O Casamento Arranjado! Cap.6 Segunda Temporada

Um conto erótico de Alex Lima Silva
Categoria: Gay
Contém 1677 palavras
Data: 02/03/2025 18:08:40

O tempo havia passado rápido, e em dois meses muita coisa mudou na fazenda. As plantações estavam mais verdes, os dias pareciam mais longos, e Eduardo e eu havíamos encontrado um ritmo confortável na rotina. Ainda brigávamos, claro—não seríamos nós sem as discussões bobas que nunca levavam a nada—mas, no fundo, cada implicância tinha um toque de carinho. Sem contar nossas transas loucas na cachoeira, que tinha virado nosso motel, digamos assim!

Era uma manhã como qualquer outra, ou pelo menos deveria ser. O sol já estava alto quando acordei, e estranhei o silêncio na cozinha. Normalmente, Eduardo já estaria fazendo barulho, reclamando de alguma coisa ou falando sozinho enquanto preparava o café. Mas, quando saí do quarto, encontrei apenas uma mesa posta e um bilhete rabiscado ao lado da garrafa térmica:

*"Fui resolver um negócio na cidade. Volto logo. Não morra de saudade de mim e do meu pau grande e rolisso. — Edu, seu maridão."*

Eu revirei os olhos, mas não pude evitar um pequeno sorriso. Eduardo não era de sair sem avisar com antecedência, o que me fez ficar curioso. Mas, como o trabalho na fazenda não esperava, engoli o café de qualquer jeito e fui para o campo, onde Túlio e Lucas já estavam esperando.

— Dormiu até tarde hoje, hein? — Lucas comentou, enquanto verificava os arames da cerca.

— Eduardo não te acordou reclamando, por acaso? — Túlio acrescentou, com um tom brincalhão.

— Não estava em casa. Saiu cedo para a cidade — respondi, enquanto pegava uma enxada para ajudar a limpar um pedaço do terreno.

Os dois trocaram olhares rápidos, mas não disseram nada. Resolvi ignorar e seguir com o trabalho. O dia passou rápido entre as tarefas, mas, no fundo, eu estava inquieto. Eduardo não havia mandado mensagem nem dado sinal de vida desde que saiu. Quando o sol começou a se pôr, minha paciência acabou e peguei o celular para ligar.

— Já estou chegando, senhor impaciente. — A voz dele soou do outro lado, carregada de divertimento. — Espero que tenha sentido minha falta.

— Não me enche. O que você foi fazer? — perguntei, tentando parecer irritado, mas falhando miseravelmente.

— Surpresa — foi tudo o que ele disse antes de desligar.

Eu bufei, mas não tive muito tempo para resmungar, porque, minutos depois, ouvi o barulho do carro dele estacionando. Quando saí da casa para encontrá-lo, Eduardo estava saindo da caminhonete com um sorriso enorme no rosto... e segurando uma caixa de papelão nos braços.

— O que você aprontou? — perguntei, cruzando os braços.

Eduardo se aproximou, colocou a caixa no chão e abriu devagar. Dentro, uma bola de pelos se mexeu e soltou um latido baixinho. Um filhote de cachorro.

Eu pisquei, surpreso.

— O que é isso?

— Um cachorro, André. Você já viu um antes, né? — Ele riu, pegando o filhote no colo. — Eu sei que temos cães de trabalho na fazenda, mas esse aqui... bom, esse aqui é mais pra gente.

O filhote me olhava com aqueles olhos grandes e curiosos, e eu já sabia que estava perdido. Suspirei, passando a mão pelos cabelos.

— Você nem pensou em perguntar antes, né?

Eduardo sorriu, aquele sorriso que me fazia esquecer qualquer argumento.

— Pensei que você fosse gostar da surpresa.

Eu bufei, mas, no fundo, estava grato. O filhote se aconchegou nos braços de Eduardo, e eu soube que nossa rotina nunca mais seria a mesma.

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Eu já estava sentado à mesa, pegando uma fatia generosa de pão caseiro, enquanto Lucas mexia na panela com ovos mexidos.

— Bom dia, princesa — Eduardo resmungou para mim, jogando-se na cadeira ao meu lado.

— Bom dia, rainha do drama — retruquei, mordendo o pão.

Lucas riu, mas antes que pudesse comentar, um latido fino e animado veio do lado de fora.

— Ah, pronto, lá vem o pestinha — murmurei, me levantando.

Abri a porta e fui imediatamente atacado por Tobias, nosso cachorro vira-lata minúsculo, um bolinho de pelos brancos e marrons que achava que era um pastor alemão. Ele pulava em mim, mordiscando meu cadarço, tentando me derrubar com seus impressionantes três quilos de pura energia.

— Tá bom, já entendi, baixinho, você quer atenção — falei, pegando ele no colo.

Eduardo apareceu na porta, cruzando os braços e dando aquele sorrisinho provocador.

— O único que recebe esse tipo de recepção calorosa aqui é o Tobias, né?

— Porque ele não reclama o tempo todo — retruquei, coçando a barriguinha dele enquanto o cãozinho me lambia o rosto.

— Isso foi uma indireta?

— Se você entendeu, então foi bem direta!

Ele bufou, mas Tobias continuou sua missão de me encher de beijos babados. Desde que chegou à fazenda, esse monstrinho do caos era o verdadeiro chefe por aqui.

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Enquanto Tobias corria pelo terreiro tentando caçar uma borboleta, percebi algo curioso. Túlio estava no canto da propriedade, perto da cerca, conversando animadamente com uma garota. Ela tinha cabelos castanhos longos e um sorriso que fazia ele parecer um bobo apaixonado.

— Olha só quem tá todo encantado — cochichei para Eduardo, apontando discretamente para a cena.

Eduardo seguiu meu olhar e arregalou os olhos.

— Quem é essa?

— Boa pergunta. Mas pelo jeito que ele tá sorrindo, eu diria que alguém conquistou o coração desse moleque insolente!

Ficamos observando por mais um tempo. Túlio gesticulava enquanto falava, e a garota ria de algo que ele disse.

— Porque será que ele não contou nada pra gente ? — Eduardo me encarou!

— Aposto que ele tá morrendo de medo de a gente zoar ele até o fim dos tempos.

Resolvemos esperar para ver quando ele finalmente nos contaria sobre o novo romance. Mas, até lá, a missão seria fazer com que ele entregasse alguma pista sem perceber.

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Depois de alimentar Tobias e verificar o gado, resolvi tomar um banho antes de voltar ao trabalho. Só que, ao abrir a porta do banheiro, dei de cara com algo que jamais poderia ter previsto: Lucas, completamente pelado, prestes a entrar no chuveiro.

— MEU DEUS, ANDRÉ! — ele gritou, pulando para trás e tentando se cobrir com uma toalha que claramente era pequena demais para a situação.

— MEU DEUS, LUCAS! — eu gritei de volta, fechando a porta tão rápido que quase quebrei a maçaneta.

Fiquei parado por alguns segundos, tentando processar o que tinha acabado de acontecer. Decididamente tava na hora de Lucas ir morar em outro canto, desde que ele tinha sido contratado pra ajudar a gente nas tarefas, sinto que ele tá cada vez mais próximo de nós, e isso também tem seu lado ruim!

— NÃO SABE BATER, NÃO?! — Lucas gritou lá de dentro.

— NÃO SABE TRANCAR A PORTA, NÃO?!

Silêncio. Então ele respondeu, meio sem jeito:

— Ok, ponto pra você.

Saí dali o mais rápido possível, ainda tentando esquecer a cena. Mas, claro, Eduardo percebeu minha expressão meio atordoada e levantou uma sobrancelha.

— O que foi? Viu um fantasma?

— Pior. Vi o Lucas pelado.

Eduardo arregalou os olhos e fechou a cara instantaneamente!

— Não tem vergonha na cara de me falar isso não ? Sou seu marido ou sua puta afinal ?

— Foi um acidente! Eu não queria ter visto ele pelado... Ou por acaso acha que sou um pervertido ? - Eduardo resmungou algo e saiu pisando duro!

Lucas apareceu logo depois, com o rosto ainda vermelho de vergonha, e evitou me olhar diretamente pelo resto da manhã.

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Tudo parecia correr bem até que Eduardo começou a agir estranho. Ele olhava para os lados com frequência, como se estivesse fugindo de algo — ou de alguém.

— O que foi agora? — perguntei.

— Tem uma garota da cidade me perseguindo.

— Como assim?

— A filha do patrão. Ela veio passar uns dias aqui e… cara, ela não desgruda de mim.

Antes que eu pudesse responder, ouvimos uma voz doce e empolgada:

— Eduardo! Aqui está você!

Uma jovem loira, vestindo roupas que pareciam mais adequadas para um passeio no shopping do que para uma fazenda, correu até nós com um sorriso brilhante.

— Oi, Catarina… — Eduardo respondeu, forçando um sorriso.

Eu imediatamente não fui com a cara dela.

— Eu tava te procurando! Você pode me ensinar a andar a cavalo?

Eu segurei o riso enquanto Eduardo olhava desesperado para mim, como se pedisse socorro.

— Ah, o André pode te ensinar! — ele disse rapidamente.

— Mas eu quero que *você* me ensine — ela respondeu, piscando os olhos de um jeito irritante.

Irritante porque, por algum motivo que eu me recusava a admitir, aquela ideia me incomodou profundamente.

Eduardo suspirou, derrotado.

— Tá bom…

Enquanto ele ia com Catarina, eu e Lucas ficamos observando a cena.

— Tô achando que ela tá fingindo não saber montar só pra ele segurar ela mais vezes — Lucas comentou.

— Com certeza — murmurei, cerrando os olhos.

Cada risadinha que ela dava me fazia querer jogar um balde d’água nela. E, quando Eduardo segurou a cintura dela para equilibrá-la no cavalo, senti algo ruim no peito.

Ciúmes.

Não.

Não pode ser.

Mas eu queria arrancar as mãos dele dali.

Quando Eduardo finalmente conseguiu terminar a aula improvisada, Catarina desceu do cavalo e segurou a mão dele por um momento a mais do que o necessário.

— Obrigada, Eduardo. Você é tão forte e… atencioso.

Eu cruzei os braços e revirei os olhos. Lucas me olhou de lado, com um sorrisinho.

— Tá tudo bem aí, André?

— Perfeitamente — rosnei.

Eduardo veio até mim com uma cara de desespero.

— Eu tô ferrado.

— Tá sim — Lucas confirmou.

Eu? Eu só queria afogar aquela garota no tanque d’água.

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No final do dia, depois de tanta confusão, finalmente nos sentamos na varanda para descansar. Tobias se jogou no meu colo, seu lugar favorito no mundo.

— Hoje foi um dia estranho — Túlio comentou.

— E olha que a gente nem descobriu quem é sua namoradinha ainda — Eduardo provocou.

Túlio ficou vermelho, mas antes que pudesse negar, Lucas completou:

— E nem falamos sobre o flagra do André.

— Eu te odeio — murmurei, enquanto eles riam. Porém percebi que o Eduardo fuzilou o Lucas com o ar, como se fosse um touro pronto pra atacar!

Mas, no fundo mesmo, minha mente estava em outro lugar.

Mais especificamente, no fato de que Eduardo ainda tinha o cheiro de Catarina nele.

E eu odiava isso.

Continua...

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