Depósito de Porra

Da série Entre Homens
Um conto erótico de alfadominador
Categoria: Gay
Contém 3490 palavras
Data: 24/04/2025 01:18:30

O cheiro no apartamento era uma mistura de madeira velha, sândalo barato e antecipação. Tensa, quente, quase viva. O sândalo já não mascarava mais nada — pelo contrário, parecia piorar o ar, como se grudasse nas paredes junto com o suor, o medo, a vontade suja de ser fodido até perder o nome.

Nilo se posicionou no centro do tapete.

De quatro.

Nu.

A venda preta apertando as pálpebras, os nós firmes atrás da cabeça. A respiração controlada, como se cada inspiração fosse um convite e cada expiração, um pedido. As mãos espalmadas sobre a textura áspera do tapete puído, os joelhos afundando na lã rala, o peito leve, o cu exposto.

A porta estava destrancada.

Essa era a regra.

Sem nomes.

Sem rosto.

Sem conversa.

Só entrar, meter, gozar dentro, sair.

A primeira vez que Nilo fez aquilo, tremia da cabeça aos pés. Hoje, tremia do cu.

De ansiedade.

De desejo.

De saudade.

Porque ele sentia falta de ser preenchido até transbordar. Sentia falta da brutalidade sem afeto, do cheiro de macho entrando pela janela e pela boca ao mesmo tempo. Queria o peso. Queria a rola batendo na cara antes de enfiar. Queria cuspida no rabo, tapa na nuca, gozo no estômago.

O relógio marcava 21h42.

Lá embaixo, o barulho do portão da rua.

Passos.

Subida de escada.

Silêncio.

A maçaneta girou.

Ele chegou. O primeiro.

Nilo estremeceu.

O som da porta se abrindo foi como o início de uma missa profana.

O rangido da dobradiça bateu no peito dele.

Os passos vieram pesados.

Bota.

Aquele andar... Firme. Lento. Predador.

O cheiro entrou antes do homem: couro, suor seco, desodorante masculino e algo mais...

viril. Denso. Forte o bastante pra arrepiar os pelos da nuca.

Murilo.

Nilo não sabia o nome. Mas o leitor sabe.

Murilo, trinta e cinco, personal trainer, dois metros de homem, corpo esculpido pra fazer e desfazer.

Calado. Cru.

A porra de um alicate de carne e músculo.

Ele parou atrás do corpo ajoelhado.

Olhou.

Apreendeu.

E então avançou.

Uma das mãos agarrou a nuca de Nilo.

A outra foi direto na cintura.

— Então tu é o puto? — murmurou, voz grave, cavernosa, como se viesse de dentro do chão.

Nilo gemeu.

Não respondeu.

A boca entreaberta, a respiração quente contra o tapete.

Murilo passou o dedo do pescoço até a lombar.

Lento.

Sentindo a pele arrepiar a cada centímetro.

Parou bem na curva da bunda. Apertou. Separou as nádegas.

O cu ali, rosado, lambido de lubrificante, já brilhando de preparo.

— Caralho... olha esse rabo...

— Tava me esperando, né, depósito?

Nilo gemeu baixo.

A voz falhou.

A cabeça afundou mais no tapete.

Murilo se ajoelhou.

Desabotoou a calça.

O som do zíper ecoou pelo cômodo.

Puxou a cueca pra baixo e deixou a rola saltar.

Grossa.

Veia pulsando.

Cabeça rubra, brilhante.

Com um cheiro quente de homem que suou o dia inteiro sem pensar em ninguém.

Ele esfregou a glande na entrada.

Devagar.

Fazendo a ponta molhada marcar a pele.

Cuspiu.

Espalhou com a rola.

Fez círculos.

— Tu quer? Fala. Fala que tu quer essa porra dentro.

— Eu quero — Nilo arfou, a voz como um sussurro rasgado. — Quero tua rola. Quero tua porra. Quero ser usado, senhor.

Murilo riu.

— Então abre esse cu, caralho.

E enfiou.

Numa estocada.

Do fundo.

Até o fim.

Nilo gritou.

O som abafado pela venda, pelo tapete, pelo próprio gemido que rasgou a garganta.

O pau rasgou a entrada com gosto.

Entrou quente, duro, pressionando as paredes como se abrisse caminho com faca.

— Isso, porra. Segura. Não me faz parar. Vai sentir essa pica no pulmão hoje.

Murilo agarrou os quadris com força.

Puxou e socou.

Estocadas secas. Rítmicas. Barulhentas.

A carne batendo. O suor pingando.

As bolas tocando o cu a cada investida.

Nilo tremia.

Gemia.

Chorava.

De prazer.

De dor.

De estar exatamente onde precisava estar.

Murilo se inclinou.

Mordeu a nuca.

Apertou os ombros.

E enfiava.

Mais.

Mais.

Mais.

— Tu nasceu pra isso, não nasceu? Nasceu pra ser buraco. Nasceu pra tomar porra até babar.

— Sim... — Nilo gemeu. — Eu sou o depósito... Me enche, me goza... Não sai até explodir.

Murilo gemeu.

O pau pulsou.

Os dedos cravaram.

— Porra... Vai... Toma essa merda! Engole no cu!

E gozou.

Profundo.

Longo.

Quente.

Jatos e mais jatos, socando o fundo do garoto.

Encharcando por dentro.

Tanto que escorria.

Murilo ficou ali, parado, rola enterrada, ofegante.

Depois saiu devagar.

O som do pau saindo foi molhado, obsceno.

Um fio de porra escorreu pelas pernas de Nilo.

Murilo cuspiu nas costas dele.

— Primeiro depósito feito.

Vestiu a calça.

Fechou o cinto.

E saiu.

Sem olhar pra trás.

Nilo caiu de lado.

Tremendo.

Respiração entrecortada.

Cu aberto, latejando, ainda pulsando.

Porra descendo como se fosse lágrima quente.

A porta ficou entreaberta.

E o relógio seguia.

21h58.

Ele sabia.

O segundo não tardaria.

A sala estava escura, exceto pela lâmpada amarelada no canto, que lançava sombras largas sobre as paredes manchadas.

Nilo continuava no chão.

De quatro, a respiração falhada, o cu aberto, pingando devagar, como uma pia que não fecha mais.

A venda ainda cobria os olhos.

O corpo ainda vibrava com o gozo quente que Murilo deixara lá dentro — escorrendo lentamente pelas coxas, sujando o tapete, marcando a primeira oferenda da noite.

A porta se abriu sem pressa.

Dois pares de passos.

Duas presenças.

A diferença era clara: um andava como dono, o outro como predador.

Um mais leve, como quem gostava de observar.

Outro mais bruto, como quem vinha pra usar.

O cheiro dos dois se espalhou no ambiente, e Nilo sentiu o estômago revirar de tesão.

Desodorante forte.

Tabaco.

Couro.

E o cheiro agridoce de rola suada sob cueca apertada.

Dois machos prontos pra gozar.

— Ele é mesmo como você disse — a voz era nova. Grave, debochada, arrastada.

— Melhor. Ao vivo é mais puto ainda — respondeu o outro, a risada seca.

Um dos dois se abaixou ao lado dele. A mão passou pela lombar, apertou as nádegas, espalhou o gozo ainda quente que escorria do primeiro.

— Olha isso.

— O cu ainda aberto, esperando mais.

— Tá com fome, né, depósito?

Nilo não respondeu.

Só gemeu.

Deixou o corpo ceder mais.

Um dos homens pegou um punhado do próprio cuspe, esfregou com os dedos e enfiou dois de uma vez só. Entraram sem dificuldade. Molhado. Já aberto. Já treinado.

— Caralho, esse rabo já tá tão fodido que meus dedos somem aqui dentro.

— Enfia mais — disse o outro — Quero ver até onde vai.

Entraram mais fundo.

Dois dedos curvando, rodando, alargando.

A outra mão agarrou os cabelos de Nilo e puxou a cabeça pra trás.

— Abre a boca, putinha.

Ele abriu.

E o pau entrou seco.

Cabeça grossa, rola dura, sem gentileza.

Batendo contra o céu da boca, raspando nos dentes, afundando na garganta.

Nilo engasgou.

Mas não recuou.

Os dedos continuavam no cu.

A rola, na garganta.

Boca e cu ocupados.

Como deve ser.

Os dois homens se revezavam.

Trocavam de lado.

Trocavam de buraco.

Quando um enfiava o pau, o outro segurava a cintura.

Quando um puxava os cabelos, o outro cuspia na entrada e enfiava os dedos de novo, mais fundo, mais sujo.

— Vai sair porra dos dois lados desse vagabundo hoje — rosnou um.

— Vai sair rindo, babando e sem saber de onde veio tanto macho.

A saliva escorria da boca de Nilo.

O cu pulsava, faminto, implorando pelo próximo pau.

Mas os dois pareciam querer saborear o processo.

Um deles mordeu a nuca dele.

O outro empurrou o pau até o fundo da garganta e manteve ali, parado.

Nilo sufocava. Lacrimejava. Mas gemia.

— Olha ele... chorando de prazer.

— Tá babando na rola, tá pedindo pra levar porra na cara.

— Tu quer porra, depósito?

— Quer nossa gala na tua cara?

— Quero. Por favor... — gemeu Nilo, rouco, os lábios inchados. — E dentro de mim.

Eles riram.

Curtos.

Brutais.

E então veio.

O primeiro puxou o pau da boca, segurou o rosto de Nilo com força e gozou direto no nariz, na bochecha, no canto da boca. Espirros brancos, espessos, batendo contra a pele quente.

— Abre a boca, porra!

Ele abriu.

A língua pra fora.

O segundo se ajoelhou, punhetou por quatro segundos e gozou dentro.

No cu. Fundo. Quente. Demorado.

As coxas de Nilo tremiam.

O corpo molhado.

O rosto banhado.

A boca escorrendo.

Os dois se levantaram.

— Mais uma entrega feita — disse um.

— E o depósito ainda tem espaço — completou o outro.

Saíram.

Porta aberta.

Nilo ficou ali. Babando. Sorrindo. Pingando.

O gozo escorria da bunda, da boca, do peito.

O tapete já parecia uma toalha de motel.

O corpo dele não era mais corpo.

Era recipiente. Era instrumento. Era função.

E o relógio marcava 22h21.

A próxima rola estava a caminho.

E o depósito estava pronto.

O silêncio durou pouco.

Nilo ainda estava de quatro, o corpo umedecido de porra, o cu latejando, e a garganta arranhando por dentro do uso bruto. A venda continuava apertada, o mundo apagado.

Mas os sons eram tudo.

A respiração dele.

O tique-taque do relógio na parede.

A goteira na pia.

O barulho da maçaneta girando de novo.

A terceira leva.

Ele não sabia quantos eram.

Mas sentiu.

Três pares de passos.

Três energias diferentes.

Um pesado, um ruidoso, um silencioso.

O primeiro chutou a porta com força.

— É esse o buraco?

— É esse.

— A porra já escorre.

— Tá no ponto.

Nilo não moveu um músculo.

Não tremia mais.

Estava entregue.

O cu gotejava devagar, como se sua alma saísse em gotas brancas, quentes e silenciosas.

Um deles se aproximou primeiro.

O mais quieto.

Ajoelhou atrás.

A mão quente nas costas.

Passou devagar.

Tocou cada tatuagem como quem lê uma escritura sagrada.

Depois cravou os dedos nas nádegas e cuspiu.

Um jorro grosso.

Quente.

Cheiro de cigarro e testosterona.

E espalhou com o pau.

Roçando.

Lambuzando.

O segundo se aproximou pela frente.

Pegou Nilo pelo queixo.

Forçou a cabeça pra cima.

Beijou.

Não de carinho.

Mas de posse.

De marcar território.

A barba raspando a pele.

Os lábios abertos.

A saliva misturada.

O terceiro?

Deu a volta.

Ficou atrás.

Enfiou o pau sem uma palavra.

Seco.

Forte.

De um soco.

Nilo arqueou, gritou, gemeu.

A rola era diferente.

Mais grossa.

Torta.

Feita pra rasgar.

— Abre mais esse cu, porra.

— Tá achando que é escolha?

— Aqui é entrega.

O som era animal.

Pele contra pele.

Os estalos secos, ritmados.

O corpo de Nilo balançando como boneco.

O da frente esfregava o pau no rosto dele.

Batia com força.

Na bochecha.

Na boca.

Na ponta do nariz.

— Cheira minha rola, lixo.

— Tu nasceu pra isso.

— Depositar no teu rabo o que ninguém quer guardar.

O segundo metia com brutalidade.

Cravava as unhas.

Puxava o cabelo.

Estocava sem dó.

Estocava pra esquecer o mundo.

— Olha pra mim — grunhiu.

— Quero ver tua cara enquanto eu te destruo por dentro.

Nilo abriu a boca.

Mostrou a língua.

O gemido escapava como um lamento.

— Me usa, senhor... Me arromba... Se esvazia...

O da frente gozou primeiro.

Na boca.

Jorrou com violência.

Puxou o cabelo e fez questão que ele engolisse tudo.

Não deu tempo nem de engolir direito — o segundo já estava gozando dentro.

O pau pulsando.

O gozo preenchendo cada fresta.

Descendo pela coxa.

O último se aproximou.

Silencioso.

Frio.

Se ajoelhou.

Enfiou a língua no cu de Nilo, já melado de porra.

Lambeu.

Sugou.

Engoliu.

Sem dizer nada.

E então, mordeu.

— Porra! — Nilo gritou.

Mas gemeu junto.

O choque da dor virou prazer.

O cara se levantou.

Enfiou dois dedos até o fundo.

Girou.

Puxou.

— Tem gosto de gente.

— Teu cu fede a gozo fresco.

E gozou.

Punhetando rápido.

Na nuca.

No ombro.

Na tatuagem da fênix.

Silêncio.

Os três recuaram.

O último cuspiu no chão.

— Depósito aprovado.

Saíram.

Deixando Nilo em posição fetal.

O cu gotejando.

A garganta seca.

O corpo suado.

O rosto manchado.

A alma flutuando.

Na cabeça dele, só um pensamento:

Ainda falta muito.

O relógio agora marcava 23h02.

A noite era longa.

E o depósito ainda tinha espaço.

O relógio batia 23h14.

Nilo ainda estava no chão, os membros moles, a pele marcada, os pelos grudados por esperma seco. A venda seguia firme, o tecido úmido pelo calor da pele. Respirava pela boca — o nariz estava entupido por dentro, por fora, de tanto gozo escorrido.

Cada parte do corpo tinha memória recente: dedos, rolas, mordidas, tapas. O cu queimava, aberto como se suplicasse por mais. O gosto na língua já não era de uma porra só — era uma mistura: espessa, amarga, salgada, com vestígios de nicotina, proteína e raiva.

E mesmo assim, ele queria mais.

A porta se abriu devagar.

Não havia passos. Só presença.

A respiração mudou o ar. O cheiro que entrou com o próximo homem era diferente: macho suado depois do trabalho, cigarro barato, e algo mais — um ranço doce de testosterona acumulada.

Nilo não ouviu voz.

Só sentiu.

O homem se ajoelhou atrás dele.

Abriu suas nádegas com as duas mãos grandes, dedos grossos, ásperos.

E enfiou o rosto.

A língua quente bateu direto no cu dilatado.

Sem nojo.

Sem aviso.

Lambeu.

Longo.

Demorado.

Com gosto.

Com fome.

Cunetava como quem reza.

Como quem busca algo sagrado.

Nilo gritou.

O som saiu engasgado.

A língua girava ao redor da abertura, entrando e saindo, como se limpasse a alma por dentro.

Mas não limpava.

Espalhava.

O homem sugava o gozo que outros haviam deixado.

Lambia os restos, cuspia e voltava.

Devoto do gosto alheio.

As mãos apertavam suas coxas.

A barba raspava na pele molhada.

O som da sucção era pornográfico.

— Isso, porra... — Nilo murmurou, voz falha, entregue. — Chupa meu rabo, seu desgraçado. Sente a porra de macho... sente tudo...

O homem meteu dois dedos junto da língua.

Remexeu.

Rasgou.

E lambeu de novo.

Depois parou.

Se levantou.

Deu a volta.

Pegou a cabeça de Nilo com as duas mãos.

E enfiou o pau na boca.

Rola grossa, fedida, úmida.

Entrou direto.

Sem pausa.

Sem carinho.

Entrou com ódio.

Nilo engasgou, gemeu, afundou.

A garganta virou túnel.

As mãos do homem seguravam sua cabeça como uma manopla.

— Cala a boca e mama. Engole a porra de todo mundo junto. Quero sentir tua garganta espremer meu pau, lixeira viva.

O ritmo era implacável.

Estocava fundo, socava a cara dele contra o quadril.

As bolas batiam no queixo.

A saliva escorria até o chão.

— Isso, porra... Teu cu é depósito, mas vai ser na tua boca que vou despejar.

A rola latejava.

Nilo sentia o pau pulsar.

E gemeu com o pau todo na garganta.

O homem segurou firme.

Enfiou até o fim.

E gozou.

Ali mesmo.

Com tudo dentro.

Sem tirar.

Sem piedade.

O jato foi direto pro estômago.

Quente.

Brutal.

Quando tirou, puxou a cabeça de Nilo pra cima.

A boca aberta.

Porra escorrendo.

Um filete pingava até o chão.

O homem cuspiu no rosto dele.

— Mais tarde eu volto. Mas da próxima vez... quero esse cu só com meu nome.

E saiu.

Nilo caiu pro lado.

A respiração descompassada.

A barriga inchada.

A garganta arranhada.

O cu sujo de língua e gosma.

O relógio batia 23h31.

E a porta seguia... entreaberta.

O corpo estava anestesiado, suado, grudado ao tapete como se fosse parte dele. O cu permanecia escancarado, com a borda sensível pulsando. A boca entreaberta, ainda com o gosto do último jato quente que havia descido pela garganta sem permissão.

A respiração vinha lenta, pesada, como se o ar também tivesse gozado.

E a porta rangeu de novo.

Dessa vez, sem pressa.

O novo homem entrou sem falar nada.

Mas o som do andar...

Descalço.

Seguro.

Devagar demais pra um macho apressado.

Nilo soube de imediato: aquele queria mais do que meter.

Aquele queria controle.

Queria ritual.

O homem parou diante dele.

Ficou em silêncio.

A respiração quente chegando primeiro.

A mão firme pegou sua nuca.

Ergueu.

Devagar.

Depois a outra mão tocou sua mandíbula, virou o rosto com brutalidade, e abaixou-o até a lateral.

Sentou.

Na cara.

Sem aviso.

Sem pudor.

O cu quente, peludo, denso, desceu contra a boca de Nilo.

— Cuneta. Agora.

A voz era grave, áspera, como se cuspisse ordem.

Nilo obedeceu.

A língua saiu, já acostumada a servir. Deslizou por entre as nádegas suadas, encontrou a entrada e lambeu com fome. Lambeu como quem reza. Como quem implora pra ser aceito.

O homem gemia baixo, roçava o rabo no rosto dele, esfregando como se quisesse marcar.

A barba de Nilo raspava as coxas.

A saliva escorria entre as dobras, misturando com o suor, o cheiro ácido da virilha, o gosto puro de homem sujo.

— Isso, putinha. Usa essa boca como nasceu pra usar. Chupa meu cu com vontade!

E ele chupava.

A boca afundava, a língua invadia, o rosto se perdia.

O homem se masturbava acima dele, a rola firme, pesada, batendo contra a barriga enquanto gemia como bicho.

— Porra... Teu nariz no meu cu... isso... Faz esse rabo piscar na tua boca, caralho.

Nilo gemia junto.

Com a boca ocupada.

Com o coração batendo entre as pernas.

De repente, o homem se levantou.

Pegou Nilo pelos braços, virou-o de bruços.

De novo. De quatro.

Na posição que mais conhecia.

A posição que era dele.

— Agora tu vai guardar meu gozo. Como um bom depósito. Vai andar com ele escorrendo até amanhã, entendeu?

— Sim, senhor... — a voz saiu em sussurro, falhada, mas cheia de desejo.

O homem se ajoelhou atrás.

Não meteu.

Só punhetou.

Rápido.

Com força.

A rola batendo contra o cu de Nilo a cada movimento.

Até que gozou.

Com tudo.

Ali.

No centro.

Sem dó.

Sem pena.

O jato foi quente, brutal.

Primeiro nas nádegas.

Depois ele enfiou dois dedos, abriu, e despejou o resto direto no canal.

— Fecha agora. Segura. Segura minha porra aí dentro.

Nilo chorou.

De prazer.

De plenitude.

De estar fazendo o que nasceu pra fazer.

O homem se levantou.

Cuspiu nas costas dele.

E saiu.

A porta bateu leve.

O cu de Nilo pingava devagar, novamente preenchido.

Mas não estava cheio.

Ainda não.

Ainda dava tempo.

O relógio da parede batia meia-noite.

Doze badaladas abafadas pela respiração de um corpo entregue. Nilo estava estirado no tapete como um animal vencido. Não de cansaço — de completude.

O cu escancarado já não pulsava, só escorria.

A boca entreaberta, seca, porém ainda pingando na borda.

As coxas grudadas de sêmen, o peito marcado por mãos, o rosto uma tela pintada com o desejo de outros.

Mas o coração?

Batendo.

Esperando.

O último.

A maçaneta girou.

Sem barulho.

Sem pressa.

O homem que entrou não falou.

Nem precisou.

O som do coturno contra o chão foi o suficiente pra o corpo de Nilo estremecer.

O ar mudou.

Ficou denso.

Fechou-se.

O cheiro do homem cortou tudo: couro, metal, suor envelhecido e algo mais... possessivo.

Ancestral.

Cheiro de bicho dominante.

Cheiro de dono.

Ele se aproximou.

Ficou de pé atrás de Nilo.

Não tocou.

Só olhou.

Depois de um longo minuto, ajoelhou.

Passou a palma da mão pelas costas suadas, levemente arqueadas.

Deslizou até a bunda, separou com os dedos, observou o cu aberto, tremendo.

E cuspiu.

Sem palavra.

Cuspe grosso, quente, nojento.

Depois enfiou dois dedos.

E mexeu.

— Tu foi bem. Mas ainda não foi selado.

A voz era grave, baixa, sem necessidade de aumentar.

Cada palavra soava como decreto.

Nilo gemeu.

Abriu mais.

Enfiou o rosto no tapete e empinou com força.

— Me sela, senhor.

O homem tirou o cinto.

A fivela bateu contra o chão.

A calça caiu.

A rola bateu nas costas de Nilo com o peso de um martelo.

Quente.

Veias grossas.

Cabeça latejando.

Ele encostou.

E não enfiou de uma vez.

Não.

Enfiou devagar.

Centímetro por centímetro.

Como se desenhasse sua assinatura no corpo do outro.

Nilo gritou.

De dor.

De prazer.

De submissão.

O homem segurou na cintura e começou a meter lento.

Fundo.

Cruel.

A cada investida, um gemido.

A cada soco de carne, o ar saía como suspiro de morte.

— Isso. Sente. Guarda minha marca aí dentro, depósito.

O cu espremia.

Aceitava.

Abrigava.

Recebia como altar.

O suor escorria das costas do homem, caía nas costas de Nilo.

Os quadris batiam com precisão.

Ritmo de possessão.

De ritual.

Até que ele parou.

Enfiado até o fim.

— Tá pronto?

— Tô, senhor... Por favor...

O jato veio como uma explosão.

Quente.

Forte.

Infinito.

Nilo sentiu cada batida da rola dentro.

Cada espasmo.

Cada gota.

O homem ficou ali.

Deitado sobre ele.

Ofegante.

— Selado. Agora tu é meu.

Quando saiu, o cu escorreu grosso, quente, como uma poça de consagração.

Mas não acabou.

A porta se abriu de novo.

Um a um, os outros voltaram.

De novo.

Mas dessa vez, não enfiaram.

Vieram só gozar.

Na cara.

Na boca.

No corpo.

Um gozo atrás do outro.

Rápido.

Sem nome.

Como oferenda.

Como despedida.

Nilo não se mexia.

Só recebia.

Pingos de porra enchendo a orelha.

Boca escancarada.

Cabelos grudados.

Pálpebras coladas.

A pele virou altar.

O corpo virou promessa cumprida.

E quando o último jato caiu na cruz tatuada acima da clavícula,

ele sussurrou, sem força, mas com um sorriso:

— Ainda tem espaço.

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