperar o fôlego e o controle. O gosto de Juliana estava em sua boca, o toque dela ainda queimava na pele, e o álcool só amplificava tudo — os sentidos, os desejos, a vontade de ir além. Ele sabia que precisava voltar para a sala antes que alguém notasse sua ausência, mas cada passo parecia carregado de uma energia que não conseguia dissipar.

De volta à festa, a atmosfera estava ainda mais solta. O vinho corria solto, as conversas ficavam mais altas, e o som de uma playlist animada começava a substituir o burburinho. Ana dançava com uma das tias na sala, rindo alto, enquanto Ricardo tentava convencer alguém a provar uma cachaça que trouxera. Marcelo se misturou aos convidados, trocando frases automáticas, mas seus olhos não paravam de buscar Juliana. Ela estava do outro lado da sala, conversando com uma prima, a taça de vinho balançando perigosamente na mão enquanto gesticulava. O vestido preto ainda estava desalinhado no ombro, e ele podia jurar que ela sabia disso — sabia do efeito que tinha nele.

A noite avançava, e o álcool tornava tudo mais fluido, mais arriscado. Em certo momento, Juliana passou por ele novamente, os corpos se roçando de leve no meio da multidão. Ela não disse nada, mas o olhar que lançou era um convite disfarçado, uma promessa silenciosa. Marcelo sentiu o sangue pulsar mais rápido, o vinho nublando qualquer resquício de cautela. Ele a viu desaparecer na direção do corredor, supostamente para o banheiro ou para pegar algo, e o instinto o levou a segui-la, mantendo uma distância segura.

O corredor estava escuro, iluminado apenas pela luz que vazava da sala. Ele parou perto da porta do banheiro, fingindo ajustar o relógio, quando ela saiu. Juliana o viu imediatamente, e um sorriso travesso curvou seus lábios. Sem dizer uma palavra, ela se aproximou, o corpo quase colado ao dele, aproveitando o ângulo cego entre o corredor e a sala cheia de convidados. O som da festa abafava qualquer ruído, mas o silêncio entre eles era ensurdecedor.

Ela enfiou a mão no bolso do vestido por um instante, os olhos fixos nos dele, e então, com um movimento rápido e discreto, pressionou algo pequeno e macio contra a palma da mão dele. Marcelo fechou os dedos por reflexo, sentindo o tecido leve e rendado — uma calcinha, preta como o vestido, ainda quente do corpo dela. O choque o deixou sem ar por um segundo, mas antes que pudesse reagir, ela se inclinou, o rosto a milímetros do dele.

— Não deixa ninguém ver — sussurrou ela, a voz rouca do vinho e da provocação, os lábios roçando a orelha dele antes de recuar.

Juliana voltou para a sala como se nada tivesse acontecido, o rebolado sutil agora carregado de uma ousadia que ele sabia ser só para ele. Marcelo enfiou a calcinha no bolso da calça, o coração disparado, o corpo inteiro reagindo ao peso daquele gesto. Era perigoso — alguém poderia ter visto, Ana ou Ricardo poderiam estar a poucos metros —, mas o risco só tornava tudo mais intenso. Ele ficou ali, respirando fundo, tentando disfarçar o calor que subia pelo rosto enquanto voltava para a festa.

A noite seguiu, mas agora havia um segredo tangível no bolso dele, uma prova quente do que existia entre eles. Juliana continuava a circular entre os convidados, rindo e conversando, mas de vez em quando os olhos dela encontravam os dele, e o brilho ali dizia tudo. Quando a festa começou a se desfazer, com as pessoas se despedindo aos poucos, Marcelo e Ana se prepararam para ir embora. Ele a ajudou a pegar as coisas, o tempo todo sentindo o tecido no bolso como uma queimadura sutil.

Já no carro, enquanto Ana cochilava no banco do passageiro, o celular dele vibrou. Uma mensagem de Juliana no WhatsApp, enviada com a audácia de quem sabia exatamente o que estava fazendo:

"Cuide bem dela. Quero-a de volta."

Acompanhada de um emoji de piscadinha. Marcelo leu a mensagem duas vezes, o peito apertado de excitação, um sorriso escapando sem querer. Ele guardou o celular, os dedos roçando o bolso onde a calcinha estava, e dirigiu para casa com a mente em chamas. Aquela noite não tinha sido o fim — era só o começo de algo que nenhum dos dois queria apagar.

O domingo amanheceu com uma luz preguiçosa, o tipo de manhã que pedia silêncio depois da agitação da noite anterior. Marcelo acordou cedo, o corpo ainda carregado de uma energia que não explicava — ou que explicava demais. Ana dormia ao lado, o rosto sereno, alheia ao turbilhão que girava na mente dele. No bolso da calça jogada sobre a cadeira, a calcinha preta de Juliana permanecia como um segredo quente, um troféu que ele não ousava tocar desde que chegara em casa. Mas o peso dela estava lá, e a mensagem dela — "Cuide bem dela. Quero-a de volta." — ecoava em loops na cabeça dele.

Ele pegou o celular na mesinha de cabeceira, o coração já acelerando só de pensar em checar as notificações. Nada ainda. Ana resmungou algo no sono, e ele saiu do quarto em silêncio, descendo para a cozinha com a desculpa de fazer café. Enquanto a água esquentava, o celular vibrou no bolso do short. Era ela.

Juliana (09:12): Acordou pensando em mim, cunhado?

Marcelo sorriu, os dedos hesitando antes de responder. O café ficou esquecido na cafeteira enquanto ele digitava, o calor subindo pelo peito.

Marcelo (09:14): Difícil não pensar, depois de ontem. Ainda tô com um pedaço seu no bolso.

A resposta veio quase instantânea, como se ela estivesse esperando.

Juliana (09:15): E eu tô aqui, sentindo falta dele. Você guardou direitinho?

Marcelo (09:16): Guardei tão bem que quase dormi com ela no bolso. Quer que eu faça o quê com isso?

Um segundo depois, uma foto apareceu na tela. Juliana, ainda na cama, o cabelo ruivo espalhado no travesseiro, os lábios entreabertos num sorriso provocador. A blusa de dormir tinha escorregado, mostrando o ombro e o início do colo, a pele clara contrastando com o tecido fino. A legenda dizia: “Tô imaginando você decidindo isso agora.”

O ar escapou dos pulmões dele. Ele trancou a tela por um instante, olhando ao redor para garantir que estava sozinho, antes de responder.

Marcelo (09:19): Você quer me matar, é? Tá linda assim. O que mais você tá imaginando?

Ela demorou um pouco mais dessa vez, e quando respondeu, veio outra foto: Juliana deitada de lado, a blusa levantada até a cintura, revelando a curva do quadril e uma tatuagem pequena que ele nunca tinha visto — uma lua crescente na lateral da costela. A mensagem dizia: “Tô imaginando você aqui, me dizendo o que fazer. Tô toda sua hoje, Marcelo. Manda em mim.”

O coração dele disparou, o corpo reagindo antes que a mente pudesse acompanhar. Ela estava entregando o controle, jogando com uma submissão que o incendiava. Ele digitou rápido, o desejo tomando as rédeas.

Marcelo (09:23): Quero você de joelhos pra mim, Ju. Tira essa blusa e me mostra como você fica bonita obedecendo.

A resposta foi imediata, como se ela estivesse esperando o comando. Uma nova foto: Juliana ajoelhada na cama, a blusa jogada ao lado, os seios expostos, os mamilos endurecidos sob a luz suave da manhã. Os cabelos ruivos caíam sobre o rosto, mas os olhos verdes o encaravam através da tela, cheios de entrega e provocação. A mensagem dizia: “Assim, meu chefe? Tô louca pra te agradar.”

Marcelo engoliu em seco, o calor subindo do peito para o rosto, o short ficando desconfortavelmente apertado. Ele respondeu com a voz da urgência que sentia.

Marcelo (09:27): Perfeita. Tô imaginando minha mão no seu cabelo, puxando enquanto você me olha assim. O que você quer que eu faça com você?

Juliana (09:29): Quero você me mandando ficar quietinha, me segurando firme. Sempre quis que você me amarrasse, sabia? As mãos presas, você decidindo tudo. Tô molhada só de pensar nisso.

A confissão o atingiu como um soco. Ele fechou os olhos por um segundo, imaginando-a ali, vulnerável e entregue, o corpo quente sob suas mãos. O desejo era uma pressão física agora, quase insuportável.

Marcelo (09:32): Então você vai ser minha hoje. Quero outra foto, Ju. De quatro, me mostrando o que eu ganho quando te encontrar.

A resposta demorou um pouco, mas quando chegou, quase o fez derrubar o celular. Juliana, de quatro na cama, o quadril erguido, a calcinha que ela usava agora — vermelha, rendada — abaixada até os joelhos. A curva das costas, a pele salpicada de sardas, os cabelos ruivos caindo como uma cortina. A mensagem dizia: “Tô pronta pra você. Quando você vem me pegar?”

Ele respirou fundo, os dedos trêmulos enquanto digitava.

Marcelo (09:36): Isso não aguenta mais esperar. Hoje à tarde, inventa uma desculpa. Te encontro no estacionamento do mercado da esquina. Quero você do jeito que tá agora, submissa e minha.

Juliana (09:37): Sim, senhor. Vou estar lá, toda pra você. Não me faz esperar muito, tá? Tô precisando disso mais do que você imagina.

Marcelo largou o celular na bancada, o coração martelando, o corpo tenso de antecipação. O dia tinha acabado de começar, mas já era uma contagem regressiva. O café esfriava, Ana ainda dormia, e tudo o que ele conseguia pensar era no momento em que a teria — não para trair, mas para viver algo que os dois precisavam, uma chama que não podia mais ser contida.

O relógio marcava 15:47 quando Marcelo estacionou o carro no canto mais afastado do estacionamento do mercado da esquina. Era um lugar discreto, cercado por árvores altas que bloqueavam a vista da rua, mas ainda assim público o suficiente para carregar um risco que só aumentava o fogo dentro dele. Ele inventara uma desculpa simples para Ana — precisava comprar algo no mercado para o jantar —, e ela nem piscou, ocupada com as filhas e uma série na TV. O celular estava no silencioso, mas a última mensagem de Juliana ainda queimava na tela da sua mente: “Tô indo. Pronta pra ser sua.”

O dia estava quente, o sol refletindo no capô do carro, mas o calor que ele sentia não vinha dali. A calcinha preta dela ainda estava no bolso da calça que usara na noite anterior, mas ele não a trouxe — era um risco que não precisava correr. O que importava era ela, agora, ali, em carne e osso. Ele tamborilava os dedos no volante, o corpo tenso de expectativa, quando avistou o carro dela entrando no estacionamento. Um hatch vermelho, comum, mas que naquele momento parecia carregar o peso de um segredo.

Juliana estacionou ao lado dele, e quando saiu do carro, Marcelo quase perdeu o ar. Ela usava um vestido leve de verão, vermelho como o carro, curto o suficiente para mostrar as coxas e justo o bastante para abraçar cada curva. Os cabelos ruivos estavam soltos, caindo em ondas desleixadas, e os olhos verdes brilhavam com uma mistura de nervosismo e desejo. Ela abriu a porta do passageiro do carro dele e entrou sem dizer nada, fechando-a com um clique que parecia selar o momento.

— Cheguei, senhor — disse ela, a voz baixa, quase um ronronar, os lábios curvados num sorriso submisso que o fez apertar o volante com mais força.

Marcelo a encarou, o peito subindo e descendo rápido. Ela estava ali, real, tão perto que ele podia sentir o perfume dela — floral, com um toque doce que o enlouquecia. Ele estendeu a mão, segurando o queixo dela com firmeza, inclinando o rosto dela para cima.

— Você veio mesmo — murmurou ele, os olhos percorrendo cada detalhe dela. — Tá tão linda quanto nas fotos. Mais ainda.

Ela mordeu o lábio, os olhos semicerrados enquanto se inclinava no toque dele.

— Eu disse que seria sua. Manda em mim, Marcelo. Tô precisando disso desde ontem.

A entrega na voz dela o incendiou. Ele deslizou a mão do queixo para a nuca, enroscando os dedos nos cabelos ruivos e puxando de leve, expondo o pescoço dela. Juliana gemeu baixo, o som reverberando no espaço apertado do carro, e ele não resistiu — inclinou-se e beijou a pele ali, os lábios quentes contra a pulsação acelerada dela. Ela arqueou o corpo no banco, as mãos indo instintivamente para os ombros dele, mas ele segurou os pulsos dela com a outra mão, imobilizando-os contra o encosto.

— Quietinha — ordenou ele, a voz grave, carregada de autoridade. — Você só faz o que eu mandar, lembra?

— Sim, senhor — respondeu ela, ofegante, os olhos brilhando de excitação enquanto se entregava ao controle dele.

Marcelo soltou os pulsos dela por um instante, apenas para deslizar a mão pelo vestido, subindo pela coxa até encontrar a renda da calcinha vermelha que ela exibira na foto. Ele roçou os dedos ali, sentindo o calor e a umidade através do tecido, e Juliana deixou escapar um gemido mais alto, o corpo tremendo sob o toque.

— Você tá assim por mim desde cedo, não tá? — perguntou ele, os dedos pressionando mais firme, arrancando outro som dela.

— Desde que você mandou — confessou ela, a voz entrecortada. — Tô louca por você, Marcelo. Me usa, por favor.

A súplica o levou ao limite. Ele a puxou pelo cabelo de novo, trazendo-a para um beijo feroz, os lábios colidindo com uma urgência que não dava espaço para delicadeza. A língua dela encontrou a dele, quente e faminta, enquanto as mãos dela finalmente se libertavam para agarrar a camisa dele, puxando-o mais perto. Marcelo empurrou o banco dela para trás com um movimento brusco, o espaço pequeno do carro tornando tudo mais intenso, mais claustrofóbico. Ele subiu a mão por baixo do vestido, arrancando a calcinha vermelha com um puxão rápido, e Juliana riu, ofegante, contra a boca dele.

— Isso é meu agora — disse ele, jogando a peça no banco de trás, os olhos escuros de desejo enquanto a encarava.

— Tudo seu — respondeu ela, abrindo as pernas no espaço apertado, o vestido subindo até a cintura, expondo-a completamente para ele. — Me pega, Marcelo. Tô implorando.

Ele não precisava de mais. Com um grunhido baixo, ele a puxou para o colo dele, as mãos firmes nos quadris dela enquanto a posicionava. O carro balançou levemente com o movimento, mas o som da rua lá fora era um mundo distante. Juliana se encaixou contra ele, o calor dos corpos se fundindo, e quando ela desceu devagar, os dois gemeram juntos, o som abafado pelo espaço fechado. Ela jogou a cabeça para trás, os cabelos ruivos caindo como uma cortina, e ele segurou o pescoço dela, guiando-a num ritmo que era ao mesmo tempo controle e entrega.

— Assim, Ju — murmurou ele, os dentes roçando a clavícula dela enquanto ela se movia, submissa mas selvagem, os gemidos dela enchendo o carro. — Você é minha agora.

— Só sua — gemeu ela, as mãos agarrando os ombros dele, as unhas cravando na pele através da camisa enquanto o ritmo acelerava.

O calor, o risco, o álcool que ainda parecia correr nas veias deles — tudo se misturava numa explosão que não dava para segurar. Quando o clímax chegou, foi rápido e avassalador, os dois tremendo juntos, os corpos colados no espaço apertado do carro. Juliana caiu contra o peito dele, ofegante, os lábios roçando o pescoço dele enquanto tentava recuperar o fôlego.

— Meu Deus — sussurrou ela, rindo baixo, o corpo ainda quente contra o dele. — Isso foi… demais.

Marcelo riu também, as mãos ainda nos quadris dela, sentindo o suor na pele dela sob os dedos.

— Você é demais — respondeu ele, beijando-a de novo, mais lento dessa vez, como se selasse o que tinham acabado de viver.

Ela se afastou devagar, ajeitando o vestido com um sorriso torto, os olhos ainda brilhando de prazer.

— Guarda essa calcinha pra mim também — disse ela, antes de abrir a porta e sair, lançando um último olhar por cima do ombro. — Até a próxima, senhor.

Marcelo ficou ali, o coração ainda disparado, o cheiro dela impregnado no carro, sabendo que aquilo não tinha fim — só um próximo começo.

O estacionamento marcou um antes e um depois, mas não um fim. Marcelo voltou para casa naquela tarde com o corpo ainda quente, o cheiro de Juliana impregnado na pele, a calcinha vermelha no banco de trás como um lembrete que ele não sabia se guardaria ou devolveria. Ana o recebeu com a naturalidade de sempre, perguntando sobre o mercado, e ele respondeu com meia verdade, a sacola de compras disfarçando o que realmente carregava no peito. A vida seguiu seu curso, mas agora havia um fio invisível puxando-o para ela, uma tensão que não se dissipava.

Naquela noite, enquanto Ana dormia e a casa caía em silêncio, o celular vibrou. Era Juliana, claro.

Juliana (22:03): Ainda sinto você em mim. Quando de novo?

Marcelo leu a mensagem no escuro, o coração acelerando como se ela estivesse ali, sussurrando no ouvido dele.

Marcelo (22:05): Você me deixou com fome, Ju. Quando você quiser, eu arrumo um jeito.

Juliana (22:06): Então arruma logo. Tô precisando das suas mãos de novo.

A troca de mensagens terminou ali, mas o desejo não. Nos dias seguintes, a rotina tentou engoli-los — trabalho, família, compromissos —, mas os dois sabiam que era só uma questão de tempo. Os encontros de família se tornaram terreno fértil para o jogo deles. Um churrasco na casa dos sogros, uma semana depois, trouxe a primeira faísca pós-estacionamento. Juliana estava lá, de jeans e uma blusa leve que marcava o corpo, os cabelos ruivos soltos como uma provocação. Eles trocaram olhares por cima das conversas, os dedos dela roçando os dele ao passar um copo, o sorriso dela dizendo o que as palavras não podiam.

Num momento em que a casa estava cheia e ninguém prestava atenção, ela o puxou para o corredor com um gesto disfarçado, os olhos brilhando de urgência. Não havia tempo para muito, mas o suficiente para um beijo roubado contra a parede, rápido e faminto, as mãos dele apertando os quadris dela, o gemido dela abafado contra a boca dele. Foi breve, mas incendiário, um lembrete de que o estacionamento não tinha sido um ponto final.

— Você me mata assim — sussurrou ele, ofegante, enquanto ela ria baixo e voltava para a sala, o rebolado sutil como um convite que ele não podia aceitar ali.

Os meses que se seguiram foram pontuados por esses instantes — encontros furtivos, mensagens quentes, um desejo que não se explicava, mas se alimentava do proibido. Uma tarde num motel discreto na estrada, onde ela se entregou de novo, de joelhos, implorando por ele com os olhos verdes cheios de submissão. Uma noite num canto escuro do quintal da casa de Ricardo, as mãos dele sob o vestido dela, os gemidos dela abafados pelo barulho da festa. Cada vez era mais intenso, mais arriscado, mas nunca suficiente para apagar a chama — só para atiçá-la.

Num domingo qualquer, meses depois do estacionamento, eles se encontraram de novo num almoço de família. Juliana usava um vestido verde que realçava os olhos, e Marcelo não conseguia tirar os olhos dela. Enquanto os outros conversavam, ela se aproximou dele na cozinha, fingindo pegar algo na geladeira. O corpo dela roçou o dele de propósito, e ela sussurrou, quase inaudível:

— Ainda guardou minhas calcinhas?

Ele sorriu, o calor subindo pelo pescoço.

— Todas. E você, ainda quer elas de volta?

Ela virou o rosto, os lábios a centímetros dos dele, o olhar carregado de promessa.

— Só se for pra você tirar de novo.

Não houve beijo ali, não podiam arriscar, mas o ar entre eles estava elétrico. Ela voltou para a sala, e Marcelo ficou com o gosto da possibilidade na boca, sabendo que aquilo não tinha fim — não enquanto os dois respirassem o mesmo ar.

A chama continuou a queimar, indeterminada, sem data para acabar. Era um segredo que vivia nos olhares, nos toques disfarçados, nas mensagens que chegavam sem aviso. Um dia, talvez, eles se perdessem na rotina ou no peso das escolhas, mas por agora — e por muitos agoras que viriam — ela era dele, ele era dela, e o fogo entre eles dançava livre, eterno enquanto durasse.

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