GAROTO, EU ODEIO AMAR VOCÊ [06] ~ GUERRA DECRETADA!

Um conto erótico de Lucas
Categoria: Gay
Contém 2362 palavras
Data: 20/03/2025 17:35:48

Fiquei um pouco incomodado com a declaração do Carlos, mas eu não menti para ele. Por mais que Carlos fosse bonito e gostoso, para mim, aquilo sempre foi só curtição. Diferente do que eu sentia pelo Luke. O que eu sentia por Luke era algo que nunca saberia explicar em palavras. Era um sentimento que queimava dentro de mim, mas que eu não conseguia descrever. Ele era um mistério, uma caixinha de surpresas que me deixava ansioso e fascinado ao mesmo tempo. E eu, com meus dezesseis years, era apenas um adolescente descobrindo as peripécias da vida. Uma jornada que eu jamais imaginaria que passaria.

A aula transcorreu sem problemas. Como Luke estava sem seus livros, dividiu alguns materiais comigo. De vez em quando, nossos olhares se cruzavam, e eu me pegava desviando rápido, como se o medo de ser descoberto fosse maior do que a vontade de continuar olhando para ele. Na hora do intervalo, fui encontrar Camille. Conversamos e ficamos de namoro, como sempre fazíamos. Mas, em determinado momento, olhei de relance e vi Luke passando. Seu olhar desapontado me atingiu como um soco no estômago, mas eu não podia simplesmente largar Camille e ficar com ele. Naquela época, minha preocupação com a minha imagem falava mais alto. Alguns minutos antes do recreio acabar, peguei o celular e mandei uma mensagem para Luke:

"Te espero no banheiro do terceiro andar."

Aquele banheiro era menos movimentado, e eu sabia que poderíamos conversar ali sem chamar atenção. Quando cheguei, ele já estava lá, encostado na pia, os braços cruzados, me esperando com um olhar divertido. Sem pensar duas vezes, puxei-o para dentro de uma das cabines e o beijei rapidamente.

— Desculpa — murmurei contra seus lábios. — Eu namoro a Camille, não posso te dar tanta atenção no recreio.

Luke deu de ombros, um sorriso brincando em seus lábios.

— Relaxe, não estou preocupado com isso. Só me beija enquanto ainda temos tempo.

Soltei uma risada baixa.

— Viciou no meu beijo, hein, senhor bostinha?

Ele arqueou a sobrancelha, mordendo o canto do lábio antes de retrucar:

— Cala a boca e me beija, senhor babaca.

E eu obedeci.

O mundo sumiu ao nosso redor. Cada toque, cada movimento de nossos lábios fazia meu coração disparar. O tempo parava quando eu estava com ele. Luke tinha esse efeito sobre mim. Ele acalmava minha mente, mas, ao mesmo tempo, me deixava em chamas. A química entre nós era única, indescritível.

Nos deixamos levar mais do que deveríamos e só percebemos que o recreio havia acabado quando ouvimos o sinal tocar. Corremos de volta para a sala, tentando parecer o mais normais possível. Assim que entramos, Carlos me lançou um olhar furioso. Luke notou na hora e sussurrou no meu ouvido, divertido:

— Seu namorado tá com raiva.

Revirei os olhos.

— Já disse que não tenho namorado.

Luke riu baixinho.

— Ele tá morrendo de ciúmes.

Suspirei, irritado.

— Problema dele, já disse.

Mas, no fundo, sabia que aquela história com Carlos estava longe de acabar. No fim da aula, me despedi do Luke. Eu tinha treino de vôlei e falei para ele que a gente se falava à noite. Antes de ir, ainda passei um tempo com Camille e só depois segui para a quadra.

Segunda-feira era sempre o dia mais pesado do treino. O treinador pegava firme, e eu já sabia que sairia dali exausto. Mas o que realmente me incomodou foi Carlos. Ele estava claramente chateado e descontava a raiva no jogo. Várias vezes mandou cortadas fortes na minha direção, sem nenhum esforço para disfarçar. Aquilo precisava acabar. Eu não podia continuar ignorando a situação, então, antes de ir para o vestiário, chamei Carlos:

— Espera, quero falar com você.

Ele cruzou os braços, impaciente.

— Diga.

— Precisa disso? Dessa ignorância? Você quase me machucou no treino.

— Problema seu.

Respirei fundo, tentando manter a calma.

— Carlos, a gente é amigo!

Ele soltou uma risada debochada.

— Procura seu namoradinho!

— Carlos, porra! Para com esse ciúme! O Luke é só meu amigo.

Ele deu um passo à frente, o olhar carregado de raiva.

— Eu sou seu amigo. Eu te conheço, Lucas. Você tá ficando com esse pobre, tenho certeza.

Minha respiração falhou por um segundo. Fiquei em silêncio por um instante antes de responder:

— E daí se eu tiver ficando?

Carlos franziu a testa, os olhos brilhando de fúria.

— E daí? Você é meu!

— Não, Carlos. Eu sou da Camille. Tudo entre a gente sempre foi curtição. Eu achei que pra você também fosse.

Os olhos dele se encheram de lágrimas, e minha raiva cedeu um pouco. Doía ver Carlos daquele jeito.

— Mas não era — ele murmurou. — Eu sou apaixonado por você. Eu consigo te dividir com a Camille, mas com esse pobre? Eu não aceito perder pra ele! O que ele tem que eu não tenho? Me fala!

Engoli em seco, sentindo um nó na garganta. Não sabia responder. Não sabia explicar o que era aquilo que eu sentia por Luke. Mas sabia que era diferente.

— Carlos… pra ser sincero, não sei. Mas eu gosto dele. Não sei explicar. Desde que ele entrou na nossa escola, eu sinto algo.

Carlos riu amargamente, secando o rosto com a manga da camisa.

— Você tem atração por pobres agora? Quer viver um romance de conto de fadas? Porque é isso que ele é!

Suspirei, cansado.

— E aí está a diferença entre você e ele, Carlos. O Luke não se importa com isso. Ele é um cara simples. Você, por outro lado, só sabe falar de dinheiro e perseguir o menino porque ele é bolsista. Talvez eu tenha visto nele algo que ninguém mais viu.

Carlos apertou os punhos.

— Você é um babaca, Lucas. Esse cara só deve estar interessado no seu dinheiro. Não duvido nada que ele te chantageie depois.

Revirei os olhos.

— Carlos, não viaja.

Ele deu um passo para trás, respirando fundo. Quando voltou a me encarar, seus olhos estavam carregados de algo sombrio, quase assustador.

— Saiba que eu vou fazer da sua vida e da dele um inferno. Se você não vai ficar comigo, não vai ficar com ninguém.

Meu peito se apertou, mas eu tentei manter a firmeza na voz.

— Para com isso, Carlos. A gente é amigo há anos! Nunca brigamos por nada, e agora você resolveu implicar com o Luke?

Ele riu sem humor.

— Já disse que sou apaixonado por você. Não sei explicar, mas admiro você. Gosto de estar com você. Me sinto bem ao seu lado. E, principalmente… ficando com você. Seus beijos, seu toque… o sexo com você foi o melhor que já tive.

Fechei os olhos por um segundo.

— Carlos, já te disse. Independente do Luke, pra mim, entre a gente sempre foi só curtição. Nunca pensei em algo além disso.

Carlos respirou fundo.

— Com o Luke também é curtição?

Dessa vez, não hesitei.

— Não.

Ele ficou me olhando, a mandíbula travada. Então, sorriu de um jeito que me fez arrepiar.

— Bem-vindo ao inferno.

Então, o Carlos saiu. Ainda tentei puxá-lo, mas ele ameaçou gritar, então resolvi deixá-lo ir. Minha cabeça explodiu. Fiquei com medo de ele inventar algo ou espalhar boatos sobre mim pelo colégio, e isso me deixou apreensivo, até porque podia chegar aos ouvidos do meu pai, o que eu mais temia e tentava evitar. Resolvi ir para casa direto, sem passar pelo vestiário. Tomei um banho de quase uma hora debaixo do chuveiro, aproveitando para esfriar a cabeça e pensar em tudo. Durante o banho, eu me desconectava do mundo e conseguia colocar meus pensamentos em ordem.

Talvez eu devesse mandar uma mensagem para o Carlos... Eu poderia ficar com ele e com o Luke. Aquela parecia a melhor opção, porque evitaria as ameaças dele. Mas, por outro lado, eu não queria isso. Já tinha a Camille para lidar e estar em uma relação escondida com dois meninos seria complicado, principalmente porque eu estava apenas começando essa "vida gay". Então, decidi deixar as coisas acontecerem.

Eu só não sabia que Carlos já tinha começado a agir.

Depois do banho, peguei o Thanos e fui passear com ele. Mais uma vez, fiquei conversando com meu cachorro, explicando sobre o Carlos e o Luke. Ele me ouvia atento, às vezes latia, às vezes me lambia. Esse era o meu melhor amigo, que sempre estaria comigo.

Quando cheguei em casa, mandei uma mensagem para o Luke, mas ele não respondeu. Jantei, fui para a academia e, ao voltar, tentei falar com ele de novo. Nada. Então liguei, e ele rejeitou a chamada. Logo depois, recebi uma mensagem:

"Esquece que eu existo, seu FDP."

Claro que alguma coisa tinha acontecido, e com certeza o Carlos estava envolvido. O Luke não ficaria com raiva de mim do nada. Mas optei por esperar para confrontar os dois no dia seguinte. No outro dia, acordei mal-humorado. Minha família percebeu no café da manhã, principalmente minha mãe, que começou a me encher de perguntas. Não respondi nada, só disse que não estava afim de papo e que eram problemas de adolescentes. Meu irmão caçula brincou que eu devia ter brigado com a Camille. Preferi deixar subentendido que era isso. Mas meu pai me olhava de um jeito estranho, como se sentisse que não era bem assim.

Ao chegar no colégio, vi o Carlos sorridente com nosso grupinho de amigos. Fui direto até ele, puxando-o pelo braço para um canto afastado.

— O que você falou pro Luke!?

— Oi? Eu? Eu nem vi esse pobre hoje.

— Ele me mandou uma mensagem dizendo que não queria mais saber de mim. Aposto que tem seu dedo nisso.

— Eu nem falei com esse aí. Me poupe… Bom, pelo menos não precisarei fazer mais nada.

— Carlos, se eu descobrir que você inventou qualquer coisa, nossa amizade acabou!

— Certo… Então você vai jogar anos de amizade no lixo por conta de uma pessoa que apareceu agora?

Como se fosse cena de novela – que era minha vida ultimamente –, a Camille apareceu e nos pegou discutindo.

— O que os BFFs estão brigando logo cedo? — falou, me dando um selinho.

— Nada demais, Camille — respondeu Carlos com um ar sarcástico.

— Coisas de amigos — tentei disfarçar.

— Sabia que seu namorado tem um namorado? — disse Carlos, provocativo.

— Cala a boca, Carlos, senão eu bato em você!

— Que história é essa, Lucas!? — Camille me encarou.

— Sabe, Camille… O Lucas era apaixonado por mim — começou Carlos. — Ele me confessou depois daquele dia na minha casa, quando você foi embora. Eu disse que não rolava, então ele, pra não ficar sozinho, começou a sair com o pobretão da nossa sala.

— Carlos, você ficou maluco de vez??? Inventando essa história!!?

— Eu tenho como provar, Camille.

— Então prove! — desafiei, sentindo o coração disparar.

— Eu acredito em você, Carlos — disse Camille, magoada. — Faz tempo que sinto o Lucas distante, e ele só quer saber desse garoto.

— Ainda bem que você vê que não estou mentindo — Carlos sorriu. — Uma gata como você… Como pode o Lucas querer te trocar por um garoto? O Lucas é gay e ainda tá apaixonado por um pobretão!

— Lucas, você me envergonha!

Respirei fundo e encarei Carlos.

— Se você não contar toda a verdade agora, nossa amizade acabou.

— Quer saber a verdade? — Ele deu um passo à frente e olhou para Camille. — Camille, eu sou apaixonado por você. O Lucas não te merece

E, novamente, como em uma cena de novela, Carlos puxa Camille para um beijo, atraindo imediatamente os olhares das pessoas ao redor. Pronto. Aquele seria o fim da minha reputação social. Carlos, o meu melhor amor, espalhando para a escola que eu era gay e, ao mesmo tempo, roubando minha namorada.

Tudo o que eu mais queria era conversar ou, pelo menos, receber um abraço do Luke, mas naquele dia ele não apareceu. Então, fugi da aula. Sabia que não conseguiria passar pelo portão, então optei por simplesmente não assistir a nenhuma aula. Não tinha cara para encarar as pessoas, pois não sabia o que Carlos havia dito. Afinal, seria a minha palavra contra a dele. E foi ali que vi o fim da minha reputação social se concretizar. Isso me deixou completamente triste.

Ainda mandei mensagem para o Luke, mas ele não me respondeu. Ficou no silêncio.

Peguei minhas coisas e fui para casa. À tarde, teria inglês e comecei a pensar em um plano. Como eu disse, o banho me acalmava, e nele me lembrei do meu último final de semana, quando o pai do Carlos deu em cima de mim. Então, mais uma vez agindo como um personagem de novela, tive uma pequena ideia.

Como Luke não me respondia e eu precisava parar Carlos de alguma forma, mandei uma mensagem para o tio Augusto:

"Oi, tio, boa tarde! De bobeira hoje à tarde? (Emoji do diabinho)"

Poucos segundos depois, ele respondeu:

"Posso te ligar?"

"Claro."

Então, meu telefone tocou. Era ele.

— Oi, tio — atendi.

— E então, por que quer saber se estou de bobeira?

— Pensei na nossa conversa. Vou para o inglês e depois fico livre.

— Meu filho não está dando conta de você?

— Não... Na verdade, acho que o pai pode ser bem mais interessante.

— Que horas você chega no inglês?

— Às 15h. Saio às 17h.

— Te pego às 15h então, e você mata aula. Pode ser?

— Combinado!

— Sigilo, certo? Ninguém pode saber.

— Digo o mesmo.

Fiquei um pouco apreensivo, mas com um certo tesão. A ideia de transar com um homem mais velho era nova para mim, e eu precisava disso para tentar parar Carlos. Era a única maneira que encontrei. Além disso, o tio Augusto era um homem maduro e gostoso, sem dúvidas cheio de experiência. Antes de ir para o inglês, tomei um banho e me preparei. Quando cheguei, ele já estava lá. Entrei no carro, e ele disse:

— Vamos para o meu apartamento na praia. Você não tem idade para entrar em um motel.

— Lá é seguro? Tem risco de alguém aparecer?

— Sim. Carlos está em casa, minha esposa está viajando, então lá é melhor. Sem falar que não posso deixar certos rastros... Meu carro tem rastreador.

— Você quem manda, tio.

Então, passei a mão na sua perna. Ele me olhou, sorriu e disse:

— Hoje você vai ser fodido. – Ele então apertou seu pau sob a calça social, e notei um volume considerável.

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Comentários

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Camile acreditou em Carlos muito rápido, aí tem, os dois já deviam ter combinado algo. E Lucas também agiu errado. Se Lucas não queria que acreditassem em Carlos, ele tinha que ter invertido o jogo na hora: primeiro dado um soco em Carlos e terminado com a Camile se fazendo de vítima. Entendo que a idade não ajuda a pensar, além da surpresa.

Mas estou curioso mesmo é pra ver Augusto em ação e entender o tal plano. Não faço ideia do que possa ser. A única coisa que me passa pela cabeça é chantagem, mas aí ele mesmo também sairia prejudicado.

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já detestando o Carlos e ansioso pra saber o que Lucas vai fazer com Augusto pra parar com a chantagem do viadinho baixo astral

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❤️A capa­­­cidade de despir qualq­­uer mulher, de vê-la nua) Avaliar ➤ https://ucut.it/nudo

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