Transição - Capítulo 19 - Semana difícil!
Transição, Transex, Crossdresser, Aventuras e Bissexualidade
(Esta série é uma continuação de Aventura na Universidade e Sendo Livre, muitos fatos aqui relatados tem relação com elas, recomendo ler, mas pode ser lida separadamente.)
Chegamos no curso atrasados, lógico que ao entrarmos juntos todos tiraram sarro, afinal estava na cara que o atraso era reflexo de nossa cara de quem passou a noite transando.
As meninas puxaram Adri para um canto e eu fiquei ali até que Matheus e os outros caras chegaram mais perto e ele falou .
– Porra cara, você é foda né, vai negar que não pegou a Adri, olha a cara dela de quem viu passarinho verde, foda, fico meses tentando e vem um bosta desse e leva.
Ai os amigos dele deram risada e um deles falou.
– É cara, é a segunda vez que o Vicente te passa pra trás, se fudeu de novo.
– Segunda, ei que história é essa?
Um deles rindo e falando meio baixo disse.
– Ah, o manézão ai, naquela festa do curso, lembra, a peituda então … o manézão ai ficou marcando toca e você foi lá e pegou … passou o tempo e agora ele leva um novo toco seu ..de novo com outra peituda, cara o teu negócio, disse apontando pro Matheus é mulher sem peito.
– É mesmo, levou toca das duas e fora a de Bioquímica, a Veterinária, se procurar só leva toco de peituda, mas se dá bem com as tábuas, só se ferra.
Aquilo era uma zoação, mas Matheus não ficou nada feliz, me olhando com um misto de raiva e ódio mudou de assunto, socou um dos amigos e ai a galera viu que ia dar ruim continuar na zoação e já se espalharam, por sorte, pois uns 5 minutos depois chegou o professor as meninas voltaram pra sala e Adri ao meu lado me beijou de selinho e ficamos assistindo a aula.
A aula foi normal, faltava mais um dia e novo fim de semana, ninguém mais tocou no assunto, soube depois que um dos piá levou meio que uns socos do Matheus pelo comentário da primeira festa da turma, eu nem tinha ligado as coisas, mas estávamos todos bêbados, natural um ou outro ou aumentar ou inventar coisas daquele dia.
No sábado, recebi uma mensagem da endócrino, queria me ver na segunda já cedo, e até era melhor, pois os enjoos e dores estavam começando a me chatear mas achei que era depois da transa com Adri, ela havia me chupado nos seios mais fortes, o que me incomodou, mas nem eu nem Adri falamos nada, na verdade estar ao lado de uma mulher com seios grandes faziam nem notar se eu tinha ou não seios em formação.
Eram provas de Vanessa então o fds nem falei com ela, fiquei curtindo minha vida, me montei, fiquei em casa curtindo filmes de meninas, li artigos, modifiquei umas 3 vezes a cor dos esmaltes, tirei fotos, dei uma repaginada na página da Valentine, foi divertido, aprendi a criar filtros e fundos então fui reeditando fotos e fazendo uma falsa tbt pra ir postando, deixei tudo no notebook e quando vi tinha se passado o fds, apenas avisei que não iria pra faculdade de manhã, que tinha consulta de rotina e assim fui sozinha pra médica.
As notícias eram boas para mim, ruim pelo tempo que elas estavam sendo dadas, a rotina de crescimento se intensificava, não era para ter aquele tamanho nem aquelas sensações antes do fim do semestre e faltava dois meses ainda e possivelmente no último mês eu já estaria com todos os sintomas previstos, isso significava que meus seios já estariam em um tamanho visível antes de terminar as provas e as festas de fim de semestre. O previsto era iniciarem a crescer já em casa, mas pelo andar, eu já chegaria em casa com seios de menina.
Sai dali perplexa e nervosa, mas eu que pedi isso, então tinha que agora me ajustar às minhas escolhas de antecipar, a médica disse que não podíamos diminuir as doses, mas elas já estavam com a carga de efeitos esperados que eu queria e havíamos combinado escondidos. Tínhamos analisados as possibilidades, mas a reação do meu corpo foi aquém do esperado, ele se adaptou perfeitamente aos hormônios femininos ao mesmo tempo que atendeu aos inibidores masculinos.
No caminho liguei para mamãe, e apavorada falei a verdade, de que não apenas estava tomando os anti hormônios masculinos, mas que estava injetando hormônios em doses regulares de hormônios femininos em meu corpo.
Mamãe brigou, xingou mas me acalmou no final, pois sabia que não tinha o que se fazer para remediar, então ela acelerou as providências de documentos e disse-me que dali no máximo 15 dias iria achar uma solução, que eu deveria tentar antecipar algumas provas, ver se as notas já eram suficientes e não faltar às aulas pois a saída imaginada por ela era eu sair da universidade de 15 a 20 dias antes do final, iria bolar algo de uma viagem inesperada, havíamos pensado em um pedido de início de estágio ou provas antecipadas para MT e assim ser a desculpa de viajar antes, era até comum estas entrevistas serem no semestre anterior ao início, pois os trâmites legais deveriam correm no período letivo, não em recessos ou férias.
Cheguei na segunda aula, era nítido o nervosismo, tanto que quando um colega veio tirar sarro de mim, eu dei um esporro e era algo que não fazia.
Gerou um clima ruim, Adri apenas me deu a mão e um selinho e ficou quieta, sem entender, assim que entrou o intervalo ela me disse.
– Ei, aconteceu algo, olha ai te mandei umas 10 mensagens e não respondeu e agora chega soltando os cascos nos teus amigos.
– Amigos, colegas né, e estou realmente nervoso, desculpa por não te responder.
Aí peguei o celular e fui lendo, nisso Augusto chegou e perguntou.
– E aí cara, tá tudo bem, que foi aquilo com o Pedro, poxa o cara só quis zoar, você nunca tratou ninguém assim, tá com problemas em casa, pessoais , se abre ai cara.
– Tá, tenho, quer dizer, tive uma consulta, vou ter que fazer uma cirurgia no dente e isso vai me ferrar aqui na faculdade, essas bostas de sisos que os meus estão encavalados, não entendi direito, mas a médica, dentista irá passar detalhes depois de melhor analisar o que podemos fazer.
Foi a primeira resposta que imaginei para meu nervosismo, se bem que era uma das possibilidades que mamãe falou que poderia ser a saída, mas eu me antecipei e soltei a primeira coisa que veio na minha cabeça, não ia dizer que tinha ido falar com minha endócrina e que meus seios iriam explodir no peito dali 30 dias para todos verem uma transexual se transformando, me confundi em algumas partes mas o nervosismo explicaria no futuro se fosse posto em cheque algo contraditório.
Adri percebeu, na saída da aula encontrei Vanessa que vendo meu semblante e o de Adri falou. Como ainda estávamos todos próximos nós três e os meus colegas de classe ela meio que com cuidado perguntou.
– Aconteceu algo na aula? Que cara é esse Adri, e você Vicente, viu fantasmas.
– O Vicente voltou do dentista, pelo que entendi terá que operar os sisos e isto tem que ser meio em breve, sua tia, digo a mãe dele tá vendo o que dá pra fazer, tipo agendar, prazos e como fica aqui com o fim do semestre.
Eu olhei para Vanessa, que não estava entendendo nada, mas meu olhar lhe deu uma luz e ela disse.
– Ai que chato, desde as férias passadas você tá adiando isso né, bom uma hora tinha que acontecer, mas tá doendo, tá atrapalhando fazer as coisas, comer, etc ?
– Não tá tranquilo, mas o dente vai inchar e isso é ruim né?
Eu disse frisando o inchar e logo Vanessa pescou tudo, era rápida em minhas charadas e desconversando falou.
– Bom, vamos aguardar laudo e agendamento, acho que semana que vem sai os calendários de provas e vamos ver o que fazer, mas cada dia por vez, a tia falou algo mais, tínhamos combinado de viajar pra casa neste fds, será que é tranquilo Vicente.
– Sim, acho que sim, bom vamos eu só tô nervoso com as notas e minha monitoria, vou conversar amanhã com o professor e rever horas e o que dá pra adiantar, melhor já ir antecipando o que der, se for o caso perco os finais de semana e faço horas de laboratório para compensar.
Bom saímos dali pra uma lanchonete, o assunto foi esquecido e lanchamos dai Adri nos deu carona até em casa, mas não quis entrar, digamos que ela entendia eu precisar de tempo e ela mesma tinha compromissos.
Quinta minha mãe ligou, havia conversado por 3 dias com a endócrina, pego mais detalhes e projeções, ela explicou minha decisão, lógico que antes me consultou se podia liberar esta informação para minha mãe, e como eu disse que já havia contado, ela se sentiu mais segura para então entrar em detalhes e planejamentos.
Agora o plano era, eu me dedicar a cumprir as horas da monitoria, pedir antecipação de provas das matérias, teria duas fortes ações a apresentar para o colegiado do curso, a primeira era a da cirurgia, o laudo da cirurgia teria que ser falso em partes, mas o da entrevista de estágio era real, já havíamos tratado disto, eu já tinha feito inclusive a entrevista, então era só apresentar uma carta de antecipação de envio de documentação que já resolveria, ambas as envolvidas, universidade e empresa de estágio tinham anos de projetos e era normal essas antecipações e exigências de entrevistas e reconhecimento do ambiente de trabalho, estadia, etc antes do início, para que quando o semestre começasse eu tivesse condições de cumprir a carga horária e assistir as aulas que ainda restavam daquele semestre.
Assim estágio, a matéria de seminários, que poderia ser feito com inscrição em outra universidade e a de apresentação e preparo do TCC, que eu já estava quase terminando mesmo antes de começar, pois já tinha tudo escrito e preparado e o professor da matéria ia validar ele em EaD, foi ideia inclusive dele para eu poder pegar um estágio fora do estado, não era o primeiro o próprio coordenador de curso fez este caminho na sua época e para um filho de um professor do curso.
Meu afastamento de Adri, a deixou um pouco triste, pois às vezes mamãe ou a endócrina me pegavam pra conversar em horários nada tranquilos e eu me isolava, em uma destas Adri veio conversar.
– Olha Vi, eu sei que tá rolando algo muito mais complexo que o estágio e o dente, sinto isso em você, até por sinal, desde aquela noite que posei em seu apto, a gente apenas se pega aqui, no carro e não transamos mais, já fazem 8 dias isso, ok, mas não me exclua de seus problemas, não quero pagar de namorada chata, quem tá te falando é sua amiga, então, por favor, não me deixe parecendo uma boba que eu não sou.
Bom eu parei tudo e olhei para ela e falei.
– Vai lá em casa amanhã, vou te contar tudo, mas não fique nervosa, é tudo muito mais simples do que imagina e sim, eu iria te contar, mas é que ainda tem coisas para resolver.
O que eu não contava era que próximo dali estava Matheus, que no que me despedi dela e estava indo pro ponto de ônibus, passou por mim e falou.
– Acho que temos coisas para resolver, melhor vir comigo.
– Ei, tá maluco, tô indo pra casa.
– Melhor vir comigo ou por bem ou por mal, desde que tu tá de mentirinha com a Adri eu to te notando, quer saber, já saquei que é falso esse namoro de vocês, podem até ter transado, não entendi isso ainda dela, mas você tá bem diferente.
Ele disse isso e com os olhos apenas apontou visivelmente para meus seios e com o dedo fez o gesto de um pau murchando, eu ia falar algo e ele disse.
– Vai agora, ou te derrubo aqui e tu ai de calcinha pra casa seu viado.
Pronto, sim eu estava de calcinha, mas era cueca feminina, mas minha calça como inúmeras vezes Adri falou, e eu nem dei bola, já marcava demais, eu apenas cerrei meus olhos e perguntei.
– Tá, o que você quer, aonde quer chegar.
– Fica de boa.
Ele pegou o celular, chamou o Uber e apenas mandou eu entrar no carro, eu ia tentar algo mas era nítido que seria pior, então deixei a coisa ser conduzida parcialmente por ele, então entendi ao chegarmos no destino.